Capítulo 1
As crianças
Deitada de bruços, encontrava-se Lya Plummer, perdida em seus sonhos mais profundos. Os cabelos loiros caíam no rosto e grudavam na pele por conta do suor da testa que escorria, a pele branca como neve agora avermelhada pelo período de verão nas férias. O sol estava fortíssimo nesses dias, e foi o período que ela aproveitou ao máximo, acordando sempre perto de 12:00, saindo para tomar sol, caçar insetos, brincar de pega-pega com os filhos pequenos da vizinha e, claro, passear com Pedro e os demais Pevensie's. O que ela havia esquecido era que hoje se iniciavam suas aulas em Saint Finbar, por isso se encontrava tão tranquila em seu sono da beleza.
– LYA! – Gritava a senhora Helen Pevensie no andar debaixo; era a única das crianças que não estava acordada e pronta.
– Oh, mamãe! Até parece que não sabe, Lya dorme como pedra. – Resmungou Susana, sentada na cadeira da cozinha, comendo uma torrada enquanto lia seu jornal.
– Devemos ir acordá-la? – Lúcia perguntou, encarando a mãe e dando uma mordida em sua torrada com queijo.
– Edmundo! – Chamou a mulher, e um garoto de cabelos pretos entrou pela porta entreaberta da cozinha, estava com o uniforme todo amassado e a gravata errada, deu um bocejo alto e irritante. – Por que está vestido desse jeito!? Teve a tarde inteira ontem para passar seu uniforme.
– Não comece logo cedo a reclamar, mamãe, acabei de acordar, minha mente não sabe reagir a isso tão cedo! – O jovem murmurou, seguido de outro bocejo mais prolongado dessa vez, e as irmãs riram.
– Pelo amor de Deus, Ed! – A mãe lamentou. – Vá acordar Lya.
– O quê? – Ele perguntou para ver se tinha entendido mesmo, afinal, Pedro o pediu que se mantivesse longe do quarto da Plummer; o que Eddie não entendia porque desde a volta de Nárnia Pedro e Lya nunca conversaram sobre relacionamento ou algo do tipo. E isso era um problema, porque Lya pensara bastante sobre isso a maior parte de seu tempo quando voltaram a Londres. Mas conforme Pedro cresceu, foi fugindo mais e mais do assunto, principalmente quando viu que era ele o "garanhão" do momento, não podia acharem que tinha namorada. Qual sentido de ciúmes da loira? – Mande Pedro!
– EDMUNDO, vá logo! – Ordenou mais uma vez a senhora, Ed revirou os olhos, mas acabou indo.
Subiu as escadas devagar, em passos leves. Abriu a porta delicadamente, como se estivesse tocando em uma pena de um pássaro muito raro, e logo observou a garota deitada de forma estranha na cama e roncando como um porco.
– Um rosto belo e a personalidade de um ogro! – O menino não hesitou em dizer e rir. Logo se aproximou da jovem e a tocou com certa força, balançando-a. – Acorde!
– Mas... – Lya tentou abrir os olhos, em uma tentativa falha. – Mais cinco minutos... – A voz de sono era nítida, parecia um homem embriagado falando, a fala lenta e arrastada.
– Plummer! As aulas começam hoje. – Edmundo emburrou-se e falou um pouco mais alto.
– Eu sei... eu sei... As aulas. – Lya respondeu baixinho, parecia estar alucinando até as palavras começarem a fazer sentido em sua cabeça e ao desembaralhar e formar "As aulas começam hoje", a adolescente esbugalhou os olhos e deu um pulo da cama, como se tivesse sido espetada por uma agulha. – Por que não me disse antes?!
– Eu estou dizendo agora! – Ed retrucou, vendo a garota espalhar todas as roupas de seu guarda-roupa até, por fim, achar seu uniforme, Ed soltou uma gargalhada.
