47. A Vingança De Harold

Kevin havia permanecido apenas algumas horas internado no hospital quando fora dada a notícia do falecimento. 

Estavam no lobby do estabelecimento, esperando por notícias. Sua mãe com os olhos marejados de tanto chorar, seu pai sombrio como a escuridão da noite. 

Ele estava sentado, segurando suas próprias mãos e ainda tentando digerir todos o fatos. 

Se eu tivesse prestado atenção talvez ele ainda estivesse vivo, culpava-se por tudo que havia acontecido. 

Finalmente um médico chegou para dá-los informações sobre o estado de Kevin. 

"Sinto muito… Mas ele não conseguiu resistir aos ferimentos. Um Hiper Raio é um golpe muito poderoso, chega até se mortal para algumas espécies de pokémon. O fato de tê-lo atingido em cheio ainda piorou ainda mais a situação", explicou o médico enquanto sua mãe desabava no choro nos braços de seu pai. 

Harold não conseguia processar as palavras que estavam saindo da boca do homem. 

Apenas há algumas horas atrás estavam felizes por finalmente ver o campeão batalhar… E agora seu irmão estava morto.

Os dias que seguiram após a morte de Kevin foram os piores. 

No dia do enterro, enquanto todos os seus parentes proferiram palavras de despedida e conforto, Harold apenas olhava para o chão, sem reação alguma. Desensibilizado. Revoltado. E, principalmente, rancoroso. 

Nada daquilo era justo. 

Porém, no momento em que o caixão foi depositado na cova ele não conseguiu evitar e desabou no chão. As lágrimas despejavam incontrolavelmente dos seus olhos. 

Os dias seguintes foram silenciosos. 

Harold caminhava depressivo em direção da escola como o usual, dessa vez sem a despedida de seu irmãozinho. Não conseguia prestar atenção nas aulas. Não conversava com ninguém e logo se tornara o anti social da turma. 

Em sua casa a situação não era muito diferente. Na mesa de jantar não trocava uma palavra com seu pai e mãe enquanto comia sua comida. 

"Sabe…", seu pai começava a falar enquanto olhava Harold olhar seu reflexo deprimido na colher. "Eu e sua mãe conversamos e estamos pensando em mudar de casa."

Harold o fitou. 

"Tipo mudar de bairro?" 

"Não exatamente, pretendemos mudar de cidade. Recebi uma proposta de emprego próximo à cidade de New Bark, e também já pesquisei o preço do aluguel de uma casa perfeita para nossas necessidades."

Harold deu de ombros. 

A realidade é que nem eles aguentavam mais viver naquele lugar e lembrar diariamente das memórias de Kevin. E Harold também. Olivine que antes para ele era a melhor cidade de Johto, passara a ser o pior lugar do mundo. Estava ansioso para deixá-la o quanto antes. 

Respondeu: "Que seja."

A fase de luto finalmente passara. 

A mídia tentava abafar o caso. Afinal, os habitantes da região não poderiam descobrir que o campeão havia sido responsável pela morte de uma criança, mesmo que de modo indireto. Isso afetaria a confiança do público com a organização da Liga Pokémon, e as maiores autoridades de Johto faziam de tudo para evitar uma crise. 

A história que não poderia ser contada. 

No dia em que iriam finalmente deixar Olivine, enquanto arrumava as suas coisas para por nas caixas que seriam levadas pelo caminhão de mudança, Harold havia pegado alguns dos brinquedos de seu irmão para levar como consigo como lembrança. 

Olhou para o cartaz na parede do quarto, próximo à cama de Kevin. 

Era a figura de Gold, posando para a fotografia ao lado de seu pokémon ace, Typhlosion enquanto fazia um high five com a mão. Vestia uma longa capa de campeão e sua veste de treinador. 

Harold retirou o cartaz da parede com violência. O enrolou com as mãos até formar uma bola. Jogou no lixo. 

É tudo culpa dele! 

Harold finalmente havia assimilado os acontecimentos e percebera que não era o culpado pela morte do seu irmão. Se Gold não tivesse sido tão descuidado com o seu pokémon teria avistado que seu irmão estava próximo à arena de batalha e interrompido o Gyarados a tempo. Se havia algum culpado naquela história com certeza era ele. 

