O meio-5

18 de maio de 1920

Mansão Kibutsuji


Suas coxas jaziam doloridas, seu batom borrado e o barulho dos seus corpos ecoando pelo quarto, suas costas suadas enquanto ele ofegava vez ou outra mordendo o seu pescoço, seus cabelos sendo segurados pela frente.

De sua boca só saiam gemidos conforme o rei estocava rudemente, as lágrimas em seus olhos pareciam deixá-la mais bela e para ele, um verdadeiro deleite.

"Linda" Foi o que ecoou pela mente do homem que te consumia vorazmente.

Suas pernas tracionando a cintura com vontade enquanto suas mãos deixavam marcas cada vez mais firmes nas costas alheias, esse sim era o sexo mais gostoso que você já fez, até mesmo por que foi você, bela Sn quem foi atrás do rei e agora aguentava cada consequência pedindo por mais.

Seus olhos chegaram a revirar quando alcançou o orgasmo e ele sorriu de lado se enterrando mais uma vez antes de libertar-se em ti enquanto mordia o seu pescoço.

[...]

Seu corpo cansado dentro de um belo e caro vestido, acompanhava o Kibutsuji em um mero local de festa, em sua concepção seria mais uma ao qual ele te largaria sozinha, afinal festas são ótimas quando se quer socializar e isso era o oposto de alguém tão distante como você.

-- Disfarce, melhor querida. -- O rei ironizou ao deixar um beijo em seu ombro direito, seu rosto esquentou e ao olhá-lo o sorriso de satisfação que possuía nos lábios só aumentou sua vergonha.

-- Preciso agir de outra maneira nessa festa? -- Sussurrou enquanto mudava de assunto.

-- Não, eu gosto de você assim... Doce, combina perfeitamente com o amargor que tendo a carregar. Agora vamos. -- Ele te guiou pelo local, onde você pode ver claramente alguns políticos e demais homens em trajes tão caros quanto os da festa anterior, desde que voltaram de Ogasawara, já se passou uma semana e nesse meio tempo não pôs os pés na casa novamente e nem mesmo sentia falta.

Muzan te guiou até uma das inúmeras mesas, essa estava repleta de figuras desconhecidas, salvando por Nakime e Aizetsu.

-- Nos vemos depois. -- Beijou sua boca na frente de todos, como se quisesse deixar claro que você está com ele, quando, na verdade, apenas colocou um alvo em suas costas. -- Vamos. -- O moreno olhou para alguns dos homens sentados que levantaram de imediato e assim seguiram para outro lugar.

-- Como está Sn? -- Nakime perguntou encarando a prateada que vez ou outra revirava os olhos.

-- Bem e você? -- Ela sorriu arrumando a franja.

-- Descansada, por assim dizer, essas é
são Daki e Mugaku, não ligue para o mau-humor dela, a bonitona acabou de perder dinheiro, muito dinheiro.

-- Prazer. -- Você comentou minimamente.

-- Então é a nova cativa do chefe?-- O olhar divagou pela sua aparência, levando Nakime a revirar os olhos por baixo da franja.

-- Como se ele tivesse outra. Não ligue para ela, está com raiva do mundo, fora que o mestre nunca deu a ela tal importância. Ouso dizer que sente inveja.

Daki por pouco não mordeu o lábio, sentindo uma certa raiva, não poderia responder a superior e tudo piorava por Nakime ter razão, entretanto, quando olhava para você, via apenas um reflexo do que um dia já foi. Uma garota quebrada e inocente, envolvida lentamente nessa teia de um homem poderoso e cruel. Com a platinada, a salvação veio através de seu próprio irmão e horas a frente, Douma que enxergou no ódio de Gyutaro a mão de obra perfeita para varrer dezenas de pessoas feito lixo sem se importar com as consequências. Já você, não tinha salvação, afinal estava se envolvendo com Kibutsuji Muzan.

