6. Attempts
╴╴╴╴╴╴╴╴╴╴
Jimin e Jungkook sempre se desentendem quando se encontram. Jimin tá passando um momento difícil com o divórcio e tudo mais. Vamos descobrir mais sobre isso.
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Enquanto Jimin trança o cabelo preto de Yuji, uma parte estrita de sua rotina matinal, já que Yuji adora ter o cabelo em todos os estilos diferentes, ele pensa em como seria um sábado normal para eles.
Quando Yuji era um bebê, Jimin beijava Shin na bochecha e lhe desejava um bom dia no trabalho e então o cumprimentava em casa com outro beijo em um horário previsto. Ele cuidava de Yuji e da casa e cozinhava para quando Shin chegasse em casa. Às vezes eles faziam pequenas viagens, Shin dizendo a ele que eles sempre seriam mais importantes do que o trabalho.
Então, à medida que ela crescia, aqueles tempos esperados tornaram-se menos previsíveis. Às vezes, Shin voltava para casa e às vezes dormia no escritório. Essas viagens também se tornaram muito menos comuns, Shin dizendo que estava muito ocupado com o trabalho para se distrair com os dias de folga. Ainda assim, Jimin cozinhava sua comida, limpava sua casa e cuidava de Yuji. Ela era sua única constante.
Então, um dia, Jimin não deu mais um beijo de despedida em Shin. E ele mais uma vez podia prever quando o marido estaria em casa, só que agora nunca era hora de comer com sua família. E Jimin parou de pedir para ele viajar com eles.
Agora, Jimin prepara Yuji para o dia, eles compartilham o café da manhã e se preparam para ir ao café de arte de Taehyung, enquanto Jimin vai para seu programa de controle de raiva determinado pelo tribunal. E de alguma maneira isso é muito melhor.
— Papai, terei que ir para a casa de Shin e do outro amanhã?
No entanto, de alguma maneira pior.
Respondendo e esperando que Yuji não tenha ouvido seu suspiro ou o aperto em suas palavras, ele diz:
— Depois de amanhã, querida.
Embora, não importa o quanto ele tente esconder a mágoa em sua voz, ele não consegue escondê-la em seu cheiro.
— Eu quero ficar com você papai. — Ela vira o corpo no colo de Jimin para poder olhar para ele.
— Yuyu... — Jimin sente o calor se espalhar pelo peito com o jeito que os olhos dela se arregalam, e por trás desse calor há uma queimação ao saber que Yuji tem que escolher entre eles. — Obrigado por querer ficar comigo. — Brincando preguiçosamente com as pontas do cabelo dela, ele continua suavemente. — Mas eu vou ficar bem com Taehyungie aqui, Baby.
— Mas você está triste papai. — Yuji faz beicinho, seu próprio cheiro, que geralmente é chiclete, começa a enfraquecer também.
Jimin rapidamente a puxa para mais perto e aninha o nariz em seu pescoço, cheirando-a e acalmando-a até que seu perfume floresça novamente. Seu próprio cheiro fica mais doce com o carinho.
— Eu não estou triste, Yuyu. — Puxando-a para trás, ele continua a acariciar suavemente o cabelo dela. — Eu vou sentir muito a sua falta, muita.
— Mas... — Yuji começa em um sussurro, seu beicinho crescendo tanto que é como se ela não pudesse falar.
— Você não acha que vai se divertir com seu pai? — Jimin tenta depois de dar à garota um momento para continuar.
Depois de outro momento, seu beicinho se transforma em uma carranca, embora não esteja com raiva, mas sim frustrada.
— É só... bem, Shin... — Yuji para e se corrige com um pequeno suspiro, — pai nunca brinca comigo. — A pequena voz quase leva Jimin às lágrimas, ele odeia que ela tenha que sentir qualquer emoção ruim, e a ideia de que ela pode estar se sentindo assustada ou mesmo indesejada o faz se sentir um fracasso.
