25. Esgoto
O corpo de Beth afundava lentamente nas profundezas das águas marinhas. De baixo da água, ela conseguia vizualizar a imagem do sol distorcida pelo espelho marítimo.
Mesmo que tentasse, o seu corpo não obedecia nenhuma de sua vontade de se mover.
Acabou.
Lembrara do dia em que partira de New Bark. O seu entusiasmo para começar sua jornada, a invasão do laboratório, sua batalha contra Falkner, o pokémon misterioso. Agora, tudo parecia acontecimentos em uma vida passada.
Havia chegado tão longe em busca ds alcançar o seu sonho. Ser uma treinadora pokémon. E agora tudo acabava ali...
Ela fechou os olhos e deixou-se ser afundada para o fundo do oceano.
Uma faísca, porém, não deixava de piscar no fundo de sua mente, como para a relembrar que não deveria desistir.
Ela abriu os olhos.
Não pode acabar aqui. Ainda tinha que ganhar todas as insígnias de Johto para realizar o seu sonho de batalhar contra o seu ídolo.
Usando uma força a qual não sabia possuir, ela começou a nadar para a superfície das águas agitadas.
Quando se lançou ao ar fresco, fora atingida por uma onda e lançada para o fundo novamente.
Desse jeito vou me afogar, pensou ela.
Novamente, ela nadou para o topo. Quando chegou novamente, ela olhou para o céu.
Vira seu Butterfree vir voando do céu em sua direção, sozinho. Provavelmente deveria ter se livrado do bando se Spearows e estava a procurando.
"Aqui em baixo!", gritou ela, fazendo sinais com os braços.
O Butterfree chegara perto dela, que era arrastada pelas águas turbulentas.
Quando finalmente conseguira alcançar o corpo da borboleta, Beth segurou em seu corpo como uma âncora. Então, novamente estavam voando pelo céu.
Beth começou a tremer de frio.
Perdi o meu chapéu, pensou ela notando que seu acessório tinha afundando no fundo das águas.
Beth virou os olhos para analisar a direção para onde estavam indo.
A ponte estava distante e a grande massa urbanizada que compunha Goldenrod estava cada vez mais próxima.
Ela viu uma estreita faixa de areia se extender na frente da orla da cidade.
Um bom lugar para pousar.
Beth indicou a localização para o Butterfree.
Não demorou muito para, enfim, pousarem no solo.
Ao pousar, Beth deitou na areia lamaçenta, respirando intensamente.
"Essa foi por pouco...", falou para si mesma. Apesar de tudo, na sua voz tinha um certo tom se triunfo.
Logo levantou e olhou para as redondeza.
As suas costas, a cidade se projetava, opressiva. Estava em um ponto abaixo do planalto, portanto não conseguia enxergar bem o ambiente além dos imensos prédios que arranhavam os céus.
Um cheiro podre chegou ao seu nariz.
Ela olhou um grande boca de túnel que desembocava nas águas marinhas, despejando uma grande quantidade de poluição.
Um esgoto.
Ela nunca vira um daquele tipo em New Bark. Talvez pelo fato da cidade ser pequena, não tinham problemas com a poluição e despejo de lixo, então fora surpreendida.
Ela tomou coragem para pensar no que faria dali para frente.
Preciso chegar na cidade.
E só havia um jeito.
E esse jeito seria desbravar os esgotos de Goldenrod.
Tomando coragem, ela levantou e limpou a terra grudada em sua roupa, a qual ainda encontrava-se encharcada.
Seguidamente, começou a caminhar acompanhada de seu Butterfree pelas profundas do grande túnel que dava passagem para o esgoto.
✳️✳️✳️
Um Raticate passara perto de sua perna, enviando um arrepio através de sua espinha.
Beth vira o pokémon dobrar rapidamente um túnel e desaparecer na escuridão a qual compunha o sistema de despejo da cidade.
Embaixo dos seu tênis, corria uma corrente de água putrefa de cor esverdeada. Mesmo caminhando pela calçada, a água que corria pelo esgoto ainda assim invadia a elevação. Ela preferia nem pensar no que havia misturado no meio daquela podridão.
Acostumando os seus olhos com a escuridão, ela olhou para os vários túneis que se projetavam a sua frente, sem saber por qual caminho seguir.
