7. Truce
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Jimin e Jungkook conversaram bastante e até riram juntos. Vamos continuar de onde eles estão...
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Jungkook grita quando se encolhe para o lado para proteger seu corpo e Jimin aproveita a oportunidade para bater em sua bunda. Então Jimin começa a rir quando o Alfa devolve o golpe.
Então, quando Jimin envolve as duas mãos em volta do bastão e o ergue acima da cabeça novamente, Jungkook salta para frente e captura o ômega em seus braços. A atmosfera muda em um instante, como um fósforo sendo aceso, e em segundos a pele deles estão pegando fogo, onde a mão de Jungkook segura o pulso do ômega e a outra roça a parte inferior das costas de Jimin, onde sua camisa havia levantado ligeiramente. Estão tão perto que Jimin pode contar as marquinhas no rosto de Jungkook e os olhos do alfa caem natural e impotente no contorno dos lábios de Jimin. Eles param.
— Tenho a sensação de que você está começando a gostar de mim. — Os lábios de Jungkook se abrem no mais leve dos sorrisos, seus olhos relutantemente saindo dos lábios do ômega apenas para se alegrar quando encontram os olhos de Jimin.
Em vez do aborrecimento que borbulhava nele toda vez que Jungkook tentava flertar com ele, Jimin se sente... tonto. Quase como se borboletas tivessem eclodido em seu estômago e estivessem voando para todos os lugares que Jungkook pressiona contra ele. A grande mão espalmada em suas costas, suas coxas pressionadas juntas.
— Talvez eu só esteja tentando descobrir qual daqueles carros lá fora é o seu.
Tanto Jimin quanto Jungkook ficam surpresos que, em vez de um desligamento completo, Jimin realmente provocou de volta.
— Apenas diga a palavra e você saberá. — Jungkook começa a sorrir, e mais uma vez Jimin fica surpreso quando procura dentro de si e o calor rastejando sobre sua pele não é raiva, mas outra coisa.
Jungkook também fica surpreso com a pouca confiança que recupera, naturalmente levantava sua sobrancelha e aprofundava sua voz. Mas desta vez parece muito diferente de qualquer outra vez que ele flertou, não apenas com Jimin, mas com qualquer pessoa, desta vez é como se ele estivesse flertando. Ele consegue sentir seu coração bater mais rápido e seu corpo ansiar por aproximação, para ver o quão perto ele pode chegar dos lábios do ômega antes que um deles quebrem o momento.
— Bom trabalho, hoje! — Arthur grita, e os dois se separam como se o homem tivesse jogado água fria neles, o choque irrompendo em seus corpos e deixando-os sem fôlego e desorientados.
De repente, é estranho encontrar os olhos um do outro novamente, apesar de quão próximos eles estavam segundos antes. E enquanto Arthur continua, eles percebem que seus corpos se afastam automaticamente, a tensão mais uma vez espessa entre eles, embora desta vez haja algo mais aumentando essa tensão.
— Como sempre, por favor, sirva-se de um refresco e vejo você na próxima semana! — Então Arthur começa a conversar com uma mulher de sua classe e, ao contrário da primeira vez, quando todos correram para a porta o mais rápido possível, agora as pessoas demoram para sair da sala.
Jungkook decide aproveitar a oferta de Arthur, virando-se e caminhando até a mesa de refrescos com o desejo de afogar sua tensão em suco de laranja, a única coisa que eles tem hoje.
Jimin, sabendo que terá que esperar para ser pego por Tae, decide que conversar com Arthur será a melhor maneira de se distrair. Ele não consegue acreditar que chegou tão perto do Alfa. Ultimamente ele tinha prejudicado muito mais as pessoas por fazer muito menos. No entanto, quando ele estava nos braços do alfa, o alfa que é irritante, nenhuma parte dele sentiu a necessidade de afastá-lo. Na verdade, parte dele queria afundar mais perto, afundar naquele cheiro de menta e ver o quanto de sua raiva poderia desaparecer. E isso absolutamente aterrorizou Jimin.
