Wisława Szymborska
Hoje vamos falar de uma poetisa pouco conhecida aqui para nós: a Wisława Szymborska.
Sim, é esse mesmo o nome dela. Difícil, não? Pronuncia-se mais ou menos assim "Vizuava Zamborsca".
Wisława Szymborska nasceu em 1923, na Polônia. Formou-se em Filologia (estudos da linguagem) Polaca e também em Sociologia (que chique, não acham?). Trabalhou como poetisa, critica literária em uma das maiores revista especializada do seu país e como tradutora.
Szymborska é conhecida como a Mozart da poesia, pelo modo como estrutura as palavras em seu texto.
Em 1996, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura "pela poesia que, com precisão irônica, permite que contextos históricos e biológicos venham à tona, em fragmentos de realidade humana", segundo a Academia Sueca (instituição que concede o prêmio).
Por mais que ela seja pouco conhecida no Brasil, em 2016, a editora Cia das Letras publicou o livro de poesias "Um Amor Feliz" e foi considerado um dos melhores lançamento daquele ano, recebendo inúmeras criticas positivas quanto a brilhante tradução do polaco de Regina Przybycien.
"O poema, no entanto, fala conosco com tal desassombro e numa voz tão baixa que o espaço para onde nos deslocamos parece ser o sofá, a mesa da sala daquela mulher que, como se apenas conversasse, mostra-nos o mundo e seus absurdos. Penso que foi um acerto a Academia Sueca definir Szymborska como "o Mozart da poesia", acrescentando: "A comparação é justa, tendo em vista sua riqueza de inspiração e a verdadeira facilidade com que suas palavras parecem se encaixar."- Revista Piaui, março de 2016, edição 66.
Ela costumava falar que tinha uma cesta de lixo cheia de poemas, descartados por ela mesma, pois, só escrevia a noite e, durante o dia, relia e jogava tudo fora.
Em novembro de 2011, teve problemas com saúde e uma operação grave. Faleceu alguns meses depois durante o sono em sua casa em Cracóvia. É a poetisa polaca traduzida com maior frequência. A sua extensa obra, traduzida em 42 línguas, é definida como "a perfeição de palavra".
Poema "AUSÊNCIA"
Por pouco
e a minha mãe teria casado
com o senhor Zbigniew B. de Zduńska Wola.
Se tivessem uma filha – não seria eu.
Talvez com a memória para nomes, rostos
e canções ouvidas uma só vez – melhor que a minha.
Distinguindo sem erro um pássaro do outro.
Com excelentes notas de física e química,
de polonês nem tanto,
mas escrevendo poemas às escondidas,
logo muito melhores que os meus.
Por pouco
e naquela mesma época meu pai teria casado
com a senhorita Jadwiga R. de Zakopane.
Se tivessem uma filha – não seria eu.
Talvez mais teimosa e intransigente.
Saltando sem medo na água funda.
Suscetível ao que comove as massas.
Vista em vários lugares ao mesmo tempo,
poucas vezes com um livro, muito mais com a bola,
jogando com meninos nos pátios e ruas.
As duas poderiam ter se encontrado
na mesma escola e na mesma classe,
mas sem afinidades,
nenhum parentesco,
e na foto da turma, bem afastadas entre si.
Fiquem aqui, meninas
– diz o fotógrafo –,
as pequenas na frente, as mais altas atrás.
E sorrisos bonitos quando eu der o sinal.
Verifiquem ainda,
não falta ninguém?
– Sim, senhor, estamos todas aqui.
E aí, gostaram de conhecer um pouco essa grande poetisa?
Fonte:
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