39. Lendas
A brisa do mar soprava os cabelos de Beth enquanto ela olhava o mar através do convés.
Estava tão entediada depois de passar aquela grande quantidade de dias em alto mar que até contar a quantidade de nuvens no céu parecia a entreter.
Subitamente o navio parou no meio do mar.
Ela virou de costas ao ouvir algo cair atrás de si. Viu que três homens carregavam um bote pelo convés.
Eles vão fazer a pescaria do dia.
Beth correu e foi de encontro a eles.
"EIIIIII", disse empolgada. "Eu quero ir com vocês."
"Você?", um deles a fitou com um olhar de deboche.
"Se tem uma coisa que eu entendo na vida é pescaria. Sou filha de um pescador meu filho."
Ele continuava cético.
"Então sobe aqui no bote com a gente."
Beth os ajudou a carrega-lo até a beira do navio. Em seguida, começaram a descer com a ajuda de cordas. Todos deram um pulo dentro dele e, em seguida, remaram pelas águas cristalinas do mar.
"Fala sério...", disse Beth após passar alguns minutos olhando a sua vara de pescar não fazer sequer um movimento.
"Não desanime jovenzinha, uma hora ou outra você acaba pegando o jeito", disse o homem ao seu lado.
Ela não entendia porquê nenhum peixe mordia a isca.
Será se estou enferrujada?
Sequer conseguia lembrar da última que vez que havia pescado, quase como se fossem acontecimentos de uma vida passada.
Agora sou uma treinadora pokémon.
Sentiu a linha do anzol ser puxada.
Beth sorriu. Começou a puxar a linha com toda a força.
"Um Remoraid", disse ao ver o peixe se debatendo.
Era a primeira vez na vida que pescava algo além de um Magikarp.
Colocou o peixe na rede que naquela momento já estava quase cheia.
Ela voltou a jogar o anzol na água e aguardar.
Sentiu a linha ser puxada novamente.
"Ahhhh tá puxando muito forte", reclamou ela. O homem ao seu lado levantou e a ajudou a puxar.
Quando a linha chegou ao anzol havia um grande Seaking.
"Esse vai ficar uma delícia assado", disse o homem ao seu lado.
"E foi eu que pesquei", complementou Beth.
"Nós, ou você acha que conseguiria puxar ele sozinha com esses braços franzinos de menina?"
Ao terminarem tudo decidiram retornar ao navio.
⏰⏰⏰
No salão de refeições da embarcação todos os passageiros se sentava. Haviam mesas distribuídas por toda a parte enquanto os pratos com o jantar do ria eram servidos pelos funcionários.
Mesa olhava da sua mesa solitária as bandejas serem distribuídos para todos, aguardando ansiosamente para o momento o qual chegaria na sua.
Após uma mulher despejar a refeição na sua mesa, em começou a comer o peixe frito, tomando cuidado para separar a espinha da carne.
Gostoso.
Sentiu um flashe de luz ser disparado em sua direção.
"Já falei pra não bater foto sem a minha permissão."
Era Cameron, o fotógrafo. Ele se sentou na sua mesa com sua câmera atada em seu pescoço. "É que você é bastante fotogênica."
"Deixa eu ver isso aqui."
Beth rapidamente fez um movimento e tomou a câmera do jovem antes que ele pudesse reagir
"Deveria pensar em ser modelo."
"Eu? Modelo?", respondeu em tom de deboche olhando sua foto. Estava mastigando o peixe enquanto fazia uma cara bizarra. "Credo, que foto horrível. Apaga."
Beth foi passando todas as fotos até parar em uma que a interessasse.
"Que foto é essa?", perguntou ao ver o que parecia ser uma grande sombra ser formada no fundo de um mar escurecido. A sua silhueta lembrava um pokémon voador.
"Esse é o meu achado raro", disse Cameron. "Nada mais nada menos que um registro super raro do pokémon Lugia."
"Lugia..."