Ele nunca havia sentido uma desejo obrigatório de estar mais perto de alguém antes, para se pressionar contra seu peito reconhecidamente forte e pedir-lhes para afastar todas as suas preocupações, talvez beijá-las. Nem mesmo com Shin.
Quando Jimin conheceu Shin, ele tinha dezenove anos e ficou obcecado com o jovem de vinte e um anos que lhe deu um sorriso malicioso e disse que ele era diferente. Dois anos depois, ele estava grávido e casado com o homem. Mas era seu primeiro amor, então ele não se importou em passar o resto de sua vida com o homem que sempre se considerou não afetuoso, mas ainda apaixonado. Afinal ele era feliz, não era? E ele tinha Yuji e não precisava de mais nada.
Mas então, quando ele estava envolvido nos braços de Jungkook, o Alfa o olhado de uma maneira que ele nunca tinha visto antes, Jimin percebeu que talvez ele quisesse afeto. Talvez ele quisesse ser olhado não apenas como uma pessoa para quem voltar para casa, mas como uma pessoa com quem alguém gostaria de passar cada segundo acordado.
E a percepção de que Shin nunca tinha lhe dado aquele olhar o enche de raiva e tristeza, mas principalmente de arrependimento. Talvez em todos esses anos ele tenha se colocado em segundo lugar na busca da imagem da família perfeita e feliz, e estava perdendo exatamente isso.
Jimin olha para Jungkook, as costas largas do Alfa voltadas para ele, e se pergunta por que esses pensamentos o inundam tão intensamente.
Os pensamentos de Jungkook são muito intensos enquanto ele mordisca um palito de cenoura, segurando-o com tanta força que até parece conter todas as respostas para seus problemas. Em sua cabeça, tudo o que ele pode ver é os lábios carnudos e os lindos olhos de Jimin. E tudo o que ele pode ouvir é seu tom suave enquanto ele provoca de volta. Seu estômago revira com o pensamento de Jimin brincando com sua provocação, querendo empurrar mais longe em vez de recuar.
Jungkook quer mais. Ele quer tudo.
— Por favor, posso ter um?
Jungkook congela, olhando para o lado, e então lentamente olhando para baixo e encontrando uma jovem com cabelos escuros em tranças e um olhar expectante. Ele engole a comida em sua boca antes de responder.
— O-o quê?
A garota, que não deve ter mais de cinco anos, revira os olhos. Ela aponta para o lanche na mão dele, que ainda está no ar enquanto ele tenta registrar porque uma criança está aqui sozinha e pedindo coisas a ele.
— Cenoura.
— O-oh. — Jungkook sai de seu estado congelado para encontrar a tigela de onde havia tirado o palito de cenoura, ele pega uma e entrega para a criança.
— Claro.
A garota sorri enquanto seus olhos caem para o pulso dele, ela pega o lanche e arregala os olhos.
— Tem uma borboleta no seu pulso! — Ela nota alegremente, sendo elas um de seus animais favoritos.
Jungkook segue os olhos dela até a tatuagem em seu pulso esquerdo, algo que ele havia feito há muito tempo, uma das primeiras tatuagens que ele fez antes de se entregar totalmente e tatuar o braço direito inteiro. Embora suas mangas compridas escondam o resto de suas tatuagens no momento, apenas as da mão e agora a borboleta está a vista. Ele sorri com a empolgação da garota, afinal ele havia projetado aquilo.
— Isso significa que você quer ser uma borboleta? — Ela pergunta animadamente, seus olhos parecendo ter certeza de que a resposta será sim.
A risada mais fraca sai de Jungkook antes que ele molde seu rosto em pensamento.
— Hmm... eu acho que sim.
— Posso ser uma também? — Ela pula um pouco no local, perguntando a Jungkook com os olhos tão arregalados e cheios de esperança que é como se ele tivesse o poder de realizar seu desejo.
Escondendo um sorriso, seus olhos estuda a garota e então se desviam para o lado, seu rosto ainda obviamente em pensamentos profundos. Seus lábios franzem enquanto ele responde calculadamente.
— Você é muito jovem para ser uma borboleta, talvez uma lagarta?
