04. misterioso

E, só de olhar para mim, você não vai me decifrar, vai ter que se aproximar, para ver o que mais eu sou. ❜

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Não encontrei mais Jeon Jungkook depois de nossa conversa bizarra na noite passada.

Quero dizer, ele falou sobre o "acordo" e depois simplesmente sumiu. Agindo como um enigmático lunático me deixando para trás com um rosto cheio de inibição misturado ao agastamento evidente. Foi naquele momento que decidi ocultar qualquer lembrança de que tínhamos nos falado, acontece dessa forma, um cara perfeito que tem uma fama arrebatadora vem falar com a garota incomum longe da escola, e então quando se encontram novamente, ele apenas finge que nada aconteceu. Voltando para sua vidinha popular e deixando a garota se sentindo uma idiota por imaginar que aquele, talvez poderia ser um bom cara.

Céus, é como se o clichê estivesse se repetindo comigo. Com a diferença de que Jeon Jungkook não se importa com fama, ele se livra de todos os amigos o idolatrando e gosta de quebrar regras, padrões. E eu não sou a garotinha bobinha pelo cara, que imagina que ele seja uma pessoa boa. Tenho meu orgulho e dignidade, embora estivesse em falta nos últimos dois anos.

Mas o importante é que isso eu não vou passar, inteligível, foi uma conversa bizarra que existe 99% de chance de não se repetir novamente. E convenhamos que está perfeito assim, cada um de nós dois em seus respectivos mundos.

Mantenho isso em mente durante todas as minhas primeiras três aulas, e acredite, está funcionando.

- Lisa!! - Mina gritou, praticamente correndo de um lado para o outro até me encontrar com as mãos postas sobre meu armário. - Ah! Finalmente te encontrei.

Parecia um raio, dando empurrões nas pessoas que ficavam em sua frente e respirando ofegante com as mãos sobre os joelhos. Para uma aluna da dramatização, sua pequena performance simulando a garota perdida, merecia um Oscar.

- Você está bem?

- Oh sim! Estou ótima! - levantando um papel nas mãos, que somente agora fui perceber. Ela exibe um largo sorriso. - Consegui uma vaga no jornal da faculdade!

Sou pega de surpresa com ela jogando-se para cima de mim, e pulando ao meu redor como uma garotinha que acaba de conseguir um passe livre da mãe rígida. Conhecia bem o pequeno jornalismo desse lugar, na verdade eu chamaria aquilo de reunião do chá julgadores de imagens. Não que eu tivesse aversão das pessoas que os comandavam, Kim Jisoo e Jung Hoseok eram dois melhores amigos super simpáticos e malucos que criaram uma típica revista de fofocas que circulam pelo campus nas mãos dos alunos, que por incrível que pareça, além de serem famosos por suas fontes confiáveis, eles tem até mesmo patrocinadores e aplicativos para smartphones.

Se alguém dissesse que a Hailee fosse dos tempos dos dinossauros, por ser um grande edifício construído à décadas atrás. Eu apenas riria da cara do indivíduo e sentiria vergonha alheia. Esse lugar é tudo menos desatualizado.

- Conseguiu?

- Com algumas notícias dadas ali e aqui, envolvendo-me em completas situações que julgo quase ser ilegais. Eu diria que fora minha maior conquista do ano. - ela respira fundo ainda sorrindo. - O que acha?

- Se está feliz. Eu estou feliz.

- Agora meu ano acaba de ficar melhor ainda! - sou invadida por seus braços magros me apertando, retribuindo seu aperto e sentindo uma leve respiração sua. - E delicioso..

- O que? - pergunto confusa, enquanto ela me solta ainda segurando meus ombros com os olhos atentos sobre algo atrás de mim. - Mina?

- Ah sim, desculpe. - sorri balançando os ombros. - É que é impossível não olhá-lo.. - ela ofega.

- Ele quem?

Sigo a direção dos seus olhos podendo entender tudo, eu não o encontrei durante boa parte do dia, e agora Jeon Jungkook está caminhando pelo corredor com aquelas pernas longas, jaqueta de couro realçando os músculos dos braços e ombros, junto a calça apertada que marca toda sua generosa coxa torneada.

- Nunca imaginei que poderia almejar levar uma chave de braço de um homem como aquele. - fez uma pausa, fazendo um leve bico nos lábios carnudos. - Mas sim, eu adoraria.

- Eu acho que metade da Hailee gostaria. - sorrio para suas palavras voltando aos livros no meu armário.

- E você não?

- Não, obrigada. Pelo pouco tempo que dialogamos, não faz o meu tipo.

- Espera, conversaram!?

