Um caso perdido
Lamúrias, lágrimas, arrependimentos,
Mas se verídicos pouco acredito serem,
São como reflexos de uma antiga existência,
Que nunca se deu por vencida,
Que se nunca deu por esquecida,
Uma sombra, um espelho,
Uma carapaça.
Seus clamores atingem minha alma como gotas de chuva,
Enchendo meu ser de melancolia,
A qual tenho maestria em ocultar e esconder,
Para o bem daqueles...não,
Para o meu próprio bem,
Para que não venham a mim perguntando o inevitável.
Não, senhores e senhoritas do dia-a-dia,
Eu não estou, e nunca estarei bem,
Minha existência é um escárnio para esta sociedade,
Eu sou a plateia assistindo e ao mesmo tempo o palhaço,
Mas por trás de toda a maquiagem e do sorriso,
Nada mais me resta que um casulo,
Este que foi largado a muito tempo,
Deixado vazio para ser consumido por outros vermes.
Um tolo, um bobo da corte,
Que sustenta um estúpido desejo de amar,
Mas que, ironicamente, teme tudo que virá junto a ele.
Lamentável, deveras lamentável,
Encontra infinitas desculpas para permanecer em sua toca,
Com medo de sua melancolia;
Com medo de seu medo;
Com medo do inexistente.
Que péssimo investidor,
Nem mesmo com toda a sorte do mundo, ousaria apostar neste lado da vida.
Para ele não há saída,
Acabará deixando tudo de lado,
Sendo sempre seu eu louco-agoniado,
Tendo como seu maior medo:
Ser amado.
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