🎉Peripécias de Carnaval🎊
Uma moça singela como qualquer outra mulher, dona de curvas sensuais escondidas em seu uniforme de enfermeira. Essa é Ana Júlia, uma doce mulher extremamente focada em sua vida profissional. Dona de uma vida comum, de uma rotina comum. Contudo, dentro dessa paz e sossego temos sua melhor amiga Susana, ou Susy para os íntimos, uma amiga de alegria contagiante.
— Gute Nacht, mein Freund. — Susana cumprimentou a amiga na saída de seu plantão.
— Gute o quê? — Júlia indagou totalmente perdida com o novo linguajar da colega.
— Boa noite amiga. Estou treinando alemão, amanhã treinarei o francês, e depois o espanhol.
— E qual a finalidade disso?
— Me preparar pro carnaval. Vai que aparece algum gringo aqui em Uruaçu querida, uma mulher prevenida vale por duas.
Júlia já devia esperar um milhão de maluquices vindo de sua amiga, que recentemente não sabia falar em outra coisa senão o famoso carnaval de sua cidade, Uruaçu em Goiás. A amiga já tinha disponibilizado opções de fantasias, opções de bebidas, opções de conduções até a Praia Generosa, arquitetado vários planos para o final de semana comemorativo, e principalmente e não menos importante, várias companhias masculinas para cada uma das noites. Opções essas que foram todas refutadas por Júlia, pois, não via necessidade de ligar diversão à homens, poderiam fazer isso desacompanhadas também.
— Às vezes eu penso que você é mais doida do que precavida Susy.
— Que seja amiga. E você, quando vai aceitar o convite dos rapazes do hospital e colocar a preciosa pra jogo?
— Não tenho tempo pra romances, estou cheia de plantões pra cobrir amiga.
— Jú minha rosa, desse jeito sua vida vai passar e você não terá vivido nada criança. Pule o romance e saboreie os prazeres da vida, resumindo, transe mulher.
— Homem não está disponível na vitrine que nem pão de queijo sua maluca. — Júlia respondeu incrédula com a facilidade de sua amiga ao comparar sexo como uma atividade normal do dia a dia.
— Não sei em outros lugares, mas aqui no hospital seu leque de opções é bem grande. Eu bem que observo o tanto de homem que te cobiça, e boba você que não aproveita entre um intervalo e outro.
— Não sei transar sem me apegar, então vamos esquecer suas tentativas de me empurrar pra encontros, ok?
— Não precisa se apegar boba, mas ok lindinha. Vou embora descansar por nós duas, já que sei que você virará vários plantões seguidos. Beijos.
Júlia até parou para questionar se em algum ponto a amiga não teria razão, já que sua vida era apenas medicar e auxiliar pacientes da geriatria. No fundo, ela pensou que deveria trazer mais juventude para seus dias, no entanto, a questão é como fazer isso se nos dias atuais os homens não se apegam mais, e sexo por sexo é uma aventura que ela não desejava embarcar.
Se desfazendo desses pensamentos desnecessários, ela voltou a sua rotina, ainda teria cinco pacientes para verificar e medicações para administrar durante a madrugada.
— Amiiigaaa, eu só quero que você experimente algumas fantasias. E se quando começar os festejos você mudar de ideia, vai sair na rua vestida com o que querida?
— Eu não vou mudar de ideia Susy, não quero participar dessa algazarra de gente bêbada. Já combinei com o Breno de cobrir o plantão dele e da Thalita nesse período.
— Pois avise a esses dois folgados que você já tem compromisso. Eu conheci um rapaz pelo tinder e ele tem um amigo pra levar, ou seja, rebuliço em casal amiga. — os pulinhos de alegria de Susana não convenceram ou animaram nenhum um pouco sua amiga.
— Nem que eu estivesse insana, encontro arranjado é tão ruim quanto as trepadas que você tenta me empurrar aqui dentro do hospital.
— Ui! Já está variando o vocabulário amiga, orgulhosa de tu viu. Mas, ficaria mais feliz quando você realmente transar e tirar seu atraso.
— A resposta é não, não insista.
— Você ainda nem sabe de quem se trata, se o carinha que eu vou ficar é lindo, o seu também vai ser. — com um olhar felino, Susana sussurrou incisivamente — Libera logo essa buceta mulher, carnaval ninguém é de ninguém, não vamos nos julgar e sim aproveitar a diversão.
— Fora de cogitação Susana, não vai rolar, já disse que estarei de serviço.
