🔺Capítulo 9🔺

                "Siryu, o Médico maluco"

                                 🥀

Os três andavam a passos lentos e cautelosos pelo corredor que seguia encurvado. Tentaram abrir as portas pelo caminho, algumas delas estavam trancadas, Ayla tentou a primeira a direita, estava destrancada, a empurrou lentamente e logo deu um pulo para trás empunhando sua espada. Os outros dois ficaram atentos ao seu lado.

— O que você viu? — Zaac perguntou em um sussurro.

— É muito estranho, — respondeu ainda com olhar firme na porta. — parece com um dragão... Eu acho...

— Um dragão? — Dreed praticamente gritou.

— Não precisa fazer todo esse drama. — Zaac disse irritado.

— Vai falar que não está surpreso!? — ele devolveu no mesmo tom. — Um dragão aqui? Isso seria demais, não acha?

— Não quando já se viu um Crozzer. — ele respondeu dando de ombros. — E não quando se está aqui dentro...

— Ele está vindo — Ayla anunciou dando um passo para trás, em posição de defesa.

A porta foi aberta lentamente e um Drascink¹⁰ pequeno surgiu em frente a ela. Era vermelho com algumas partes azuladas, como as patas e parte das costas, de sua cabeça até a extensão de sua calda, havia muitos ossos para fora, como se fossem chifres menores, diferentes de sua cabeça que haviam chifres bem grandes. Seu corpo não tinha traços só de um dragão, suas asas pareciam ser de morcegos e também havia um pouco das Gardensys nele.

— Mas que diabos é isso!? — Dreed disse empunhando sua Dreessina.

— É uma boa pergunta. — Zaac resmungou em resposta.

A criatura olhou cada um atentamente, seu olhar parecia inteligente demais para uma simples criatura criada por variadas mutações. Esse Darscink tinha aproximadamente 1,80 metros de altura, não era muito grande, era alguns centímetros maior que Ayla.

Nenhum deles chegou a pensar que a criatura teria uma das piores — para eles — capacidades das Gardenrys. De repente a Darscink não estava mais visível, ela possuía a capacidade de se camuflar no ambiente, exatamente como as Gardenrys.

— O que aconteceu? — Dreed perguntou ainda olhando pra frente. — Como foi que essa coisa sumiu?

— É igual a Gardenry — Zaac respondeu olhando para os lados e mudando sua posição de defesa, sabia muito bem que aquela coisa poderia vir de qualquer lugar já que era bem acostumado com as Gardenrys. — elas se camuflam no ambiente e não conseguimos vê-las. Mas se tiver uma boa audição ou até algum sexto sentido, você consegue acha-la.

— Acho que entendi — ele disse mudando sua posição. — mas o que é uma Gardenry?

— Não temos tempo pra isso agora. — Zaac respondeu meio irritado.

Ayla fechou os olhos e pode ouvir as cautelosas passadas atrás de si. Deu um passo a frente e então se virou para acertar a Darscink, porém a criatura foi mais rápida e a acertou em cheio com sua causa fazendo ela ser jogada contra a parede.

Zaac conseguiu ferir a criatura fazendo com quê um sangue escuro e asqueroso descesse por suas patas. A criatura soltou um rosnado horroroso e bateu sua calda contra ele também. Dreed aproveitou sua distração e o sangue que denunciava sua presença, o mais rápido que pôde, lançou sua lança de forma certeira, traçando o pescoço dele. A criatura caiu no chão se debatendo por causa da lança que féria seu pescoço, e antes que ela pudesse fazer mais alguma coisa, Zaac pegou sua foice e lançou contra ela cortando sua cabeça.

— Você está bem Ayla? — perguntou enquanto limpava sua foice e a prendia de volta. Mas não obteve resposta, se virou para a parede e ela não estava mais lá, a porta estava agora fechada e sua espada estava caída no chão. — Ayla! — gritou tentando abrir a porta. — Não viu pra onde ela foi? — se virou para Dreed que só pôde negar com um movimento de cabeça.

— Estava ocupado te ajudando — disse pegando a espada de Ayla no chão. — e com certeza ela não foi por vontade própria. — disse jogando a espada para ele que a pegou com um simples movimento.

