3. CRADLES

Fogo se espalhando pelo meu quarto

Meu mundo tão brilhante

Está difícil de respirar

Mas tudo bem (silêncio)

Eu ainda estava analisando o projeto de um novo tipo de drone do Haytham quando as novas atualizações da Merindah chegaram. Minha curiosidade falou mais alto, me fazendo deixar o serviço de lado e indo me distrair com ela.

— Como estamos? — Haytham surgiu a porta do laboratório, me fazendo deixar o celular de lado por um momento.

— Muito bem. — Eu mostrei as peças espalhadas sobre a mesa com um aceno, apontando para um grupo em específico. — Não é minha especialidade, mas eu diria que seu problema é nesse conjunto de circuitos.

Haytham se aproximou, examinando as peças e ouvindo minha longa e complicada explicação.

— Pode resolver? — ele levou suas mãos às costas, arrumando sua postura e me encarando.

— Posso. — Eu voltei meus olhos para Haytham, vendo-o acenar em aprovação antes de se afastar.

— A propósito, quando terminar isso poderá voltar para o seu quartel-general. — Ele me encarou sobre o ombro antes de sair do laboratório, me deixando sozinho.

Eu sorri, voltando minha atenção aos circuitos e começando meu trabalho cuidadoso.

***

Quando você volta? — a voz de Killer soava abafada do outro lado da linha.

— Chego aí dentro de poucas horas. — Eu olhei os prédios que corriam pela janela do carro, suspirando e apoiando meu corpo à porta. — Vou dar uma olhada nas informações que a Merindah me passou, assim quando chegar tenho como saber se o trabalho dela acabou.

— Tenho certeza de que ela vai ficar mais do que feliz em saber disso. — Havia um tom divertido na voz dele, mas eu decidi ignorar. — Até logo.

Eu encerrei a chamada, pegando o telefone e encarando a tela por alguns segundos antes de abrir o aplicativo pelo qual conversava com Merindah.

Antes que eu pudesse abrir a conversa com ela, a notificação de uma nova conversa surgiu. O número era desconhecido, não podia ser rastreado e havia acabado de me enviar um vídeo.

Eu respirei profundamente, abrindo o vídeo e sentindo meu corpo congelar. O vídeo mostrava dois homens em frente à entrada do prédio da Merindah, falando algo em um idioma que eu não reconhecia.

— Merda! — eu fechei o vídeo, ligando para Merindah. — Vamos, atende... finalmente!

Kid? — sua voz parecia sonolenta e isso me acalmou um pouco. — Sua voz tá diferente? É você mesmo?

— Gato cinza com mancha branca na cara. — Eu a ouvi praticamente rosnar. — Quero que você saia de casa. Agora! Vá para a casa de um dos seus vizinhos, não saia do seu prédio! É importante!

— Kid, eu não saio de casa há mais de um ano literalmente, eu só vou na minha varanda. O que está acontecendo? — eu respirei profundamente.

— Merindah, você precisa sair de casa agora! Tem alguém na porta do seu prédio. — Eu comecei a bater os meus pés nervosamente. Teimosa.

— Escuta, eu não vou sair de casa. — Eu suspirei pesadamente. O que eu vou fazer com essa mulher?

— Eles não sabem em qual andar ela mora. — O motorista me olhou pelo retrovisor. — Eu sei um pouco de russo.

— Escuta... Eu vou mandar o Killer te buscar. Não quero saber se você não sai de casa tem dez anos, você precisa ir com ele. É para a sua segurança! — eu pensei por um instante, respirando profundamente. — Ele vai te falar a senha...

Tá. — Eu fiquei mais do que feliz de ela ter entendido antes de encerrar a chamada e ligar para o Killer.

— Gato cinza com mancha branca na metade direita da cara. — Ele mal havia atendido o telefone e eu comecei a falar. — Pega o capanga que o Cormac deixou, a Colt e vai até a Merindah, agora!

Deu merda? — eu podia ouvir os passos dele pelo QG.