— Yuyu, seu pai te ama muito. — Ele respira fundo antes de continuar. Shin ama Yuji, Jimin sabe disso, mas com todas as viagens canceladas e eventos escolares perdidos, ele odeia que às vezes ele também se sinta como Yuji se sente agora. Jimin quer que Yuji saiba que ela é muito amada, e a ideia de que Shin não esteja vivendo com esse pensamento também faz com que a raiva aumente dentro dele. — Ele é ruim em mostrar isso às vezes, querida. — Um sorriso triste aparece em seu rosto, mas quando Yuji começa a refleti-lo, ele faz o possível para escondê-lo. — Você vai se divertir muito. Aparentemente, você ainda tem um quarto totalmente novo na casa nova do papai, não quer ver?
— Eu não gosto dele. — Yuji faz beicinho ainda mais, embora desta vez uma carranca de raiva seja combinada com isso.
Jimin rir enquanto tira a garota de seu colo e a senta no balcão da cozinha. Ele aproveita a oportunidade para alcançar dentro do armário e recuperar sua garrafa de água de fada.
— Como você pode dizer isso se você nem viu ainda?
— Porque Shin é chato! — Yuji choraminga, jogando os braços para cima em exasperação. Não importa o quanto Jimin ache que deve corrigir sua filha, tanto no insulto quanto no nome, ele não consegue deixar de acenar com a cabeça para isto. — Ele quer que meu quarto seja marrom, papai! Marrom!
Jimin começa uma nova rodada de risos enquanto oferece a Yuji sua garrafa de água e a observa colocá-la em sua bolsa combinando, fadas roxas, azuis, rosa e amarelas todas voando na frente dela. Seus olhos então vagam para a roupa da garota que ela havia escolhido esta manhã, meia-calça azul brilhante sob um macacão amarelo igualmente brilhante. Nada sobre Yuji é chato.
— E-e eu não gosto do novo amigo dele. Eles são tão, tão chatos papai! — Ela parece totalmente exausta com toda a situação enquanto todo o seu corpo mucha.
Mais uma vez, Jimin falha em corrigir sua filha e, em vez disso, acena com a cabeça.
— Eu quero ficar com você e Taehyungie no café de arte! Podemos pintar e comer muita comida e... Oh! Taehyungie disse que eu poderia alimentar o gato lá! Oh e...
Há muito tempo Jimin desistiu de parar os discursos empolgados de Yuji, ela pulava para cima e para baixo e tropeçava em suas palavras e gaguejava e ficava cada vez mais alta, e cada segundo disso era adorável. Enquanto eles se dirigem para o carro, ela continua a listar todas as coisas interessantes que poderão fazer e, durante toda a jornada, ela cria uma lista totalmente nova. Jimin sorri e opina sempre que possível, oferecendo suas próprias ideias empolgadas.
A única coisa que a tira disso é quando eles chegam ao café de Taehyung, a Magic Shop, e ela pode contar ao próprio homem todas as coisas que ele a deixará fazer em seu café.
— Taehyungie, podemos até pintar novos desenhos de fadas e dragões na parede! — Ela salta para cima e para baixo, apontando para a parede branca atrás do balcão.
— Vou te dizer uma coisa, — Tae bate no queixo em pensamento antes de se ajoelhar para olhar Yuji diretamente nos olhos. — por que você não pratica a pintura em uma tela hoje e depois eu penso sobre isso?
Yuji ofega, e atrás dela Jimin também.
— Tem certeza? — Jimin pergunta, um sorriso hesitante misturado com um carinhoso.
— Claro que Taehyungie tem certeza papai! — Ela cutuca levemente o lado de Jimin de discreta e os dois ômegas não consegue evitar o riso que escapa de seus lábios enquanto a garota corre para onde ela sabe que estão as telas.
— Obrigado... — Jimin começa, e antes que possa terminar Taehyung está acenando para ele.
— Nem pense nisso, você sabe que eu a amo e amo você também, Min. Eu posso cuidar dela sempre que você precisar de mim.
