22 - Não consigo ficar longe
— E aí, como foi com a sua ruiva? -Beck leva um pirulito até a boca e move a língua como se estivesse fazendo um boquete no doce.
Observo a cena com diversão, esperando que ele termine sua degustação para enfim responder.
— Foi até bem. Combinamos de conversar depois da aula. -Explico e meu amigo balança a cabeça satisfeito.
Matt por sorte ainda não chegou, senão, já estaria me zoando por ser tão molenga. Segundo ele, as garotas devem vir até nós e não o contrário, no entanto, eu não consigo ser assim.
Violet sempre foi uma parte de mim e preciso dela comigo, leve o tempo que for.
Não me interprete mal, não sou um maluco obsessivo.
Se eu detectasse qualquer sinal de contrariedade dela, me afastaria sem nenhum problema. É só que... sei que ela me deseja tanto quanto eu a ela.
Basta ver como seu corpo inteiro se arrepia com o meu toque, ou como ela corresponde a cada um dos meus beijos, e sem nem perceber, delineia meu corpo com os dedos em um movimento tão sutil, mas que me leva ao borde da insanidade cada vez.
— E o que pensa dizer? -Volto para o presente com a voz rouca de Beck.
— Para ser sincero, não faço nem ideia. Só queria uma desculpa para ficarmos sozinhos. -Ele observa algo atrás de mim com os olhos semicerrados e seus lábios se inclinam levemente para o lado.
— Pois já deveria ir pensando, porque sua amada acaba de chegar. -Aponta com a cabeça e me viro lentamente, buscando-a entre os alunos e encontrando-a em questão de segundos.
Ela é inconfundível.
Sentada em um dos bancos, sua cabeça pende para trás e um sorriso terno adorna seu rosto. Os cabelos vermelhos caem em cascata sobre seus ombros, e ao seu redor, uma aura provocada pelos raios solares lhe dão uma imagem quase angelical.
Não consigo parar de olhar para a cena que parece saída de uma pintura romântica.
Deus como ela é linda.
Basta apenas vê-la, para que meu coração se acelere e minha boca seque em uma vontade de me afogar nos seus lábios e me perder nas suas carícias involuntárias.
Continuo contemplando-a de longe, observando cada detalhe da garota que é dona de todos os meus pensamentos mais impuros e me segurando para não caminhar até lá e beijá-la intensamente.
Eu realmente faria isso, se não soubesse que provavelmente ganharia alguns tapas. Se tem uma coisa que Violet odeia, é demonstrar afeto em público.
Chega até a ser engraçado, já que mais cedo estávamos literalmente nos perdendo um no outro a plena vista.
Beck continua conversando comigo, porém sequer lhe respondo. Minha concentração está em uma só pessoa no momento.
De repente, Jonah se materializa na sua frente com o rosto tão perto do seu, que basta apenas um movimento para que ele a beije.
Imediatamente meus punhos se fecham e uma vontade de ir lá e afastá-lo me domina, quase como um sentimento primitivo que me esforço em mandar para bem longe.
Não quero bancar o namorado ciumento antes mesmo de termos algo concreto e acabar eliminando qualquer chance com ela, de modo que me limito a ranger os dentes e amaldiçoá-lo resmungando para mim mesmo.
Jonah abraça seus ombros e conversa animado com ela. Segundos depois, ele olha na minha direção e sorri para mim antes de se virar e sussurrar algo no seu ouvido de maneira tão íntima que meu corpo inteiro se arrepia.
O que quer que ele tenha dito, faz com que Violet mova a cabeça até que ela me vê.
Por alguns segundos, me perco nos seus olhos desejando ser eu ali ao seu lado, abraçando seu corpo, sussurrando qualquer coisa no seu ouvido e fazendo-a sorrir como antes, contudo, é Jonah quem está ocupando o lugar que deveria ser meu.
— Já chega. Esse idiota está fazendo isso de propósito! -Grunho dando alguns passos, me preparando para tirá-lo de perto da Violet.
Quem diabos ele pensa que é?
— Ei, calma aí, Mohammed Ali. Onde acha que vai? -Beck aperta meu braço e me puxa para trás.
— Não está vendo como Jonah está dando em cima da Vi? E-eu... droga. -Respiro profundamente percebendo o erro que estava prestes a cometer.
— Para começar, sabe que ela odiaria que chegasse assim todo babaca para cima deles, e segundo, que Jonah deve estar zoando com a sua cara. -Explica apressado. — Ele é gay, cara. -Continua. — E mesmo se não fosse, você não está no direito de exigir nada. Violet não é sua namorada e se isso chegar a acontecer, sabe muito bem que ela não precisa de sua aprovação para ter amigos. -Finaliza com chave de ouro. Meu estômago se contorce sabendo que Beck está repleto de razão, mas isso não me impede de abrir um enorme sorriso aliviado.
Minutos depois, Brenda aparece quase se jogando em cima dos dois e agora é a vez de Beck ficar babando pela loira espevitada. Ela abraça e beija Jonah, como se fossem melhores amigos e ele em vez de ficar enciumado como eu, sorri da cena com carinho.
O garoto suspira tantas vezes que até parece um pneu furado.
— Pelo visto não sou o único que foi enfeitiçado pelo cupido. -Brinco e recebo um tapa no ombro.