— Sim. E eu meti a Merindah nessa, tenho que cuidar dela. Se algo acontecer é minha culpa. — Eu suspirei. Que merda, não pensei que fosse chegar nesse ponto. Nunca chegou para que eu precisasse me preocupar assim.

— Deixa comigo, te retorno assim que ela estiver aqui. — Ele desligou e eu respirei por um momento. Ela estava em boas mãos.

Eu voltei meus olhos para a janela bem a tempo de ver o caminhão vindo com tudo na minha direção. Merda!

⚠️Alerta de Gatilho para Assédio⚠️

Quem esse hacker pensa que é pra mandar em mim assim? Eu troquei de roupa, colocando um jeans e uma camiseta no lugar do pijama antes de escovar meus dentes e ir até à cozinha, pegando a adaga no altar.

Eu suspirei, colocando a faca escondida no meu bolso antes de pegar o regador. Merda, o Kid disse que eles estavam do lado de fora do prédio... E se me virem?

— Ele também pode estar mentindo e tentando me sequestrar... — eu comecei a caminhar pela minha sala, olhando para a varanda através das cortinas. — Ele pode querer vender meus órgãos no mercado negro.

Eu respirei profundamente, me sentando na escrivaninha, desligando e desconectando todos os cabos do notebook antes de encarar o celular por dois segundos e desligá-lo, o enfiando em uma gaveta.

— É por isso que as pessoas não confiam em hackers. Só você mesmo, Merindah, pra confiar em um completo desconhecido e que viu as suas fotos... — eu suspirei, pegando a adaga e me jogando no sofá, brincando com ela entre meus dedos. — Que inferno, eu não tenho um momento de paz nesse caralho!

Eu fiquei encarando o teto por alguns longos momentos antes de ouvir as batidas na porta. Minha respiração parou por um momento enquanto eu apertava o cabo da adaga e ia até à porta.

— Merindah, eu sou o Killer, amigo do Kid. — Eu ouvi a voz soar abafada através da porta, não me arriscando a chegar perto. — Gato cinza com mancha branca na metade direita da cara.

Eu abri a porta de uma vez, encarando o armário de cabelo loiro comprido que me encarava. Ele tinha uma máscara no queixo e sorriu para mim antes de voltar a cobrir metade do seu rosto com ela e entrar no meu apartamento seguido de um outro cara de terno. Ele fechou a porta e me encarou por alguns instantes.

— Pega o que precisar. E espero que você não tenha medo de andar de moto. — eu o encarei por dois segundos antes de dar desistência e decidir os acompanhar pelo menos até a rua.

— Eu tenho uma... bagagem de emergência. — Eu fui até o quarto, abrindo o guarda-roupa e pegando a bolsa praticamente escondida na parte mais alta. — Pron-

Killer apontou para mim, pedindo silêncio enquanto segurava uma arma e seu companheiro se posicionava ao lado da porta, esperando.

⚠️— Ei, vadia! Eu sei que você está aí! — eu quero morrer. O imbecil do filho do meu senhorio estava na porta, batendo e gritando. — Eu só quero ver essas suas tetas de vaca de novo e te deixo em paz.

Killer suspirou, trocando um olhar com o outro homem antes de acenar com a cabeça para ele. Eu fiquei os encarando, sentindo minha garganta queimar pelo choro preso.

— Vamos lá, abre a porta! — eu respirei fundo e Killer se aproximou um passo a mais de mim, colocando a mão em meu ombro. Eu voltei meus olhos para a porta, vendo seu companheiro espiar pelo olho mágico antes de colocar a mão na maçaneta. — Eu vi você! Abre essa porta!⚠️

Em uma fração de segundo o cara abriu a porta, agarrou o pulso do garoto e puxou para dentro do meu apartamento.

— Se você falar eu te mato. — Killer apontou a arma para o garoto, que o encarou assustado. — Ótimo. Vamos, eu vou te tirar daqui.

Killer apontou para a porta, pegando a minha bolsa enquanto seu 'amigo' algemava e amordaçava o garoto. Até que era levemente satisfatório.