— Antes de te contar uma coisa me responda: você trabalha muito pelo dinheiro ou pra se isolar do mundo?
— Eu faço porque gosto, — Júlia sacudiu od ombros — porque me sinto bem cuidando do próximo, porque ficar aqui é melhor do que ficar na minha casa sozinha sem nada pra fazer.
— Ou seja, é pra evitar a solidão. Então lá vai a verdade baby, já falei com o diretor que não é saudável esse tanto de plantão que você intercala aqui no hospital, então, está proibida de trabalhar no carnaval lindinha.
— Susana Maria, — Júlia esbravejou indignada com a atitude de sua amiga — você não tinha o direito de se meter assim no meu trabalho, eu não quero pular que nem pipoca no meio da multidão. É tão difícil pra você respeitar minhas vontades?
— É difícil ver você deixando sua vida passar dessa forma amiga, isso sim é difícil, ver você desperdiçando sua juventude nesses corredores.
— Eu vou tentar consertar sua burrada, e se não conseguir, irei ficar em casa assistindo netflix e me enchendo de guloseimas.
— A escolha é sua Jú, afinal, vai tudo pro seu quadril mesmo, só que eu ainda tenho esperança de te ver pulando carnaval.
Após essa conversa Júlia até tentou reverter sua proibição junto ao diretor-geral dos enfermeiros, mas os argumentos que Susana deve ter usado com o doutor Murilo foram concretos e decisivos, ela não trabalharia até a noite de quarta-feira de cinzas. E não restando outra alternativa, a única opção era ir preparando a grande lista do que iria assistir e comer até o carnaval terminar, porque ir participar da folia estaria fora de questão.
Convencida pela amiga depois de várias mensagens trocadas, Júlia procurou por todo seu guarda-roupa algo que pudesse ser usado como fantasia, já que tinha negado as tentativas de Susana para escolher uma e todas as opções foram alugadas. Em meio a baderna de roupas eis que uma luz surge, sua roupa de bailarina de quando tinha seus 17 anos, seu corpo não havia mudado tanto assim até hoje, então com certeza seria uma ótima opção.
Calçou a meia calça de balé, o colan de pedrarias vinho com tutu sobreposto de saias curtas roxas, e por fim calçou sua sapatilha de ponta. Ao se deparar com sua imagem frente ao espelho constatou a beleza de seu corpo maduro, suas coxas grosas, seu quadril largo, seios valorizados pelo decote que agora o colan possuía ostentando seu tom de pele de um chocolate vivo. Júlia se pegou rindo, admirando a mulher bonita que ela havia se tornando com o passar dos anos, e que mesmo sempre escondida pelas vestes brancas de enfermeira sua sensualidade ainda estava ali, intacta. Após alinhar seu cabelo em um perfeito coque bailarina e passar um batom, ela se sentiu pronta para interagir com os foliões.
Sair de casa com tão pouca roupa seria no mínimo uma batalha de auto estima, mesmo se sentindo bonita seu único pensamento era que encontraria várias deusas carnavalescas, colocando sua singela fantasia no final da lista das mais desejadas, no entanto, era o que ela tinha em mãos.
Júlia foi caminhando pelas ruas, se deleitando com as cores extravagantes expostas pelos comércios e avenidas, todas as decorações carnavalescas pareciam saídas das telas de cinema de tão lindas. Essa beleza toda estava fazendo-a refletir que talvez, e apenas talvez, não seria uma má ideia se empolgar com toda a alegria e carisma que o carnaval trazia as pessoas, talvez fosse uma boa poder aproveitar tudo isso. "Irei curtir sem julgarmos e sem amarras" pensou ela, afinal, a maioria das pessoas presentes serão turistas e não voltariam para Uruaçu em tão breve, não iria haver críticas sobre suas ações.
Sua primeira atitude foi procurar por Susana na multidão, ela lembrava que deveriam seguir para a praia Generosa, no entanto, estava em dúvida se o ponto de encontro seria ainda na cidade ou quando chegasse a beira do lago. Tentou ligar para amiga por diversas vezes, porém bem provavelmente o barulho de vários carros de som circulando por toda a cidade estava encobrindo o toque do celular. Restou a ela encarar a multidão sozinha e quase que usando poderes mediúnicas para encontrar uma louca que bem provavelmente estaria fantasiada de mulher gato.
