12. BODY

⚠️AVISO DE GATILHO: manipulação emocional e culpabilização de vítima⚠️

Leia com cuidado


Deixe-me agradá-lo como faria

Deixe-me agradecer como eu deveria

Deixe-me te amar até sentirmos o gosto do orvalho da manhã

Kid tinha um sorriso arrogante enquanto me encarava, apoiado a ambos braços e praticamente me prendendo sob seu corpo. Minhas pernas estavam ao redor da sua cintura e minhas mãos brincavam com seu cabelo enquanto ele fazia seu rápido estudo do meu rosto.

— Gostando da visão, hacker? — ele se abaixou, me beijando e apertando ainda mais seu corpo contra o meu, me fazendo suspirar.

— A melhor que já tive. — Kid sorriu enterrando o rosto em meu pescoço e espalhando beijos quentes e molhados, que me faziam suspirar e agarrar seus cabelos enquanto seu pau se esfregava contra mim. — Estou começando a gostar disso, bruxinha.

— Nem pense- — as palavras se perderam em um gemido quando ele mordeu meu seio, chupando a ponta e a soltando com um estalo, exibindo um sorriso convencido antes de fazer o mesmo com o outro.

Meu corpo estava quente, uma fina camada de suor começava a se formar enquanto os lábios de Kid estavam ocupados em deixar minha pele sensível e me levar a loucura.

— Entendi, você gostou de me provocar... Agora acho que já está bom? Não? — eu o encarei com os olhos semicerrados, o vendo se afastar um pouco e lamber os lábios, abrindo um sorriso travesso. — Kid...

— Na verdade, eu estava apenas aproveitando eles. Sabe que eu gosto disso... Mas agora que você deu a ideia... — ele se afastou, deslizando para baixo e agarrando minhas pernas, as colocando sobre seus ombros. — Estou mesmo te devendo uma boa preliminar...

— Vamos ver se essa sua boca sabe fazer algo além de xingar tudo e todos. — Eu o encarei com uma expressão levemente arrogante antes que ele sorrisse, segurando com força minhas coxas e enfiasse sua cara entre elas, me fazendo suspirar.

Aparentemente sabe e muito bem. Eu agarrei as mechas vermelhas, minha respiração se tornando pesada e irregular enquanto o prazer enevoava a minha mente. Os olhos amendoados me encaravam com uma expressão presunçosa e o aperto firme em minhas coxas me impedia de fechá-las em reflexo enquanto uma onda de prazer tomava meu corpo.

— Kid... — minha voz soou fraca e engasgada quando ele não se afastou, continuando a explorar cada pedaço do meu corpo. Meus dedos puxavam seu cabelo até que ele finalmente se afastou minimamente.

— Lembra quando eu disse que queria te fazer gemer até as paredes não abafarem mais o som e acordar todo o prédio? — seu sorriso se tornou maior quando eu concordei fracamente, as lembranças voltando e me deixando com mais tesão ainda. — Esse parece ser o momento perfeito para isso.

Ele mordeu minha coxa, beijando a marca vermelha antes de novamente afundar seu rosto em mim, fazendo um gemido alto escapar enquanto eu me agarrava a seu cabelo, o puxando. Um segundo orgasmo tomou meu corpo, acompanhado de um grito rouco.

Kid se afastou, exibindo um sorriso arrogante e lambendo os lábios antes de espalhar beijos pela minha barriga, subindo até meus seios e criando uma trilha de beijos entre eles.

— Rodada três. — Ele sorriu, beijando meu maxilar e levando suas mãos as minhas pernas, as colocando ao redor da sua cintura, esfregando a ponta contra mim antes de empurrar todo para dentro, me fazendo gemer enquanto o prazer se espalhava. — Caralho! Isso é muito bom.

Kid apoiou seu corpo aos braços, me encarando e exibindo um sorrisinho antes agarrar minhas mãos, me prendendo.

— Hm, adorei isso. — Ele sorriu, empurrando contra mim.

— Cala a boca. — Minha voz saiu entrecortada e eu queria realmente conseguir pensar em algo mais elaborado para falar, mas porra, estava tão bom.

— Deixa eu te ajudar com isso. — Ele tomou meus lábios em um beijo quente, cheio de desejo enquanto arrumava seu corpo, encontrando um novo ponto de prazer e indo ainda mais fundo. — Você está tão molhada que o meu pau escorrega dentro de você... Isso é bom pra caralho.

— Eu — não tenho nem como discutir, ele está certo. — Calado.

Kid sorriu, empurrando seu corpo contra o meu ainda mais rápido e com mais força, fazendo gemidos altos escaparem pelos meus lábios e minhas pernas tentarem o puxar ainda mais contra mim.