— Vamos atrás dela. — ele concordou com a cabeça e foi até a porta.

— Ela deve ter sido arrastada aí pra dentro. — Dreed falou dando um chute forte na porta, o que não adiantou muito, deu uns passos para o lado e então apontou para a porta. — Destrua isso! — Zaac deu uma risada seca e então, pegou sua foice e com um rápido e forte movimento, estraçalhou a porta em pedaços. — Você é bom nisso...

— Hum!

Guardou a foice outra vez e continuou segurando Ayzaacry enquanto passavam pelo buraco enorme na porta. O lugar era ainda mais estranho que o corredor. A luz era estranhamente azulada, era formado por corredores retos até chegar a parede oposta, haviam cortinas presas por barras de ferro no teto, e uma fraca luz batia contra elas, como se houvessem janelas ali, e o vento que soprava sobre elas deixava tudo ainda mais estranho. Olharam pelo corredor e não viram nada que pudesse indicar a presença de Ayla ou do tal Siryu, nem ao menos uma porta no fim daquele corredor grotesco.

— Ayla? — Zaac chamou parando de andar.

— Pequena Flooooor — Dreed cantarolou tentando também. Mas não tiveram qualquer resposta.

— Ayla! — Zaac gritou e logo depois de um longo momento de silêncio, soltou um grunhido irritado. — Vamos nos separar e procurá-la. — Dreed o olhou e então deu um breve aceno com a cabeça confirmando. — Quem encontrá-la primeiro grita pro outro e vamos embora logo daqui.

— Certo!

Os dois viraram as costas e então Zaac foi para a direita depois da cortina de forros e Dreed foi para a esquerda.

— Pequena flor? — chamou dando leves passos para escutar qualquer barulho que viesse de seu redor. — Onde você está?

Não teve nenhuma resposta sequer, ela não estava ali, e se estivesse, com certeza não estaria acordada. Dos dois lados haviam apenas cortinas brancas e um cheiro enjoativo de remédio, o que deixava tudo ainda mais estranho. Deu mais alguns passos então tirou a cortina e sua frente, a desprendendo do teto. Era ainda mais pior do que qualquer coisa lá dentro.

Na parede a frente haviam várias prateleiras, todas cheias de potes de vidros com diferentes coisas dentro, desde olhos, até cobras e animais estranhos como uma lacraia bem grande e esquisita, que com certeza, passara por algum experimento. Suas pernas eram pouca coisa maior e seu corpo também, era todo cheio de espinhos e ela era bem violenta.

Direcionou seus olhos por aqueles vidros sentindo uma certa ânsia revirar seu estômago, e então quase caiu para trás quando um dos olhos se mexeu olhando diretamente para ele. Saiu logo dali e passou pelas outras cortinas, não havia mais nada naquela direção, foi a diante passando por mais algumas cortinas e então elas finalmente acabaram. Porém apareceram cinco portas na extensão da parede, ao seu lado também percebeu uma abertura na parede que mostrou cinco alavancas. Deu de ombros e então abaixou a primeira da direita, a placa foi puxada para trás e a abertura foi fechada. A primeira porta da esquerda foi aberta, essa era bem mais larga com quase dois metros de extensão e se abria subindo. A porta mal foi totalmente aberta quando um Carnious foi em sua direção. Por sorte, Dreed era acostumado com aquelas coisas e sabia muito bem seu ponto fraco, e antes que suas pernas fossem mais rápidas, jogou sua lança contra ela acertando em cheio sua cabeça, ela logo caiu no chão se debatendo para tirar a lança de sua cabeça. — Por causa de sua visão embaçada, ela não percebe os objetos com facilidade e não é uma boa criatura quanto a se defender.

A placa da parede ao seu lado se abriu de novo e ele desceu a segunda chave, fazendo assim a segunda porta da esquerda se abrir. A porta se abriu também subindo, e uma Gardenry saiu de lá, era preta e um pouco maior do que o normal, ela o olhou por uns instantes e então ela se camuflou.

— Então isso é uma Gardenry? — Dreed perguntou para si mesmo.

