E o fim -1

30 de Outubro de 1920

Um lugar qualquer


Não importava que estivesse prestes a ser morto, que seu corpo estivesse completamente ensanguentado dentro do carro por seu último trabalho, a destra ainda segurava firme no volante,

Seus luas estavam mortos, os que sobraram foram pegos ou fugiram, mas, sabia que Sn estava intacta e talvez até mesmo lhe fosse útil, gerava em Muzan algo similar a e. Afinal, tudo o que interessa é ver sua adorável e doce garota.

Mas... Como foi que isso aconteceu?


Cinco meses antes:


Yoriichi não era conivente com nada do que Surya fazia, mesmo que seus métodos dessem resultados e ver o povo assustado no hotel chegava a ser digno de estresse. Aparentemente o homem havia cometido suicídio pulando do sexto andar durante a madrugada, o corpo espatifado no chão, parte do cérebro fico na calçada já que a pancada quebrou um pedaço do crânio, mas o que chamava atenção era a forma como a perna estava aberta, precisaria de uma lâmina específica para fazer tais cortes e o conhecimento específico de uma carniceira para não deixar a vítima morrer no processo.

"Surya..." -- Pensou. Em breve teria uma conversa com ela, agora Yoriichi encarava o moreno de olhos coloridos um pouco atordoado.

-- Foi você quem encontrou a vítima?

-- Eu não sou o culpado! -- Afirmou.

-- Não estou dizendo isso, quero saber se encontrou a vítima.

-- S-sim. E-eu fui até o quarto para entrevistá-lo e quando ouvi o barulho de algo quebrando arrombei a porta. -- Ele mentiu em partes.

-- Nesse caso, senhor...

-- Hatsuki Iguro.

-- Me acompanhe por-favor. -- Yoriichi sentia que o homem era inocente, só não sabia até que ponto.

-- O senhor vai me prender? Eu...

-- Não, iremos conversar apenas. Sei muito bem que foram as delicadas mãos de uma mulher que fizeram isso. -- O homem respirou fundo, conhecia a fama do Tsugikuni e acima de tudo sua integridade, tanto que queria conversar diretamente com ele.

-- Nesse caso eu tenho informações para você. -- Sussurrou, Yoriichi chamou por alto o Agatsuma e mandou que cuidasse do restante ao lado dos Tokito e a cada palavra do homem que confessou tudo quando estavam afastados deixava Yoriichi com raiva.

Algo que ele sempre se controlou para não sentir.


[...]


Surya estava livre, havia se banhado após cuidar de mais um cliente, não levam a mal. Mas se ela tem os meios para os colocar para dormir e os enganar dizendo que se deitou com eles, por que não fazer? É bem melhor do que estar a mercê de qualquer um deles, limpou rapidamente a ponteira e guardou na fissura da cama, o cliente havia saído há quinze minutos e ela contava o dinheiro que teria de entregar a Hina.

"Aquela puta, por que ela não vem aqui abrir as pernas para ficarem socando com força mesmo que não tenha vontade? No fim das contas não passa de uma covarde agressora e estupradora." Pensou massageando as têmporas antes de respirar fundo, porém ao abrir a porta do quarto disposta a ir para o escritório da cafetina, deu de cara com o chefe, a aura pesada que deu apenas um passo para trás assim Yoriichi adentrou o quarto fechando a porta a chave, Surya se apressou em conferir cada canto do quarto antes de retornar a ele.

-- O investigador deu com a língua nos dentes não foi? -- Ela se sentou na cama, pouco se importando se só usava uma lingerie padrão da época além da cinta-liga.

-- O que você fez foi inaceitável! -- A voz de repreensão fez com que ela se levantasse e calçasse os saltos, a mulher rodeou o corpo masculino passando a ponta das unhas pintadas pelo peitoral coberto.

-- Antes de me punir, deveria me escutar. -- Para Yoriichi Surya era tão perigosa quanto Muzan, a diferença é que estava do lado dele e nunca machucou um inocente sequer, mesmo assim, isso não dava a ela o direito de torturar e assassinar homens que julgava culpados.

-- Nada do que disser será o suficiente para que eu te mantenha nesse ca...

-- Achei a fonte de grana do Muzan. Pensa comigo -- se aproximou mais abrindo a farda do Tsugikuni. -- Se intervimos no dinheiro ele será forçado a sair da toca e quando isso acontecer pegamos ele. -- Ela sorriu.

-- E quantas mortes eu vou ter que acobertar até isso acontecer? -- Segurou nos pulsos dela com firmeza.

-- Ychi -- a voz saiu melodiosa conforme encostava no corpo dele. -- No dia em que eu matar um inocente você terá todo o direito de tirar a minha vida, mas até lá, apenas me deixe fazer o meu trabalho, pois, quando eu tiro a vida de um estuprador ou espancador de mulheres e crianças, absolutamente ninguém chora por essa perda, apenas agradece e até hoje eu nunca errei. -- O Tsugikuni soltou os pulso para agarrar a cintura dela, mantendo o olhar compenetrado.

