🔺 Capítulo 11🔺
A porta ao lado foi aberta e Dreed entrou praticamente se arrastando e se jogou contra uma cadeira ao lado da mesa em que Ayla estava.
— Nunca pensei que seria tão difícil matar aquelas coisas. — ele disse soltando um suspiro alto. — Ela está bem? — perguntou se virando para Zaac que ainda passava a mão por sua cabeça na tentativa de acalma-la. Ela ainda estava muito abalada com tudo aquilo.
— Não muito — ele respondeu. — mas vai ficar. — disse a apertando em seus braços. — ela só precisa de um tempo pra descansar, não é Ayla? — ela concordou com um leve aceno enquanto ainda colocava todas as lágrimas assustadoras que a dominaram para fora.
— Deve ter sido uma experiência horrorosa... — Dreed disse pensativo e logo recebeu um tapa na cabeça. — Desculpe. — ele disse esfregando a cabeça.
Ayla se afastou e passou a mão por todo o seu rosto, enxugando seu choro.
— Estou bem — falou começando a se levantar. — não podemos perder tempo aqui...
— Tem certeza disso? — Dreed perguntou.
— Tenho.
— Pelo menos troque essa roupa então — Zaac disse olhando ao redor. — não sabemos que liquido era aquele e com certeza não faria bem a você se ficasse andando por aí todo molhada. — foi até o armário que havia ao fundo da sala e abriu as portas em busca de alguma peça de roupa. Depois de revirar todo o armário, ele encontrou uma regata preta junto com uma calça preta e um tênis ao fundo. Pegou tudo e levou para ela. — É bem melhor do quê ficar andando por aí toda ensopada.
— Não vai fazer diferença...
— Claro que vai, — ele respondeu sério. — vai fazer muita diferença.
Ayla pegou as roupas indo para uma das salas e logo voltou com sua roupa agora, nova.
— Se ficar com frio eu te esquento. — Dreed disse se referindo a blusa de Ayla que estava molhada agora e dando uma piscadela. Logo se encolheu ao sentir um forte soco em seu braço. — Arrogante... — resmungou esfregando o ombro.
— Vamos?
— Claro.
Os três saíram do quarto, pegaram suas coisas de novo junto com a mochila de Ayla que estava em cima da mesa, passaram pelo tubo agora todo quebrado e pelo lugar onde estavam os corpos caídos dos Ogrers. Ayla olhou em volta, não viu qualquer sinal do médico a não ser o jaleco manchado de sangue que estava no chão. Parou se virando para trás e olhando todos os lados em busca de qualquer uma pista dele, mas não encontrou nada.
— O que foi? — Zaac perguntou se virando para ela.
— Não era para o corpo dele estar por aqui? — ela perguntou apontando a mancha no chão.
— Ah, isso. — Dreed disse encolhendo os ombros. — Bom, três daquelas coisas o levaram para atrás da mesa — ele falou apontando para uma mesa caída ao chão a poucos passos deles, os outros dois inclinaram para olhar a direção que Dreed indicara, Siryu estava caído no chão com buracos horrorosos pelo corpo e sangue saindo para todo lado, era a coisa mais nojenta que poderiam ter visto.
— Vamos embora Ayla disse passando por eles.
Continuaram andando e encontraram uma porta ao fundo que logo se abriu revelando o elevador. Entraram e então ele começou a subir, parando poucos minutos depois no quinto andar. Saíram assim que a porta se abriu, foram pelo corredor cinzento frio, Ayla se lembrava de ter visto aquele corredor antes, era ainda mais frio e solitários que todos os outros pela qual passara. Pararam em frente a porta e então os dois se afastaram olhando para ela, sem entender muito bem o que estava acontecendo, ela se virou para ler o nome na plaquinha da porta.
