12. New smell

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No capítulo anterior Jungkook para provocar Jimin foi para sala sem camisa fazendo Jimin e Taehyung babar. Vamos ver como JM reagiu depois.
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Depois que a noite chega, e Jimin está deitado na cama ao lado de um Jungkook adormecido, ele repassa a noite em sua cabeça.

Ele pensa na primeira coisa que disse a Jungkook depois de descobrir quem ele tentando repreende-lo por estar sem camisa na sala e se encolhe.

Você não consegue ficar sem camisa apenas no nosso quarto?

Foda-se, foda-se, porra de inferno. Assim que as palavras saíram de sua boca, ele quis bater a cabeça na parede.

O olhar no rosto de Jungkook ficará gravado para sempre em seu cérebro. Ele nunca viu o Alfa tão feliz. O sorriso nunca deixando seu rosto, nem mesmo quando um sorriso perplexo e surpreso tentou assumir seu lugar. Qualquer um pensaria que Jimin havia confessado seu amor eterno com o quão feliz o Alfa estava.

Então, quando Jimin gaguejou e tropeçou em uma explicação do que ele realmente queria dizer, que Jungkook não precisava ficar nu em todos os lugares, o Alfa ficou ainda mais divertido.

Jungkook se levantou, lambendo os lábios e sem dúvida na cabeça de Jimin, flexionado, enquanto dizia:

Eu não sabia que você era tão possessivo comigo, Baby.

E então o corpo de Jimin o traiu, corando com o jeito que Jungkook estava, suas palavras e o apelido carinhoso. O alfa, no entanto, quase deu cambalhotas ao ir para o quarto deles. Porra. O quarto em que ele também está dormindo. O quarto de Jimin.

Jungkook voltou com uma camisa e uma piscadela para Jimin.

Pelo menos ele estava vestido e Jimin pôde pensar um pouco melhor. Embora ele odiasse a ideia de que Jungkook sem camisa tinha algum poder sobre o quão coerente ele estava.

Ao seu lado, ele podia ver Taehyung ansioso para falar com Jungkook, para pedir uma foto ou talvez pedir em casamento. Mas Jimin não podia deixar isso acontecer. Porque ele não queria dar a Jungkook a satisfação de ser elogiado e bajulado. Então ele agarrou a coxa de Taehyung para silenciá-lo, e quando Jungkook saiu para pegar seu telefone, Jimin prometeu enviar quantas fotos de Yoongi Tae quisesse desde que ficasse de boca fechada.

Agora, Jimin está deitado na cama com sua mente não mais clara do que antes, tentando descobrir como pedir a Yoongi para lhe enviar fotos de vez em quando sem parecer suspeito.

Jimin mal consegue dormir a noite, quando encara a parede tudo em que ele consegue pensar é em dançar novamente com Hoseok e quando se vira para Jungkook tudo que ele consegue pensar é nos milhões de sentimentos que começam em seu peito mas acabam perdido no momento em que atingem seu cérebro. É como se ele não pudesse dar nome ao que Jungkook o faz sentir, e isso o deixa confuso e irritado. No entanto, como Jungkook agora está sem camisa e seus ombros largos estão à mostra, pelo menos este lado tem uma boa visão.

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É a primeira vez em uma semana que Jimin aciona o alarme. Ele toca às seis da manhã e Jimin está pronto para desligá-lo apenas um segundo depois de começar. Ele não teve o melhor sono na noite passada devido a uma coxa sendo removida de sua cintura a cada meia hora apenas para voltar de novo, mas isso não irá impedi-lo de pular da cama e correr direto para o chuveiro. O ômega escova os dentes, seca o cabelo e se veste no banheiro. Depois de colocar o protetor labial, ele se olha no espelho.

Jimin nota que seu colar está inclinado, no espaço onde sua camisa listrada desce até o peito. Por alguma razão, Jimin pensa no dia em que pegou Shin o traindo. Ele pensa em quando se olhou no espelho pouco antes de subir e corrigiu cada pequena coisa sobre sua aparência até que estivesse perfeita, apenas para sua vida desmoronar momentos depois.