Eu os segui pelas escadas até a saída do prédio. Haviam dois homens conversando em um idioma que eu não conhecia e um deles estava ao celular. Killer suspirou, olhando ao redor enquanto eu ainda estava prestando um pouco de atenção aos estranhos.

Duas palavras fizeram minha mente disparar. Dasvidaniya e meu nome, em um sotaque muito carregado. Merda, merda, merda! O Kid estava certo! São russos e estão atrás da gente por causa do 'trabalho'.

— Tem uma saída pelos fundos. — Eu sussurrei, voltando meus olhos para Killer. — Por aqui.

Eu observei os estranhos, que estavam irritados e olhando para o outro lado da rua, antes de passar rápida e cautelosamente na direção opostas as escadas, indo para a porta que levava ao corredor que daria na rua de trás do prédio. Os rapazes me seguiram e logo estávamos na rua.

— As motos estão um pouco mais a frente. — O cara de terno apontou com a cabeça para um ponto qualquer e eu os segui.

— O que está acontecendo? — admito que é levemente calmante saber que um dos caras me protegendo é da altura de um armário e tem o físico de um fisiculturista.

— Parece que mexemos com algo mais perigoso do que imaginamos. Normalmente isso não acontece. Temos as ameaças de ter dados expostos, algumas ameaças a nossa vida, mas é a primeira vez que um dos nossos bod-... — ele parou me encarando enquanto eu o olhava irritada. — Aliados é ameaçado diretamente dessa forma. Normalmente é apenas um risco de exposição, nada tão extremo.

— Você ia me chamar de bode. — Eu o encarei e ele riu.

— Desculpa, normalmente pessoas como você são usadas por pessoas como nós de bode expiatório caso as coisas deem errado, judicialmente falando é claro. — Ele pegou uma chave em seu bolso, se aproximando de uma moto grande e que parecia ser bem potente, subindo nela e a ligando. — Raramente a integridade física de nossos bodes expiatórios é colocada em xeque. Você é uma incrivelmente rara exceção, Merindah. E isso começa a me preocupar.

Eu o encarei por um instante a mais antes de suspirar e subir na moto, colocando o capacete que ele me entregou e passando os braços ao redor do seu corpo. Logo os prédios e a paisagem ao redor se tornaram um borrão, me fazendo fechar os olhos e apertar meu corpo um pouco mais contra o de Killer por causa da alta velocidade.

O quão grande é essa confusão?

Porra! Como a minha cabeça dói! Eu abri os olhos, estava preso, sim, preso, a uma maca ou cama, não sei. Havia uma luz forte que me cegava e me impedia de ver qualquer outra coisa. Eu não sentia meu corpo e estava completamente desorientado, mas sentia um gosto amargo em minha boca seca e um forte cheiro metálico.

Novamente eu tentei me mover, o que se mostrou totalmente inútil e só serviu para espalhar o pânico pelo meu corpo, fazendo minha respiração se tornar irregular e barulhenta. Eu preciso me acalmar se quiser sair daqui e descobrir o que aconteceu...

Eu fechei meus olhos, respirando profundamente e tentando me acalmar. Pense nos seus jogos, uma exploração básica pelo mundo de Horizon, as partidas com os rapazes em Dead by Daylight. Muito melhor.

Minha mente e minha respiração se acalmaram e eu tentei me lembrar do que havia acontecido. Eu conversei com Merindah e logo em seguida liguei para o Killer e então... o caminhão! Um caminhão bateu contra o carro, me acertando em cheio. Eu lembro de sentir muita dor do lado esquerdo do meu corpo e de ouvir tiros. Tiros não, tiro, foi apenas um, executaram o motorista do Cormac.

Eu engoli seco, algo estava errado, muito errado. Eu não sentia a dor, na verdade, eu não sentia o meu corpo inteiro. Fazendo algum esforço eu consegui virar a minha cabeça, sentindo-a doer mais ainda e vendo a razão do cheiro metálico que empesteava o local. Senti um frio tomar conta de mim, encarando a cena e deixando um grito de dor escapar.

— Onde ele está? — nós havíamos acabado de chegar e seguíamos em direção às escadas. Eu estava no mínimo curiosa, ia conhecer a minha sombra protetora.