A cidade estava lotada de pessoas, era um mar de gente que poderia ser comparado claramente com um formigueiro, um mar de gente sem fim. Piratas, jogadores de futebol, palhaços, zorros, alerquinas, mulheres maravilhas, shrek, era tantas fantasias que levaria todo o carnaval para catalogar. Contudo, nada de encontrar Susana Maria. Quando menos percebeu, estava em uma das praças centrais da cidade de onde sairiam os ônibus para a praia. Decidiu então mandar uma mensagem a amiga avisando de seu embarque, e em algum momento ela veria o celular.
Distraída enquanto digitava sobre seu paradeiro, de supetão Júlia colidiu em uma sólida parede de músculos que quase a levou ao chão. Um moreno alto e robusto, agraciado pelos deuses com tanta beleza e masculinidade. Mesmo encoberto por uma fantasia de Batman sua beleza era notável, principalmente o destaque de seus olhos cor de mel e sua boca carnuda com uma leve sombra de barba o deixando ainda mais másculo. Júlia foi içada por braços fortes e grossos e colocada novamente de pé por ele, e a aproximação de ambos a deixou embriagada com o perfume do charmoso mascarado.
— Não presta atenção por onde anda garota? — o batman, ou melhor, o ogro disse com uma finesse impressionante.
— Me desculpe, realmente estava distraida.
Ele se afastou sem olhar novamente em sua direção e a doce bailarina se sentiu deslocada longe daquele fruto proibido, mas, vida que segue, ainda era a primeira noite de folia.
Não demorou muito para Júlia embarcar em uma das conduções, e ao chegar na aglomerada praia percebeu que seria quase impossível encontrar sua amiga, seria tão complicado quanto encontrar uma agulha no palheiro, no entanto, toda mulher brasileira é guerreira e não desiste fácil.
Ledo engano, na terceira volta Júlia já se deu por vencida e se questionou se foi uma boa ideia ter saído de casa. Desistindo de mandar inúmeras mensagens para Susana, decidiu se afastar da multidão e tentar uma ligação como última forma de contato.
Surpreendentemente, ela colidiu com o bumbum mais lindo da face desta terra, quiçá, do universo. Redonda, durinha, empinada, robusta e grande, e com o vento arrastando aquela capa preta deixou a paisagem ainda mais surreal, e, peraí.... capa? Droga!
— Bailarina, você está me perseguindo mesmo ou isso é um novo tipo de cantada?
— Até parece... quer dizer, não costumo perseguir ninguém.
— Então é a sua cantada. — o lindo homem disse enquanto acariciava sua pequena barba — Devo admitir o quanto é original, porém não estou interessado.
— Nem se você insistisse, com licença.
Em um rompante, dessa vez foi Júlia que se afastou o máximo que pôde do brucutu mal-educado e presunçoso, gostoso, contudo, dono de um ego inflado demais.
— Susana, sua vaca. — Júlia esbravejou após mais uma de suas ligações cair na caixa de mensagens — Calma Jú, antes sozinha do que mal acompanhada, então bora curtir essa festa.
A linda bailarina circulou entre os foliões aturdida como as pessoas se comportam de forma selvagem só por causa de um período do ano. É tanto casal se agarrando despudoradamente que se fechassem o perímetro ia ter mais sexo aqui do que em um bordel.
Concentrada em seus pré-conceitos sobre carnaval ela não percebeu em quem ia colidir novamente.
— Puta que pariu, mulher! Admite logo que está me perseguindo.
— Ah não, tanta gente aqui e eu só esbarro em você, que falta de sorte a minha.
— Na verdade... é fartura de sorte. Sei que meu charme é magnético, mas você bem que poderia disfarçar que está afim.
— Afim de um completo desconhecido? Não mesmo. Com licença. — ao tentar se afastar o batman misterioso segurou firme Júlia pelo braço.
— Tarde demais gatinha, esbarrou vai ter que agarrar. — e sem pestanejar foi isso mesmo que ele fez.
O homem misterioso prendeu Júlia entre suas mãos selvagens e habilidosas, enquanto uma lhe segurava pela nuca, a outra desbravava sua saia a procura de sua calcinha.
— Eu tenho um ódio dessas porras que vocês mulheres chamam de roupa. Qual a necessidade de vestir essa blusa que parece um maiô?
— Não é maiô, — Júlia gargalhou — se chama colan. E me solte antes que eu grite a polícia.
— Você não vai gritar, — com um sorriso debochado no rosto ele completou — a menos que seja de prazer, e eu acho que o assunto te interessa gatinha.
