18. NOVO OBJETIVO

Ash aguardava ser atendido no consultório.

"Ash Ketchum", seu nome foi chamado.
"Pode vir."

Uma mulher o guiou para dentro do consultório.

Nele, uma mulher segurando um prontuário o aguardava, sentada em uma cadeira. Perto dela havia um sofá. Em pé, ao lado, um Alakazam. 

Ash entrou dentro da sala.

"Pode deitar no sofá, ou sentar, se prefirir."

Ash sentou no sofá e olhou para o ventilador de teto que rodava no alto.

A mulher leu a sua ficha.

"Ash Ketchum, então, por que está aqui?"

Se nem ela sabe imagina eu, pensou.

"A enfermeira Joy daqui de Viridian me deu seu cartão."

Ela franziu o cenho. "Hmmm entendo. Então que tal começarmos? Precisarei que você deite no sofá. O Alakazam precisará fazer uma varredura psíquica em suas memórias, assim saberei exatamente como o ajudar."

Ash fez o ordenado.

Em seguida, o Alakazam colocou suas duas colheres ao redor da cabeça de Ash e começou a os movimentar. Ele sentiu uma pontada de dor vir do seu cérebro. Em um piscar de olhos, o Alakazam retirou as colheres dor redor de sua cabeça. 

Em seguida, as colocou ao redor da cabeça da mulher. Após o fim de tudo, ele voltou para sua posição inicial. 

"E o que você sente quando lembra do ocorrido!?", perguntou ela para Ash.

"Sinceramente... Eu tenho vontade de acabar com eles com as minhas próprias mãos! Fazer pagarem pelo que fizeram. Às vezes me imagino apertando a garganta daquela mulher até ela implorar pela vida dela."

Ela começou a anotar algo no prontuário. 

"Violência apenas atrai mais violência, se você continuar guardando todo esse rancor e ódio em seu coração apenas acabará perpetuando uma cadeia de violência sem fim." 

Foda-se, pensou ele, esperando que o Alakazam não estivesse lendo sua mente.
 
"Uhum", disse.

"Também, pela varredura psíquica, vejo que você está tendo pensamentos depressivos e suicídias ultimamente. Tentaremos seguir seu tratamento através da terapia e uso de antidepressivos que irei receitar para você."

"Não posso fazer terapia! Eu sou um treinador pokémon, nunca paro em um lugar só", explicou ele. 

"Então terá que ao menos tomar antidepressivos, um por dia." 

"Tudo bem, eu acho ", concordou ele. 

⏰⏰⏰

Ash suspirou fundo, tomando coragem. Já havia adiado aquele momento por muito tempo e agora estava enfim preparado.

Em sua frente, no Lobby do centro pokémon, a tela do PC foi ligada, adentrando na rede.

Ele entrou na sua lista de contatos.

Professor Carvalho.

Selecionou e solicitou a chamada de vídeo.
Após alguns segundos na tela de discagem, a chamada de vídeo foi iniciada.

Carvalho estava em seu laboratório. As coisas estavam todas bagunçadas. Havia livros espalhados por toda a parte.

"A-a-ash!?", indagou ele ao olhar para Ash através da tela do PC. "Já fazem dias que estou tentando falar com você. A enfermeira Joy havia me avisado que você não estava lidando muito bem com os últimos acontecimentos. Fiquei preocupado."

Ash respondeu: "Eu estava me afundando em um buraco sem escapatória... Mas já estou me recuperando."

De repente, Carvalho tinha sido afastado para lado por dois braços familiares. Então, sua mãe surgiu, abrindo espaço para ficar de frente a ele.

"ASH, PELO AMOR DE DEUS. QUE BOM VER VOCÊ BEM!", berrava ela enquanto chorava incontrolavelmente. "QUANDO SOUBE O QUE ACONTECEU COM O GARY QUASE TIVE UM PIRE PAQUE PENSANDO QUE O MEU MENINO HAVIA LEVADO O MESMO FIM."

"Mãe..."

"ESTOU PRATICAMENTE MORANDO AQUI NO LABORATÓRIO DO CARVALHO, ESPERANDO POR NOTÍCIAS SOBRE VOCÊ. POR QUE SÓ VEIO FALAR COM A GENTE AGORA?"

Ash não sabia como explicar.

"Calma mãe, se acalma. Eu estou bem."
Ela começou a soluçar enquanto tentava se acalmar.

"E essa expressão no seu rosto? Está tão magrinho e com olhos sem vida. Eu sabia! Eu sabia que não devia ter deixado você ter partido de casa sozinho! Sempre temi que o pior acontecesse. Essa vida de treinador pokémon é muito perigosa para crianças... Talvez você devesse voltar para casa. "

Ash respondeu rudemente: "Não!"