Lya correu para o banheiro mais próximo do andar de cima, olhou para o relógio que ficava grudado na parede e viu que só tinha 10 minutos para se arrumar; não cogitou nem tomar banho, mas se encheu de perfumes baratos, para sua sorte o cheiro não era nada mal. Quando vestiu o uniforme e se encarou no espelho, deu um grito fino que fez a casa inteira escutar. Edmundo correu do quarto para o banheiro e abriu a porta sem bater, estava tão assustado. Talvez a jovem estivesse machucada ou um maluco tivesse entrado na casa. Não poderia ser insetos, já que ela não tinha medo, mas quando ele chegou lá não viu nada, nem homem, bicho ou machucado.
– NÃO, NÃO, NÃO! – Lya repetia sem parar.
– Que merda foi essa? – Edmundo perguntou, indo até ela.
– Você não vê? – Lya apontou para a testa, e só quando Ed olhou bem, bem de perto percebeu uma pequena espinha. – Eu estou horrível! Meu primeiro dia irei sofrer por ser feia e espinhenta! Já pensou nos apelidos? "Lya espinhenta"? "Perebenta"? "TEM UM ROSTO NA SUA ESPINHA"?
Lya surtava, os hormônios da adolescência haviam a atingido em cheio. Lya, na adolescência, começara a se importar com a aparência, era a garota mais bonita da escola no ano passado; isso mexeu com sua cabeça e inseguranças. E Edmundo sabia o quanto todos da escola a pressionavam, não era mais a Lya solitária de 3 anos atrás. (Por partes não)
– Ei, tem como parar com o chororô? – Pedro bateu na porta encarando a amiga, ele havia subido para entender o motivo do grito e não pareceu gostar de ver o irmão junto dela. – É uma espinha! Todos têm. Andem logo, vamos nos atrasar.
Pedro virou as costas e desceu as escadas em passos pesados, e Lya se pôs a chorar.
– Por Deus! Como diria a mamãe. – Edmundo respirou fundo e abriu uma bolsinha que ficara no armário debaixo da pia do banheiro, tirou dela um pequeno potinho com um pó branco, abriu e pegou uma esponjinha que também estava na bolsinha. – Inclina a cabeça.
Lya inclinou meio desconfiada, e devagar Ed encostou a esponja na testa de Lya, espalhando, o que na embalagem estava escrito "pó de banana", e em um passe de mágica a espinha sumiu; ele conseguia ver o ânimo no rosto da loira.
– É magia! – Ela disse prendendo o cabelo dessa vez com um laço azul.
– É maquiagem da Susana! – Edmundo disse rindo e estendeu a mão para Lya. – Vamos? Você come o lanche no caminho.
– Antes... – Lya puxou Ed pela gravata, o que deixou o garoto levemente corado, arrumou a gravata mal colocada e sorriu para o mesmo. – Agora sim!
No caminho para a estação, Pedro puxou Lya para andar mais à frente enquanto os irmãos ficaram um tanto quanto para trás.
– As consequências de seus atrasos atingem a todos nós! – Ele deu uma bronca, e Lya apenas desviou o olhar. Apesar das brigas entre os dois serem constantes, havia piorado de uns dias para cá; Lya via Pedro muito irritado e chateado. Apesar de tudo, não conseguira falar com ele sobre, igualmente sobre os sentimentos. – Tome mais cuidado de agora em diante.
– Pedro, o que há de errado, afinal?! – Plummer perguntou um pouco alto, irritando-se.
– Não há nada de errado. – Ele respondeu sério. – Não fale tão alto.
– Não me diga como falar... – Ela segurou firme o braço do menino e o encarou. – Se não há nada de errado, vamos falar de Nárnia! Falar de Arthur.
Pedro sentiu o coração apertar e parou um pouco de andar, olhando a menina de volta, os seus olhos encontraram os dela e mais do que nunca ele quis fugir do assunto.
– Não é hora pra isso. – Respondeu seco e tossiu um pouco, voltando a andar.