Ela explode na risada mais fofa que Jungkook já tinha visto, claramente achando a resposta divertida quando seus olhos castanhos desaparecem e seu corpo quase se dobra ao meio de tanto rir. Jungkook também sorrir carinhoso, embora o adulto dentro dele diga que ele deveria estar mais preocupado que essa criança tenha aparecido do nada e que ele deveria ajudá-la a encontrar seus pais.
Quando sua risada para, ela dá uma grande mordida na cenoura, observando Jungkook com curiosidade, um brilho malicioso atrás de seus olhos enquanto pergunta com a boca cheia.
— Você tem um ômega?
As sobrancelhas de Jungkook se erguem, em vez de enfrentar o choque com o súbito estímulo em sua vida amorosa, ele decide perguntar:
— Como você sabe que não tenho um alfa?
As sobrancelhas da garota se estreitam, parecendo confusa momentaneamente até que ela dá outra mordida em seu palito de cenoura, apesar de sua boca ainda ter um pouco.
— Meu pai disse que apenas Alfas e Ômegas podem estar apaixonados.
(Pai = Shin. Papai = JM)
Jungkook pensa que ensinar uma criança estranha sobre o verdadeiro peso por trás dessa afirmação pode ser um pouco demais. Então, em vez disso, ele simplesmente responde, provando seu ponto de vista:
— Meus pais são ambos Alfas.
A garota contempla essa afirmação por um tempo, engolindo toda a cenoura em sua boca com o olhar de pensamento mais intenso que Jungkook já tinha visto. Desta vez ela não dá outra mordida.
— Eles estão apaixonados?
Sorrindo e pensando em suas duas mães incríveis, ele responde.
— Muito. — Embora Jungkook tenha certeza de que sabe a resposta, ele pergunta: — O que são seus pais?
— Ômega e Alfa.
— Eles estão apaixonados? — Jungkook pergunta, sem saber se é exatamente assim que se deve falar com uma criança, mas ele nunca esteve com crianças antes, ele não tem primos ou irmãos ou mesmo amigos que tivessem filhos. Então ele age cegamente e possivelmente com ousadia.
No entanto, a garota não parece triste, mas neutra quando responde. Jungkook não poderia saber, mas a garota está realmente feliz por alguém estar falando naturalmente sobre seus pais com ela, sempre que ela perguntava a alguém, eles apenas sorriam e mudavam de assunto.
— Não.
— Então... — Jungkook responde rapidamente, apontando seu palito de cenoura para a garota. — Eu provei que você está errada.
Se a garota parecesse genuinamente triste, é claro que Jungkook teria recuado, mas em vez disso ela parece brincalhona enquanto mostra a língua e cruza os braços.
— Acho que o problema são os Alfas! — Ela diz e Jungkook nota que seu tom ficou alto, mas ela não está gritando, é mais como se seu botão de volume interno tivesse quebrado. — Meu papai (Appa) é um ômega e ele me ama!
Jungkook ergue a sobrancelha com a súbita palavra coreana, apesar da jovem ser coreana, ela havia falado em inglês perfeito, mas a palavra coreana também soou perfeita.
— Os alfas também podem amar você. — Jungkook luta, o constante ódio de alfas nesta sala fazendo-o mostrar a língua de volta. Embora a garota apenas de risadas do ato infantil.
— Como você? — Ela sorri brilhantemente e Jungkook tem a sensação repentina de que está sendo pego, que logo o pai dela irá aparecer do nada e muito obviamente agir como se não tivesse ideia de que sua filha tinha vindo falar com ele e que ele sentia muito antes de perguntar: "... mas você gostaria de sair para jantar?"
Jungkook franze o rosto com desgosto exagerado, sua voz ficando um pouco mais alta e suave.
— Não. Você é muito irritante.
— Yuyu! — Uma voz soa perto deles, e antes que Jungkook levante os olhos, alguém está agachado ao lado da garota para falar ao nível dos olhos dela. — Yuji, você não pode falar com estranhos...
O homem começa a falar em coreano e Jungkook percebe tardiamente que o homem falando com a garota, segurando seus ombros e olhando para ela com um misto de preocupação e firmeza, é Jimin. Seu Jimin.
