Escondido

Nos perdíamos no jardim, eu olhava sob você, e você por cima de mim.
Te comparava a maior das artes, e sim a luz refletida pela sua pele me admirava.

Nunca poderiam nos impedir de amar, não quando seus olhos brilhavam para mim como se fosse o brilho mais puro de  um luar.

"Ah como me enlouquece" me fez sussurrar em seu ouvido, como a prece daquele que está mais aturdido.
Seu corpo nu no meio do jardim, era a flor mais bonita, tão bela que queria adorá-la enquanto ainda estivesse nessa vida.

Leve, sagaz e destemida, era você a única deusa que me fazia alucinar, e libertar a parte de mim que a tanto tempo era reprimida.

Eras sem dúvidas, das melodias, a mais doce.
Das pinturas a mais bela.
E dos poemas, a mais profana estrofe.

Aquilo que tínhamos era tão profano, que dos altares deveria ser escondido.
Mas para que esconder se o solo sagrado deste templo por nós já havia sido batizado?

Era blasfêmia me apoiar em suas pernas, enquanto você repousava o corpo sobre o púlpito.
Mas não era pecado se nosso amor um dia viria a ser exposto para todo tipo de público.

Era doce o gosto de seu corpo, tão doce quanto o fruto proibido.
Nosso altar agora com tua alma era embebido, de um prazer tão surreal que nunca poderia passar despercebido.

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