22. O Resultado

Após muito tempo correndo em alta velocidade pelas grandes extensões de áreas verdes que compunham o Parque Nacional, Beth finalmente chegara novamente ao ponto de onde partira.

Ela ficou ofegante enquanto descansava. Notou que havia chegado a tempo.

Não fui desclassificada.

Após alguns minutos, um som de buzina começou a ecooar pelos ouvidos de todos ali reunidos.

"Limite alcançado! Aqueles que não conseguiram terminar a tempo estão automaticamente desclassificados."
Beth procurou com os olhos entre os treinadores para ver se enxergava Freddy. Quando o achou, foi correndo em direção dele.
"Qual Pokémon você capturou?", perguntou ela.
Ele a fitou.
"Beth, estava procurando por você!", disse ele. "Achei que não chegaria a tempo."

"Eu demorei um tempinho... mas consegui capturar um pokémon." Beth segurou a pokébola com seu Butterfree.
Ele olhou para ela, com aquela sua cara boba.
"Bom, eu capturei um-"
O menino foi interrompido com o súbito anúncio.

"Agora, iniciaremos a fase de avaliação. Cada um de vocês será chamado até aqui na frente. Em seguida, seus pokémons serão avaliados e pontuados conforme o julgamento dos especialistas."

Os dois prestaram atenção. 
Beth olhou enquanto vários treinadores eram chamados para terem os seus pokémons avaliados.
Ela vira de tudo. Desde um simples Caterpie, que claramente envergonhara o treinador e que havia o capturado, até um Pinsir massivo e raivoso.

"Trant Robson", ouviu o nome ser chamado.

O garoto que dara as dicas para Beth se revelou e fora até a direção dos avaliadores para a sua vez.

Beth vira ele chamar para fora da sua pokébola o Heracross que escapara dela.

Os avaliadores olhavam minuciosanente para o pokémon, medindo o seu tamanho, peso e força.

Após terminarem de avaliar Trant, eles chamaram o próximo: "Freddy Highcastle".

O garoto saiu do seu lado e fora se juntar a bancada de avaliação.
Beth vira ele chamar o pokémon para pokébola. Um Scyther se materializou no local.

"Uau, um Scyther!", ouviu alguém sussurrar perto de si.

Como aquele tampinha conseguiu capturar um Scyther, pensou. De repente se sentiu esnobada e envergonhada por ter capturado um simples Butterfree.

Os avaliadores começaram a fazer as suas anotações.

Ao terminarem, eles logo chamaram o próximo: "Beth Copper!"

Era sua vez.

Ela abriu espaço pelos outros treinadores e chegara perto dos avaliadores.

Pegou sua pokébola e a acionou.
"Saia, Butterfree!"
Quando o pokémon se materializou no campo, uma estranha luz o acompanhou, quase a cegando.

Quando finalmente voltou a enxergar, ela percebeu que todos olhavam para seu Butterfree com a boca aberta.

Beth apenas deu de ombros.
Isso deve significar uma coisa boa, pensou. Agora ela realmente achava que tinha chances de ganhar a competição.

Os avaliadores analisaram o seu Pokémon cautelosamente. Ao terminarem, ela o chamou de volta para a pokébola.
Foi se juntar ao lado de Freddy.
"Beth...", falou ele.

"Que?"

"Por que você não me disse. Nunca achei que viria um pokémon shiny na minha vida..."
Beth franziu a testa.

"Shiny!?"

"O seu Butterfree... não me diga que não percebeu?"

"Percebi o que exatamente?"
"O seu Butterfree. Bom, acho melhor você olhar para ele com mais atenção."

Beth ficou carrancuda, não entendendo o que ele queria dizer.

Ela chamou o Butterfree para fora da pokébola.

"Butterfreeeeee", soltou o pokémon ao se materializar no campo, acompanhado da mesma luz que vira antes.

Beth analisou o pokémon.
Parecia um Butterfree como qualquer outro. Foi aí que ela percebeu.

