11. O PLANO
Ash balançou o Clefairy, tentando o acordar. O Pokémon dormia na cestinha da bicicleta quando subitamente abriu os seus olhos ainda sonolentos.
"Hora de acordar", disse Ash.
"O que? Que horas são?", indagou Luna.
"Ainda é tarde", respondeu ele. "Aconteceu uma coisa... Preciso pegar minha bicicleta o quanto antes."
Ele subiu no veículo e partiu em alta velocidade. Enquanto Ash pedalava em sua bicicleta explicou tudo o que havia acontecido para o pokémon.
"É isso, é?", disse o Clefairy após ele terminar de explanar.
Ash chegara ao ponto onde Gary o esperava impacientemente em cima da sua bicicleta.
"Finalmente, achei que não viria", disse ele com as sobrancelhas franzidas.
"Eu nem demorei muito, hum."
Então, estavam pedalando rapidamente pelo caminho para onde o robô o tinha seguido.
O vento soprava seus fios de cabelo rebelde. Enquanto pedalava Ash não conseguia parar de se preocupar com o destino o qual levaria seu Porygon.
E se eles forem traficantes?
Uma vez ele tinha assistido na TV uma reportagem sobre um esquema de tráfico de pokémons no mercado negro. Os Pokémons eram roubados de seus treinadores e vendidos para servir ao mais diversos propositos nefastos. Escravidão, rinha, tráfico de órgãos, comercialização de peles, a lista era imensa. Só de pensar nas possibilidades um calafrio subia pelo seu corpo, fazendo todos os pelos do braço ericarem.
Eu vou recuperar o Poly!
Aquele não era o momento para ser pessimista. Recuperaria seu pokémon custe o que custasse.
"Para onde eles foram?", perguntou Ash enquanto olhava pelas redondezas.
Os distritos de Viridian naquele horário estavam praticamente vazios. Pelas ruas asfaltadas apenas alguns carros vez ou outra passavam. As folhas das árvores caiam sobre os telhados das casas, acumulando-se.
"Não sei...", disse Gary enquanto batia a cabeça para saber qual caminho seguiriam.
"Vamos continuar, quem sabe uma pista não aparece", respondeu Ash.
Então os dois voltaram a pedalar, sem saber qual caminho certo a ser seguido.
Quando pararam para descansar próximo a uma árvore viram uma mancha seguindo uma trilha pelo chão adentrar a mata.
"Uma trilha de óleo", constatou Gary ao analisar a pista. Ele tocou no líquido e o cheirou. "Acho que eles seguiram por aqui."
Os dois deixaram a bicicleta perto da árvore e seguiram caminhando mata adentro a pé.
Chegaram a um lugar.
"Um depósito abandonado", falou Ash.
O que parecia ser uma espécie de depósito abandonado estava a sua frente. Haviam algumas janelas de vidro quebradas. As paredes da construção estavam preenchidas por pichações, o que o fez imaginar que havia sido obra de vândalos.
Plantas cobriam quase todo o local acentuando ainda mais a impressão de abandono.
"Shiii", fez Gary. Então, começou a caminhar sorrateiramente em direção a uma porta entreaberta que havia ali. Fez um sinal para Ash o seguir. "Faz silêncio. "
Ash caminhou nas pontas dos pés seguindo ele.
Os dois entraram dentro do depósito.
O ambiente dentro do local era inóspito e poeirento. Haviam diversos caixotes velhos espalhados pelo chão, formando um verdadeiro labirinto.
Ash sem querer pisou em uma lata velha do parecia ser um refrigerante. O som do "crock" ecoou pelo lugar. Gary o fitou com um olhar mortal do tipo "você é um idiota do caralho".
"D-d-desculpa!", sussurrou Ash.
Gary revirou os olhos.
Os dois continuaram seguindo.
Ouviram som de vozes. Soturnamente se esconderam atrás de alguns caixotes.
"Com o Charmander e o Porygon que nós roubamos daqueles pirralhos com certeza conseguiremos uma promoção do chefinho", disse a voz que reconheceu como sendo do Meowth que conhecera durante a captura dos pokémons.
"Já até imagino ele falando: Jessie e James, parabéns pelo trabalho, como recompensa vocês serão promovidos ao posto de comandantes da equipe rocket!", dessa vez era a voz da mulher, Jessie.
"Ei, não esquece de mim!", reclamou o Meowth. Havia fúria em sua voz. "Eu também ajudei com a captura."
"Você? Não passa de um pobre coitado sem dono, deveria agradecer a gente por termos aceitado na nossa equipe um pokémon tão inútil como você", disse Jessie.
"Se eu sou inútil então vocês são piores que isso, já que estão a tanto tempo na organização e até hoje não conseguiram sequer serem reconhecidos pelo chefinho", rebateu o Meowth. "Se toquem, vocês são a chacota da equipe rocket! Pelas costas todos fazem piadas e zombações."
"Como é que é sua bola de pelos!"
Ash e Gary se esgueiravam para olhar para a cena.
Os três estavam sentados no chão enquanto dividiam uma pizza e tomavam refrigerante de latinhas. Jessie e Meowth continuavam discutindo enquanto o homem, James, apenas olhava para tudo desinteressado enquanto modiscava um pedaço de pizza. Atrás deles estava o robô com o Charmander e Porygon dentro do compartimento dele.
Luna começou a rir
Ash a fitou com um olhar repressor.
"Desculpa, mas esse barraco tá engraçado pra caramba!", justificou ela.
"Qual parte do fato deles terem capturado meu pokémon e serem criminosos perigosos exatamente você não percebeu?", ralhou Ash.
Ele percebeu que havia falado alto demais.
"Que barulho foi esse?", indagou Jessie. "James, vai investigar."
Puta que pariu, pensou Ash.
"Por que eu?", reclamou o rocket.
"Por que eu tô mandando!"
"Tá bom, mas só vou porque estou exausto dessas picuinhas de vocês dois, hum."
E agora!?
Gary subitamente o puxou para dentro de um caixote vazio e apertado onde os três se espremeram para dentro. Então, estavam dentro daquele lugar apertado e escuro, prendendo a respiração para não serem descobertos.
Quando perceberam os passos do homem passarem perto de onde estavam e, depois, sumirem, eles soltaram um suspiro de alívio.
"Mas que porra, Ash. Sempre achei que você fosse meio estranho mas não do tipo que fica falando sozinho."
Ash ficou vermelho de raiva.
"Eu não tava falando sozinho!"
"Sei."
Um momento de silêncio se seguiu.
"E agora", falou Ash quebrando a morbidez. "A gente tá em desvantagem e eles estão com nossos pokémons, o que devemos fazer?"
Um momento de silêncio seguiu novamente.
"Eu tenho um plano", disse Gary após um longo momento de reflexão. "Se seguirmos ele poderemos recuperar nossos pokémons e escapar daqui sã e salvos."
Ash acenou na escuridão, mesmo sabendo que ninguém conseguia enxergar a sua face.
"Vamos acabar com esses filhos da puta!", exclamou ele em excitação.
Então, Gary começou a explanar toda a jogada que tinha em mente.
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