[04.03]

Todos na sala permaneciam em silêncio, exceto Rhodes e Sam argumentavam sem parar, enquanto Lorna observava todo o debate dos amigos, e também a discordância de alguns companheiros de equipe. Ela achava sim que o tratado seria o certo a fazer, porém essa não era a opinião de todos.

–– O secretário Ross tem uma medalha do congresso, uma a mais que você. –– Rhodes diz a Sam, gesticulando algo com as mãos enquanto o encarava.

— Digamos que concordemos. –– Sam começa, mas antes que pudesse continuar, Lorna direciona seu olhar para o bilionário que revira os olhos por conta do Wilson. –– Quanto tempo vai levar até sermos rastreados como criminosos comuns? –– indagou Sam.

–– Cento e dezessete países querem assinar isso. –– Rhodes diz, com uma expressão emburrada. –– Cento e dezessete, e você diz: "Tá tranquilo".

–– Por quanto tempo vai continuar jogando dos dois lados? ?– Sam questiona, elevando um pouco a voz. Lorna que estava sentada ao lado de Natasha, sente uma mão em suas costas em forma de conforto.

–– Eu tenho uma equação. –– Visão se pronuncia, chamando atenção de todos, inclusive do Steve que folheava cada página do tratado atentamente.

–– Que bom. Agora vai esclarecer tudo. –– Sam debocha do androide, que continha sua expressão seria.

–– Nesses oito anos que o Sr. Stark revelou ser o Homem de Ferro o número de pessoas aprimoradas cresceu muito. No mesmo período, os eventos catastróficos cresceram proporcionalmente. –– Visão expõe seu argumento, fazendo Steve o encarar com uma sombrancelha arqueada.

–– Está dizendo que é nossa culpa? –– Steve pergunta com o tratado em mãos.

–– Estou dizendo que pode haver uma mera relação. Nossa força, convida o desafio. O desafio incita o conflito. E os conflitos, geram catástrofes. –– o androide explica, fazendo Lorna concordar silenciosamente. –– Supervisão não é uma ideia que possa ser totalmente descartada. –– dito isso, Rhodes levanta as mãos em uma forma de comemoração pela concordância do sábio androide.

–– Boa! –– Rhodes concorda, fazendo Sam revirar os olhos. Já Lorna, que permanecia calada se vira para Tony, juntamente com Natasha.

–– Tony. –– a ruiva o chama, fazendo o mesmo tirar sua mão que estava sob seus olhos e olhar para Nat. –– Surpreendentemente você não está tagalerando.

–– É por que ele já tomou a decisão dele. –– Steve afirma, o olhando.

–– Você me conhece mesmo. –– Tony ironiza se levantando da poltrona com uma mão atrás da cabeça. –– Estou com uma dor de cabeça eletromagnética. –– dito isso, ele caminha até a cozinha que ficava ali perto. –– É só isso que tá rolando, Capitão. Dor. –– ele diz, olhando para a equipe, mas logo caminha até a pia. –– Quem está jogando pó de café na pia? Por acaso eu tô tendo abrigo a alguma gangue de motoqueiros? –– o bilionário reclama, mas logo se vira para encarar os Vingadores. Então, tira seu celular do bolso e o encosta em um objeto, o deixando suspenso e mostrando uma foto de um garoto, fazendo assim ficar em silêncio com expressões confusas.

A bruxinha que como os outros amigos não entendia, se aproxima mais do holograma para ver quem era o garoto e mesmo assim continua sem entender, mas antes que ela pudesse perguntar, o bilionário começa.

