Xícara De Chá

O que eu mais almejo...

Um fim de tarde, quando apenas o resquício do brilho solar se fizer presente no céu, misturando as cores quentes e frias que a noite logo traria.

Meu corpo descansaria num banco de uma praça calma, enquanto eu estivesse tomando uma xícara de chá sob uma das árvores frondosas, as quais sofriam com o efeito da estação, outono.

O clima, mais indeciso que meu coração (que não sabe se para pela emoção ou continua batendo frenético pelo nervosismo) não teria tanta importância já que se passaria despercebido.

Eu olharia à pessoa que divido aquele banco antigo, mas que parecesse dividir comigo todo universo, como se não houvesse existência além da nossa.

Em seus olhos eu me veria e teria certeza que não precisaria ser ninguém além de mim mesmo. Tendo a certeza que meu eu não afastaria um átomo sequer do querer daquele que me faria companhia. Ah o amor...

Então eu fecharia os olhos, na tentativa de guardar aquele momento eternamente em minha lembrança, assim como guardo o amor em meu coração. Logo depois os abriria na espectativa de que não fosse um sonho, apenas minha mais desejável ilusão... E não seria.

Entretanto, isso não é o que mais almejo. Eu desejo apenas o amor daquela pessoa e, se eu o tivesse, isso valeria por todos os crepúsculos, valeria mais que todas as xícaras de chá, teria mais valor que todos os outonos... E eu não desejaria outra eterna lembrança se não aquele fim de tarde que eu teria um coração em troca do meu.

Eternos fins de tarde...

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