Sentiu uma forte lapada em sua coluna e com a força do bicho, foi jogado para frente. Viu sua lança ser erguida do chão e teve tempo apenas para se desviar da mesma que parou a poucos centímetros de sua cabeça. Pegou a mesma e a jogou o mais rápido que pôde na direção que ela tinha vindo, devido sua força e agilidade, ele conseguiu traçar a calda da criatura no meio, fazendo com quê o sangue asqueroso logo escorresse estragando seu disfarce.

A Gardenry se debateu na parede e por fim conseguiu tirar a lança de si, mas não sem a calda junto. Ela se lançou contra Dreed que se desviou e foi em direção a sua lança. Teve dificuldade para tirá-la e sentia que a criatura estava vindo em sua direção. Assim que a tirou da parede, ele a virou para frente, fazendo com que a lança atravessasse a boca da Gardenry, fez um rápido movimento a matando de vez e voltou até a abertura na parede. Poderia ter seguido a ordem das chaves, mas sabia que aquela porta do meio podia muito bem esconder coisa muito pior do que as outras. Abaixou a chave da primeira a esquerda, fazendo assim a porta da direita ser aberta.

Não saiu nada de lá, foi até lá e não havia nada, nenhum simples Zuntr, ou uma Gardenry e nem um Darscink. Nenhum deles, estranhou aquilo e olhou mais atentamente a sela, não havia nada. Voltou até a abertura da parede e puxou a segunda chave a esquerda fazendo a porta do lado direito ser aberta. Dois Zuntrs bem evoluído com apenas dois dias de criação saiu da porta que se abriu para o lado.

— Merda! — ele sabia muito bem o que era aquilo e o como eles eram difícil de se lidar.

O primeiro se lançou contra ele tão rápido quanto a Gardenry, ele se movia com rapidez e precisão, lançando socos e tentando de várias formas arrancar um pedaço dele. Dreed deu chute forte em sua perna o fazendo cair ajoelhado no chão e quase conseguiu cortar a cabeça dele fora, porém o outro Zuntr logo se jogou contra ele também quase rasgando seu rosto com suas garras asquerosas. Dreed chutou ele pro lado também fazendo ele cambalear e então enfiou a ponta feita de faça, de sua lança em seu pescoço e a tirou a enfiando uma segunda vez, o bicho cambaleou mais ainda e caiu no chão com o pescoço jorrando sangue preto.

O outro veio outra vez em sua direção agarrando seu pescoço, sua lança caiu no chão, e ele levou suas mãos até às dele para tirá-lo de seu pescoço. O bicho o ergueu e então apertou ainda mais seu pescoço, Dreed se obrigou a ser mais rápido e chutou a barriga dele com toda força que tinha. O bicho o soltou e urrou de dor, Dreed deu outro chute em sua barriga fazendo o mesmo cair no chão enquanto urrava de dor. Pegou sua lança e sem perder tempo, passou uma das pontas em seu pescoço fazendo a cabeça do Zuntr rolar pelo chão. O outro ainda estava se remexendo no chão, ele fez um pequeno movimento com sua lança e terminou de arrancar a cabeça dele.

Voltou até a abertura na parede e puxou a última alavanca, a porta do meio.se abriu e ele esperou por um longo momento com sua lança pronta, mas nada apareceu. Foi até lá com passos lentos e cautelosos, mas não saiu nenhuma criatura de lá. Entrou no pequeno quero, havia algumas prateleiras na parede com outros vidros, viu duas canetas de injeções com o nome, Crozzer, Carnious e Sarincy¹¹, as duas pareciam ser remédios então as pegou e guardou em sua mochila. Viu também algumas armas que pareciam bem mais potentes que as suas, carregou duas com as munições que também estavam na prateleira, pegou mais uma delas e enfiou na mochila junto com mais alguns cartéis de balas. Colocou as outras duas nos ajustes da calça junto com mais cartéis nos bolsos e então saiu.

— Não tem nenhuma porta aqui — ele resmungou para si. — pequena flor? — chamou outra vez, deu uma última olhada pelo lugar e não viu mais nada. — Com certeza não está aqui, — resmungou voltando a andar. — melhor eu ir falar com a pedra bruta...