A coloração daquele Butterfree era diferente dos outros que já vira. Suas asas tinham um tom rosa claro e seus olhos eram verdes, ao invés de vermelho, o que era comum naquela espécie.
Então aquilo era um pokémon shiny.

"Agora entendi...", falou ela. "Então é por isso que todos estavam olhando com aquela cara."

"Um pokémon shiny é muito raro. É tipo um em mil a chance de você encontrar um por aí..."

Beth chamou o Butterfree de volta. "Bom saber", disse ela, se exibindo.

✳️✳️✳️

"Atenção todos!", disse o homem. "Após a avaliação minuciosa e o debate entre os avaliadores, finalmente chegamos à lista dos vencedores dessa edição do Concurso de Captura de Insetos."
Beth ficou nervosa.

"Antes de mais nada, estarei informando quais serão os prêmios os quais os felizardos terão o prazer de serem congratulados!" Dois assistentes vieram caminhando em sua direção, carregando uma mesinha coberta por vários panos. Ao pararem e deixarem a mesinha, eles foram embora. O homem removeu um pano de cima da mesa.

"Para o terceiro lugar, temos uma grande seleção de Oran Berrys fresquinhas, vindas diretas de Sinnoh."

Ninguém se empolgou.
"Público difícil de agradar hein", disse o homem constrangido. "Bom... vamos para o próximo. Em segundo lugar, temos uma raríssima Rocha do Sol."
Dessa vez o anúncio gerou um burburinho.

"Vejo que ainda não estão empolgados... Bom, aposto que o próximo com certeza animará vocês!"

O homem removeu o último pano.
"Em primeiro lugar, o ganhador terá a felicidade de ganhar a novíssima DexGear!", anunciou ele. "Um aparelho de última geração, com as funções comuns de uma Pokégear e Pokédex fundidas em apenas um.

Desenvolvidos exclusivamente pela Silph Co., em uma parceira inédita entre o Parque Nacional de Johto e a empresa de Kanto!"
Os olhos de todos brilharam ao olhar para o aparelho.

Beth agora, mais do que nunca, estava nervosa. Aquela era a sua chance de ganhar um pokédex e uma pokégear em uma tacada só.

E, considerando a sua condição financeira, aquela poderia ser a única oportunidade que teria na vida para conseguir obter-las.
Um dos ajudantes entregou o papel para o homem. Ele abriu e começou a ler:

"Em terceiro lugar, com 350 pontos... Heracross, pertencente ao treinador Trant Robson!"
Beth olhou o garoto receber o seu prêmio, uma sacola cheia de Oran Berrys.

"Agora vamos ao segundo lugar...", disse o homem. "Normalmente, esse pokémon não alcançaria um rank tão alto... porém, uma anormalidade permitira com que ele ganhasse pontos extras pelo fato de se tratar de, nada mais nada menos, um pokemon shiny. Com 390 pontos, Butterfree, pertence à Beth Copper!"

O alegria desvaneceu dos olhos de Beth.

Ela caminhou até o pódio, tentando fingir entusiasmo.
O homem a entregou a Rocha do Sol.

O que eu vou fazer com esse pedaço de pedra, pensou ela.
Ela voltou ao seu lugar, ainda desanimada.

"E em primeiro lugar... O Pokémon premiado alcançou a pontuação máxima permitida. Scyther, do treinador Freddy Highcastle, com 400 pontos! "
"Parabéns", falou Beth para o garoto ao seu lado, com inveja.

O menino fora caminhar para pegar o seu prêmio.

Ele logo voltou.

"E assim encerramos mais uma edição do Concurso de Captura de Insetos. Obrigado a todos por comparecerem. Espero que tenham se divertido!", anunciou o homem encerrando o evento. "E para aqueles que não venceram, nunca desistam! Nos vemos na próxima edição."

Os treinadores começaram a deixar o lugar e rumarem seus caminhos pelo parque.