– Se não é agora, não será nunca! Estou há três anos esperando isso. – Deprimiu-se a garota e largou a manga de Pedro. – Espera que eu simplesmente finja que não aconteceu?
– E se não houver mesmo ocorrido? – O menino perguntou e percebeu a decepção na cara de Lya. – Digo, ele nunca mais nos chamou de volta! Não sabemos se foi real.
– O sentimento foi, pelo menos eu achei que fosse. – Murmurou, abaixando a cabeça.
– Claro que foi! Mas não acho que voltaremos para lá... – Pedro sussurrou sem pensar. Apesar de tudo, ele amava Lya ainda, só havia sido difícil lidar com sua adolescência pensando em um mundo paralelo, em pensar que podia ter realmente abandonado um filho. Ele só queria sentir-se normal ali em Londres, nunca foi sua intenção machucar Lya. – Me desculpa, ok? Fugir disso. Eu só me coloquei em primeiro. Mas já te disse, ainda estou bem aqui e continuarei ao seu lado todos os dias.
– Não, Pedro. Mesmo quando voltamos de lá, mesmo sem essa conversa idiota de agora. Costumávamos conversar todos os dias e noites antes, mas agora... não soa normal. – Ela parou um pouco de andar e o olhou novamente com os olhos úmidos. – Não soa normal.
– Lya... – Pedro tentou tocá-la e ela se afastou um pouco. – Eu cometi erros bobos, mas eu ainda am...
– Ei! – Ed se aproximou e encarou rapidamente a amiga antes de voltar a olhar o irmão. – Melhor não terminar essa frase. Vem comigo, Pedro.
Ed saiu arrastando Pedro para a estação que agora estava do outro lado da rua. Já Lya respirou fundo, limpando as lágrimas, e colocou um sorriso no rosto, correu até Susana e Lúcia, que pararam para ver algumas revistas no caminho.
– Lu. – Susana chamou, vendo o sorriso estranho no rosto de Plummer. – Pode, por favor, conferir se está tudo bem com os garotos?
– Claro! Estarei esperando vocês na estação. – Lúcia atravessou a rua com cuidado.
– Não devia fazer isso. – Lya resmungou. – Estou bem, não precisamos conversar sobre agora.
– Oh! Precisaremos uma hora, ele é meu irmão, mas é um babaca também. – Susana referia-se a Pedro enquanto abria uma revista.
Antes que Lya pudesse dizer algo, um garoto esquisito aproximou-se, ele usava um cachecol amarelo e preto em volta do pescoço, óculos redondo e uma boina. Lya não queria julgar, mas olhou com estranheza a aproximação.
– VOCÊ É A LYA PLUMMER, CERTO? – Ele perguntou, aparentemente tinha a língua presa, Lya apenas afirmou com a cabeça e ele encarou Susana, que não parecia gostar nada de tê-lo por perto. – Estudam na Saint Finbar, não é?
– Isso mesmo. – Susana respondeu e Lya percebeu o interesse do garoto na amiga e quis rir.
– Eu estudo na Hendon House, do outro lado da estrada. – Ele animou-se. – E EU JÁ VI VOCÊ, sentada sozinha. – Ele continuou e Susana fez uma cara de desgosto.
– É bem... – A voz de Susana falhou.
– Ela prefere ficar sozinha. – Lya interrompeu e deu um sorriso disfarçado, Susana agradeceu pela resposta mentalmente.
– Eu também! – O garoto estranho sorriu, fazendo as meninas revirarem os olhos. – E qual seu nome?
Susana demorou um pouco para responder, até por fim dizer:
– Phyllis.
– SUSANA!
LYA! – Lúcia gritou atravessando a rua, e o menino olhou com estranheza pelo nome errado. – É melhor virem correndo!
Sem pensar duas vezes, as garotas agarraram suas malas e correram atrás da mais nova. Ao acessarem a estação, ouviram gritos animados e agressivos de "briga! Briga! Briga!" repetidamente.