— Não, não... — Jimin sorri fracamente, carinhoso com as palavras de seu amigo, mas finalmente deixando aquela tristeza voltar ao seu rosto agora que Yuji não será afetada por isso. — Obrigado por distraí-la. — Jimin pausa, passando uma mão obviamente frustrado pelo cabelo. — Ela estava chateada por ter que ir para a casa de Shin depois de amanhã... — Ele para, os olhos se desviando antes de se encontrarem com os do ômega novamente, algo novo esvoaçando em seu rosto enquanto ele continua. — Uma semana inteira, Tae. — Os olhos de Jimin imediatamente começam a ficar vidrados, e Tae não espera passar um segundo, ele imediatamente dar um passo à frente e agarrar a mão de Jimin, acariciando seu pulso confortavelmente enquanto sente o pulso instável. — E-eu nunca passei uma noite longe dela e agora... — Jimin desiste, as palavras em sua cabeça não conseguindo se encaixar.
— Min... — Tae começa, seus próprios olhos se arregalando. Está claro que ele está sem palavras, a mente procurando por uma resposta para a tristeza de Jimin. Em vez de oferecer conselhos, porque Tae sabe que não poderá dizer nada para fazer Jimin se sentir melhor por se separar de Yuji, ele pergunta: — Quer vim para minha casa? Não quero que você fique sozinho, principalmente naquela casa idiota. Nós poderia assistir filmes e comer junk food e então talvez Yuji pudesse ficar quando ela voltasse também! Pelo menos vocês dois estariam longe daquela casa...
Jimin solta um suspiro cheio de emoção, demais para qualquer um deles separar, mas ambos entendem.
— Eu adoraria, Tae. Mas não posso. — Antes que Tae faça beicinho, Jimin elabora rapidamente. — É só que você tem um colega de quarto... um colega de quarto alfa e a última coisa que quero fazer é arruinar seu relacionamento com ele quando eu explodir com ele por me oferecer o lanche errado. — Jimin ri um pouco, pelo menos ele está começando a reconhecer que parte de seu comportamento é desnecessário. E Arthur disse que o reconhecimento é o primeiro passo para a recuperação, então ele se sente um pouco orgulhoso. — E então há o risco de eu matá-lo quando Yuji fizer algo adorável e ele não a elogiar o suficiente e...
— Está bem, está bem. — Taehyung interrompe com sua própria risada fraca. — Mas... mas eu não quero que você fique sozinho.
— Talvez eu vá para a casa de meu irmão, ele continua me incomodando para ir visitá-lo. — Jimin revira os olhos, embora ambos saibam o quanto ele sente falta de seu irmão mais velho também. — Acho que posso ficar um pouco e surpreender Yuji com isso quando ela voltar também.
— Talvez você possa me levar também? — Tae oferece, a voz e as sobrancelhas subindo com a sugestão.
Mais uma vez Jimin está revirando os olhos, e mais uma vez ambos sabem que é um falso aborrecimento.
— Eu estou tomando isso como minha deixa para sair. — Jimin sorri, já começando a andar para trás.
— Só estou dizendo que sou uma ótima companhia. — Taehyung dá um passo à frente.
— Estou abrindo a porta. — Jimin narra.
— Você e sua filha poderão sair, deixando-nos sozinhos para...
— Eu te amo Yuji, tchau tchau! — Jimin grita, o corpo já do lado de fora com apenas a cabeça inclinada para gritar.
— Também te amo, papai! — Ela grita de volta de algum lugar no café.
— Então poderíamos....
A porta se fecha e em lados opostos da parede de vidro os dois começam a rir. Quando Taehyung sai para encontrar Yuji, Jimin volta para o carro e começa a viagem para a aula de controle da raiva.
Durante toda a viagem, sua mente se enche de visões de batalhas pela custódia e fins de semana compartilhados, incontáveis despedidas e semanas sem a filha, semanas tentando encontrar alguém com quem ficar para não enlouquecer naquela grande casa vazia. Isso o deixa enjoado, assustado e com raiva. Com raiva de Shin por causar toda a bagunça, com raiva de seu secretário por deixar Shin transar com ele, inferno, ele está com raiva até do corretor de imóveis que vendeu a eles aquela casa estúpida que agora é sua prisão.
Jimin não quer mais ficar com raiva. Ou pelo menos ele quer que haja mais do que esse sentimento ardente, amargo e possessivo de raiva que constantemente se agarra à sua pele e controla todos os seus pensamentos. Tem que haver mais.