“Ayla, a pequena solitária”
Ayla empurrou a porta a fazendo a mesma contra a parede. O andar parecia normal e bem arrumado, porém ainda tinha o cheiro de morte e o mesmo vazio. Passou pela porta e viu a mesma televisão de antes, só que agora, estava nova outra vez. Caminhou até ela e quebrou o televisor de novo, os corpos estavam com suas cabeças outra vez. Mas ela sabia agora o que eles tinham sido para ela, não eram seus pais, eram monstros ambiciosos que fariam qualquer coisa pelo dinheiro ou uma chance de se destacar entre os outros, incluindo usar a própria filha para isso. A morte deles também fora ocasionada por isso e pelo desentendimento que os dois haviam chegado. Deixou os corpos no sofá e voltou até eles, sabia que aquela parte era apenas um joguinho que não funcionária mais nela.
— Foi você quem os matou? — Dreed perguntou sem conter sua curiosidade. Aliás quem estava ali tinha um pequeno título de “assassino” ou algo do tipo.
— Por que está me perguntando isso? — ela o olhou confusa.
— Desculpe... — ele disse todo atrapalhado.
— É porque todos aqui carregam o título de assassino ou algo do gênero. — Zaac falou saindo da porta e voltando ao corredor.
— Não — ela respondeu balançando a cabeça. — Eles que se mataram. — falou por fim indo atrás de Zaac. Dreed deu um pequeno aceno e não falou mais nada.
O corredor deu em mais duas portas, mas eram apenas os quartos normais, não sabiam qual o motivo de terem que passar por ali. Entraram em outro quarto, era o mesmo que ela havia entrado da primeira vez, seu quarto. Mas tinha algo de diferente ali, uma caixa em cima da cama, foi até ela e a abriu, dentro possuía pequenas coisas, como um controle, uma arma e duas correntes de pulso, as duas eram iguais e possuíam um pingente que completava o outro, um sol e uma lua que se encaixavam perfeitamente. Pegou os dois e as guardou em sua mochila, ainda não sabia exatamente para quê servia, mas sabia que era importante. Se levantou e então voltou até eles.
— Não tem nada de importante aqui — falou fechando a porta outra vez. — isso deve servir para alguma coisa — disse mostrando o controle, Zaac acenou em concordância e foram para o final do corredor, dando em uma última porta, apertou um dos botões do controle, a porta se abriu e então tudo o que Ayla sentiu foi um forte impacto contra seu corpo, que foi jogado a uma boa distância da porta.
Dreed correu até ela e a ajudou a se levantar, não podiam deixar a mesma coisa acontecer outra vez e terem que procurá-la de novo. Zaac pegou sua foice tão rápido quanto Ayla foi jogada para trás e a lançou contra a Gardensy que estava na porta, por ser um pouco lenta e Zaac ter agido rápido, ele conseguiu fazer um estrago em seu rosto. Investiu contra ela outra vez levando uma de suas patas e assim que ela caiu ao chão ele arrancou sua cabeça de vez, a chutando pra longe.
— Está bem? — perguntou se virando para ela, que balançou a cabeça em resposta.
— Só fui pega de surpresa e confesso que isso doeu. — disse ainda com a mão sobre a barriga, onde a Gardensy tinha batido com sua cabeça.
— Esperem aqui — falou se virando para a porta. — vou checar o lugar. — ela concordou enquanto ainda se apoiava em Dreed e então ele entrou.
Era uma sala grande, com quatro portas a frente, ao seu lado na parede, percebeu quatro botões, um para cada porta. Deu de ombros e apertou o primeiro de baixo, a porta a esquerda se abriu, quatro Zuntrs saíram praticamente correndo de lá e indo até ele. Pegou sua arma e atirou na cabeça dos dois primeiros, deu dois tiros em cada um antes deles caírem no chão. Os outros dois vieram logo atrás, atirou em seus pés os fazendo cair e arrancou a cabeça deles com sua foice.
Voltou até a porta e apertou no segundo botão que subia, a segunda a esquerda se abriu, esperou que algo saísse de lá, porém nada saiu por um bom tempo. Resolveu ir até a porta e entrou, havia vários equipamentos em mesas espalhadas, ainda mais do que no andar de Raydi.
— Isso tudo é de Ayla? — perguntou para si mesmo enquanto olhava tudo. Por fim deu de ombros e pegou uma arma e dois cartéis de bala, pegou também um pequeno dispositivo, não sabia o que era e nem que deveria ter apertado o botão segurando dos dois lados do dispositivo. — Droga! — Só descobriu quando um forte choque o derrubou no chão e a tontura o dominou.