— Eu não sei. — Killer olhava para o telefone, e mesmo com a máscara e a franja escondendo boa parte do seu rosto, eu me arrisco a dizer que ele parece muito preocupado. — Tem algo errado.

As escadas terminavam em uma porta de correr de metal, que Killer abriu sem o mínimo esforço, exibindo um local amplo com mesas dispostas em um semicírculo de frente para a parede onde havia uma televisão enorme e um espaçoso e confortável sofá de frente para ela.

— Nossa... — eu olhei ao redor. As paredes eram de concreto e tinham algumas luminárias de LED e posters de jogos e filmes espalhados.

— O que aconteceu? — Killer se aproximou de uma das mesas onde um homem de cabelo preto digitava furiosamente em um computador.

— O Kid sumiu do radar. Estou fazendo o rastreio para o Cormac. — No mesmo instante Killer se esqueceu completamente de mim, largando minha bolsa no chão e indo para a mesa mais próxima. — Eles já estão atrás dele.

— Ele já sabia que algo assim ia acontecer. — Killer mantinha os olhos fixos na tela enquanto seus dedos moviam-se com tanta rapidez sobre o teclado que eu me perguntei como ele não errava uma letrinha. — Talvez não assim, mas sabia que estava em perigo.

— Não deve ter imaginado algo assim, já estava voltando para casa mesmo. Talvez tenha pensado que iam tentar algo aqui. — Um cara de cabelo azul em um tom que parecia meio desbotado se levantou, dando a volta na sala e indo para perto de uma mesa na parte mais oposta da sala, mexendo em algo ali.

— Achei! — o moreno falou alto, voltando a encarar seus companheiros. — O Cormac está a caminho... temos que mandar o Lawrence para lá.

— Ele não gosta da gente. — Killer se levantou, se aproximando do amigo. Enquanto isso, eu estou aqui, entendo nada.

— Ele vai abrir uma exceção. — Os três encararam algo na tela, fazendo uma expressão que eu julgo ser surpresa. — Ele está vivo?

— É o Kid, é claro que está. — Killer se aproximou um pouco mais da tela, digitando algo antes de levantar seus olhos para mim. — Desculpa, Merindah. Eu vou te mostrar as coisas e onde você pode ficar.

Killer apontou para as escadas de metal que levavam a um segundo andar com quartos que pareciam ser bem espaçosos.

— Você pode ficar aqui. — Ele abriu a porta de um quarto espaçoso e decorado de forma bem simples. — Tem uma suíte ali e você pode deixar as suas coisas naquele armário... ah, mais uma coisa, eu venho te buscar quando essa confusão passar. Por favor, não saía do quarto. Tem tevê a cabo, um notebook com internet segura e vou te arrumar um celular assim que possível.

— Não se preocupe com o celular. Mas eu quero buscar as minhas plantas assim que possível. — Eu deixei minha bolsa sobre a cama, me virando para Killer antes que uma pequena confusão começasse no andar abaixo. — Vai lá. Eu vou ficar mais do que bem aqui.

Ele tentou sorrir antes de sair, fechando a porta atrás de si. Eu aproveitei e me joguei sobre a cama, encarando o teto e respirando profundamente.

— Onde eu me meti? — eu fechei meus olhos, suspirando e deixando o cansaço causado pelo estresse dos últimos dias tomar meu corpo, me fazendo adormecer.

— Como ele está? — eu podia ouvir a voz de Killer e isso me acalmou, mesmo que ela estivesse soando distante.

— Hm, vai sobreviver... quase sem sequelas. — A voz do idiota do Lawrence me irritou, me fazendo apertar a mandíbula, quase rangendo os dentes. — Acho que ele acordou... é uma boa ideia diminuir a iluminação para ele não morrer de dor de cabeça.

Eu esperei alguns instantes antes de sentir alguém tocar meu ombro, abrindo meus olhos e me arrependendo no mesmo instante. Tudo ao redor girou e isso fez meu estômago se embrulhar.