─━━☆━━─
Namjoon senta ao lado de Jungkook, repassando seu itinerário do dia a caminho da terceira reunião. Embora apenas metade da atenção de Jungkook permaneça no mais velho, a outra metade contempla o que havia acontecido na semana anterior. Assim que ele pensou que estava progredindo com o ômega furioso, tudo explodiu em seu rosto. E, sim, Jungkook sabe que pode ter sido parte do problema. Mas ele também não achava que alguns comentários de flerte provocaria tal reação, o que o ômega poderia estar passando para construir uma vingança pessoal contra os Alfas, e especificamente contra ele.
— Depois, há a sessão promocional para a Vogue. — Namjoon termina, percorrendo o itinerário em seu ipad e desliga-o assim que chega ao último item. Sua expressão neutra muda quando ele lembra. — Ahh, e Kook, Yoongi está me deixando louco por seu álbum. Aparentemente, ele também tem prazos e não pode alcançá-los se você não alcançar o seu primeiro e lhe der as letras.
Jungkook suspira, afundando em seu assento e deixando o som encher o carro inteiro.
Namjoon fala com simpatia.
— Eu sei, eu sei, mas... ele está certo, Jungkook.
Olhando para cima, Jungkook acena com a mão com desdém.
— Não não isso. — Seus olhos encontram os de Namjoon. — Jimin.
— Quem? — Namjoon pergunta.
— O ômega, Hyung! — Jungkook choraminga como se fosse óbvio.
Namjoon imediatamente revira os olhos, totalmente exasperado com o mais novo.
— Você realmente ainda está reclamando sobre isso?
— Sim! Não faz sentido ele não gostar de mim, Hyung. — Fazendo beicinho, Jungkook desaba ainda mais no lugar.
— Jungkook. — Namjoon brinca. — Você já pensou que talvez o homem que você conheceu nas aulas de controle da raiva pode não querer sorrir quando você o irrita constantemente?
— Eu não estou irritando ele, Hyung. Na verdade, eu me desculpei e sorri e tudo mais. — Jungkook responde.
Com um suspiro, Namjoon tenta novamente.
— Jungkook-ah... talvez ele precise de espaço. — Enquanto Namjoon observa Jungkook abaixar os olhos, brincando com os dedos em seu colo e sua confiança habitual em lugar nenhum, ele suaviza seu tom ainda mais. Até agora, Ele nunca tinha visto Jungkook fisicamente chateado com a reação de alguém a ele. — Quero dizer, ele está nessas aulas por um motivo, Kook, e você não tem ideia do que está acontecendo na vida pessoal dele.
Namjoon está certo, Jungkook realmente não sabe nada sobre o ômega. Eles só se encontraram duas vezes, e ambas as ocasiões não revelaram nada, exceto que eles gostavam de brigar. Na semana passada, em sua própria raiva, Jungkook não conseguiu identificar o momento que levou o homem a reagir tão mal a ele. Mas agora, com as palavras de Namjoon frescas em sua mente e a memória de quão cheio seu círculo negativo estava na semana passada, Jungkook se sente culpado por não considerar as circunstâncias do ômega.
— Apenas... tente falar com ele normalmente? Sem comentários de flerte ou provocações, ok?
— Mas... — Jungkook revira os olhos para si mesmo, para o nó que se forma em sua garganta e impede que as palavras tímidas escapem. — T-toda vez que eu tento ser normal, eu fico... não sei, nervoso? Minhas mãos ficam suadas e é como se eu estivesse tonto e... — Jungkook se inclina para frente, suas mãos parando seus gestos impotentes para segurar a cabeça.
— Uau... então você realmente, realmente gosta dele? — Namjoon pergunta, a conclusão bastante óbvia com essa descrição.
— Eu... — Jungkook olha para cima. — Eu acho! Eu não sei, só odeio que eu continuo ferrando tudo o tempo todo. — Ele se recosta no banco do carro, so agora percebendo que havia chegado e seria forçado a sair em breve.
— Então faça como eu disse Jungkook. Apenas dê espaço a ele e se você falar com ele, apenas seja amigável. Talvez perguntando a ele o que há de errado? — Namjoon aconselha, usando a palavra amigável na esperança de parar o flerte ruim que claramente está desencadeando o ômega.
Soltando um bufo e esfregando as mãos para cima e para baixo em seu jeans rasgado, Jungkook finalmente decide:
— Vou tentar.