Quando passaram pela multidão, viram Pedro batendo forte no nariz de um garoto, enquanto outros dois o seguravam. Brandon, o mais forte e burro que conheciam, Gael, um magricela briguento e sardento, e o do nariz quebrado agora era Mike. Mike odiava Pedro desde o primeiro ano deles na escola. Susana encarou com decepção a situação e Pedro percebeu os olhares de desaprovação da família.
Pedro segurou firme Gael nos braços, levando-o ao chão; o menino gemeu de dor, no mesmo instante em que Mike se jogou contra Pedro, pressionando-o de costas na parede enquanto amassava seu rosto em um dos avisos da estação.
– ISSO É POR ACHAR QUE PODE TER TODAS AS GAROTAS DO MUNDO PRA VOCÊ, inclusive a minha! – Mike encarou Lya na multidão e sorriu estranho, fazendo a menina sentir um pouco de medo. – OUVIU BEM, PLUMMER? De agora em diante, você é minha.
Lya não entendeu bem e sentiu nojo daquelas palavras; o estômago até mesmo embrulhou.
– MANDE SUA MAMÃEZINHA SER MINHA, boca de formiga! – Edmundo desceu as escadas rapidamente, pulando contra Mike e o chutando forte.
Os outros dois garotos voltaram para cima de Pedro e o derrubaram no chão próximo ao trilho, tentando jogá-lo lá. Ed dessa vez foi com tudo para cima de Brandon, jogando-o contra o chão e socando forte na cara. Gael tentava puxar Ed, enquanto Pedro se levantava e batia em Mike com vários socos na barriga.
– Nunca mais, nunca mais ouse sequer citar o nome dela! – Pedro dava mais e mais socos no garoto.
Logo, foi ouvido um apito, eram os guardas, e todas as crianças começaram a correr dali. Os guardas levantaram Edmundo, Gael e Brandon; Mike foi levado para a enfermaria, enquanto Pedro ouvia broncas dos guardas.
– SEJA MADURO! – diziam os guardas rudemente.
Quando finalmente os cinco se encontraram juntos, sentaram-se em um banco, esperando o trem. As malas estavam ao lado deles, e todos pareciam emburrados, exceto Lúcia, que acariciava o braço de Pedro com preocupação.
– Nem agradece! – Disse Edmundo ao lado do irmão.
– Eu ia resolver sozinho. – Pedro retrucou bravo e levantou-se, respirando fundo.
– O que foi dessa vez? – Susana perguntou, e o olhar de Pedro voltou-se para ela.
– Ele me empurrou e disse que eu estava roubando sua garota. – Pedro respondeu e encarou Lya meio desconfiado.
– Não me olhe assim, Mike me embrulha o estômago de nojo. – A loira sentiu o enjoo voltar. Por Deus, odiava aqueles garotos.
– E aí você bateu neles? – Lúcia perguntou curiosa.
– Não. Depois do empurrão, eles queriam que eu pedisse desculpas. – Continuou Pedro. – E aí, eu bati neles.
– Não era mais fácil se afastar? – Susana revirou os olhos.
– ELE NÃO DEVERIA! – Lya irritou-se e levantou-se também, encarando os amigos. – Por Deus, aqueles garotos nos enchem o saco desde nosso primeiro ano na escola.
– Lya! – Susana advertiu.
– Desculpem, mas eles mereciam isso. – Lya deu sua opinião final.
– Eu concordo. – Disse Edmundo, mordendo a boca de raiva. – Me encheram de raiva ao ouvirem falar sobre você. Digo... – Ed tossiu um pouco. – SE ELES FALASSEM ASSIM DE QUALQUER GAROTA, EU FARIA O MESMO.
– Quando ouvi ele falar dela, quis matá-lo. – Pedro encarou Lya, que revirou os olhos e depois olhou para as irmãs. – Você não cansa nunca de ser tratada como criança?
– Calma. Mas somos crianças... – Edmundo deu uma risada meio confuso.
