02 - Primeiro dia de faculdade
Colocar a jaqueta de couro e pilotar pela cidade sentindo a brisa morna no meu rosto não é nada comparado com a sensação de liberdade que sinto cada vez que me levanto da minha cama e consigo caminhar sozinha, sem precisar de ninguém me levando no colo ou empurrando uma maldita cadeira de rodas me fazendo pensar que sou uma inútil.
Eu sei, peguei pesado comigo mesma e não é nenhuma vergonha precisar de outras pessoas, o problema é que eu sempre fui orgulhosa e cada vez que alguém me olhava com compaixão, meu coração pesava ainda mais.
Se tem alguém que não merece uma gota de pena, essa sou eu.
Aquele acidente foi por minha culpa e ninguém vai me convencer do contrário.
Apesar disso, depois de meses de fisioterapia e de lutar contra o cansaço e contra mim mesma, aqui estou andando de moto, voltando ao que era antes -pelo menos em parte- e preparada para começar mais um ano de faculdade, só que dessa vez eu realmente vou ter contato com pessoas em vez de uma tela de computador sem graça.
Estou nervosa, é claro, mas já passei por coisas piores, então sei que vou acabar me acostumando com a vida universitária regada a festas, adolescentes cheios de hormônios borbulhando pelas suas veias e se pegando sem pensar no amanhã e claro, professores de meia idade desesperados para se enturmar com os alunos.
No momento em que chego no estacionamento, respiro fundo e repito comigo mesma que vai dar tudo certo.
Retiro o capacete depois de me certificar de que a moto está bem estabilizada e balanço a cabeça para que meus cachos ruivos se liberem do aperto.
Se tem uma coisa que odeio, é prender meu cabelo. Só faço isso quando é extremamente necessário, o que não acontece com muita frequência.
Guardo o capacete no compartimento e pego minha bolsa com alguns materiais e a lista de matérias do semestre.
Fecho tudo com a chave e aperto o botão do alarme antes de caminhar até a enorme calçada que nos guia até a entrada.
Aproveito para enviar uma mensagem para os meus pais, avisando que cheguei bem e sua resposta vem quase que de imediato.
"Você vai arrasar meu amor, te amamos e estamos orgulhosos de você. " - Mamãe.
"Se sentir dor ou precisar vir embora mais cedo, me ligue que vou te buscar! Te amamos e não se esqueça: você é uma Cross." - Papai.
Sorrio ao ler o texto de ambos.
Os dois são completamente diferentes mas ao mesmo tempo se complementam de uma forma tão incrível que às vezes penso que eu jamais vou encontrar um amor tão forte como o deles.
Procuro o papel com o nome da garota que está encarregada de me mostrar o lugar e praguejo algumas vezes por conseguir perdê-lo dentro da enorme bolsa. Vai ver eu sequer o trouxe, para começo de conversa.
Deveria ter anotado o seu nome no meu celular...
— Olá linda, você parece ser nova aqui... precisa de ajuda? -Sinto um braço pesar no meu ombro e observo o rosto do garoto que me dedica um sorriso do tipo "estou sendo amável, mas na verdade eu apenas quero te comer".
Respiro fundo tentando me acalmar, o que obviamente não funciona.
— Você tem cinco segundos para tirar suas mãos de cima de mim, ou vou chutar tão forte as suas bolas, que você vai cuspi-las pela boca - Rosno séria, mas ao contrário do que pensei, o garoto solta uma risadinha animado.
Ótimo, um daqueles idiotas que gosta de desafios.
— Qual é, gata, não precisa se alterar. -Ele insiste e minha paciência goteja pouco a pouco para fora do meu corpo, como uma torneira quebrada.
— Cinco... quatro... três... -Ameaço e para o seu próprio bem, ele se afasta de mim, cruzando os braços emburrado.
Abro minha boca para dizer que me deixe em paz, contudo, uma voz que conheço muito bem invade minha pequena bolha.
— Acho que já deu, Matt. -Benjamin empurra o amigo e se coloca quase na sua frente. Sua típica maneira de me proteger como costumava fazer antes.
Mas isso já ficou no passado. Ele perdeu esse direito quando resolveu desaparecer em um dos piores momentos da minha vida.
— Ora ora quem temos aqui. Benjamin maldito Saito. -O sangue corre tão rápido pelas minhas veias que escuto um zunido no meu ouvido.
Ele ainda tem coragem de vir falar comigo depois de ter sumido?