Namjoon sorri fracamente, algo lhe diz que isso não será tão tranquilo quanto ele espera.
— Bom. — Namjoon se inclina sobre ele para abrir a porta. — Agora, escreva para Yoongi algumas malditas canções para que ele pare de me ligar às três da manhã.
Jungkook ri, distraindo-se momentaneamente de suas preocupações e saindo do carro.
— Prometo fazer uma dentro de uma semana, mesmo que seja terrível. — Ele coloca a mão no coração para que sua promessa seja ainda mais sincera e então fecha a porta.
─━━☆━━──
Respirações profundas, respirações profundas, respirações profundas. Isso é o que Jimin diz a si mesmo enquanto se senta no círculo e ouve Arthur descrever a atividade que eles farão hoje. Principalmente quando Arthur o emparelha com o alfa que tem como missão pessoal irritá-lo.
— Eu gostaria de juntar vocês dois depois que a semana passada terminou em uma discussão. Se vocês dois pudessem aprender a trabalhar com seus problemas aqui, então eu acho que isso os beneficiaria muito em outros relacionamentos também. — Arthur aconselha com um sorriso gentil, entregando a ambos bastões de espuma antes de voltar para a frente da sala. Jimin sente a necessidade de usá-lo. — Quero que vocês se revezem dizendo algo que os incomodou esta semana e depois batam em seu parceiro. Isso tem o objetivo de liberar um pouco da tensão e perceber por quantas coisas você se deixou incomodar. Às vezes, a tolice da atividade pode ajudá-lo há ver o quão desnecessárias algumas de nossas ações são.
Jungkook fica ligeiramente tenso com o primeiro sorriso do dia aparecendo no rosto de Jimin, algo sobre o momento o deixa um pouco hesitante em participar dessa atividade.
— Vou começar.
Sim. Jungkook definitivamente não quer participar.
— Vou começar com quando você me disse que eu deveria realmente agradecer por você estar me escolhendo como digno o suficiente para flertar. — Jimin ergue seu bastão de espuma e acerta o alfa bem no braço.
— Eu não disse isso! — Jungkook argumenta, franzindo a testa para o ômega antes de se lembrar de sua conversa com Namjoon. — Eu não quis dizer isso. — Ele corrigi. — Quero dizer... vamos lá, com certeza você entendeu o que eu quis dizer, eu recebo um monte de gente flertando comigo, então eu estava apenas...
Jimin zomba.
— Sabe, você não é tão gostoso.
— Eu não quis dizer isso! — Jungkook expressa exasperado. Não que ele estivesse dizendo que era atraente, mas com dinheiro e fama vieram muitos flertes e pessoas se jogando em cima dele. Era uma rotina em que ele havia caído, flertes sem sentido, relacionamentos sem sentido. — Espera... você realmente não sabe quem eu sou?
O rosto de Jimin é moldado em uma mistura de confusão e algo que diz a Jungkook que o ômega não consegue acreditar na audácia de suas palavras.
— O que você quer dizer com saber quem você é? Você é o Alfa que torna essas aulas ainda piores.
Jungkook revira os olhos, embora um sorriso apareça em seus lábios ao perceber que o ômega realmente não tem ideia de quem ele é. De repente, esse sentimento cresce e o mundo se derrete ainda mais.
Não querendo se gabar, mas ele é incrivelmente famoso. Famoso o suficiente para que isso seja uma ocorrência incomum. Famoso o suficiente para ter guarda-costas do lado de fora e ter feito uma turnê mundial. Famoso o suficiente para se sentir como se pertencesse ao mundo. Mas aparentemente não famoso o suficiente para Jimin ter ouvido falar dele.
— Huh.
— O que? — Jimin pergunta curiosamente pela falta de uma resposta raivosa.
— Nada... apenas interessante.
Jimin faz uma careta antes de levantar o bastão e acertar o Alfa.
— Agora eu estou bravo porque você está sendo estranho.
— Bem... estou bravo por você pensar que eu sou o tipo de Alfa que só falaria com você para tentar entrar em suas calças. — Jungkook ergue seu bastão e inflige seu próprio golpe na lateral do ômega, referindo-se as primeiro palavras que Jimin havia gritado para ele.