– Eu nem sempre fui. – Pedro referia-se agora a Nárnia, e fez os jovens olharem uns para os outros pensativos. Lya sentou-se ao lado de Ed e suspirou.
– Agora quer falar sobre isso? – Murmurou a loira.
– Já faz três anos. – Pedro sentou ao lado de Lya. – Quanto tempo ele acha que vamos esperar?
– Tumnus e Maugrim disseram que não devíamos pressioná-lo! – Lya respondeu, mas de certa forma também estava cansada de esperar.
– Talvez seja hora de aceitar que vivemos aqui! – Disse Susana. – Não adianta fingir que é diferente.
Todos olharam para o chão deprimidos, mas Susana por um segundo focou seu olhar no garoto estranho que a havia parado na banca de revistas e o viu vindo em sua direção.
– Essa não! – Disse ela e tentou disfarçar. – Finjam que estão falando comigo.
– Estamos falando com você! – Edmundo levantou as sobrancelhas, sem entender.
– AI! – Lúcia sentiu algo a pinicar e se levantou gritando.
– Fala baixo, Lu! – Disse Susana envergonhada.
– Alguma coisa me beliscou! – Lúcia apontou para o banco.
– EI! Merda. – Lya pulou do banco, sentindo várias pinicadas por todo corpo. – há mim também.
– Olha a boca! – Pedro resmungou, procurando o que pinicava as meninas, até sentir um puxão. – Mas que coisa, PARA DE ME PUXAR! – Gritou Pedro para Edmundo, se pondo de pé agora.
– Eu nem sequer... ai!– Edmundo resmungou de dor.
– Vocês querem par... O QUE FOI ISSO? – Susana sentiu um beliscão.
No instante em que o trem começou a chegar, fazendo uma ventania muito forte, todas as pessoas ao redor e malas sumiram.
– Magia! Cheira a magia! – Gritou Lya, agarrando-se na mão de Susana.
– Sim! Eu também sinto. – Completou a mais nova.
– Todos deem as mãos! – Susana ordenou e segurou a mão de Lúcia, enquanto Lya segurou a de Pedro.
– EU NÃO VOU SEGURAR SUA MÃO NA...
– Segura logo! – Pedro interrompeu Edmundo, segurando a mão do irmão contra sua vontade.
– Será que isso não vai parar? – Lya sentia o vento forte tentar arrastá-la para longe dos amigos.
Toda a estação começou a se quebrar e, no outro instante, as quatro crianças, agarradas umas às outras, ofegantes, viram então que se encontravam em uma caverna escura e gélida.
O ar estava úmido e carregado de mistério. As paredes rochosas ao redor emitiam um brilho fraco e espectral, iluminando apenas parcialmente o ambiente cavernoso.
– Onde estamos? – Lúcia sussurrou, com os olhos arregalados.
– Parece uma caverna, mas não tenho certeza. – Pedro olhou ao redor, tentando discernir qualquer sinal de saída.
– E o que aconteceu com a estação? – indagou Susana, perplexa.
Antes que alguém pudesse responder, um eco distante reverberou pelas paredes da caverna, ecoando como um sussurro fantasmagórico.
– Acho que não estamos mais em Londres. – Lya disse, sua voz carregada de incerteza.
– O que quer dizer? – perguntou Edmundo, olhando em volta com cautela.
– Quero dizer que algo estranho aconteceu, algo além da nossa compreensão. – explicou Lya, com uma expressão preocupada.
De repente, uma luz fraca começou a brilhar adiante, rompendo a escuridão da caverna. Todos se entreolharam, sem saber o que esperar.
– O que devemos fazer? – sussurrou Lúcia, com um tom de apreensão em sua voz.
– Acho que só nos resta seguir a luz. – sugeriu Pedro, com determinação em seu olhar.
Com passos hesitantes, as quatro crianças avançaram na direção da luz misteriosa, prontas para enfrentar o desconhecido que aguardava além das sombras da caverna.
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