"Mas..."

"Meu sonho é ser um mestre pokémon, e para isso preciso enfrentar os mais fortes treinadores do mundo. Não conseguirei ser nada da vida se continuar para sempre nessa cidade!"

Sua mãe enxugou as lágrimas. 

"Sabia que não conseguiria convencer um cabeça dura como você. Mas não podia deixar de tentar."

"O que aconteceu com o Gary foi algo realmente trágico, mas não posso desistir dos meus sonhos se a cada falha eu der um passo para trás", explicou ele.

Carvalho abriu espaço e voltou a falar com Ash: "Ash, estávamos todos preocupados sem ter notícias sua. Você tem que entender o ponto de vista da sua mãe!" As linhas do rosto dele se endureceram. "Eu ainda me sinto responsável pelo fim que meu neto teve. Fico pensando se o destino dele seria diferente se eu o tivesse impedido de partir tão cedo. Mas a vida segue e não podemos viver carregando um peso de algo que não estava sob nosso poder." 

"Eu sei...", falou Ash. Lembrou do último pedido de Gary antes de morrer. "Carvalho, antes de morrer o Gary me fez um pedido..."

O homem ficou curioso.

"Qual?"

"Você sabe onde o Charmander dele foi parar?"

"Está aqui no meu laboratório, junto com os outros pokémons depositados por outros treinadores."

"Antes do Gary morrer ele me disse para cuidar dele. Então fiquei pensando... Você poderia deixar que eu tome conta dele?"
Carvalho ficou pensativo. "Se foi um pedido do meu neto não vejo problema. Além disso ele anda muito deprimido, passa o dia inteiro praticamente dentro da pokébola e não tem energia nem para brincar com os outros. Acho que vai ser bom para os dois."

Carvalho desapareceu da tela e a sua mãe voltou a tagarelar.

"Está comendo bem? Escovando os dentes na hora certa? Dormindo oito horas por dia?"

As perguntas eram tantas que Ash acabou se perdendo.

Carvalho voltou. "Já estou com a pokébola do Charmander aqui comigo. Irei fazer a transferência."

A tela do PC mudou para "TRANSFERÊNCIA DE POKÉMON EM ANDAMENTO."

Alguns instantes depois uma pokébola foi lançada através de um tubo. Ash a pegou.
Carvalho voltou à tela. "Agora você já pode se considerar dono oficial do Charmander."

Ash agarrou a esfera. O sangue dela havia sido limpo.

Ele continuou conversando com Delia e Carvalho por um tempo, explicando tudo que aconteceu desde a morte do Gary até a chegada da polícia, sua ida ao hospital e depoimento para a oficial Jenny sobre a equipe rocket, assim como a descrição da aparência deles.

Ao fim da chamada, ele retirou o Charmander da pokébola. 

"Charmander..." Ash lembrou do nome que Gary havia dado para o pokémon. "Não, Ember. Agora você é meu companheiro e faz parte da minha equipe." 

O largato apenas olhou para o chão, cabisbaixo. 

"Sei que está triste com tudo que aconteceu, eu também ainda estou me recuperando. Mas posso te garantir, eu prometo, nem que eu morra para cumprir essa promessa, mas juro vingar a morte dele." 

A chama do rabo do pokemón, subitamente, ascendeu. 

Ash sorriu também. Ambos pokémon e treinador unidos por um só sentimento. A vingança. 

⏰⏰⏰

Ash entregou a chave do quarto para Joy na despensa do centro. 

"Já estou de partida. Obrigado por se preocupar comigo!", agradeceu Ash. 

A mulher sorriu. 

"Espero que tenha sorte em sua jornada, Ash." 

Ash deixou o centro e pegou sua bicicleta estacionada. Guiou ela em direção da rua e subiu no selim. Na cesta da bicicleta, Luna. 
Em sua mochila carregava todas as suas coisas, além dos antidepressivos que teve que comprar em uma farmácia qualquer da cidade. 

Ele abriu ela e, de lá, retirou o medicamento. Da cartela removeu uma pílula e engoliu a seco. 

Em seguida, voltou a guardá-lo. 

Começou a pedalar pelas ruas de Viridian, enquanto olhava no horizonte o sol da tarde brilhar no céu. Olhava para frente, pensando na sua primeira batalha de ginásio que pretendia ter no ginásio de Pewter. 

As árvores da floresta de Viridian, à distância, formavam um enorme tapete verde, se estendendo até aonde a visão não conseguia acompanhar. 

Naquele dia, Ash havia determinado para si um novo objetivo. Além de se tornar um mestre pokémon e reencontrar com seu pai, também havia algo que pretendia cumprir como meta de vida. 

Acabar com a Equipe Rocket. 

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