Então, a partir daquele dia, Harold jurou para si mesmo que um dia vingaria a morte de seu irmão. Enquanto era transportado pelo caminhão de mudanças em direção de seu novo lar, a cidade distante e simplória chamada New Bark, ele pensou nos meios que utilizaria para alcançar a sua vingança. 

Aquilo que Gold mais prezava e orgulhava era o título de campeão da região Johto. 

Harold treinaria arduamente para enfrentar todos os líderes de ginásio, conseguindo todas as insígnias. Ficaria forte, não importava o que… Mesmo que tivesse que puxar-se sobre o limite do cansaço e exaustão para alcançar o poder necessário. Arrancaria aquilo que ele mais prezava com as próprias mãos, o seu título de campeão, e o humilharia em público com uma derrota absoluta. 

Os ginásios eram o primeiro passo. Depois viria a liga e, consequentemente, a elite dos quatro. 

Eu vou ficar cada vez mais forte e fazer aquele desgraçado pagar pela morte do meu irmãozinho.

Harold deixou o cemitério e caminhou em direção de uma área distante da cidade, onde realizaria o treino do dia.

⏲️⏲️⏲️

Harold chamou os pokémons para fora de suas pokébolas. "Saiam, hora do treino do dia."

Das pokébolas saíram Bayleef, Magmar e Dragonite.

Os pokémons se posicionaram de forma usual, preparados para ouvir as ordens do dia. 

Estavam próximas à uma área de grama alta, onde vários pokémons selvagens espreitavam. 

"Hora do treino! Dessa vez vocês terão que adentrar no gramado alto e derrotar, no mínimo, dez pokémons selvagens", falava Harold enquanto olhava para cada um deles. Especialmente para seu Bayleef, o ponto fraco do seu time. 

Em comparação com seu Dragonair e Magmar, os quais já estavam em níveis razoáveis, o seu Bayleef ainda tinha dificuldades em batalhar. 

E a saga do pior pokémon inicial da história continua, pensou ele. No começo ainda abominava a ideia de ter uma Chikorita, porém, depois de tanto tempo, começava a conforma-se com o fato. Por mais inútil que seu Bayleef tivesse sido no ginásio de Goldenrod, ainda assim havia ajudado a conquistar a sua primeira insígnia em Violet. Logo, não poderia lagar seu Bayleef depois de todo o treino que haviam passado juntos. 

"Devo relembrar a vocês que se não conseguirem alcançar o número de dez vitórias… Bom, nesse caso não precisam nem retornar. Não quero pokémons fracos na minha equipe."

Olhou especialmente para Bayleef enquanto falava, esclarecendo que o seu desempenho estava deixando a desejar. 

O pokémon de grama engoliu o seco, extremamente pressionado psicologicamente pelo seu treinador. 

"Podem ir!", disse Harold dando início ao treino. 

Então, Bayleef, Magmar e Dragonair partiram em direção da área habitada por pokémons selvagens. 

Harold observava os pokémons desaparecem no mato. Não demorou para barulhos de batalhas brotarem de toda a parte. 

Assim que eu gosto, pensou. 

O treinador repousou embaixo de um árvore, protegendo-se do sol. 

Pegou suas insígnias de sua mochila e segurou na mão. 

Duas. 

Tinha vindo para a cidade com o objetivo de conseguir a sua terceira insígnia, mas ficara sabendo que a líder de ginásio não estava aceitando batalhas.

Felizmente em poucos dias o campeão iria visitar a cidade para ser um jurado de um Concurso Pokémon que aconteceria em poucos dias. 

Nada mal, pensou ele. 

Planejava fazer uma grande surpresa para o seu o antigo ídolo de infância e atual nemesis. 

Ele não perde por esperar.

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Alguém denúncia o Harold pro PETA do mundo pokémon? Abuso psicológico contra pokémon é crime! Forças Bayleef. Então o Harold quer se vingar do Gold... Enquanto a Beth admira ele? Isso ainda vai dar treta, tô sentindo! Não esqueça de deixar seu comentário ^-^. 

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