-- E a que preço Surya? Suas mãos possuem tanto sangue quanto as dele. -- Tentou por um pouco de razão na cabeça da mulher, que sorriu balançando a cabeça negativamente, antes de roçar os lábios nos dele e se afastar.

-- Eu não ligo de me banhar em sangue sujo, ter minha alma enviada diretamente para o inferno se eu puder salvar vidas inocentes e impedir que mais alguém passe pelo que passamos. Enquanto minha cabeça puder deitar naquele travesseiro e meus olhos se fecharem calmamente, significa que não errei e que isso, não chega a ser, sequer um pecado. Não enquanto eu tenho escolha.

Aqui residia a diferença estrondosa entre eles, Yoriichi sempre preferia prender os culpados, mas sabia que o sistema era falho e sempre priorizava os homens japoneses de descendência pura, assim como aqueles que possuíam algum tipo de amizade com um membro do governo ou fossem abastados o suficiente, com Surya, poderia ser a divindade suprema, o Imperador do Japão que ela não ligaria de sangrar se pudesse acabar com a vida dele da forma mais dolorosa possível se fosse culpado do que ela mais abomina é claro.

-- Me deixa trabalhar Ychi, depois pode me castigar à vontade -- eram tantos os duplos sentidos na voz dela que ele apenas respirou fundo empurrando-a até a cama jogando-a sobre os lençóis.

-- Você fará exatamente o que eu mandar quando te tirar desse bordel, sei que tem a localização de Gyokko então não deixe um rastro de mortes para serem seguidos pelo caminho, pois, estará sozinha e não terei como te socorrer se precisar.

A mulher riu com graça antes de enlaçar as pernas dele o puxando para cama e mudando a posição, sentando sobre o quadril alheio.

-- Eu nunca precisei de proteção e apesar de gostar da sua, eu sei me virar muito bem. Agora -- desceu as mãos pelo abdômen sarado -- Sabe que precisamos encenar muito bem.

༺══༻

Mansão Kibutsuji


Se passaram três semanas desde a última festa que compareceu, agora vagava pela mansão Kibutsuji. Sn não compreendia o seu papel e talvez, não precisasse compreender. Muzan não a trouxera para o local com grandes planos, no fundo, simplesmente gostou do belo bibelô que adquiriu, afinal ele tem você.

Seus dedos ralharam pelas páginas de um livro qualquer pensando na posição confortável e duvidosa em que se encontrava, todo o tempo que passou na casa do Kibutsuji nunca deixou de reparar a forma como ele te trata e mesmo sendo livre dentre as possibilidades restringidas por ele, nunca se apegou profundamente. Na sua cabeça era só mais um trabalho... Um trabalho interminável e muito bom.

Ao andar pelo ambiente um pouco perdida em pensamentos conflituosos, encontrou com Nakime que estava na sala dando uma ordem ao qual não prestou muita atenção, até que a morena te viu e acenou para você mandando que os servos saíssem.

-- Sn há quanto tempo não te vejo. O mestre quer que delegue ordens, vire uma espécie de governanta, entendeu? -- Você piscou diversas vezes confusa.

-- Eu nunca fiz isso...

-- Pra tudo tem uma primeira vez, não é mesmo? Agora devo ir, tenho um compromisso insubstituível com o lua um. Sora lhe ajudará com tudo o que precisar. -- Desviou o olhar para a loira que jazia de cabeça baixa, caminhando até a mulher que se contraiu mais.

-- E lembre-se: -- Você é apenas uma reles empregada que deve obedecer a sua patroa. -- Nakime desviou o olhar para você. -- Bom Sn não deixe que façam corpo mole, essa mansão tem que estar impecável até o anoitecer, até mais.

Você ficou extremamente confusa, desde quando era a patroa? Até onde se recordava e muito bem, não passava de uma prostituta.

"Se bem que ele sempre maquia as coisas." Seu pensamento ecoou conforme encarava a loira, teria que dançar conforme a música se quisesse se manter bem.

-- Olhe para mim e me diga seu nome. -- Foi sua primeira ordem.

-- Sou Suzuki Sora. -- Fez uma reverência curta.

-- E quais são as suas competências?

-- Farei o que a senhora mandar. -- A voz calma se curvando lentamente em resposta ao olhar da falsa patroa.

