Posfácio
Viver com o coração aberto aos sentimentos e às experiências é como construir uma casa num outeiro gramado, cercado por uma floresta intransponível. Vez ou outra, um passarinho pousa nas camélias do jardim e ecoa um canto aos ouvidos.
A maneira com que ouço a melodia imprime a forma de interpretar minha vivência. Pistel foi uma melodia acolhedora com que fui prestigiado. Entrou na minha vida e trouxe alegria a noites de choro e solidão.
Quando criança enxergava o mundo mais colorido, mas à medida em que o tempo foi escorrendo por entre os dedos de minhas mãos, as cores foram se perdendo. Aquela bolinha cinzenta de olhos enegrecidos colocou um sorriso no meu rosto; e tal qual raio repentino, partiu sem dizer adeus.
Mas do que vale um adeus quando a alma aprende a dizer até logo? Hoje, mais de quinze anos depois que Pistel entrou na minha casa dentro de uma gaiolinha rasteira, colho os frutos dos sentimentos que cultivei por ele àquele instante.
Viver é sentir. E ser sentimental é ser poético para o passar da vida. Os dias nos trazem aves coloridas que cantam em nossas janelas. A nós, apenas o ato de abri-las: girar a tramela do coração. O medo não compensa quando somos capazes de ver a beleza de nossa essência.
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