Pelo menos era esse o pensamento que adornava a mente da lua seis.

-- E nem precisa não? Que dizer, você parece importante. -- Você afirmou, quebrando a linha de raciocínio de Daki, o eco que ecoou na cabeça dela foi tão grande que chegou a desfazer o semblante, pois, pelas suas palavras, compreendeu que, diferente dela, você não teve ajuda. Não há tempo.

-- Sim, as luas são bem importantes para o rei. -- Sorriu minimamente.

-- Excelente, agora meninas, chega dessas apresentações e vamos beber. -- Nakime piscou. As mulheres se levantaram e passaram a se dispersar, ficando apenas você e a morena na mesa.

-- O que está fazendo? -- A voz doce de Sn ecoou é a morena tocou seu queixo sorrindo lentamente.

-- Trabalhando, agora observe. -- A voz dela estava próxima demais, qualquer um que avistasse a mesa acharia tal ato e contato estranho, entretanto, Sn se via paralisada pelas ações da mais velha.

O olhar de Muzan que até então estava fixo em uma conversa tediosa desviou para ti sorrindo com malícia. Ele sabia que ninguém melhor do que Nakime para te instruir e se passasse dos limites seria uma lua a menos. A morena recuou ao ver o sorriso do mestre e se levantou estendendo a mão para você que aceitou de primeira, afinal não queria ficar sozinha naquela mesa e sofrer algum tipo de pressão onde um homem se interessa por ti e não aceitar que estar indisponível.

-- Oh mestre aprovou. Vamos. -- A morena te conduziu pelo salão sem que tivesse contato om qualquer outra pessoa e conforme os olhos de Sn vislumbravam as mais variadas situações ao redor enquanto Muzan fechava negócios para a expansão de seu poder, sentiu alguém cutucar seu ombro levemente além de sorrir, um certo temor percorreu por todo o seu corpo ao encarar o semblante da mulher que sempre fez um inferno na sua vida.
A face gentil da loba que se escondia em pele de cordeiro, uma mulher tão pecaminosa e perigosa que se fosse ao inferno o Diabo teria uma bela concorrência, afinal para ela somente o dinheiro valia a pena.

-- Que bom revê-la Sn. -- O sorriso deveras encantador fazia o seu estômago embrulhar e querer se afastar, mas a mão de Nakime se manteve nas suas costas.

-- Hina. -- Foi tudo o que disse.

-- E como vão às coisas? -- A mulher se aproximava como se fossem amigas e foi impossível todas às vezes que ela te sentenciou a uma sessão de tortura e até mesmo presenciou sorrindo, passaram por sua cabeça.

-- Estou um pouco ocupada. Com licença. -- Foi tudo o que você fez saindo das vistas dela de cabeça erguida, deixando Nakime mais do que satisfeita com a situação, enquanto a cafetina se manteve irritada, para ela parecia que você estava cuspindo no prato que comeu e se estava numa boa com toda certeza era graças a mesma, sendo isso uma grande mentira.

-- Deveria tomar cuidado com quem aborda. -- A morena acendeu um cigarro levando a ponteira aos lábios e soltando a fumaça lentamente, cruzando os braços no processo. A cafetina não sei deixou abater rindo lentamente.

-- Posso dizer o mesmo para você.

Em um movimento um tanto quanto rápido cujo os olhos dos outros, mesmo atento não perceberiam pela agilidade e treinamento, uma segunda ponteira de cigarro, mais afiada e sem qualquer item de fumo foi de encontro com a parte exposta das costas de Hina.

-- Deveria medir suas palavras quando está na frente de um lua. -- O sorriso aos poucos morreu enquanto Nakime sorriu de lado desenhando na pele de veludo conforme o sangue escorria marcando as costas da mulher que tratou de ajeitar a plumagem escura que esconderia tal ato.

-- Não imaginei que...

-- Você não tem que imaginar nada vagabunda, apenas entender que aquela garota não te pertence mais, entendeu, ou terei que fazer uma visitinha ao seu quarto mais tarde?