Beth lembrou da história. Existiam boatos que um pokémon chamado Lugia um dia habitara a Torre Queimada da antiga cidade de Ecruteak antes do grande incêndio que ceifara a vida de vários pokémons e pessoas. Após o lugar ser reduzido a cinzas e destruição, Lugia partira, nunca mais sendo visto por nenhuma alma viva. Ou pelo ao menos era isso que falavam.
"Achei que isso fosse apenas uma lenda", disse Beth.
"Toda lenda tem um quê de verdade por detrás, você não sabia?", disse Cameron. "Eu estava nas minhas andanças pelas praias de Cianwood durante a noite quando eu flagrei uma grande sombra sobrevoar o céu noturno. Uma grande ave majestosa percorria a imensidão escura das nuvens. Infelizmente, quando a notei, ela mergulhou no mar e desapareceu de vista. Minha câmera apenas conseguiu flagrar a sua silhueta."
Ele pegou sua câmera de volta.
"Por isso que meu maior objetivo de vida é encontrar novamente o Lugia e, dessa vez, conseguir uma fotografia dele por completo."
Beth se surpreendeu com a fala dele. Ela não achava que um simples fotógrafo como ele possuía sonhos tão ambiciosos quanto aquele.
"Existem rumores que ele atualmente habita as profundezas do arquipélago das Ilhas Redemoinho."
"Ilhas Redemoinho?"
"Sim, pelo ao menos é o que o povo diz. Essa é a única pista que tenho, então não é como se eu tivesse outra opção a não ser me agarrar nela."
Beth olhou para seu prato onde apenas restava os ossos do Seaking.
"E você, já encontrou um pokémon lendário?", perguntou Cameron.
Beth lembrou daquele dia. A floresta, a silhueta e a sensação.
"Eu acho que sim", respondeu.
⏰⏰⏰
Estava naquele lugar novamente.
De repente, uma escuridão começou a engoli-la.
"SOCORROOOOOOOO", gritava enquanto caia no meio daquele buraco sem fim.
Quando pousou no chão não sentiu nenhum impacto.
Estava sozinha.
"Tem alguém aí?"
Da escuridão surgiram dois olhos de cor escarlate.
A voz falou de forma fantasmagórica: "Beth... Copper... Você precisa... Me ajudar."
Ela acordou ofegante e com o coração batendo a mil por hora.
Outro pesadelo.
Cobriu-se com o lençou e virou-se na cama, tentando pegar no sono. Descobriu que a vontade de dormir havia passado. Ou era medo de dormir novamente e ter outro pesadelo como aquele?
Isso nem eu sei, pensou.
Levantou da cama e saiu de sua cabine, caminhando pelos corredores desertos do navio.
Quando chegou no convés superior foi atingida pelos violentos ventos noturnos os quais fazia sua roupa ser soprada com violência. O céu estava escuro e sem estrelas. A lua não podia ser vista.
Ela olhou para frente, sendo agraciada apenas pelo vazio da noite e a luzes que eram emitidas dos refletores da sala do piloto.
Qual pokémon era aquele?, pensou ela lembrando da aparição.
Quando Freddy tentara o pesquisar em sua pokédex nenhuma informação tinha aparecido. Quase como se ele não existesse.
Seria a minha imaginação?
Não.
Ela lembrara que o seu antigo companheiro também havia sentido a mesma coisa que ela. Além disso tinha a equipe rocket.
Se eles estavam atrás dele é porque algo de diferente ele deve ter.
Seu devaneio foi interrompida ao ver do distante horizonte luzes serem emitidas. Elas se movimentam de forma circular.
Ele semicerrou os olhos tentando enxergar no meio do breu.
Será?
Ela supôs que aquele deveria ser o farol da cidade de Olivine, o que significava que estavam muito perto da sua próxima batalha de ginásio.
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Voltamos com tudo! Se gostou do capítulo não esqueça de deixar seu comentário e o favorito ;)
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