— Olá Violet. Como você está? -Sua voz vacila por um milésimo de segundo e preciso me controlar como nunca para não enfiar minha mão na sua cara cínica.
— Não é da sua conta, babaca. -Consigo pronunciar com muito custo e de soslaio percebo que o tal Matt sorri debochado. — E você, faça um favor a si mesmo e fique longe de mim. -Advirto com seriedade e ele engole seco, percebendo finalmente que não valho o esforço. Ótimo.
Benjamin não sabe o que fazer com a minha presença e resolvo acabar com o seu dilema me afastando dos dois patetas sem dizer uma só palavra. Ele não merece uma gota da minha atenção.
Dou alguns passos lentos e cansados, pensando em como vim parar logo no mesmo lugar que ele.
Mas não importa, o campus é enorme então eu só preciso evitá-lo pelos próximos... três anos.
— Oh por Deus! Garota, eu definitivamente sou sua fã. -Uma menina loira aparece na minha frente quase colidindo contra o meu corpo.
Seus olhos azuis brilham animados e por alguns instantes penso se ela não está me confundindo com alguma amiga.
— Hã... oi?
— Você literalmente chutou a bunda de dois dos três garotos mais populares da George II! -Exclama batendo palmas enquanto dá voltas ao redor de mim.
Será que todos aqui são malucos?
— Desculpe, mas acho que não...
— Benjamin e Matt. -Esclarece animada como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Basicamente todas as garotas e alguns garotos fariam de tudo apenas para sentar naqueles três. Só faltou você enxotar o Beck também! -Ela cai na risada da sua piada e fico ainda mais confundida.
— O que quer dizer com os três mais populares?
— Isso mesmo que você entendeu. Eles são tipo a realeza da GII. Ninguém tem coragem de ir contra eles. Pelo menos até agora. -Seu olhar recai sobre todo o meu corpo e por alguns instantes me sinto nua.
Fecho os olhos e inspiro várias vezes até ficar mais calma. O dia hoje será longo, pelo visto.
Não tenho tempo a perder com bobagens, além do mais, preciso encontrar a garota que vai me mostrar todo o campus. Aproveito sua aproximação e o fato de que ela parece conhecer várias pessoas aqui para averiguar.
— Escuta, eu ficaria conversando com você, mas preciso encontrar uma garota. -Seus olhos arregalam tanto que não consigo evitar soltar uma gargalhada. — Não é isso que está pensando, apesar de que não há problema em duas garotas se pegarem, ou dois garotos sei lá. Acontece que essa menina ficou de me encontrar aqui para me dar um tour pelas dependências da universidade só que eu consegui perder o papel com o seu número de telefone. Só lembro que seu nome era algo com B, Bruna... Bárbara...
— Brenda! -Ela grita de repente e quase engasgo com o susto.
— Isso, Brenda Stevens. Onde fica a secretaria para que eu possa pedir o seu telefone? -Resmungo envergonhada, mas ao invés dela me responder, um sorriso macabro se forma no seu rosto me deixando levemente assustada.
— Definitivamente estávamos destinadas a nos encontrarmos. Prazer, Brenda. -Observo sua mão estendida com desconfiança.
Ela abaixa o braço lentamente ao ver que não me movo e me sinto culpada por não corresponder o cumprimento.
— Violet Cross. -Dou de ombros. De todas formas eu sequer a conheço como para me importar com etiqueta. O sorriso volta a estampar seu rosto pálido e uma faísca animada percorre seus olhos.
— Senhorita Violet, está preparada para conhecer o lugar onde será forjado o seu futuro? -Sua voz soa robótica e balanço a cabeça instintivamente.
De repente ela segura minha mão e sou literalmente arrastada porta adentro.
Não consigo acompanhar seus passos e preciso gritar algumas vezes para que ela finalmente me escute e pare de andar.
— Não posso caminhar rápido! -Dobro meu corpo e seguro meus joelhos respirando com dificuldade.
Esse movimento foi suficiente para desatar uma dor na minha coxa e faço uma careta ao sentir uma fisgada na pele irregular pela enorme cicatriz.
— Oh, me desculpe! Me emocionei, eu acho. -Seu rosto adquire um tom ruborizado.
Levanto um dedo para que ela espere um momento até que eu me recupere.
Ainda bem que lembrei de trazer o meu remédio para esse tipo de ocasião.
Avisto um banco e caminho, ou melhor, manco mais do que o normal até me jogar em cima do cimento frio.