Zaac foi em direção as cortinas e então afastou a primeira e continuou andando assim que viu apenas o corredor vazio formado pelas cortinas. Passou por mais uma e então só viu a parede em sua frente com cinco portas a frente, procurou alguma abertura pela parede ao qualquer outra coisa que abrisse as portas, mas não viu nada. Se obrigou a andar em direção a cortina que dividia o corredor, a afastou e viu um corredor ainda mais asqueroso, aquilo sim era horripilante, os enormes tubos iam do chão a uns três palmos a mais que a altura de Zaac que era o maior dos três. Um líquido azul preenchia os tubos e, dentro deles, havia o que pareciam ser pessoas, porém eram mutações em transição. Alguns outros eram coisas ainda mais estranhas e incompreensíveis, se enrolavam de forma grotesca...

— Que nojo — Zaac resmungou voltando a caminhar.

Destruiu o primeiro objeto que apareceu em sua frente e então percebeu a abertura na parede que veio com um pequeno rangido. Foi até lá e abaixou a alavanca do meio, parecia ser a pior das cinco e com certeza era, ouviu as engrenagens funcionando e então a porta do meio foi puxada para cima e um maldito Crozzer¹² saiu de lá. Esse era cor de terra e suas pernas eram bem mais grandes do que os outros que já encontrara ali, suas pernas quase se pareciam com as de uma pessoa, era bem maior e seus braços também se pareciam com o de uma pessoa, porém eram maiores e quase tocavam o chão, e ao chegar no cotovelo, se dividiam em dois, formando assim quase quatro braços. Sua cabeça era ainda mais estranha, era parecida com a de um tubarão, porém não muito, era muito dura, — o que tornava impossível mata-lo com algum golpe na cabeça. — possuía dois ferrões acima da cabeça quase parecido com braços sem mãos, usados tanto para defesa como para ataque.

— Você me pegou em um momento muito ruim — Zaac disse enquanto o Crozzer vinha lentamente em sua direção, procurando uma brecha para poder atacar. Zaac guardou a espada de Ayla e pegou sua foice enquanto também se movia lentamente em movimento circular, sabia muito bem que aquela criatura não era nada lenta como as outras e ela podia mata-lo facilmente. — estou com bastante pressa e muito irritado. — falou e então o bicho parou. — Vamos nessa então.

O Crozzer disparou em sua direção e Zaac lançou sua foice contra ele, mas ele a impediu de acerta-lo com seus ferrões que ficaram de frente contra Zaacryla, algo que ele já sabia que aconteceria...

Forçou sua foice contra ele o impedindo de se aproximar e pegou sua arma, por sorte estava carregada, sabia bem que não poderia mata-lo acertando em sua cabeça, o único jeito era acertar seu pescoço ou sua barriga, assim seus órgãos sairiam para fora o que deixaria tudo ainda mais fácil.

Apontou a arma para sua barriga e disparou três vezes antes que ele pudesse começar a correr, aproveitou e disparou mais algumas vezes antes de guarda-la. Conseguiu ferir o Crozzer na barriga e no pescoço, já era uma boa ajuda, já que agora o bicho estava atordoado tentando tirar a bala de si. — aquele era um dos defeitos de ser um Crozzer, as balas derretiam dentro deles e queimavam como se fossem lava de vulcão, o que os deixavam doidos de agonia.

O bicho ficou furioso e então disparou outra vez contra Zaac, ele ergueu sua foice, a raiva já o dominava por inteiro, fez um movimento alto confundindo o bicho que ergueu seus ferrões em defesa, assim que ele fez isso, Zaac virou sua foice com uma rapidez invejável e a lançou para baixo, arrancando assim uma perna dele o fazendo cair no chão e um grito horroroso escapou de sua boca. Aproveitou sua situação e arrancou um de seus braços com a foice, o bicho ficou ainda mais agoniado e irritado, tentou agarrar Zaac com o outro braço, porém esse também foi mandado embora antes que o tocasse.

O Crozzer estava se debatendo contra o chão, estava totalmente abalado, não conseguiria lutar só com uma perna e seus ferrões não adiatariam muita coisa em seu estado. Zaac guardou sua foice e empunhou a espada de Ayla, com bastante precisão, fez um rápido movimento e rasgou a barriga do do bicho no meio, fazendo ele parar de se debater de vez.

