2. SENTIMENTOS

Ash pedalava rapidamente, tentando chegar em sua casa o quanto antes.

Quando estava a meio quarteirão de sua casa, ouviu uma voz que conhecia bem o chamar.

"Ora, se não é o Ash perdedor Ketchum da cidade de Pallet."

Ash parou a bicicleta no meio do caminho. Virou para ver de onde vinha a voz e vira Gary Carvalho vir caminhando em sua direção, com os braços atrás das costas de forma condescendente, como de praxe.

Ele vestiu calças azul marinho e uma larga camisa de tom roxo. Nos seus pés, um par de botas marrons. 

"Fiquei sabendo pelo professor que você não conseguiu um inicial, que peninha", zombou ele. "Não que um pokémon inicial fosse ajudar no seu caso, já que não importa o quão poderoso um pokémon possa ser quando se tem um dono medíocre como você não se pode esperar muita coisa..."

Filho da putapensou Ash.

"Pensando por esse lado foi muita sorte o Squirtle ter sido roubado, já que qualquer destino é melhor do que ser pertencido a um fracote."

"CALA A BOCA!", falou Ash em tom alto o suficiente para ser ouvido em todas as redondezas. 

Gary riu. "Ash... Ash... Sempre tão fácil de tirar do sério." Ele franziu as cenho. "Até te desafiaria para uma batalha... Mas lembrei que você não tem um pokémon inicial."

Em seguida, virou de costas e partiu para outra direção. Antes de partir, falou:
"Não se esqueça que eu ainda lembro daquele dia."

"Daquele dia..."

As memórias voltaram a preencher a mente de Ash. Então, estava vermelho como um tomate enquanto a cena se reproduzia na sua cabeça.

Ele balançou a cabeça tentando espantar aquelas memórias.

"A gente se esbarra por aí novamente, Gary, e da próxima vez juro te derrotar em uma batalha", disse Ash por fim voltando a pedalar sua bicicleta e deixando o rival para trás.

Quando chegou em casa, estacionou a bicicleta e entrou com um semblante abatido.

Sua mãe estava na cozinha, quando o viu entrar. "Ash, o que aconteceu? Sua cara não está nada boa..."

Ash sentou à mesa e começou a comer o omelete com leite que estava tampando em cima da mobília.

"Não consegui um pokémon inicial", disse.

"Como assim?", indagou Delia limpando as mãos em seu avental.

Ela se sentou em uma cadeira e Ash explicou tudo que ocorreu.

"Que pena... Sei que você esperava tanto por isso. Se ao menos eu tivesse acordado mais cedo..."

Ash a interrompeu: "A culpa não foi sua. Agora não adianta lamentar e se culpar, tenho que pensar apenas no meu futuro." Ele bebeu um pouco de leite do seu copo. "Preciso capturar um pokémon por conta própria."

Delia se desesperou.

"Mas entrar em uma área de pokémons selvagens sem companhia é muito perigoso, na verdade, beira a insanidade."

Ash lembrou dos relatos de treinadores que sairam em jornada sem habilidade o suficiente e acabaram se dando muito mal. Alguns haviam sido feridos gravamente por ataques de Pokemons selvagens, outras tiveram de amputar membros dos corpos ou pior – não voltavam vivos para contar o resto da história.

Ash apenas sorriu.

"Eu não vou me aventurar em áreas muito distantes, mãe. Tentarei pegar um Pidgey ou Rattata selvagem por aqui por perto de Pallet apenas para ter algum pokémon pra me proteger, fica tranquila."

Delia bagunçou os cabelos de Ash com sua mão.

"Eu tenho um filho de ouro!", disse ela, orgulhosa. Deu um abraço nele. "Você é a coisa mais preciosa na minha vida, se algo de ruim acontecesse com você eu nem sei o que faria."

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