Brenda se aproxima sorrateiramente e se senta ao meu lado completamente envergonhada a essa altura.
— Realmente foi sem querer. -Murmura com aquela maldita expressão que conheço muito bem.
— Okay Brenda, se vamos começar essa amizade ou como queira chamar, precisamos deixar algumas coisas em claro. -Resmungo apertando a mandíbula com outra fisgada. Ela balança a cabeça para cima e para baixo como um cachorrinho treinado. — Primeiro: nada de olhares piedosos. Eu não sou uma aberração e muito menos estou impedida de fazer o que me der na telha. Só digamos que estou um pouco... limitada. Segundo: por favor, não precisa se preocupar comigo, sério. -Continuo e ela faz um sinal com o dedão.
— Posso perguntar o que aconteceu com você? -Sussurra e levanto uma sobrancelha, então ela coça a garganta falando normalmente outra vez. — Quero dizer, se você quiser me contar, é claro.
Resumo o acidente, os meses internada e a fisioterapia para que ela entenda o que aconteceu comigo, sem dar muitos detalhes como o fato de que o garoto que bateu na gente era menor de idade e ficou pior do que eu, ou que eu cheguei a desejar que ele...
— Eu sinto muito por tudo, Violet.
— Tudo bem, de todas formas, já me acostumei com a dor. Eu e ela somos velhas amigas, inclusive. -Brinco e ela solta uma risadinha nervosa. — Sério, Brenda, estou bem. Agora, que tal começarmos o nosso tour? -Dou um tapinha nas minhas pernas e me levanto, sendo seguida pela loira estonteante. Ela não percebe, mas atrai olhares de quase todo mundo por onde passa. A garota parece uma modelo de revista.
Ela me leva até a secretaria onde a mulher na recepção me entrega um fichário com o logo da universidade, minha carteirinha de estudante e várias outras coisas que não faço ideia para que servem.
Ela também me explica que meu horário foi atualizado e que em alguns dias eles vão me ligar para me informar quem será meu tutor veterano.
— O que é um tutor veterano? -Pergunto e ela revira os olhos, provavelmente se arrependendo de ter entrado nesse trabalho ou o que quer que seja isso.
Felizmente, isso não é o meu problema.
— Pode deixar que eu te explico tudo. -Brenda me puxa de volta para o centro do campus e nos sentamos ao redor de uma mesa. — O programa de tutoria foi criado para que os veteranos ajudassem os novatos e ao mesmo tempo como uma forma de prepará-los para o contato com os clientes, pacientes ou público em geral depois do término dos estudos. Além de que serve como pontos extracurriculares para ambos.
Os tutores e novatos devem se reunir pelo menos três vezes por semana e depois de cada reunião, ambos devem elaborar um relatório de avanço. Se você se sentir desconfortável ou acreditar que ele ou ela está agindo de maneira inadequada, pode colocar nesse informe para que substituam seu tutor. -Incrivelmente ela recita tudo como se soubesse essas informações de cor.
— Então não tenho outra saída?
— Infelizmente não.
Abafo um palavrão ao perceber que não há forma de me livrar desse tutor.
Coloco o fichário em cima da base de cimento e abro-o dando de cara com uma infinidade de papéis.
— Muito bem. Aqui, esse é o regulamento de professores e alunos. -Ela aponta para um monte de folhas encadernadas similares a um pequeno livro. — Essa é a lista dos números de todos os seus professores, secretaria e do reitor, caso precise entrar em contato. Esse é seu horário novo e... caramba! -ela arrasta o dedo pela folha plastificada e o seu sorriso fica cada vez maior — Vamos estudar juntas?! Não acredito! -Seus olhos brilham com animação e sorrio divertida.
Brenda exala uma aura leve que pouco a pouco acaba te conquistando sem que você perceba.
— Parece que sim...
— Isso é genial! -Bate palmas novamente e olho para os lados para me certificar de que não estão vendo o seu show. Essa garota deve comer dois quilos de açúcar no café da manhã.
Deslizo o fichário pela mesa e com um movimento e um barulho metálico, um pequeno colar com um pingente que parece uma bala de revólver só que mais fina, cai de dentro de um compartimento que eu não havia sequer notado.
— O que é isso? -Seguro o cordão de prata diante do seu olhar atento e por um milésimo de segundo vejo um lampejo sombrio correr pelas íris azuis, mas assim como ele chega, se vai rapidamente e ela puxa um cordão idêntico do pescoço.