Paralisada ao constatar que realmente estava excitada com a situação, se deixou levar pelo ardor do momento. Não é todo dia que se ganha um beijo tão intenso e suculento, mesmo que seja de um completo desconhecido. O puxou para mais um beijo e aceitou de bom grado aquelas carícias surpreendentes, deixou que aquela língua quente e habilidosa invadisse sua boca e retribuiu com a mesma euforia, enquanto as mãos enormes e ágeis não se barraram com a dificuldade que sua blusa poderia oferecer, usando de uma pequena força afrouxou o elástico e rapidamente invadiu sua intimidade que neste momento já estava escorrendo de desejo. Foi preciso apenas dois dedos invadindo-a com movimentos ritmados para que em poucos minutos Júlia já estava gemendo e rígida de tanta excitação.
— Preparada pra nunca mais esquecer dos meus dedos morena? — inebriada ela apenas afirmou com a cabeça, não teria raciocínio para formular outra resposta — Então deixe me beber seus gemidos.
Irresistivelmente ele sugou seus lábios e ocupou inteiramente sua boca enquanto aumentava a firmeza de seus movimentos, ele a torturou com velocidade girando seus dedos dentro dela para alcançar cada centímetro do seu ponto G. Escorregou uma de suas mãos pelas costas de Júlia e a segurou firme na base de seu quadril enquanto aprofundou com mais força sua outra mão dentro dela. Três estocadas foram suficiente para ter a pacata bailarina derretida em seus braços. O misterioso esperou que ela se recuperasse do frenesi abraçando-a calmamente, retirou sua mão lentamente e levou seus dedos até a boca para experimentar o mel que sua façanha produziu.
— Deliciosa como eu imaginei que seria. — ele a olhou com um misto de satisfação e preocupação — Vai ficar bem se eu for embora agora? Preciso encontrar um amigo.
Timidamente Júlia se recompôs, e morta de vergonha fingiu que aquela cena de poucos minutos atrás nunca existiu.
— Tudo bem. Também tenho uma pessoa para encontrar.
Sem mais palavras os dois se afastaram, quebrando a conexão que haviam criado. O batman misterioso caminhou sentindo as tendas do evento e rapidamente se misturou no meio da multidão. Enquanto uma confusa bailarina ficou para trás, perdida em seus pensamentos, e no fundo, se odiando um pouco por ter permitido aquela abrupta invasão. Contudo, por outro lado, foi uma das experiências mais sensacionais que ela viveu na vida, não que não tivesse experienciado bastante sua sexualidade, porém foi a primeira vez que seu corpo vibrou daquela forma, foi a primeira vez que ela realmente gozou não só de mente mas também de corpo em todos os sentidos. Das outras vezes que experimentou sexo os homens não tiveram a sensibilidade de pensar nela, se restringiram a ser egoístas e gozado sozinhos deixando-a a ver navios.
Júlia desnorteada, caminhou em direção aos ônibus para ir embora quando viu uma mulher gato se requebrando toda próxima dos quiosques, se não era sua amiga Susana seria um clone dela. Alterou a direção de sua caminhada e quase próxima de chegar escutou uma gargalhada inconfundível, não havia mais dúvidas, achou quem ela procurava.
— Susy, até que enfim te achei, já tinha desistido e quase fui embora.
— Amiiigaaaa — Susana gritou visivelmente alterada pelo álcool — Eu me perdi, depois me achei, me perdi de novo e nada de te encontrar sua maluca.
— Eu tropecei em algum e fiquei um pouco ocupada. — respondeu discretamente.
— Espero que tenha sido em um homem bem bonito pra compensar a demora.
Dessa vez Júlia preferiu não responder de imediato, não queria expor a situação naquele momento, talvez depois, com calma.
— Meu Aquaman estava aqui agorinha, ele disse que só ia procurar o amigo perdido e já voltava, mas até agora nada.
— Não precisamos de homens, vamos nos divertir sozinhas. Só por hoje, vai?
— Tem razão Jú, antes vários passarinhos a disposição do que ser engaiolada. Vamos rodar essa praia até ficarmos tontas.
E foi exatamente isso que as duas fizeram. Susana não se importou em procurar o rapaz que havia combinado passar a noite, se ele realmente a quisesse não teria ido embora com a desculpa de encontrar um amigo. Júlia por outro lado não queria outra experiência naquela noite, o batman misterioso já estava ocupando por demais seus pensamentos. Ambas se entregaram ao álcool e não viram a noite passar, quando já estavam trocando as pernas e as palavras decidiram ir embora cada uma para sua casa e darem a farra por encerrada, pelo menos naquela noite.
CONTINUA...
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