Corando tão levemente que é quase imperceptível, Jimin tem sua vez de revidar então começa responder.
— Todos os alfas só se importam com sexo. Mesmo que já estejam em um relacionamento com outra pessoa. É só nisso que estão pensando. — Jimin range os dentes, algo dentro dele dizendo que essas palavras não são dirigidas a esse alfa, mas a outro. Apesar disso, ele ainda levanta o bastão e acerta o alfa à sua frente mais uma vez.
Jimin demora um momento para perceber que não está recebendo uma resposta.
Jungkook leva um momento para perceber que não está dando uma.
Ele olha para Jimin, a maneira como seus olhos ficaram um pouco mais vidrados e suas palavras se tornaram mais forçadas, como se até pensar consumisse toda a sua energia, e pela primeira vez Jungkook acha que sabe por que o ômega está tão bravo com os Alfas.
— Na verdade, eu me preocupo com muito mais do que sexo. Especialmente se estou em um relacionamento. — Embora Jungkook possa contar a quantidade de relacionamentos que teve em uma mão com espaço de sobra, ele sempre valorizou os que teve. Com o fim de cada um parecia um novo começo. Mas não um começo limpo e feliz, cheio de oportunidades. Não, Jungkook sempre sentiu como se tivesse sido violentamente arrastado de volta à linha de partida depois de correr meia maratona. Era como se dissesse a ele que a chance de sua felicidade estava sendo tirada simplesmente porque ele não era bom o suficiente. E então ele estava perdido novamente. Mas Jungkook só queria vencer. Ele queria saber como era chegar à linha de chegada e saber que pertencia a ele.
Então, a ideia de que o ômega à sua frente havia sido violentamente puxado de volta ao seu próprio começo, apenas com as cicatrizes adicionais de ser traído e o sentimento de que ele nunca teria vencido aquela corrida, faz Jungkook querer estender a mão e pegar a do ômega. Ele quer perguntar se eles podem tentar juntos, ele quer que Jimin saiba que ele nunca tornaria as coisas mais difíceis para ele.
— Eu juro que eu nunca trairia a confiança de alguém assim.
Jimin engole em seco, um pequeno "oh", passando por seus lábios com a genuinidade das palavras de Jungkook. Os olhos do alfa parecem quase perdidos, mas há algo neles que diz a Jimin que ele está procurando desesperadamente um lugar para parar. Uma pontada de culpa faz Jimin estremecer com a rapidez com que julgou o alfa. Ele havia resumido toda a sua personalidade a uma palavra e toda conotação negativa que ele pudesse se apegar a ela e então o crucificou por isso.
— Você... — Jimin olha para baixo, inseguro e questionando o que ele iria dizer. — Você nunca me disse seu nome.
— Jungkook. — O alfa responde, uma estranha sensação de realização enchendo seu coração quando finalmente diz seu nome a Jimin.
Depois de uma longa pausa, uma que faz Jimin refletir sobre suas próximas palavras, tentando ao máximo não recorrer à raiva, ele diz:
— É a sua vez, Jungkook.
O Alfa sorri fracamente, embora seja uma clara timidez que impede seu sorriso desta vez. O som de seu nome na língua do ômega é tão bom que quase parece uma promessa. E com seu nome finalmente nos lábios de Jimin, Jungkook tem esperança de que ele não pare de dizê-lo.
— Umm... — Jungkook vasculha seu cérebro por algo que o deixou bravo, e até dois segundos atrás ele teria respondido a Jimin, mas bastou seu nome nos lábios do ômega para que esse fosse totalmente perdoado. — Oh, Hobi comeu todos os meus lanches e eu não percebi até que fosse tarde demais para conseguir mais, então tive que reclamar com ele no telefone por uma hora. — Ele termina sua declaração de raiva com o golpe mais patético de seu bastão na coxa de Jimin que este já tinha visto.
Jimin parece totalmente perplexo, olhos arregalados e sobrancelhas levantadas. Jungkook esperava qualquer coisa, menos que o ômega começasse a rir em resposta.