Eu abro a boca lastimando mentalmente por ter uma boca tão grande, os olhos âmbar de Mina estão arregalados e emitem um brilho ambicioso. Descobriria que este era um caminho sem volta, era falar tudo ou conviver pelo resto do ano com Mina em meu ouvido vinte e quatro horas, tentando arrancar tudo de mim.

- Mais ou menos.. - comecei, suspirando. - Estava no trabalho ontem a noite, ele estava lá e pediu um lanche.

- Porções de batatas fritas com refrigerante?

- Como sabe disso? - pergunto surpresa pelo palpite tão certeiro.

- Ele sempre pede isso na cantina, daah Lisa! Que mundo você vive amiga?

- Um mundo onde não persigo pessoas? Ou o que elas comem? - levanto uma sobrancelha patentemente, escutando um bufar da Mina.

- Rápido, continue!

- Certo, certo. Ele começou a falar sobre o quanto o senhor Jones era um idiota e depois sobre Dexter ser um babaca.

- A cada dia esse homem fica mais atraente. - ela suspira novamente, jogando as costas com a mão no coração contra o armário ao lado. - Continue.

- Então.. Me irritou e brigamos.

- Como assim? Ele te machucou?!

- Não. Olhe Mina, se eu fosse você nem mesmo ficaria perto desse cara. Ele claramente é um arrogante brutamonte. - lanço uma careta disfarçada ao patife que está a quatro portas de armário depois do meu, com uma das mãos no bolso e a outra digitando sua senha.

- Esses são os mais sexys! - ela sussurra baixo, o bastante para alguns alunos que passam por nós, ouvirem. - Embora, céus! Jeon Jungkook falou com você, ele falou com você Lisa. Para te "irritar" mas falou! Geralmente ele fica sempre cercado de amigos mas não dá mais de duas palavras.. Nunca conversa com alguém o suficiente para descobrirem o endereço de sua verdadeira casa.

- Não entendo, verdadeira casa?

- Ah sim, eu não disse? O lugar onde sempre dá festas na verdade é uma mansão afastada da cidade que seus pais compraram para férias em família, não sua casa mesmo.

- Oh sim, agora entendo. - murmuro revirando os olhos. - Filhinho de mamãe mimado que se acha o cara gostosão.

- E misterioso, não esqueça de acrescentar um dos elementos mais sexy.

- Existem outros elementos?

Mina gira a cabeça para mim revirando os olhos, como se me xingasse de abundantes nomes nada agradáveis.

- Ele todo, obviamente.

- E existe alguma coisa que Jeon Jungkook não seja sexy? - eu sorrio para ela, colocando minha bolsa nos ombros. - Talvez esse seja um dos mistérios que todos deveriam estar ansiosos para descobrir.

[...]

A água fresca deixa meu rosto leve, suave e limpo das incontáveis cores espalhadas sobre as bochechas. Embora minha mão não tenha se dado tão bem, com grande parte da tinta sendo levada pelo ralo. Ainda permanecia avermelhada e azulada misturada ao preto grudento seco, que esfrego mais forte sem nenhuma novidade surpresa.

Mas está tudo bem, o importante é que minhas roupas não estão tão sujas graças ao avental branco que não teve tanta sorte. Senhora Miller realmente não dá muita compreensibilidade aos alunos, hoje tivemos alguns problemas com a pintura ao ar livre. Mas sinto que me saí bem, desde que não envolvesse coisas do coração.

Estou abrindo a porta do banheiro com rapidez, quando bato contra algo enorme, forte e macio misturado ao cheiro amadeirado e masculino que se infiltra por minhas narinas, levando todos os meus bons pensamentos da cabeça.

Vacilo sobre os pés desorientados para trás prestes a cair de bunda no chão duro e sujo, mas sendo impedida por mãos grossas e ásperas ao redor dos meus braços pálidos segurando com prontidão. Ergo o rosto assustada para cima, dando de cara com um rosto familiar demais. Jeon Jungkook está lá para mim, ele umedece aquele piercing no canto dos lábios finos e levanta uma das sobrancelhas que agora estão livres dos seus cabelos, com poucas mechas penteadas para trás. Deixando à vista mais um piercing prendido nele, e o maxilar másculo a mostra.

- Está me perseguindo seu arrogante. - eu acuso segurando em seus ombros largos. Irritada, surpresa e vermelha sobre ele.

- Arrogante brutamonte, você realmente não tem imaginação para insultos. - um resquício de sorriso malicioso pinta seus lábios lascivos. - Eu vim lhe propor o meu acordo, hein.

- Não estou interessada em nada que envolva sua ajuda.

- Bem - ele desvia o olhar para nossa posição nada comum para dois estranhos, deixando meu rosto cada vez mais quente, enquanto sua mão está firmemente embalada na minha cintura. - , não parece que você não precise dela.

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