— Principalmente sozinha, Yuyu. — Jimin continua em coreano, o beicinho no rosto da garota provando que ela entende cada palavra. Os olhos de Jimin se voltam para Jungkook, algo não identificável piscando atrás deles antes que ele se volte para sua filha, no processo ele murmura em coreano. — Principalmente com alfas irritantes.
Jungkook morde a língua. Ele poderia ter respondido, poderia ter anunciado que também falava coreano fluentemente. Mas algo lhe diz que assim será muito mais divertido.
— M-mas o alfa irritante é engraçado papai. — A garota rebate em coreano, e desta vez Jungkook morde a língua para impedir que um sorriso presunçoso cubra seu rosto.
Jimin apenas suspira, não vendo o ponto de Yuji, mas não querendo ficar aqui para sempre discutindo com ou sobre Jungkook.
— Apenas... apenas vá e fique com Taehyungie, ok? Estarei lá em um segundo. — Ele instrui em vez disso.
A garota dá seu próprio suspiro, mas rapidamente se recupera de seu beicinho. Antes de se afastar, ela se vira para o alfa e sorri uma última vez. Sua mão levanta em um aceno fofo.
— Tchau, Borboleta.
O coração de Jungkook explode em seu peito e a explosão pode ser bem óbvia na maneira que seu rosto se abre em um sorriso.
— Até logo Lagarta. — Jungkook devolve o pequeno aceno.
Ela sorri cegamente antes de se afastar e os olhos de Jungkook se movem para Jimin, encontrando os olhos do ômega arregalados e sua boca aberta, olhando entre os dois.
— Você... — Jimin começa, mas as palavras ficam em sua língua. Há quanto tempo eles conversaram para desenvolver apelidos um para o outro? Mas isso não o faz esquecer o que ouviu um pouco antes de chegar. — Você chamou minha filha de irritante?
Os próprios olhos de Jungkook se arregalam com a pergunta inesperada. Ele lentamente traz seu rosto para o que espera ser uma expressão natural.
— Não? — Ele responde. Os olhos de Jimin se estreitam. — Você ficaria bravo se eu argumentasse que ela estava de fato sendo irritante? — Assim que a pergunta sai da boca de Jungkook, Jimin dá um tapa em seu peito, desta vez sem o bastão e é mais doloroso. Embora não o suficiente para que ele não esteja pensando na mão de Jimin em seu peito.
Jungkook solta um gemido de dor, esfregando a área ferida. Enquanto acalma a dor, sua mente registra tudo o que havia acontecido em um intervalo de cerca de cinco minutos. Ele pensa na conversa com Yuji, filha de Jimin, e tudo o que ela havia dito. Ela havia falo sobre seus pais e que eles não estavam apaixonados. Então Jungkook tardiamente percebe que ela é filha de Jimin. Que a conversa tinha sido sobre Jimin.
— Eu gosto de ser irritante.
Por um momento, Jungkook se prepara para outro tapa, até estremece em preparação, mas nada acontece. Quando seus olhos voltam para Jimin, parece que o ômega está tão perplexo quanto ele sobre o motivo de não o ter atingido.
Jimin revira os olhos, um suspiro saíndo daqueles lindos lábios enquanto sua mente tenta desesperadamente impedi-lo de sorrir, ele luta para revidar e repreender o Alfa. Em vez disso, ele revira os olhos para si mesmo quando soa um pouco carinhoso demais.
— Nós não gostamos de você.
Um sorriso aparece lentamente no rosto de Jungkook enquanto observa Jimin se virar, encontrar sua filha e segurá-la pela mão enquanto saem da sala. Depois que eles partem, Jungkook sabe de duas coisas: uma é que Jimin é um péssimo mentiroso e a outra é que talvez a música que ele irá escrever esta semana não seja tão terrível quanto ele esperava.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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E ai pessoas lindas, o que acharam desse capítulo e da interação de Jungkook com a filha de Jimin? Espero que continue gostando a medida que avancemos. Obrigada a todos pelo apoio.
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