Os olhos de Hina expressavam um ódio, uma fúria de quem não via a hora de retribuir tal desgosto, ainda assim sorriu de maneira gentil e assentiu antes de se afastar. Por um minuto Nakime sentiu a boca seca e uma vontade enorme de saciar tal secura em sua garganta, assassinado aquela mulher, seria tão prazeroso que os olhos chegavam a regozijar.

-- Pelo visto não se conteve. -- O homem alto de fios inconfundíveis se aproximou. Kokushibo enlaçou a cintura da morena oferecendo uma taça de vinho.

-- Faz tanto tempo que não tenho uma boa diversão. -- Respirou pesado, o olhar dele recaiu sobre os lábios dela que logo degustaram a bebida seca e pouco cítrica.

-- Nesse caso eu tenho um trabalho para você. -- Discretamente enfiou a destra no bolso direito da calça social e deslizou um papel até as mãos dela que tratou de deixar um selar nos lábios dele se afastando com um sorriso, se tinha um trabalho a fazer então que fosse imediatamente.

E enquanto isso, a bela Sn caminhava pelo ambiente observando tudo ao seu redor, até chegar ao bar e encarar o barman.

-- A sua melhor, mais forte e mais cara bebida, prepare um gim com saquê também. -- Ele assentiu e deu prioridade ao seu pedido, quando acabou você pegou ambos os copos e segui em direção ao 'rei' caminhado lentamente e quando ele te viu os olhos rubros brilharam em malícia.

-- Espero que goste -- sussurrou e ele tocou sua mão aceitando com a destra deslizou por seu quadril te fazendo se aproximar até estar sentada no colo dele.

-- Uma delícia para abrir o apetite. -- Afirmou para que só você ouvisse notando sua pele arrepiada. -- Continue Atsuji.

Ordenou alisando seu quadril e o homem assentiu.

-- Eu estou entregando junto as sacas de arroz, passam pelo porto sem problema algum no descarregamento e o pagamento é feito no mesmo momento da entrega.

-- Não quero que converta, continue em dólar. -- Muzan afirmou. -- Quanto a sua porcentagem, creio que trinta por cento seja mais que o suficiente, não, é?

O homem queria esbravejar, dizer que aquilo era um absurdo, mas não debateria com um homem sem escrúpulos algum que poderia matá-lo ali mesmo.

-- Perfeito. Vamos brindar a essa parceria. -- Ergueu a taça.

-- Certamente -- ergueu a destra e com dois dedos chamou o garçom. -- Traga duas taças de whisky puro malte -- o garçom pediu licença e saiu -- Querida, quero que se levante e entregue isso a Kokushibo. -- Muzan tirou do bolso um cartão dobrado e antes que pudesse sair ele deixou um selar sobre a sua mama esquerda. A vergonha nítida em sua face foi substituída por um menear antes de cumprir com a função que foi lhe dada.


༺══༻


Surya encarava o homem sorrindo, o mesmo não poderia falar visto que a boca continuava fechada.

-- Se não parar de murmurar, eu vou costurar ela. -- A mulher lavou as mãos deixando que o sangue escorresse lentamente, repetiu o ato com as facas, caminhando pelo quarto lentamente vendo as lágrimas nos olhos secos dele só dava mias prazer, melhor do que trabalhar disfarçada sob a tutela de um homem que nunca a julgou era poder subjugar homens que a tratavam como um verdadeiro objeto. A morena rodou a faca entre os dedos e parou diante do pequeno balde gelo, dentro dele um picador assim como a garrafa ao qual abriu e tomou no gargalo.

-- Interessante. -- Ainda com o objeto em mãos se aproximou do corpo dele se sentando nas coxas ouvindo-o murmurar de dor, afinal havia aberto a perna dele com a faca e feitou um belo entalhe com alguns pedaços da madeira que quebrou. -- Vamos tentar de novo. -- Começou a alisar o peitoral alheio com o picador de gelo.