-- Pois prepare uma refeição tradicional e depois limpe a cozinha, já pode ir. -- Após mais uma reverência, a mulher deixou o local e Sn seguiu andar acima, adentrou ao próprio quarto, resolveu arrumar os vestidos que havia bagunçado quando acabou, achou graça do fato de que nunca em toda a sua vida teve tantas opções e, na verdade, nem se referia a formalidade dos trajes. Avaliando sua vida depois da morte da Oiran, essa era a primeira vez que tinha escolhas — poucas — mas tinha. Kibutsuji Muzan não te forçava a nada, ele exigia a sua presença e estando tão absorta na atmosfera da pouca liberdade que tinha, sentia-se abençoada, desde que se fixou casa, nunca mais pisou no bordel e após aquela noite Hina nunca mais incomodou. Aos poucos aquela sensação de culpa e nojo que jamais deveriam te pertencer foram suprimindo e agora se via realmente interessada em descobrir o que um homem como Muzan Kibutsuji queria com você.

-- Por que não exige algo? -- A voz a assustou deixando cair o vestido selecionado, o mesmo que usava na noite em que o salvou. Não tinha pretensão alguma de o servir, mas, não reclamaria de algo que tem proporcionado tanta calmaria.
Virando para a porta, encarou a lua em trajes pretos um pouco mais reveladores do que estava acostumada.

-- Senhorita Daki, o que faz aqui?

-- O mestre mandou verificar se precisa de alguma coisa, parece que ele quer ter a certeza de que o passarinho enjaulado dele não morreu.

Apesar da raiva e escárnio na voz da platinada, não respondeu. Respirou fundo pegando o vestido e o colocando no armário.

-- Diga a ele que estou bem e que agradeço a preocupação. -- Seus lábios se curvaram em um sorriso doce que fez com que Daki sorrisse abertamente.

-- Aprendeu direitinho. -- Riu levemente. -- Estarei na piscina se precisar e pense um pouco na minha proposta.

Apesar de se sentir bem, não queria se molhar, estava tão leve pela primeira vez em toda a sua vida que queria aproveitar tal sensação e assim mais uma tarde se passou, com o anoitecer, a chegada do Kibutsuji trouxe um pouco mais de barulho ao ambiente.

O jantar fora degustado por doze pessoas além da própria Sn, o salão estava cheio e de certa forma se agradecia mentalmente por ter feito com que Sora cozinhasse bastante, pela música e bebida estavam comemorando algo e o olhar ferino do rei foi para o seu corpo bem coberto e delineado pela vestimenta, ele deixou o ambiente, mas não sem antes lhe lançar um olhar inquisidor.

Sn gostava de ser adequada, nunca vulgar já basta a fama que a infame e mais antiga das profissões trazia e com isso terminou a bebida lentamente pedindo licença a Aizetsu com que havia passado a dialogar, antes de seguir os passos de Muzan, mal passou pelo corredor quando sentiu seu corpo ser puxado lentamente até a sala ao lado, o susto logo passou ao ver o semblante do Kibutsuji que a encarava faminto, mal deu por si sentindo as mãos subirem o  vestido, o olhar intenso indo de encontro a boca enquanto a esquerda alcançou os prendedores da coxa, soltando a cinta, o leve cheiro de álcool se fez presente quando sentiu o hálito do mais velho perto do pescoço, a boca rapidamente se apossou da dela e quando sugou todo o ar, se afastou para virá-la bruscamente na parede e descer a calcinha, era possível ouvir o barulho do cinto sendo aberto e a mão firme no quadril feminino.

-- Empine mais. -- Sussurrou, antes de expor o membro e pincelar na entrada se arremetendo de uma vez. O grito se prendeu em sua garganta enquanto tinha as mãos presas pelas dele, o rosto virado para o lado e o corpo recebendo toda a carga do impacto firme do Kibutsuji que se divertia com você...

Seu corpo estava esgotado sobre o dele, descansando com a cabeça amparada ao peito masculino, sua respiração ainda ofegante enquanto Muzan tragava o charuto dispersando a fumaça no ar, o olhar imponente do homem percorria por cada curva de seu corpo pouco coberto pelo paletó, apreciando cada marca que deixou, pois, o que começou apoiado na parede percorreu pelo restante da noite e agora jaziam deitados no enorme sofá de luxo daquela sala particular.

Sn é uma obra de arte, uma poesia entristecida que nas mãos do carrasco correto se delibera cada vez mais, tornando-se para ele uma perfeição em formato de mulher. O som mais belo que ele já tocou e pensando dessa forma o rei sentia-se instigado. Queria muito mais e, ao mesmo tempo, tentava segregar, sentindo o paladar regozijar com cada lembrança sua, mortalmente se amaldiçoando por ser um homem de vícios e olhando-a com firmeza e quietude, tinha certeza de que se tornou o maior de todos eles, acalmando a mente sem nem mesmo saber, se perdendo em suas curvas e esquecendo momentaneamente de quantos ainda pretendia matar.