Minha mente se tornou embaçada, a única coisa presente eram as mechas vermelhas, o sorriso presunçoso e os olhos amendoados enquanto outro orgasmo me atingia, o grito rouco sendo abafado pelo beijo necessitado à medida que as coisas se tornavam calmas.

— Da próxima, eu te amordaço. — Kid riu, se afastando antes de me beijar rapidamente e se levantar, pegando uma garrafa de água perdida em algum lugar do quarto, voltando para a cama e puxando meu corpo preguiçoso e muito satisfeito contra o seu.

— Se quiser, tem que ser logo. Eu disse a noite toda, lembra. — Ele sorriu, beijando meu ombro e me entregando a garrafa.

— E você dá conta? — aquela expressão irritada fez meu sorriso se tornar ainda maior antes que ele me apertasse contra si.

— Vamos descobrir juntos, quem cansar primeiro perde. — Os lábios dele se curvaram em um sorriso arrogante enquanto ele apertava meu quadril, me puxando contra seu corpo. Algo me diz que essa será uma longa e deliciosa noite.

*

— Aqui, eu configurei pra você. E achei algo interessante nos arquivos, talvez a Merindah goste. — Eu me ajeitei na cama, sentindo um cobertor sobre mim enquanto ouvia Killer.

— Valeu. — Kid fechou a porta, se voltando para mim com um sorriso enorme e não era porque eu mal tinha forças para me mexer. — Eu tenho uma coisa para você.

— Melhor ser uma mordaça pra você e uma massagem. — Eu me sentei, resmungando antes que ele risse, me entregando um celular novíssimo e muito caro. — Não quero um telefone.

— Não... Seus livros. O Killer digitalizou eles e colocou no celular pra você poder ler. — Seu sorriso se tornou maior quando eu desbloqueie a tela e abri o único aplicativo instalado onde eu podia ver meus livros, todos digitalizados, com os desenhos e tudo mais. — Então... Que tal a gente fazer uma pausa e descobrir um pouco sobre a sua família.

Eu sorri enquanto Kid se sentava ao meu lado e me puxava contra si, me deixando deitar contra seu peito e abrir o grimório mais antigo que tinha.

— Porra, como lê isso? — Ele apontou para as runas, me fazendo rir.

— São runas escandinavas. E não, eu não sei ler elas, mas sei traduzir com base no que a minha avó me deixou. — Eu mostrei a ele os grimórios da minha avó, exibindo com orgulho os desenhos dela.

— Ei. O Killer disse que achou uma coisa nesses arquivos e que você ia gostar. — Kid me olhou curioso enquanto eu me sentava e procurava pelo que Killer podia ter encontrado, tentando me lembrar do que poderia ser.

— Não acredito... — eu sorri um pouco triste com as lembranças enquanto encarava a fotografia recuperada e Kid me olhava curioso. — É uma foto do meu gato.

Eu mostrei a fotografia antes de passar mais um momento a observando.

— O que acha de me ajudar a traduzir o que está naquele grimório antigo? — Kid me encarou por um momento antes de me puxar contra seu corpo.

— Depois. Eu tenho planos de não sair desse quarto hoje, bruxinha. — Eu ri, deixando o telefone de lado, passando as mãos por seu cabelo e o beijando.

— Bom dia, flor do dia. — Eu sorri, cobrindo meus olhos com o braço quando Merindah abriu as cortinas antes que eu me voltasse para a encarar, me esticando até a alcançar e a puxando para mim pela cintura. — Vamos... Temos que sair da cama.

— Eu discordo. — Eu enfiei meu rosto em seu pescoço, beijando a curva delicada entre ele e seu ombro antes de dar uma mordida. — Não temos nada pra fazer, podemos ficar na cama o dia inteiro... exatamente como ficamos a noite passada... e a noite antes dessa e assim vai.

Seu corpo se balançou em uma risada antes que ela se virasse para mim, sua pele macia cheirando a maçã e tão quente em contato com a minha. Merindah traçou com o dedo uma das minhas cicatrizes, levantando o rosto para mim e me beijando, enroscando suas pernas as minhas e me fazendo sorrir contra a sua boca enquanto minha mão descia por suas costas e apertava sua bunda.

— Ei pombinhos! — a voz de Killer soou abafada do outro lado da porta. — Levantem, o Kenway tá vindo pra cá.

— Merda. Não tenho um dia de folga. — Eu suspirei, fazendo Merindah rir.

— Vamos grande Hacker, podemos ter uma folga em outro momento. — Ela sorriu, se levantando e separando uma muda de roupa apresentável para nós dois antes de ir para o chuveiro.