— Sabe, você está irritantemente no controle de seu temperamento para estar trancado aqui com o resto de nós. — Jimin finalmente para de rir, o contraste completo no comportamento de Jungkook com o dele é tão divertido que ele não conseguiu deixar de rir.
Jungkook ri em resposta, coçando a nuca com o possível elogio.
— O que você fez para estar aqui? — Jimin continua, bastante curioso sobre como o alfa, Jungkook, acabou aqui com ele. Claro, Jungkook brigou quando ele (JM) começou a gritar, mas isso dificilmente era uma questão de raiva. Principalmente porque a resposta de Jungkook à sua comida sendo comida foi reclamar, quanto a Jimin, honestamente, ele não ficaria surpreso se atacasse Shin por sequer olhar para sua comida no momento.
— Oh... — Jungkook ri novamente, desta vez nervosamente. — Eu posso ter quebrado o nariz de alguém... e torcido seu tornozelo... — A voz de Jungkook fica tão baixa que Jimin tem que se inclinar para frente para ouvir as últimas palavras. No entanto, seu volume volta ao normal ao acrescentar. — mas eu argumento que na verdade estou aqui por ser um herói encantador.
Outra risada escapa dos lábios de Jimin e esta é a mais genuína até agora, seu sorriso sem esforço toma conta de seu rosto e seus olhos começam a sorrir também.
— Oh, sim, é por isso que estou aqui também.
— Estou falando sério! — Jungkook argumenta, embora desta vez um sorriso una suas palavras e ele é recebido com um olhar divertido em vez de zangado. — Eu só machuquei o cara porque ele estava deixando minha amiga desconfortável. Ele não quis ouvi-la quando ela disse para ele recuar, então eu o fiz me ouvir. — Jungkook raciocina simplesmente, encolhendo os ombros.
— É de onde você tirou isso? — Jimin acena com a cabeça em direção a Jungkook, os olhos caindo em seus lábios e por um breve momento, onde Jungkook esquece que o ferimento existe, a visão dos olhos de Jimin em seus lábios o faz entrar em curto-circuito. — Jungkook?
— S-sim. — Jungkook responde rapidamente, sendo retirado de seu mau funcionamento. Ele levanta a mão para escovar o lábio inferior, onde tem o corte que está quase curado agora. — Eu decidi que não seria justo perder cada um de seus socos, então...
— Não queria envergonhá-lo? — Jimin joga junto, suprimindo um sorriso irritantemente persistente quando Jungkook assente graciosamente.
Sentindo-se que vai explodir se se deixar aquecer no calor do sorriso de Jimin por mais um minuto, Jungkook se força a seguir em frente.
— E você? Que ato de heroísmo o trouxe aqui? — No segundo em que a pergunta sai de sua boca e o sorriso de Jimin desaparece dramaticamente, Jungkook se arrepende de ter seguido em frente mais do que qualquer coisa em sua vida. De repente, ele faria qualquer coisa para trazer aquele sorriso de volta, mesmo que isso significasse sua morte.
— D-desculpe, você não precisa...
— Eu quebrei o taco de golfe de alguém... — Jimin interrompe, decidindo que contar a Jungkook seu crime sem os motivos ou detalhes talvez seja bom. — quando quebrei o carro dele com ele.
— O-oh. — Jungkook reage quando Jimin adiciona a última parte da frase.
— Talvez eu tenha quebrado algumas de suas outras posses também. — O ômega continua, e assim que Jungkook abre a boca, Jimin inclina a cabeça e relembra as coisas que fez depois que Jin o libertou sob fiança. — E depois queimei mais algumas coisas...
O rosto de Jungkook está totalmente ilegível, e Jimin contempla quais serão as próximas palavras de sua boca. O alfa chamará ele de louco ou o repreenderá por tal comportamento? Exigirá mais detalhes?
— Lembra quando eu pedi desculpas por ser irritante? — Jungkook pergunta. Jimin assente lentamente. — Eu só quero que você saiba o quão genuíno e sincero meu pedido de desculpas foi. — Jungkook reitera, olhos alegremente nervosos.
Outro sorriso surge no rosto de Jimin enquanto ele levanta o bastão mais uma vez e acerta o alfa.
— Não se preocupe, você está seguro. Não sei que carro você dirige.