–– Ah, esse é Charlie Spence, a propósito. Garoto bom, formado em engenharia da computação. Sua média geral era 9.5, tem um emprego promissor e vai trabalhar na Intel. –– Tony explica aos amigos, mas mesmo assim permaneciam confusos. –– Mas primeiro ele queria ajudar antes de ficar preso em um escritório. Ele não queria ir para Vegas ou Lauderdale, como eu faria. Ele não foi para Paris ou Amsterdã, que seria divertido. Ele passou as férias construindo casas sustentáveis para os pobres. Adivinhem aonde? –– Tony questiona elevando a voz na última frase. –– Sokovia. Ele queria fazer a diferença, mas nunca vamos saber por que derrubamos um prédio encima dele enquanto estávamos arrasando. –– o bilionário diz e nesse momento Lorna paralisa. Sua respiração acelerou e ela não conseguia raciocinar direito, mas ao sentir um braço ao redor de seus ombros conseguiu se acalmar um pouco e logo volta sua atenção a Stark, que havia percebido como a amiga havia ficado. –– Não estamos aqui para tomar qualquer decisão, temos que ser controlados e do jeito que for eu estarei pronto.

–– Tony, se não conseguimos salvar alguém não podemos desistir. –– Steve diz.

–– Quem está desistindo? –– Tony questiona.

–– Estaremos se não nos responsabilizarmos pelas nossas ações. Esse documento só irá transferir a culpa. –– Steve afirma, fazendo Rhodes o olhar com uma expressão emburrada.

–– Desculpas, Steve. Isso soa perigosamente arrogante. –– Rhodes começa, chamando atenção do loiro. –– Estamos falando das Nações Unidas, não é do Conselho de Segurança Mundial, não é da Shield e nem da Hydra.

–– Não, mas é comandado por pessoas com ideais, e ideias se modificam. –– Steve argumenta.

–– Isso é bom, por isso estou aqui. –– o bilionário começa, chamando a atenção da equipe que o olha. –– Quando eu vi o que minhas armas poderiam fazer nas mãos erradas eu parei de produzir. –– ele diz se aproximando de onde Steve estava sentado.

–– Tony, você pode escolher fazer isso. Se assinarmos, estaremos anulando nosso direito de escolha. E se o painel nos mandar para um lugar onde acharmos que não devemos ir? E se quisermos ir a um lugar e não nos deixarem ir? –– Steve questiona o olhando. –– Podemos não ser perfeitos, mas nossas mãos ainda são as mais seguras.

–– Se não fizermos isso agora, decidirão por nós mais tarde. É a realidade, e não vai ser nada legal. –– Stark diz olhando para todos na sala.

–– Então? virão atrás de mim. –– Wanda se pronuncia, o que fez Pietro e Lorna a encararem, como se dissessem que a protegeriam.

–– Vamos protegê-la. –– o androide ao lado de Wanda garante, fazendo a mesma olhar para ele e sorrir.

Lorna ao perceber a pequena interação da um sorriso involuntário, encarando Pietro logo em seguida, que, assim como ela, havia percebido o mesmo. Ambos se encaram e sorriram de leve, sabendo que a Maximoff merecia ser feliz com alguém de coração puro.

–– Talvez o Tony tenha razão. –– Natasha declara, chamando atenção de todos, já que a mesma havia concordado com Tony. –– Com uma mão no volante ainda poderemos guiar. Se soltarmos....

–– Não foi voce que mandou o governo ir se ferrar a alguns anos atrás? –– Wilson pergunta chocado.

–– Estou só avaliando a questão. –– a ruiva esclarece. Então, Lorna toma a fala antes que Stark pudesse comentar algo.

–– Steve... –– Lorna começa, chamando a atenção da todos na sala. –– Já cometemos alguns erros bem públicos. Precisamos reconquistar a confiança. –– a bruxinha completa, chamando a atenção de todos, inclusive de Sam que lança a ela um olhar cabisbaixo, ela ao ver aquilo, sorri levemente tentando amenizar a situação. Os outros amigos a olham desacreditados pelo fato que ela também havia concordado com Stark.

Isso era realmente raro de se acontecer em dupla, visto que, normalmente a Dane era mais compreensível com as ideias do bilionário. Isso é nítido quando o ajudou a criar Ultron. Mas Natasha não, raramente concordava com algo do homem. Portanto, a surpresa de todos foi quando as duas, ao mesmo tempo, dividam a mesma opinião e concordavam com o Vingador.

