24. BODE EXPIATÓRIO

Tw: Tortura

A mulher com tapa olho continuava a fitar a garota parada em frente a ela, parecendo argumentar algo em sua mente. Enfim, disse: "Saia da minha frente pirralha, não estou interessada em você. Se tiver juízo vai obedecer o que eu digo. Caso contrário... Bom, se ficar no meu caminho não poderei assegurar a sua segurança, se é que você me entende."

Ela esboçou um sorriso sádico.

Yellow abriu os braços de forma dramática ainda se recusando a se mover.

"Já disse que não vou mais deixar você machucar os meus amigos. Se quiser vai ter que passar por cima de mim primeiro."

O homem e o Meowth olhavam para cena, impacientes.

"Para de enrolar, Jessie. Se essa pirralha se recusa a parar de encher o nosso saco faça ela se arrepender de ter nascido!", disse o homem.

"Nyah, falou e disse James", completamentou o gato falante.
Jessie pegou seu chicote e o portou de forma ameaçadora.

"Você teve a sua chance garota. Depois não vem choramingar dizendo que eu não fui justa com você. Se não quiser sair da frente por bem vai sair por mau."

Então, Jessie começou a chicoter Yellow com toda a sua força. O fio do chicote acertava o corpo da menina, o qual começou a ser preenchido por inúmeras marcas vermelhas

Slap. Slap. Slap.

"AHHHHHHHHHH", gritava a garota em agonia enquanto recebia as chicotadas.
Sua pele começou a ficar em carne viva.

Onde outrara havia um branco pálido, agora era preenchido por hematomas roxos.

A dor generalizada dominava todo o seu corpo.

Após a sessão de chicotadas chegar ao nível do insuportável, Yellow acabou caindo no chão, suspirando e chorando de dor. Começou a se espernear.

"Isso é pra aprender a não ficar no caminho da equipe rocket, docinho", provocou Jessie ao ver a menina jogada no gramado da floresta, choramingando de dor.

Yellow, porém, recobrou as suas forças e levantou do chão. Ela tinha dificuldades em ficar em pé mas não podia vacilar. Era seu dever proteger a sua família.

Tenho que aguentar por eles.

"Admiro a sua coragem em me enfrentar, garota. Se conseguiu resistir a todas aquelas chicotadas é sinal que você tem bastante determinação e força de vontade"

"Eu já disse que não vou deixar você machucar meus amigos. Se quiser me fazer de bode expiatório tudo bem, eu serei um bode expiatório. Se isso significar que não machucará nenhum deles eu estou disposta a enfrentar o pior tipo de dor no mundo", falou Yellow. "Afinal é esse o significado de fazer parte de uma família."

Jessie fechou os olhos por alguns segundos. "A hora da brincadeira acabou pirralha irritante. Se você vai continuar com essa baboseira de amigos farei questão de acabar com você de uma vez por todas."

Então uma nova sessão de chicotadas começou.

Slap. Slap. Slap.

Yellow berrava de dor ao recebê-las, porém, recusava-se a vacilar.

"AHHHHHHHHHHHH", gritou ela antes de desabar no chão, sem forças.

O chicote de Jessie havia sido banhado pelo sangue de Yellow. A garota não tinha mais forças nem para gritar. Apenas continuava sentindo aquela dor - aparentemente sem fim - em silêncio.

Yellow fez um movimento para se levantar do chão. As forças dos seus braços a abandonaram e ela caiu de novo.

"E-e-eu t-t-tenho q-que proteger...", murmurou a garota jogada no chão. Sua pele estava em carne viva e o seu semblante sequer lembrava o de uma pessoa, e sim de uma coisa estranha.

Não posso desistir, repreendeu-se mentalmente enquanto olhava seu sangue manchar o mato da floresta.

Ela tentou levantar-se novamente. Quando ia ficar em pé, recebeu um chute em sua barriga vindo de Jessie. Cuspiu uma grande quantidade de sangue e voltou a cair no chão, fitando o céu.

"Você é dura na queda mesmo, não é?", reclamou Jessie enquanto limpava o sangue do seu chicote. "Se tivesse ouvido o que eu tinha dito não teríamos chegado até esse ponto."

Yellow fitava a céu, sem forças sequer para respirar. Um fio de sangue desceu de sua testa e chegou em seus lábios.

É doce, pensou ela ao sentir o gosto na boca.

De repente, o homem caminhou em direção onde as duas estavam, impaciente. Parou em frente a Yellow.

"Que droga, Jessie. Você não vai terminar nunca?"

"Não quero sujar a minha bota nova, ela custou uma grana alta", reclamou Jessie de forma mesquinha.

Então, os dois começaram a pisotear a menina jogada no chão.

Yellow começou a ouvir o som dos seus ossos quebrarem enquanto era espancada sem dó nem piedade pelos dois rockets.

Nos seus últimos minutos de sofrimento ela olhou para o céu azul, contemplativa. O sol brilhava e as nuvens flutuavam no alto. Um arco íris timido se escondia em meio àquela imensidão. Parecia uma cruel ironia do destino que ela morreria em um dia tão lindo como aquele.

Pensou em seus amigos presos. Qual destino eles teriam depois que ela partisse? Sem a sua proteção e na mão daquelas pessoas ela temia pelo o futuro que os aguardava.

Chuchu, Sauro, Kitty... Eu sinto muito por não ter conseguido proteger vocês.

Então ela sentiu os braços gélidos da morte a apertar. Ao invés de resistir, ela apenas a aceitou, como se estivesse reencontrando-se com uma velha amiga que não via há muito tempo.

Fechou os olhos.

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