Demorou um tempo até que se recuperasse, pegou o dispositivo e guardou no bolso e então voltou para a porta ainda com alguns tremores percorrendo seu corpo. Bateu a mão contra o terceiro botão, uma Crozmurzza saiu confusa da terceira porta, Zaac já sabia muito sobre aquela criatura para sequer tocar sua foice. Pegou a arma carregada no bolso e disparou vários tiros contra ela até que ela caísse no chão. Bateu contra o último botão e a quarta porta se abriu revelando o elevador que os levariam para o próximo andar. Voltou até os outros dois, essa fora até fácil...
— Encontrei a saída desse andar... — Zaac disse parando em frente a eles, Ayla estava abaixada com as mãos nos joelhos enquanto Dreed estava se levantando do chão e limpando um fiapo de sangue de sua boca. — O que aconteceu? — perguntou confuso.
— Eu não sei o que deu nela. — ele respondeu se levantando. — Só sei que o soco dela é bem forte...
— Ayla? — chamou se inclinando, tocou seu ombro para fazer com que ela o olhasse, mas assim que tocou seu ombro, ela o socou na barriga fazendo parte de seu ar ir embora, o derrubou no chão e tão rápido quanto o derrubou, colocou suas mãos no pescoço dele.
Com um pouco de esforço conseguiu tirar suas mãos dele, apesar desse uma situação um tanto estranha, ele não queria acabar machucando ela. Ela parou por um momento soltando um grunhido, Zaac soltou suas mãos e esperou que ela se levantasse, mas não foi o que ela fez. Pegou sua arma e a encostou na testa dele, chegou a pensar que ela atiraria de vez, mas algo nela estava estranho demais. Pode ver que seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela mordia os lábios com força.
— Ayla, você não quer fazer isso — ele disse erguendo as mãos até as delas.
— Zaac... — ela fechou os olhos com força. — eu não consigo... — sussurrou mordendo os lábios de novo.
— Tudo bem, se acontecer alguma coisa, não foi culpa sua... — ela balançou a cabeça negando.
— Me faça parar... — disse outra vez como se algo a estivesse rasgando por dentro. Olhou para ele e então não o viu, mas sim seu pai, com uma faca na mão pronto para crava-la nela. Balançou a cabeça outra vez e fechou os olhos. — Zaac...?
— Estou aqui — ele diz segurando suas mãos. — confie em mim, está bem? — ela deu um leve aceno confirmando enquanto fechava os olhos com força numa tentativa frustrada de se controlar.
Ele pegou o dispositivo que dava choque em seu bolso e ergueu até seu pescoço, com a outra mão, puxou as delas e apertou o dispositivo contra sua pele.
Automaticamente ela apertou o gatilho, por sorte tinha desviado as mãos dela a tempo e a bala se enfiou no chão bem ao lado de sua cabeça. Seu corpo tremeu com o choque e então ela caiu sobre ele. Deixou seu braço cair com o dispositivo no chão.
— Você realmente é corajoso — Dreed falou aparecendo do seu lado. — ou muito burro né!?
— Vá se ferrar! — ele disse irritado e apesar disso os dois acabaram rindo.
Dreed estendeu uma mão para ele o ajudando a se levantar enquanto ele segurava Ayla com a outra mão. Se levantou e a pegou nos braços a fazendo se apoiar nele, já que ainda estava desmaiada, e a julgar por seu estado repentinamente mudado, ela não acordaria muito cedo.
— E então, — Dreed falou enquanto pegava a mochila dela no chão e sua espada também. — por onde fica a saída? A única coisa que quero é meter o pé daqui logo, isso só fica pior e ser atacado até pela pequena flor me deixou desnorteado...
— Pode não ser a saída em si logo, — ele respondeu indo em direção ao elevador. — esse lugar é traiçoeiro e só aparece coisas uma pior do que a outra.
— Bom, talvez não tenha mais tantos andares...
— Talvez...
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