O vício perfeito, o sabor mais delicado e único que facilmente poderia arruiná-lo, se não fosse tão ingênua. Todos precisam de uma válvula de escape e a bela Sn se tornou a de um rei que há muito tempo perdeu a alma e não se arrepende de nada.

-- Desde que chegou aqui não me pediu nada ou sequer usufruiu do que te dei. -- Afirmou ainda tragando o charuto, querendo dar um fim aos pensamentos. Sn se ergueu minimamente apenas para olhá-lo com afinco os orbes enormes piscando lentamente tentando capturar uma vez sequer que realmente foi contra uma ordem ou agiu por impulso e retirando às vezes em que estava bêbada ou tentou contra a própria vida. Não havia nada.

-- Realmente não tenho do que reclamar. -- Afirmou, Muzan passou a mão no seu cabelo colocando um punhado atrás da orelha e depois soltou a fumaça em sua direção, você sentia a quentura do charuto próxima a sua orelha exposta já que ele mantinha o charuto entre os dedos, suas respiração falhou momentaneamente antes da ideia de Daki passar por sua mente.

-- Eu...

-- Diga. -- Afastou o charuto e as mãos delicadas pressionaram a pele pálida se erguendo minimamente.

-- Gostaria de ter um espaço só meu. -- Ele te virou rapidamente antes de elevar o charuto.

-- Hum... -- Sorriu lentamente deslizando os dedos pela sua pele calmamente, traçando um caminho único.

-- Afastada de tudo, onde eu pudesse olhar o mar. -- Foi tudo o que respondeu enquanto ele tragou novamente, entretanto, dessa vez tomou seus lábios, a fumaça entre as bocas que aos poucos saía pelos cantos, conforme o rei te possuía mais uma vez.

O sol fraco que passava pela fresta da cortina era o menor dos seus problemas, conforme as batidas ecoavam na porta, demorou a despertar até dar-se conta de que estava sozinha, as roupas largadas pelo chão e o que cobria o corpo levemente frio era o paletó preto, se sentando no sofá e vestindo de vez a peça pronunciou um fraco entre notando a luz passar pelo arco e os sapatos polidos ficarem ali estagnados, o olhar nada altivo para não ver o que não deveria.

-- Senhora, o mestre quer que se apronte e esteja bem disposta às vinte horas. -- Assentindo e pedindo por um café, levantou, aos poucos recolheu as peças do chão e tirou o paletó, pondo o vestido da noite anterior e assim seguiu com todos os itens em mãos em direção ao quarto.


༺══༻

A loja estava intacta, qualquer um que passasse de carro ou até mesmo a pé pela madrugada de Shibuya não notaria o som do metal colidindo com a carne cada vez mais violento, os cortes que faziam com que o sangue vazasse pelas vestes caras e os gemidos de dor e desespero. A mão da mulher que logo tapou a boca do homem que aos poucos começava a perder a cor da pele para a palidez.

-- Shiii docinho. -- Ela o apertou mais com o quadril e abaixou em direção ao ouvido direito. -- Não queremos que estraguem a nossa distração.

Ela sentou novamente pressionando mais um dos pontos do corpo do homem que agora respirava com dificuldade e ao tirar a faca da pele ergueu vendo o sangue escorrer em prazer, na lâmina refletia o sorriso de orgulho.

-- Sua vaga... Vagabunda! -- O xingamento saiu tão baixo que ela gargalhou mais um pouco apontando a lâmina para o rosto dele, mas específico na bochecha perfurando lentamente.

-- Que boquinha mais suja Gyokko. Eu pensei que um lua fosse mais respeitoso e não que agisse feito um rato-de-esgoto -- afundo mais a faca perfurando de vez a pele dele.

-- Quando o meu mestre souber...

-- É isso que eu quero. -- Se abaixou mais dessa vez deitando sobre ele. -- Quero que aquele desgraçado pare de se esconder, mas deixe que disso eu vou cuidar pessoalmente. Agora vamos trabalhar -- Beijo a bochecha dele se levantando e se afastando para pegar a bolsa que trouxe consigo, onde todos os instrumentos necessários seriam utilizados tanto para o lua quanto para a limpeza.

-- Você disse que gosta de arte Gyokko. -- Abriu a mala retirando um objeto extremamente afiado. -- Terá a honra de ser em primeira mão o instrumento de uma artista.

O sorriso deturpado em meio a um olhar tão doce que chegavam a causar dúvidas a quem olhava para ela, mas se o lua sobrevivesse até o amanhecer seria muito, afinal Surya nunca falhava em uma missão e a caçada estava prestes a começar e ninguém sairia em pune, nem mesmo você...


Para o coração e a mente, a ignorância é gentil

Não há conforto na verdade e a dor é tudo que você encontrará


Muito obrigada pelos 1k de leitura <3

Dividi em duas partes para não ficar cansativo de ler, quando acabar o próximo, finalizo a fanfic.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top