— Isso é um apito de emergência. -Explica mostrando o pingente com cuidado. — Esse botão aqui -aponta para um pequeno círculo preto- ativa um alarme bem como sua localização, para isso você deve apertá-lo várias vezes seguidas. Mas cuidado, você deve usar só em último caso, já que ele só vai parar quando algum dos guardas chegar e desativá-lo com um dispositivo específico.
— E a que se deve isso? -Coloco o colar no pescoço em um movimento involuntário. Parece ser algo muito importante para não dar bola.
— Bom, digamos que no ano passado uma garota foi... assediada por um professor e depois de que o conselho universitário ficou sabendo disso, eles decidiram implementar esse sistema de segurança. Todas as garotas receberam um desses e quando você o ativa, um sinal é enviado até a sala de segurança e todos os guardas estão treinados para acudir, no caso, o que estiver mais perto. -Explica.
Não sei o que pensar.
Uma garota sofreu abuso dentro do campus e pelo visto todos aqui sabem a história.
— O que aconteceu com o professor? -Engasgo sem saber como reagir diante dessa informação.
— Ele foi denunciado e preso. Mas você não precisa se preocupar, a George II é um lugar seguro. Por certo o alcance do pingente é apenas em um raio de três quilômetros dentro da universidade, já sabe pela privacidade das alunas e toda essa merda. -Ela brinca estalando a língua.
Balanço a cabeça suavemente e continuo folheando o fichário em uma tentativa de dissimular meu desconforto.
Só espero que eu nunca precise usar essa coisa.
— Oh por Deus, estamos atrasadas! -Brenda se levanta de repente e olha as horas no celular.
— Hã, atrasadas para que?
— Para a famosa palestra do nosso querido reitor. "Porque todos nós somos mentes brilhantes em construção e a George II tem as ferramentas necessárias para nos fazer crescer." -Brenda faz uma péssima imitação de uma voz masculina, o que me arranca algumas gargalhadas. — Não é algo obrigatório, mas você vai gostar. Vamos.
E novamente ela segura meu braço me guiando até o que mais tarde descubro ser um auditório gigante.
Chegamos bem a tempo. Um homem muito bonito está de pé em um tipo de palco mais elevado.
Ele discursa sobre vários temas e sua voz é tranquilizante, porém firme, nos dando a sensação de que podemos contar com ele para qualquer coisa.
Brenda e eu nos sentamos na última fila para poder sair mais fácil, uma sugestão astuta da minha mais nova amiga.
Segundo ela, assim eu não me canso e podemos escapar antes de ser atropelados pela onda de alunos desesperados por ar livre.
As cadeiras ao meu lado estão completamente vazias, o que acho ótimo.
Se tem uma coisa que não gosto, é de me sentar com estranhos.
Observamos em silêncio o reitor contar anedotas da sua vida, histórias de quando ele também era jovem e alguma que outra parábola sobre como ser uma pessoa de sucesso, por pelo menos meia hora.
As luzes no auditório estão baixas para dar destaque ao orador, nos deixando em um ambiente parecido a um cinema.
Alguns alunos até arriscam um toque atrevido e outros mais ousados, um beijo rápido.
Acabo bocejando algumas vezes, me sentindo sonolenta com o clima ameno.
Outros dez minutos passam e repentinamente sinto uma sombra ao meu lado.
De canto de olho tento ver quem é o sem noção que escolheu justo essa cadeira dentre as outras várias que estavam vazias. Qual é o problema com os alunos dessa universidade?
Acabo reconhecendo-o mais do que gostaria de admitir.
— Mas que merda. -Suspiro.
Benjamin está aqui. Do meu lado.
E ele está nervoso.
Passamos bastante tempo juntos no passado como para que eu pudesse aprender a identificar cada sinal que ele exala. O que passou de ser um dom a ser uma maldição.
— Precisamos conversar. -Ele sussurra sem desviar o olhar do reitor.
— Não temos nada para falar. -Respondo seca.
Brenda parece perceber o movimento e abaixa o corpo para ver quem está ao meu lado.
Ela solta um suspiro surpreso e volta à sua posição original milagrosamente sem dizer uma só palavra.
— Vamos, Violet, não faça isso... -Benjamin insiste e viro meu rosto, dessa vez vendo-o por completo.
Ele faz o mesmo, e pela primeira vez desde muito tempo, olhamos um para o outro.
Ele está mais musculoso do que me lembrava e seu queixo mais angulado, benefícios da maravilhosa puberdade.