–– Foca aqui, desculpe. –– Stark chama a atenção delas, que reviram os olhos. –– Eu ouvi mal ou vocês acabaram de concordar comigo?

–– Eu retiro o que eu disse. –– as duas mulheres dizem em uníssono.

–– Não, não. –– Tony diz negando com a cabeça. –– Não retirem não, obrigado. Caso encerrado. Eu venci. –– ele cantarola.

Em seguida, Lorna olha para Steve que mudou sua expressão facial ao olhar para seu celular. Então, se levanta e se retira rapidamente com uma expressão triste. Lorna sabia que algo havia acontecido, mas torcia para não ser nada grave.

Lorna agora caminhava pelos corredores do complexo até o quarto de sua irmã, onde ela deduzia que Pietro também estaria. Todos eles precisavam conversar. Pelo menos a bruxa sentia que precisava.

Obviamente a Dane não iria influenciar na decisão dos dois Maximoffs, mas ficaria extremamente feliz se ambos estivessem do seu lado. Que todos estivessem do mesmo lado.

Ao chegar no cômodo espaçoso e aconchegante, a Dane observou Wanda jogada em sua cama encarando Pietro que fazia alguns exercícios no chão do quarto.

— Ei, entra. — Wanda disse, tirando Lona de seu transe ao encarar os dois mais novos.

A bruxa assentiu, entrando no quarto e se jogando na cama da feiticeira, arrancando assim uma risada da mesma. Agora, ambas estavam lado a lado encarando o teto.

— Vai mesmo assinar? — a voz do platinado chamou a atenção das duas mulheres.

A Dane logo o encarou, suspirando e se sentando na cama, assim como Wanda.

— Vou. — ela afirmou.

— Acha que é o certo? — a feiticeira indagou.

É, em partes a Dane achava. Mas em outras não.

Era horrível saber que seu direito de escolha não existia naquela circunstância, mas, ela pensava que aquilo era realmente necessário. Era um meio para um fim. Ela cederia de algo para obter bons resultados.

Poderia ser odiada por qualquer pessoa, mas ser odiada por aqueles que ela se arriscou duas vezes para salvar a vida era demais. Ela precisava limpar sua imagem.

— Sim. Eu acho. — com aquela resposta da ex agente, Pietro negou com a cabeça, secando sua testa com uma toalha. — Não é quero influenciar vocês. Sabem disso. Mas, eu sinceramente acho que é o melhor para gente.

— Será mesmo? — o platinado indagou. — Será que na primeira oportunidade eles não irão colocar uma coleira na gente e nos trancar em um cubículo? — ele questionou, soltando uma risada sarcástica.

A bruxa o encarou, suspirando. Infelizmente era aquela imagem que eles tinham dos superiores. E talvez fosse aquela que ela também tivesse.

— Não é uma boa decisão, Lo. Eu pelo menos acho. — a voz do homem se fez presente novamente, fazendo a ruivão encarar. — Não quero interferir em sua decisão, Wanda. Se quiser assinar e ir com a Lorna, vá em frente. Eu irei aceitar. Mas eu não irei assinar. — com isso, a bruxa se levantou da cama.

— Eu preciso fazer isso. — Lorna afirmou. — Já machuquei muita gente na minha vida. Se posso evitar isso agora, por que não? — ela indagou, suspirando. — Independente da escolha de vocês, ainda somos a bruxinha, a feiticeira e o ligeirinho. — aquilo arrancou uma risada leve dos irmãos Maximoffs. — Independente de tudo, nós sempre iremos ficar juntos.

Era isso que ela pensava e queria. Independente das futuras consequências, ela esperava que os vingadores, sua família, ficassem juntos. Ela precisava que eles ficassem juntos.

– Vai ter tantas consequências, amorzinho. Você nem imagina 🥺

– Deixem a estrelinha e comentemm. Até a próxima! 💚

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