— Tudo bem... — eu me levantei, praticamente me arrastando atrás dela.

Tudo estava quase pronto quando descemos. Os rapazes tinham virado o sofá e arrumado umas poltronas e uma mesa de café para a reunião do dia.

— Que merda o Kenway quer hoje? — eu me voltei para Killer, que saía da cozinha carregando uma bandeja com o que provavelmente deveria ser chá.

— O contrato da Merindah. Você sabe que essa parte do trabalho tem muita burocracia. — Ele sorriu para Merindah, apontando com um aceno para a cozinha. — Se adiantem, eles devem estar quase chegando.

— Como se sente? — eu encarei Merindah enquanto ela servia o café para nós dois.

— Bem, nada fora do normal. — Ela deu ombros e eu a encarei por um momento, sorrindo. Ela estava bem, com aquele ódio brilhando no fundo dos olhos, mas bem.

— Ótimo. Vamos acabar com esse desgraçado. — Seus lábios se curvaram em um sorriso tão cruel quanto o meu e eu me enchi de orgulho. Ela era a garota perfeita para um cara como eu.

— Olha só... Fiquei sabendo que a senhorita é mesmo uma viking. — Shay entrou na cozinha, pegando uma xícara de café e se apoiando a bancada. — Subi antes para avisar que o Charles veio a tiracolo. E aproveito para parabenizar você por ter saído do período de teste. A prótese parece estar funcionando perfeitamente.

— O que esse merda tá fazendo aqui? — Merindah riu da minha cara de nojo antes que eu exibisse para o Cormac o funcionamento da prótese já sem a função de espelho, mostrando o dedo a ele.

— Sei lá. Algo a ver com a psicóloga que ele trouxe. Achei ela uma escolha estranha vinda do Lawrence, mas não se preocupa, sua bruxa vai ficar bem. — Ele sorriu para Merindah, piscando para ela e a fazendo rir da minha expressão ciumenta. — Ela só está aqui para garantir que você não vá ter um... meltdown. Nada demais, nós não vamos tentar fazer você desistir, mas é nossa obrigação te passar algumas informações sobre o meu futuro alvo. Mas você é pior do que ele, — Shay apontou para mim, sorrindo de canto — então nada do que te mostrarmos vai te fazer mudar de ideia.

— Por que precisamos dessa etapa então? — Merindah se levantou contornando a mesa e encarando Shay.

— Infelizmente está no contrato, você tem que passar por ela. Normas da empresa, moça. — Ele deixou a xícara sobre a bancada saindo para a sala e indo cumprimentar os rapazes. Merindah se voltou para mim, rindo da minha cara.

— Não tem graça... — eu me aproximei, largando a xícara dentro da pia e passando meu braço ao redor do ombro dela, a puxando para perto de mim enquanto íamos para a sala.

— Ah, tem sim. Você com ciúmes é engraçado. — Ela sorriu, se colocando na ponta dos pés para me beijar enquanto parávamos de frente para a porta.

Logo Haytham surgiu acompanhado de seus três seguranças, seu secretário e assistente, Charles Lee, e uma hippie. A mulher parecia ter caído da cama em uma pilha de roupas antes de entrar no carro e vir para o Victoria.

— Senhorita Nimhìuil. — Haytham se aproximou de Merindah, a cumprimentando com um aperto de mão antes de se voltar para mim. — Eustass.

Eu apenas acenei com a cabeça, olhando curioso e desconfiado para a mulher que encarava encantada o altar, mais precisamente o enorme geodo de esmeralda que Mallacht havia arrumado para Loki.

— Esta é a Doutora Aline Leto. — Charles apontou para a mulher que rapidamente voltou sua atenção para nós, me encarando por um momento a mais antes de sorrir. — Ela foi indicada pelo Dr. Lawrence para cuidar da senhorita.

— Normalmente, o Dr. Lawrence faria essa parte do trabalho, mas como ele e a senhorita tem uma relação afetiva, isso pode atrapalhar no julgamento dele, ainda que minimamente. — Haytham se acomodou no sofá sendo acompanhado por Shay.

— Esse local tem uma energia diferente... — a doutora olhou ao redor, pousando os olhos por um instante em Mallacht, Aestus e Killer do outro lado da sala antes de voltar a me encarar e então olhar para Merindah, que era uma pequena peça destoante no meio de quatro punks de maquiagem pesada e roupas pretas e de estilo destruído. — Ouso dizer que até um pouco pesada. Eu posso arrumar isso com os cristais e os banhos certos.

