14. TROVÃO AMARELO, PARTE II

Quando conheceu o professor Carvalho em uma visita ao orfanato Raio de Luz, ele ficou extremamente impressionado ao ver Yellow descrever as habilidades que possuía. 

"Olha só", disse ela após demonstrar o seu poder de cura para ele. 

"Algo nunca visto antes, certamente!", disse ele ao Yellow relatar sobre seu poder de entender os sentimentos e a linguagem dos pokémons. 

Quando Yellow usara a sua habilidade de cura em Chuchu, em uma demonstração, ele franziu o cenho. "Fantástico!" 

Ela juntou suas mãos em um machucado que havia no pé Chuchu. Sua mão havia brilhado e emitido uma aura curativa. Em questão de segundos, o hematoma havia desaparecido do pé da Pikachu. 

Quando completara 10 anos, ela recebera uma chamada de Carvalho no orfanato Raio de Luz. 

"Yellow! Faz muito tempo que não a vejo, como está? Vejo que cresceu uns bons bocados desde a última vez que te vi", havia dito ele do seu laboratório em Pallet. 

"É claro! E eu ainda vou crescer mais, pode anotar!", havia respondido Yellow através da chamada de vídeo. 

Ele riu a ouvir o tom na voz da garotinha. 
"Tenho uma notícia para dar pra você! Em breve estarei distribuindo pokémons iniciais para alguns treinadores iniciantes de Pallet. Gary, meu sobrinho, e Ash, um filho de uma querida amiga. Como são dois, vai restar um", explicou ele. "Então pensei em oferecer você a chance de escolher um deles! O que acha?" 

Yellow tinha pulado em animação. 

"EBAAAAAAAA", comemorou ela. 

"Aviso logo para você adiantar em sua viagem para Pallet, pois o caminho, apesar de aparentar ser curto, às vezes é mais longo do que imaginamos." 

"Pode deixar! Mal posso esperar para conhecer o meu novo amigo."

Ela sabia, pelo que as outras crianças comentavam no orfanato, que os iniciais de Kanto, Bulbasaur, Charmander e Squirtle, eram extremamente disputados. Então o fato de escolher entre um deles para ser seu companheiro a tornava alguém extremamente privilegiada. 

Naquela noite, no dormitório, ela havia sido bombardeada de comentários das outras crianças a respeito da notícia que estaria partindo para iniciar a sua jornada.
 
"Nossa, tenho tanta inveja de você..." 
"Já decidiu o que vai querer ser? Treinadora, coordenadora, performer, cuidadora, as opções são tantas..." 
"Eu escolheria o Charmander, é claro. Todos sabem que o Charizard é o pokémon mais forte." 

A verdade era que nem ela sabia o que queria ser. Mas, fosse o que fosse, ela se esforçaria ao máximo para não decepcionar ninguém. 

Quando chegou o dia ela partiu, carregando consigo apenas uma mochila em suas costas e sua vara de pescar.

Chuchu e Kitty também a acompanhavam. Chuchu odiava ficar dentro de sua pokébola, então sempre a carregava consigo no seu colo ou ombro. 

Da frente do orfanato, todas crianças observavam e se despediam da garota com acenos. 

Quando chegara em Pallet se hospedara na casa da família de Carvalho, aguardando o dia da escolha. Lá conheceu o neto do professor, Gary. Um garoto metido e marrento, o qual ignorara completamente a sua presença. 

"Eu vou querer o Bulbasaur", disse ela após refletir bem sobre qual seria a sua escolha. Ela o carregou no colo e o rodou, feliz da vida. "Seu nome vai ser Sauro." 

O pokémon de planta havia sorrido. "Saur Saur!" 

É um prazer te conhecerhavia dito ele. 
Então, havia voltado para Viridian, determinada a retornar para seu local de origem antes de decidir qual caminho seguir a partir dali. A floresta. 

Porém, agora que estava ali, Yellow percebia que algo não estava certo. Aquele local que antes era tão familiar e aconchegante, de repente, causava uma sensação de estranhamento. Os Pokémons da floresta não eram mais amistosos com ela. 

"Você nos deixou e se bandidou para o lado dos humanos", disse um Beedrill que era seu amigo de infância quando este ainda era apenas um Weedle.

"A Yellow que nós conhecemos não existe mais, você é apenas uma estranha para nós", havia dito a Vileplume anciã. "Vá embora!" 

Todos haviam virado as costas para ela. 

Eu continuo a mesma, tentava se convencer que não havia mudado. A angústia a consumia ao ver seus queridos amigos a tratarem com algo pior que o desprezo: a insignificância. Ela preferia que eles a xingassem dos piores nomes e maldições do que agissem como se ela não existisse. Isso doía profundamente no seu coração. 
Yellow mordiscou um pedaço de rosquinha que havia trazido consigo. 

Comida de humano, pensou ela ao lembrar-se das memórias da época em que vivia na floresta. Assim como os outros pokémons, Yellow apenas se alimentava de berries. Ao perceber que realmente havia mudado todos seus hábitos, ela jogou a rosquinha no chão. 

Cobriu o rosto com as mãos para esconder o choro. 

Será que eu realmente não sou mais a mesma?

Chuchu, Sauro e Kitty estavam comendo suas berries, quando notaram a tristeza de Yellow. 

O que está acontecendo? Porque você está triste? 

Perguntavam eles. 

Não adianta eu explicar nada, eles nunca entenderão. Ela secou às lágrimas, forçando um sorriso. 

Vai ficar tudo bem. E se não ficasse, ela faria acontecer mesmo assim.

Recuperaria a confiança dos seus amigos custe o custasse. Ainda não sabia como, mas faria o possível e o impossível para isso acontecer.

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