Uma barba aparada adorna sua pele e seus lábios se apertam ao provavelmente me observar com a mesma atenção.
Seu olhar recai para a minha coxa e ele franze o cenho. Isso é suficiente para me lembrar o motivo de eu ter ficado chateada com ele em primeiro lugar.
— Por favor, me deixe em paz. -Rosno apertando os dentes.
Benjamin não diz nada por um tempo. Seus olhos prendem os meus, talvez em busca de uma vacilação, um indício de que eu não estou falando sério.
Contudo, eu não cedo diante do seu escrutínio.
Levanto o queixo desafiante e ele finalmente solta uma respiração pesada, murmurando algo para si mesmo.
— Tudo bem... eu vou te deixar em paz então. -Afirma resignado.
Então ele se levanta e sem esperar por uma resposta, se vai tão rápido quanto chegou, me deixando com o coração acelerado e ao mesmo tempo um aperto no peito, além de uma sensação que me diz que ele não vai desistir assim tão fácil.
— Uau, isso foi... quente. -Brenda exclama finalmente.
Sequer lembrava da sua presença.
Estar assim frente a frente com meu ex amigo, foi como se tudo ao nosso redor sumisse.
Éramos apenas eu e ele.
— O que quer dizer com isso? -Esfrego o rosto com as mãos.
— Caramba, eu me arrepiei com as faíscas entre vocês dois. Se alguém acendesse um isqueiro aqui dentro, seria capaz de todo o lugar explodir com a tensão. Não acredito que você e ele eram namorados. -Murmura a última frase mais para si mesma do que para mim.
— O quê? Não é nada disso que... eu e Benjamin não éramos namorados.
Brenda parece confundida.
— Sério? Porque não era isso que parecia. Já sei! Vocês eram ficantes. -Bate a mão na perna produzindo um som estalado.
— Não Brenda...
— Oh, então eram amigos com benefícios! Oh por Deus, ele era seu PA! -Sorri descarada e arregalo os olhos engasgando com minha própria saliva.
— Claro que não! E o que diabos é um PA?
— Já sabe, um pau amigo. Aquele cara que você transa para desestressar sem a complicação de um namoro. Eu chamo de foda delivery. Ligou, trepou. -Brenda cai na risada com a própria piada, no entanto, eu continuo seria.
Essa garota definitivamente é maluca.
— Benjamin era meu melhor amigo. -Confesso rapidamente. — Nós nunca tivemos nada mais do que amizade. Minha mãe é melhor amiga da mãe dele e nos conhecemos desde... sempre. -Concluo e ela me lança um olhar desapontado.
— Oh, achei que teríamos aqui um caso mais interessante. Estava até me preparando para uma possível vingança. -Diz naturalmente e nego com a cabeça pela milésima vez desde que a conheci.
— Nada de vingança. O melhor castigo é a indiferença. -Afirmo solene e ela revira os olhos.
Pelo visto, Brenda Stevens adora uma emoção.
— De todas formas, se precisar de ajuda é só me chamar. -pisca um olho. — Falando nisso, me empresta o seu telefone. -Ela estende a mão para mim, balançando-a repetidamente.
Lhe entrego o aparelho pela insistência e ela martela os dedos na tela.
— Aqui, pronto. Coloquei meu número e liguei para mim mesma, assim posso salvar o seu. -Me devolve o celular.
— Brendástica? -Solto uma gargalhada enquanto observo seu contato.
— Já sabe, eu sou uma Brenda, e sou fantástica. -Dá de ombros e sorrio ainda mais.
— Agora quero saber como estou salva no seu. -Aponto para sua mão e ela vira a tela para que eu veja. — Foxy? Por quê?
— Você parece uma raposa fofinha com esse cabelo vermelho. -Explica como se fizesse sentido.
— Se você diz. -Dou de ombros.
— Agora vamos, que ainda falta muito para você conhecer. -Saímos do auditório até o pátio e de repente me vejo presa a uma verdadeira sessão de tortura.
NOTA DO AUTOR
Olá seus lindos, como estão hoje?
Resolvi adiantar o capítulo de quarta como uma forma de comemorar os 50k de Santo Pecado!
Obrigada meus amoressssssss por todo o carinho e apoio!
E aí, o que acharam da nossa Violet grandinha??
Não se esqueçam de votar e comentar!
Nos vemos sexta-feira!
Amo vcssssss 🥰
Bjinhosssss BF 💜💜💜
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