Eu alternei meus olhos entre ela e Merindah, que parecia tão incrédula quanto eu.

— Eu não acho que isso seja necessário... — Merindah sorriu, apontando para o sofá e dando passagem para a doutora, se aproximando um pouco mais de mim. — Não gostei desse papo...

— É, ela parece aquele povo good vibes chato pra caralho. — Merindah riu, me fazendo sorrir enquanto a doutora tentava conversar com Haytham. — O que acha?

— Tá tudo bem... Ela vai precisar de mais do que esse papo de energia pra me enganar. — Ela sorriu, me seguindo para as poltronas enquanto eu via os rapazes praticamente se escondendo atrás dos computadores para ouvirem a conversa.

— Parece que o Lawrence vai se atrasar... Um paciente dele tá quase indo a óbito. — Shay olhava preocupado para o telefone antes de rir. — Ele disse que se tudo der certo, o cara morre em dez minutos e ele chega aqui em meia hora.

Merindah riu e eu me senti levemente preocupado. Eu sabia que o Law não tinha uma 'ética' de médico e que, se não fosse brincadeira, o cara devia estar sofrendo bastante enquanto pagava por seus crimes na mesa de cirurgia dele.

— Bem, vamos começar. Ou deseja esperar por ele, senhorita Nimhìuil? — Haytham encarou Merindah, que pegou minha mão, exibindo um sorriso para mim antes de olhar por cima do ombro para os rapazes.

— Nem um pouco. Minha rede de apoio está quase completa aqui. Quatro hackers caóticos e barulhentos. — Eu sorri meio bobo apaixonado, fuzilando o Cormac com o olhar quando ele tentou esconder uma risada. Isso ainda tem volta.

— Ótimo. Vamos começar. — Haytham puxou uma pasta de dentro da maleta, a colocando sobre a mesa e voltando seus olho para Merindah.

Eu realmente não fui com a cara dessa doutora. Desde sempre tive um certo 'preconceito' com cristãos e gente good vibes e gratidão. Mas se o Law indicou ela, algo de certo ela faz.

— Nessa pasta tenho algumas informações relevantes sobre o meu futuro alvo. — Shay tomou a frente na conversa enquanto seu chefe se 'distraía' com uma xícara de chá. — Algumas dessas informações você precisa ver, outras não. Pronta?

Eu respirei profundamente, concordando com um aceno enquanto Shay empurrava a pasta para mim. Eu a peguei e hesitei por um minuto em a abrir, sentindo um desconforto. Não pelo que eu estava prestes a fazer, mas por ver novamente ele.

Meri? — eu sorri quando senti o toque frio da mão da prótese de Kid na minha perna antes de abrir a pasta e correr os olhos pelas informações.

Hm, agora ele paga de humanitário... E ele casou com aquela vaca escrota, bom para os dois, se merecem...

— Senhorita Nimhìuil? — a voz de Haytham me fez levantar os olhos das letras negras, o encarando por um instante. — Ou a senhorita é uma ótima jogadora de poker, ou isso realmente não a afetou.

— Não sei jogar poker, senhor Kenway. — Ele exibiu um pequeno sorriso, fazendo um pequeno meneio com a cabeça enquanto eu voltava minha atenção para o documento. Eu podia sentir os olhos de Kid se desviando de mim para algumas informações no papel. — Obrigado por me pouparem das fotografias.

— Se desejar reforçar seu ódio, elas estão em anexo. Mas vítimas raramente se sentem confortáveis em encarar seus agressores, ainda que por fotografias. — Shay exibiu um sorriso gentil enquanto eu terminava a leitura do documento, que continha o endereço atual em um bairro chique.

— Ótimo, mantenho minha decisão. — Eu coloquei a pasta fechada sobre a mesa, suspirando profundamente enquanto Shay e Kid sorriam com certo orgulho.

— Muito bem, senhorita Nimhìuil. — Haytham olhou curioso para a doutora quando ela puxou para si a pasta, a folheando. — Devo adverti-la de que não terá volta depois desse ponto. A senhorita tem completa e total noção de que o matar e expor seus segredos sujos irá destruir a reputação dele e a vida de seus familiares?

— Sim, tenho e não me importo. Saber que ele fez isso outras vezes me dá apenas mais certeza de que isso é o certo. — Haytham exibiu um pequeno sorriso, concordando com um aceno e se preparando para, talvez mais algumas perguntas.

— Espere. — Shay, Haytham e Kid se voltaram surpresos para a dra. Leto, que havia acabado de interromper uma das pessoas mais poderosas do mundo. — Eu quero fazer algumas pequenas observações...

Os três se voltaram para mim, esperando minha resposta que se limitou a um aceno de cabeça.