Foi até a abertura na parede outra vez e puxou a segunda chave a esquerda, a segunda porta da direita foi aberta, preparou sua foice, mas nada apareceu. Passou a mesma pra outra mão e pegou a arma em seu bolso indo até a porta que se abrira a sua frente. Não havia qualquer criatura ali, apenas armas e artefatos, pegou duas das armas que estavam na mesa e pegou as munições também, com certeza precisaria dela. Pegou mais alguns cartéis de bala e pegou três canetas de injeções que estavam na mesa, com os nomes: Zuntrs, Azart e Sarincy. Guardou as três na mochila e voltou até a parede e abaixou a última chave da esquerda, a porta se abriu e dois Zuntrs evoluídos saíram de lá.

Eles correram em direção a Zaac tão rápido quando aquela porta foi aberta, ele conseguiu arrancar o braço de um deles e junto fez um corte na barriga dele. O outro foi logo recebido com um belo soco no que deveria ser o olho, mas ele não chegou a se arriar, depois ele voltou em sua direção e então Zaac deu um forte chute nele fazendo ele cambalear para trás. Pegou as armas que tirara da sala a frente e disparou várias vezes na cabeça dele e logo depois contra o outro também fazendo eles caírem no chão. Voltou até a abertura da parede a abriu a primeira porta a esquerda, uma Sarincy média saiu pela porta. Possuía quase dois metros ou até mais alguns centímetros de altura e três de cumprimento, tinha quatro pernas parecidas com as de uma aranha, tinha dois do que se podia chamar de braços e possuía dois ferrões como o Crozzer.

Ele não demorou muito a notar Zaac ali, e então sem que Zaac esperasse por isso, a criatura pulou indo parar no teto, ele ergueu a cabeça e se moveu a tempo de ver ele cuspir algo esverdeado, que ao cair no chão, corroeu boa parte dele. Por sorte ele não podia lançar aquele mesmo líquido em uma presa mais de uma vez em poucos minutos.

A criatura pulou em sua direção e ele se afastou o mais rápido que pôde, continuou andando até parar contra a parede, o bicho veio em sua direção e então antes que ele conseguisse encostar sua boca nele, ele pôs sua foice no meio, entre sua boca. A Sarincy tentou sair assim que notara o que ele queria fazer, porém Zaac foi mais rápido e pulou em sua cabeça a empurrando contra a foice enquanto a puxava para cima. A parte de sua boca era muito dura e impediria ele de conseguir mata-la, então puxou sua foice para dentro da boca do animar e a puxou pra cima juntando toda a força que tinha, apertou ainda mais a cabeça dela com seu peso e puxou a foice de vez, rasgando a cabeça dela entre meio seus ferrões. O bicho caiu no chão com seu sangue escuro jorrando pelo chão.

Abriu as últimas duas portas de uma única vez, puxando as duas últimas chaves. Elas se ergueram e então alguns Zuntrs saíram delas e foram se arrastando em sua direção, pegou a arma em sua calça e atirou certeiro em suas cabeças derrubando a maioria deles de uma única vez. Mas assim que deu o último tiro, muitos ainda estavam de pé vindo até ele, pegou sua foice já muito irritado e conseguiu cortar suas cabeças com bastante facilidade.

Todo seu corpo já pedia por descanso e alguns minutos de paz, mas precisava achar Ayla e rápido, aquele andar era de um médico e o próprio nome já dizia maluco, perder tempo ali era um minuto a mais de agonia para ela. Foi até às outras portas e procurou em todas por alguma abertura ou qualquer brecha que mostrasse uma outra passagem, ou até mesmo um canto em que Ayla estivesse escondida, mas não viu qualquer um desses. Todas as alas não tinham qualquer porta escondida ou engrenagem, as poucas coisas que haviam na ala onde conseguira as armas, foram parar no chão ou na parede, estavam disponíveis e Zaac irritado...

— Nada também? — Dreed perguntou logo se abaixando para não tomar uma vidrada na testa.

— Não tem nada aqui nessa droga de lugar! — ele respondeu chutando a mesa outra vez, só devia proteger Ayla, só até saírem daquela prisão e ele estava falhando miseravelmente. — Não tem nada! — gritou outra vez, agora derrubando uma prateleira no chão. — Droga, droga, droga!