"Uau, uma DexGear", ouviu Freddy falando enquanto admirava seu prêmio.

Beth olhou para a Rocha do Sol que carregava consigo. Era uma pedra de cor amarelada, cujo contorno lembrava muito a imagem de um sol.

Ela abriu a mochila e se preparou para guardar-la, quando foi interrompida.

"Espera-", ouviu a voz falar. Ela vira Trant parar na sua frente. "Beth... Eu estou interessado por essa pedra. Você me venderia ela?"

"Claro que sim", respondeu ela.
Não sabia qual interesse alguém poderia ter naquele pedaço de pedra inútil, porém aceitaria qualquer quantia de dinheiro em bom grado.

O menino pegou sua carteira e a entregou um quantia de 20 dollars. "Aqui."
Beth entregou a rocha para ele.

Trant saira correndo após o trato.
Beth contara o dinheiro e guardou em sua mochila.

Finalmente posso voltar a apostar contra outros treinadores, pensou. Aquela seria uma boa
oportunidade para treinar os seus Pokémons para a próxima batalha de ginásio que viria.
"Beth...", falara Freddy para ela. "Ele passou a perna em você. Uma Rocha do Sol vale muito mais do que 20 dollars."

E daí?, pensou. O garoto que era burro de ter pago aquele dinheiro em um pedaço de pedra.
"Não ligo para isso", respondeu. "Além disso, aquela pedra não tinha nenhum valor para mim mesmo."
Ele deu de ombros. "Você que sabe."

Ela olhou para o céu e disse: "Bom... acho melhor irmos logo, antes que comece a escurecer!"
O garoto respondeu: "Sim, só vou pegar minha bike."

Beth esperou Freddy sair correndo e voltar trazendo sua bicicleta.

"Beth... toma", ele a entregou sua DexGear que havia ganhado há pouco.

"O quê? Por que você tá me dando?", respondeu, espantada.
"Eu não preciso disso. Afinal, eu já tenho uma pokédex e um pokégear."

Os olhos de Beth brilharam por um instante. Então, ela ficou sombria. 
"Não preciso da pena de ninguém."
Ele a fitou, confuso.
"Não estou com pena de você... apenas não preciso disso. Tem algo errado?"

Ela ficou um momento pensativa.
Odiava a sensação de causar pena nas outras pessoas, por outro lado, o garoto parecia genuinamente apenas querer a presentear com o aparelho.
"Tudo bem então...", ela aceitou. Após pegar a DexGear, ela guardou em sua mochila. "Vamos indo!"
O garoto, porém, parou. "Espera um momento!"

Ele pegou uma pokébola de seu bolso e a lançou no chão. "Saia."
"Scytherrrrr", soltou o pokémon.
"Você está livre. Pode voltar para sua casa", disse ele.
Beth abriu os olhos, confusa.
"Por que você está libertando ele?"

"Ele não combina com a estética do meu time... Além disso, ele me dá um pouco de medo."

Beth estava estupefata. Ela não conseguia acreditar que o garoto desistiria de treinar um Scyther. Todos sabiam que o inseto era mais poderoso e raro que um simples Ledyba encontrado em qualquer pedaço de mato.

Porém, não questionou. Afinal, cada um faz o que quiser da vida, ou quase isso. Treinadores tinham métodos diferentes de ver a vida, e aquilo era normal.

O Scyther saira voando em direção da floresta do parque.
Beth subiu o banco do bagageiro da bicicleta. Em seguida, o garoto começara a pedalar pelas trilhas do Parque Nacional.

Aquele dia havia saido lucroso para Beth. Ela havia capturado um novo pokémon sem precisar comprar uma pokébola, ganhara 20 dollars e ainda uma DexGear. Comparando com a maré de azar que a acompanhava nos últimos tempos, um pouco de sorte era uma mudança bem-vinda, para variar.

Só esperava que aquela sorte a acompanhasse para o próximo desafio que viria a seguir.

Goldenrod, eu estou chegando!

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Até a próxima! 

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