— Obrigada querida. Eu li o relatório que me enviaram sobre você. Depressiva e vivendo isolada por tanto tempo, estou surpresa que não tenha tentado um suicídio. — Eu espero que tenha uma câmera escondida em algum lugar da roupa dessa mulher, porque isso só pode ser uma pegadinha sem graça. — Esse rancor que você guardou por tanto tempo, é nítido como isso te afetou, o quanto isso te fez mal. Quase posso tocar a energia ruim e pesada que vem de você. Você precisa perdoar, isso irá te libertar.

Ah, ainda lembro da primeira vez que ouvi esse papo de perdoar.

— Eu respeito a sua opinião, por mais merda que ela seja, mas não, obrigada. Não sou obrigada a perdoar uma pessoa que fez tão mal para mim. — Eu cruzei meus braços em frente ao peito, encarando a good vibes.

— Você é uma jovem que acredita no poder do universo, eu posso ver isso. Lembre-se que o universo vai se encarregar de levar de volta toda a maldade que ele fez. — Hm, acho que vou encomendar mais um assassinato. — Você precisa perdoar. Isso vai trazer mais coisas boas para você e...

Eu já tinha ouvido esse papo de perdoar tantas vezes que simplesmente parei de ouvir. E é sério que ela tá tentando me ensinar a ser uma bruxa? Eu estudo isso desde que aprendi a ler.

— Escuta, sem querer ser rude, mas já sendo, nada do que você falar vai me fazer mudar de ideia. — Ela me encarou surpresa, não sei se pelo meu tom irritado ou por eu ter a interrompido. — Eu não vou perdoar, não tem nada no mundo que possa me fazer o perdoar, não depois de tudo o que aconteceu. Então, me poupa do papo de 'perdoar vai ajudar na cura da sua saúde mental' e me deixa ser fodida mentalmente, porém vingada.

Nesse momento eu estava em dúvida do que era mais engraçado. A cara de paisagem do senhor Kenway tomando chá, a cara de felicidade do Shay por ver um pouquinho do meu 'lado viking' ou a grande interrogação misturada com ódio que era a cara do Kid.

— Escuta aqui garota, — okay, nesse momento todo mundo se surpreendeu pelo tom irritado da tal doutora — você não pode simplesmente destruir a vida de quatro pessoas assim! Ainda mais por causa de umas fotos. Olha o que você vai fazer, vai tirar o pai de uma garotinha, ele agora é mais do que apenas o cara que mostrou umas fotos para uns amigos! Ele é um pai de família, uma pessoa de bem. Olha todas as coisas boas que ele tem feito!

Ela abriu a pasta, espalhando sobre a mesa as fotos de uma família de comercial de margarina em frente a uma casa chique além de fotos dele com pacientes em suas ações sociais.

— Você precisa deixar de ser egoísta e de pensar apenas em você. Precisa perdoar e seguir em frente, como ele fez. Não pode jogar toda a culpa das coisas terem desandado na sua vida sobre as costas de uma única pessoa. A única coisa que ele fez foi mostrar suas fotos para uns amigos, nada demais. Todo o resto depois disso é culpa sua. — Eu senti minha respiração pesada enquanto mantinha meus olhos fechados e aquele ódio queimando dentro de mim. Eu podia sentir um par de mãos sobre meus ombros e a mão de Kid na minha perna.

— Minha culpa... — eu ri sem emoção nenhuma, abrindo os olhos e encarando a mulher a minha frente. Mas nem fodendo que o Law mandou ela aqui. — Você não sabe nem um terço da história e quer falar. Acredite, essas fotografias foram apenas o começo...

— Eu vi suas fotos. — Eu prendi minha respiração, eu odiava que as pessoas vissem aquelas fotos. — Você parecia bem feliz em deixar que ele te fotografasse.

Meu sangue ferveu e eu quase podia sentir a mãozinha do caos me empurrando para cima daquela mulher enquanto meu rosto se contorcia numa expressão de raiva.

— Já chega! — Kid se levantou, mas eu o puxei de volta, me levantando e apontando para a tal doutora.

— Já que quer tanto ouvir minha história, cala a boca e me escuta. Por que você não faz a menor ideia do que está falando. — Eu podia notar minha voz se tornando mais alta enquanto aquela raiva que eu tanto tentava enterrar explodia. De cantinho de olho eu vi Law se aproximar de Kid, me encarando preocupado. Ele sabia o quanto isso me jogava para baixo. Mas na verdade, nem ele sabia de toda a história.



Aviso da autora: os próximos capítulos contém gatilhos e preparem os lencinhos...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top