— Brenda é... incrível. E muita areia para o meu caminhão, infelizmente. -Ele ressopra desanimado.
— Mas vocês não tinham até combinado de ver um filme?
— Sim, combinamos. Só que não quero que ela pense que só tenho intenção de transar com ela. Quero conhecê-la mais, sair, ir ao cinema, ver um filme de verdade, já sabe, todas essas coisas. -Explica com cuidado e concordo me sentindo exatamente da mesma forma.
Quero fazer tudo isso com Violet, mas dessa vez não como amigos como das milhares de vezes no passado, e sim como um casal.
— Então diga isso a ela. A garota também parece querer te conhecer melhor. Além do mais, isso não impede de que possam aproveitar entre quatro paredes. -Empurro seu ombro com o meu e ele sorri abertamente sem deixar de olhá-la.
Brenda abraça Violet e lhe diz algo que faz a ruiva se irritar e empurrá-la para longe.
Assisto tudo como se estivesse vendo uma novela sem desviar o olhar.
Eles conversam animados por vários minutos e fico cada vez mais impaciente.
Me sinto atraído até ela como se nossos corpos fossem dois enormes imãs, dois pólos opostos que não conseguem ficar separados um do outro e meus pés começam a se mover por conta própria, caminhando até o banco onde estão sentados e parando bem na sua frente.
— Olha só quem resolveu dar o ar da graça. -Jonah brinca com o seu típico sorriso atrevido.
— Oi Beck, como está? -Violet diz praticamente empurrando a amiga para cima dele que a recebe de braços abertos.
Sequer tinha percebido que meu amigo estava me acompanhando.
— Estou ótimo, obrigado. -Ele responde educadamente. Brenda só falta desmaiar e Jonah se afasta um pouco de Violet que lhe lança um olhar estranho.
— Pode se sentar se quiser, querido. -Oferece claramente tramando algo, mas não perco tempo e faço o que ele sugere sem discutir.
Meu corpo mal encosta no de Violet e sinto-a tremer levemente como se apenas esse mínimo contato fosse suficiente para deixá-la desconcertada.
— Oi... -Sussurro olhando direto nos seus olhos.
— Oi... -Ela devolve no mesmo tom, perdida em si mesma.
— Hã então, nós vamos ir até o restaurante comer algo e já voltamos. -A voz de Brenda soa desde algum lugar distante.
— Mas eu não estou com fome... -Dessa vez é Jonah quem responde indignado.
— Está sim! Vamos logo garoto. -Ela insiste e arrasta os dois companheiros para longe, me deixando sozinho com Violet.
Garota esperta.
Assim que já não escuto mais a voz dos três patetas, pego um pequeno cacho de cabelo vermelho e enrolo nos dedos, apreciando a suavidade dos pelos.
Ela assiste tudo sem dizer nada, mas também não me afasta, o que é um bom sinal.
Quando me canso de tocar seus cabelos, subo lentamente até o seu rosto e acaricio a pele alva, traçando cada sarda na bochecha ruborizada, contando cada pequeno pontinho avermelhado como se já não conhecesse de cor cada pedacinho do seu corpo.
— Pensei que queria conversar depois da aula. -Ofega depois de alguns minutos.
— Ainda quero, mas eu não consegui ficar só te vendo de longe. -Sussurro segurando seu queixo, escorregando o dedo nos lábios carnudos.
Seu olhar recai sobre a minha boca e sorrio internamente. Era disso que eu estava falando.
— Não sabe como estou morrendo de vontade de te beijar outra vez. -Confesso maravilhado até mesmo com o cheiro do seu perfume adocicado.
Ela aperta as pálpebras e puxa uma longa respiração como se estivesse ponderando, pensando no que diabos fazer diante da minha revelação.
Ficamos assim por alguns minutos que mais parecem uma eternidade, até que seus olhos se abrem novamente e posso ver as chamas queimando nas suas íris castanhas.
— Então o que está esperando?
Essas cinco palavras bastaram para acender um fogo dentro de mim, talvez o mesmo que encontrei no seu olhar e as labaredas começaram a se alastrar por toda a minha pele, queimando tudo por onde passaram, não me deixando outra alternativa senão obedecer ao seu comando.
Aproximo seu rosto do meu com delicadeza e beijo-a sem pressa, sentindo cada terminação nervosa se eriçando, sensível ao seu sabor, à sua presença. Até mesmo à sua respiração.
Por mais doloroso que seja, tento me manter no limite para não acabar incidindo em uma conduta inadequada.
Violet se afasta respirando com dificuldade, os lábios inchados e brilhosos pelo beijo.
— Droga... por mais que eu tente ficar longe de você, simplesmente não consigo. -Reflete pensativa e meu coração pula dentro do peito a ponto de sair correndo pelo campus.
NOTA DO AUTOR
Sextou com S de SELOCOOOOOO BENJAMIN!!!
Próxima parada: cardíaca kkkkk
Esse menino é fofo demais mdsssssss
Aproveitem viu, pq a melação começou e já tá acabando hahaha
Sou malvada mesmo, só lamento por vcs!
Tenham todos um ótimo final de semana, não se esqueçam de votar e comentar!
Amo vcs, 🥰
Bjinhossss BF 💜💜💜
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