-- Onde está o contador? -- Ele murmurou e ela aos poucos baixou a tira de pano que cobri a boca.

-- Eu não sei! SOCOR... Hummumm -- Teve o rosto socado antes da faixa de pano voltar a preencher a boca.

-- Resposta errada. -- Surya chegou mais para trás e desabotoou a calça, não demorou a puxar o membro para fora das peças intimas e apontou o picador de gelo na direção, aproximando lentamente.

-- Sua última chance bonitão. -- O gelo do metal foi de encontro a carne quente. -- Se não me disser o que quero saber, eu vou enfiar esse troço pelo buraquinho do seu pau, acho que não terá mais concerto. -- O homem começou a respirar intensamente, antes dos múrmuros serem de um choro forte de desespero e ela apenas encarou a face alheia sem um pingo de empatia.

-- Onde está o contador? Se gritar, nunca mais conseguirá foder uma mulher na sua vida, entendeu? -- Abaixou a tira.

-- E-ele, e-ele. -- Não conseguia parar de tremer.

-- Respira porra não seja tão maricas! -- Afastou minimamente o picador de gelo, mas, manteve a pressão dolorida em volta do membro.

-- Ele está em Shibuya.

-- Nome e localização. -- A voz dela era seca.

-- Se eu te der isso estarei morto, assim como minha família.

-- Se não der também. A diferença é que posso te ajudar.

-- Eu sou o único que sabe da localização dele, além do mestre.

A morena sorriu.

-- Então é bom me passar o endereço dele, do contrário eu mato a sua família e te deixo por último. Agora se cooperar eu saio daqui direto para a sua casa e deixo todos seguros. -- Algo no olhar dela deixava claro que estava falando sério.

-- Segundo quadrante de Shibuya, a loja de cristais mais famosas da cidade pertence a ele, Kesshō Gyokko é o nome da filial. -- Surya se ergueu e se afastou, colocou o picador de gelo de volta no lugar e ao retornar ao homem ajeitou as vestes e liberou o corpo dele, deixando-o de pé.

Pegou os pertences e se afastou.

-- Viu? Não foi tão difícil. Você será preparado e acho melhor não fugir. -- A morena foi até a porta e bateu duas vezes, o homem que a abriu observou seu sorrisinho cínico e ao desviar o olhar sentiu um misto de nervoso e pena pelo homem torturado.

-- Ele é todo seu, cuide bem dele.

-- Merda Surya eu sou um detetive e não um médico clandestino.

-- Isso não é problema meu, você foi me procurar com as informações e eu te dei a solução detetive. Pode continuar investigando o caso sem preocupação e eu mesmo me encarrego do nosso contador.

O detetive olhou para ela um pouco aturdido, antes tivesse ido direto a Yorichi, mas, Surya foi mais esperta em o encontrar, afinal o Iguro sempre foi esperto demais para sobreviver, mas não sabia lidar com mulheres, principalmente uma que demonstrou um claro interesse nele, mesmo que fosse falso e quando descobriu já era tarde demais.

-- Yoriichi não gostará dos seus feitos. -- Sussurrou.

-- O fim justificam os meios, agora cuida do nosso hóspede que eu vou deixar a família dele em segurança. -- A mulher que a todo momento estava em trajes íntimos, finalmente colocou o sobretudo, pegou a peruca que havia deixado sobre o chapeleiro e o chapéu coco, além da bolsa, pôs as luvas calmamente e murmurando uma bela canção saiu do ambiente retocando o batom.

Ninguém diria que por baixa de tanta beleza e angelicalidade se esconderia uma assassina tão fria quanto um dos luas superiores de Muzan kibutsuji.



E a partir de agora partiremos para o fim. Capítulo pré-revisado e um feliz natal para todos vocês! Muito obrigada por  acompanharem  minha fic <3

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