— Ei, — Dreed chamou se afastando outra vez. — a gente vai achar ela.

— Eu só devia deixá-la em segurança! Só isso! — gritou irritado. — E eu não consegui — falou enquanto chutava ainda mais a prateleira. — Nunca consegui...

A garotinha de cabelos negros como a noite o olhava com tremenda atenção e admiração, enquanto ele tentava em vão, outra vez, fazê-la entender que certas pessoas eram perigosas, que seu pai era perigoso...

Desistiu de explicar qualquer coisa e deixou a menina brincar com os fios de seus cabelos, ela amava mexer neles, e por mais que tentasse, seu cabelo ganhava mais atenção do que ele em si.

Passos se tornaram presentes no corredor da casa, e de repente os encontraram em seu esconderijo no sótão, eram tão novos e pequenos... Não faziam a minima idéia do que estava acontecendo, mas sabia que eles não podiam por as mãos na pequena atrás de si. E ele tentou, esperneou e se debateu o máximo que pôde enquanto mandava a garotinha correr. Mas eles eram novos demais, ele era pequeno demais... ele era fraco.

Se debater não os impediu, chorar tampouco e gritar menos ainda. Seus socos não tinham o efeito esperado, seus chutes não faziam efeito nas pernas grandes e fortes. Sua mão não podia alcançar a dela, que estava estendida em sua direção em um pedido de socorro, que sua garganta, fechada pelo choro e o soluço, não puderam fazer. E ele só conseguiu ficar olhando enquanto levavam a garotinha que jurara proteger... A sua garotinha.

Um forte soco no ombro trouxe Zaac de volta a realidade, as lembranças insistiam em voltar, lembranças essas que ele não sabia exatamente o que queria dizer. Será que tinham haver com Ayla? Aquela garotinha se parecia muito com ela... Mas, se fosse, isso queria dizer que eles eram próximos? Que cresceram juntos? Ou que em algum momento de suas vidas, eles foram um para o outro, um abrigo? Não conseguia entender, mas sabia que aquilo era algo muito estranho, ou talvez nem tanto...

E as marcas ainda era outra coisa que provava uma suposta ligação, principalmente com as lembranças.

— Cara, você viajou legal agora hein — Dreed falou balançando a cabeça. — ela deve estar bem, só devemos encontrá-la logo, ela com certeza está precisando de ajuda.

— Foi mal. — Zaac resmungou saindo do meio dos destroços de tudo o que ele destruira a poucos minutos. — Vamos encontrá-la logo e dar um jeito de sair desse muquifo.

— Vamos logo, precisamos pelo menos de algo que abra alguma porta ou sei lá...

— Vamos ter que procurar — Zaac falou. — Essas portas foram uma perda de tempo.

— Sim. — Dreed concordou indo em direção as cortinas com Zaac logo atrás. Voltaram outra vez para o corredor feito de cortinas, dessa vez olhando para cada canto e para o teto também. Chegaram ao fim do corredor e estavam agora de frente para a parede com uma enorme prateleira com vidros estranhos, como os que Dreed vira na outra ala. Olharam cada canto e então Zaac percebeu uma pequena linha que descia pela parede, começou a mexer nos vidros e ao puxar o último da fileira de cima, a estante se mexeu e a porta se abriu.

— Espero que seja essa. — Zaac disse já impaciente.

— Eu também.

                                  🥀🥀

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🔺Drascink – Criada a partir do DNA de um morcego e uma Gardensy, também possui gene de dragão. Não chegam a ser muito grande, são classificados em pequeno, médio e grande. O maior deles tem aproximadamente quatro metros de altura e cinco de cumprimento.

🔺Sarincy – Mutação avançada do Crozzer e misturado a um Streenger, possui aproximadamente três metros de cumprimento e dois ou até mais, de altura. Se alimenta do que ver pela frente.

🔺Crozzer – Criada a partir de experimentos com humanos, usando o DNA de um Ogrer. É uma criatura forte e inteligente que tanto ataca como se defende muito bem, o maior deles possui aproximadamente dois metros, alguns podem ultrapassar essa altura, e se alimenta de seres humanos.

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