Relógio
— Tic, tac... — diz o relógio na parede pendurado.
Os monstros sob minha cama rosnam sem parar,
Chamo minha mãe, que dorme no quarto ao lado
Mas ela apenas ordena que devo me calar.
— Tic, tac... — diz o relógio na parede pendurado.
O telefone toca e alguém diz meu nome
Digo um um “alô” carinhoso para meu namorado
E ele me pergunta “por que não dorme?”
— Tic, tac... — diz o relógio na parede pendurado.
Meu filho assustado me grita
E eu o ordeno que fique calado
Pois seu medo infantil me irrita.
— Tic, tac... — diz o relógio na parede pendurado.
Minhas costas doem quando me deito
Sinto falta de meu marido ao meu lado
Dá época em que dividíamos nosso leito.
— Tic, tac... — dizia o relógio na parede pendurado.
Já não funciona mais
Há muito fora abandonado
E conserto não terá jamais.
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