Terei que contar com a sorte, pensou Beth.
Ela decidiu seguir o que dobrava para direita.
Enquanto caminhava olhava ocasionalmente sobre o seu ombro, se certificando que seu Butterfree ainda estava a seguindo.
Beth tampou o nariz. O cheiro do local estava insuportável, fazendo a sua bile querer ser despejada pela boca. Ela prendeu o enjoo e continuou a percorrer o caminho.
Seus passos eram longos.
Não estava com medo, porém, aquele local estava começando a oprimir-la.
Será que um dia vou ver a luz do dia novamente..., pensou ela, mentalizando o ponto em que aquele local teria um fim.
Estava tão distraída que não percebera o que tinha a sua frente.
Ela ouviu o som de vários zumbidos vindos da frente. Infelizmente a escuridão não a permitia enxergar qual a origem do som.
Ela apressou o passo.
Então, para sua surpresa, um bando de Zubats passara voando pela caminho, a deixando perdida no meio daquela confusão.
Ela começou a correr com os olhos fechados, batendo em qualquer um dos morcegos que a atanazava, sem medo de ser atacada.
Quando abriu os olhos novamente estava sozinha.
Olhou para trás. Não vira o Butterfree.
Droga!, pensou ela. Caiu de joelhos no chão molhado, sem se importar com a sujeira.
Começou a chorar.
"Eu sou patética!", disse para si mesma, limpando suas lágrimas.
Não posso franquejar, já cheguei muito longe. Encontrou forças que não sabia possuir em seu corpo e levantou.
Novamente, estava caminhando a passos largos.
✳️✳️✳️
Beth fitou a tampa que estava acima de si.
No topo do túnel, estava o ponto que indicava o seu caminho para a cidade.
Havia uma escada pregada na parede que dava acesso. Ela subiu a escada e chegou a seu topo. Em seguida, fez força para levantar a grande massa de concreto.
Não tenho forças, pensou ela.
Desceu e ficou alguns minutos racionamento, pensando em uma forma de levantar a tampa.
Se meu Tyrogue estivesse aqui eu não teria problema nenhum. De repente, se arrependeu por não ter trazido seu pokémon consigo.
Não havia outro jeito.
Teria que recuperar seu Butterfree, caso quisesse ao menos cogitar deixar aquele local infernal.
Ela memorizou o caminho que levara até ali para não se perder. Em seguida, voltou a se aventurar pelos túneis do labirinto.
"BUTTERFREE", gritou ela com todas as forças, esperando o pokémon receber seu sinal.
Os túneis continuavam escuros e silênciosos.
Beth percebera que seu pé havia tocado em uma textura de meleca. Olhou para o chão vira uma massa roxa com olhos a fitar.
Era um Muk, ela tinha certeza.
"Extremamente nojento...". Ela se livrou da massa e continuou a caminhar.
Não demorara muito até novamente ouvir o som de seu Butterfree. "Butterfreeeeee."
Beth correu. Quando dobrou o túnel, vira a borboleta vir voando em sua direção.
Quando encontrou com ela novamente, não pôde conter a sua alegria.
Beth abraçou o Butterfree.
"Ainda bem que encontrei você!", disse ela enquanto rodava o pokémon.
Ela aproveitou a alegria por um bom tempo até resolver voltar a realidade.
"Temos que ir, em achei uma saída", disse ela.
Assim, as duas voltaram a caminhar pelos túneis juntas. Porém, dessa vez, Beth sabia que não estava perdida.
Enquanto voltava para o ponto onde encontrara a tampa de acesso a superfície, Beth passara pelo Muk, o qual continuava no mesmo local em que se encontrava, rolando no meio da sujeira.
Enfim chegaram ao destino.
"Butterfree, Raio Psíquico!", ordenou ela.
O Butterfree lançara o raio de energia psicocinética em direção do círculo de concreto.
A grande estrutura saíra voando e sumiu de vista.
A luz do sol entrou pelo buraco, iluminando o rosto de Beth e a cegando.
Então, ela começou a subir pela escada com destino à cidade de Goldenrod.
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Estou meio sumido mas está ai o novo capítulo! Nos vemos no próximo que promete!
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