Quando Jungkook começa a sorrir, o mesmo sorriso que Jimin viu na semana passada, do tipo que faz seu nariz torcer adoravelmente, Jimin percebe que é a primeira vez que conta essa história a alguém e ri. De repente, ele percebe que não está com raiva há alguns minutos, mesmo ao falar sobre o exato momento em que começou sua fúria recente.
— Huh.
— O que? — Jungkook pergunta, parando o riso.
Como dejavu, Jimin sorri ao responder.
— Nada... apenas interessante.
Jungkook ri novamente de Jimin usando suas próprias palavras contra ele, levantando o bastão para bater levemente em sua coxa novamente.
— Oh! — Jungkook se endireita, o riso escapando. — Eu pensei em um! Meu melhor amigo continua me importunando para fazer algo, mas... — Jungkook hesita sobre o quanto ele deveria dar, sobre o quanto seria realmente apropriado dizer a alguém algo que ele nunca havia contado a seus melhores amigos. Mas quando ele olha para cima e encontra os olhos de Jimin, algo lhe diz que ele pode ser vulnerável com o ômega. — mas toda vez que tento fazer isso, percebo como minhas palavras são falsas. Como se eu estivesse me apegando a sentimentos que nunca tive.
Jungkook não precisa olhar para Jimin para saber que ele está confuso, inferno, ele mesmo está confuso. Embora, seja bom realmente dizer as palavras em voz alta, mesmo que a pessoa a quem ele as diz não tenha ideia do que ele quer dizer.
Jungkook escreveu inúmeras canções, e a maioria delas envolvia amor, e ele as escreveu apenas com sua pura esperança e ideia de amor. Mas ultimamente, toda vez que ele se senta para escrever, ele não consegue deixar de sentir que a mesma música está parada na repetição, os sentimentos sobre os quais ele vinha escrevendo há anos começando a soar repetitivos e clichês. Ainda assim, Jungkook se vê estranhamente com ciúmes daquelas músicas antigas. Pelo menos as palavras nelas contém esperança de amor.
Jungkook lembra que não havia acertado o ômega, então ergue o bastão para bater no braço dele.
Jimin reflete sobre as palavras da melhor maneira que pode e a única resposta que consegue encontrar é:
— Se isso faz você se sentir melhor, os sentimentos são superestimados. — Decidindo que é assim que ele usará a sua vez, Jimin ergue o bastão de espuma e acerta a perna do alfa.
— Às vezes acho que prefiro ficar com o coração partido do que não saber como é estar apaixonado. — O peso da adição não cai totalmente em Jungkook até que esteja pesado no ar. Quando ele levanta o braço, é como se ele pudesse se sentir lutando contra a tensão para bater no ombro de Jimin.
— Prefiro nunca me apaixonar. — Jimin suspira e, desta vez, quando levanta o bastão, acerta Jungkook um pouco forte demais em seu braço.
— Ei! — O alfa reclama, esquecendo a tensão que enchia o ar com suas confissões repentinas enquanto esfrega a dor em seu braço. Sem pensar, ele ergue o próprio bastão para acertar a coxa de Jimin, também com mais força do que vinha fazendo.
Os olhos de Jimin se arregalam, mas a sugestão de um sorriso diz a Jungkook que seu carro ainda está seguro. Jimin bate na perna de Jungkook com o bastão e antes mesmo de abaixar o objeto, a ação está voltando para sua cabeça, bagunçando seu cabelo. Um suspiro sai de seus lábios, uma risada se segue logo depois que ele ergue o bastão acima de sua cabeça e o desce de volta para o ombro do alfa.
Felizmente, o bastão não chega nem perto de causar qualquer dano real, ambos ficam agradecidos por esse fato, pois de repente começam a bater um no outro sem motivo ou razão.
Jungkook geme quando se encolhe para o lado para proteger seu corpo e Jimin aproveita a oportunidade para bater em sua bunda. Então Jimin começa a rir quando o alfa devolve o golpe.
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
──── ──────── ────
︶︶︶︶︶︶︶︶︶︶
Aaaaaaaaah genteee. Que fofoooo. Esses dois juntos me trará diabetes. E tadinha de Yuji. Os filhos também sofrem quando os pais se separam.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top