— Vai com calma. — Killer surgiu no meu campo de visão, com metade do seu rosto coberto pela máscara. Eu respirei fundo, fechando os olhos antes de tentar novamente. — Melhor?

— Sim. — Minha garganta arranhou dolorosamente e minha voz não saiu. Lawrence entregou um copo com água para Killer. Eu me sentia uma criança... ou pior, um inválido. — Bem melhor. O que aconteceu?

Minha voz ainda soava baixa, porém não era mais doloroso falar. Eu olhei ao redor, percebendo que estava no meu quarto e que ele havia sido parcialmente transformado em um quarto de hospital.

— Não se faça de sonso. — Lawrence me olhou por cima do ombro, mexendo em uma de suas máquinas médicas. — Você sabe o que aconteceu. A única parte da qual você não se lembra é da cirurgia.

Eu engoli seco. Tinha uma remota esperança de que aquilo tivesse sido um delírio causado por drogas ou qualquer coisa do tipo. Mas ele estava certo, eu sabia. Tanto que evitava olhar para o meu braço.

— Segundo o Cormac, podia ser pior. — Lawrence se aproximou, examinando minhas ataduras. — Você vai precisar de uma enfermeira.

— Temos uma, resta saber se ela vai aceitar ajudar e se vai aturar ele. — Lawrence sorriu pelo comentário de Killer. — Vou buscá-la.

— Sortudo. — Lawrence me olhou sobre o ombro enquanto fingia mexer na minha escrivaninha.

— Me explique onde nessa situação está a minha sorte, seu babaca. — Eu desviei o olhar na direção da janela, encarando a cortina.

— Vejamos, eles podiam ter te matado quando viram o estado em que você estava. O caminhão podia ter esmagado metade do seu corpo, não apenas seu antebraço e metade do seu braço. — Ele se virou para mim, puxando a cadeira e se sentando enquanto me encarava, parecendo mais do que satisfeito que dessa vez eu não poderia quebrar o seu nariz. — Eles podiam ter torturado você. Ah, e você ia ter que lidar com uma estranha aqui como sua enfermeira. Acho que isso basta.

Eu bufei, voltando a encarar a parede antes que a porta fosse aberta novamente.

— Eu vou entender se você não quiser ver... A coisa está bem feia. — Eu olhei na direção da porta, vendo as costas de Killer enquanto ele olhava para alguém do outro lado.

— Obrigada pela consideração. — Uma risada melódica se seguiu ao seu comentário. — A única forma dele me assustar é se for apenas o corpo, sem a cabeça e ele ainda estiver se movendo. — Uma conhecida figura de mechas esverdeadas entrou no quarto, me encarando por um momento com uma expressão aflita e surpresa. — Ele não devia estar aqui-

— Ele vai ficar bem, Merindah. — Lawrence olhou para ela, ignorando minha expressão surpresa e irritada. Como ele a conhecia? — Gostei do cabelo.

Ele apontou para uma mecha do cabelo dela, exibindo um pequeno sorriso.

— É um prazer vê-lo novamente, Dr. Law. — Ele sorriu quando ela o chamou pelo apelido antes que ela se aproximasse. — Eu não tive a oportunidade de agradecê-lo pelo que fez por mim.

— Não foi nada. Espero que tenha passado melhor esse ano e meio. — Ele se levantou, recebendo Merindah de bom grado entre seus braços quando ela o abraçou e disse obrigado repetidas vezes. — Novamente, não foi nada. Foi prazer ajudar e cuidar da melhor enfermeira natural que eu já vi.

Merindah sorriu, afastando-se dele e voltando seus olhos para mim.

— E quanto ao meu paciente? — ela se aproximou um passo a mais de mim, me examinando. Aquele cheiro metálico que ainda impregnava meus sentidos deu lugar a um perfume de aroma agradável, era como se de repente um jardim aparecesse.

— Merindah, eu te apresento Eustass 'Kid'. — Lawrence fez uma reverência exagerada na minha direção, me irritando e isso o fez rir. Quanto a minha enfermeira... Ela me olhava atônita, como se não pudesse acreditar no que via.



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