Jimin solta uma pequena risada. Se você tivesse dito a Jimin alguns dias atrás, que ele estaria rindo de qualquer pensamento daquele dia, ele provavelmente teria batido em você. Mas, por alguma razão, o pensamento repentino de quanto ele tentou fazer tudo perfeito e como isso acabou o faz rir.

Com uma última olhada no espelho, Jimin mantém o colar como está e passa a mão pelo cabelo.

Ele não se incomoda em acordar ninguém ou tomar café da manhã. Com uma semana de experiência, ele sabe que se eles precisarem acordar, Namjoon garantirá que ambos sejam acordados, e Jimin decidi que tomará café da manhã com Yuji.

Ele vai até a padaria favorita deles, uma pequena padaria que pertence a um casal adorável que sempre dá marshmallows extras no chocolate quente de Yuji. Cumprimentando-os com entusiasmo, ele pega dois pastéis de café da manhã com bacon e ovos, bem como quatro pain au chocolates (pão de chocolate francês), decidindo que quer estragar sua garota, também pega um chocolate quente e um latte de baunilha.

Ao colocar tudo no carro, verifica a hora e nota que são 8h15. O que lhe dá tempo suficiente para dirigir até o apartamento de Shin e chegar as dez horas, a hora que ele prometeu pegar Yuji no telefone ontem.

No entanto, depois de trinta minutos em sua jornada Jimin ouvi um barulho, um som de batida, seguido de arranhão e, de repente, seu carro começa a diminuir a velocidade.

— Não não não não.  — Jimin cantarola como se o carro fosse ouvi-lo e parar de ser desafiador. — Por favor, não, porra.

O carro desacelera ainda mais e Jimin olha ao redor, alguns carros começam a buzinar e lhe dar expressões irritadas, como se ele estivesse fazendo isso de propósito para se divertir. Percebendo que não pode simplesmente ficar onde está, ele guia seu carro para fora da estrada movimentada, para uma mais tranquila. No entanto, ele não para de pedir a colaboração do carro.

— Vamos! Vamos! — Jimin sente seu sangue começar a ferver enquanto ele treme ao volante. O carro para completamente e Jimin congela. Ele simplesmente não consegue acreditar que isso está acontecendo. Então, com o que ele só pode descrever como sua alma deixando seu corpo, sua cabeça desaba contra o volante. — Por favor, apenas me dê isso, por favor. — Jimin quer chorar. Talvez seja isso que ele ganha por não estar com raiva hoje, por não odiar o mundo o suficiente.

Ao pensar em Shin usando isso contra ele, Jimin levanta seu corpo e bate no volante. Ele pensa em Shin descrevendo-o como um pai que não se importa o suficiente para pegar sua filha na hora. Seu punho bate contra o volante novamente, desta vez com mais força, a mão latejando e o cabelo caindo nos olhos.

"Eu tenho mais dinheiro, Jimin, melhores advogados, melhores conexões." Shin não havia dito isso tão explicitamente, mas a questão de Yuji e com quem ela estará morando sempre vai estar lá.

Jimin aperta a mandíbula e, sem nem pensar, seu punho bate em algo novamente, desta vez é o quebra-sol que balança com a força. Ele suspira, realmente sentindo pena do objeto que parece receber o peso de sua raiva. Ele o pega e segura em sua mão, e enquanto a raiva ferve em sua pele, Jimin pensa em seu último encontro com Arthur.

Em sua última sessão, Jimin revirou os olhos para algo que Jungkook fez enquanto ouvia Arthur conduzi-los através de exercícios respiratórios. Ele se lembra de um dos exercícios, algo sobre inspirar enquanto conta até quatro, segurar por quatro segundos, expirar e segurar por mais quatro segundos antes de começar tudo de novo. Na época ele achou ridículo, mas agora, se isso o ajudar a chegar até Yuji, ele fará qualquer coisa.

Jimin fecha os olhos, deixando de fora o som abafado do tráfego, e respira, prende a respiração e relaxa contando até quatro. Enquanto a raiva belisca sua pele e os pensamentos de bater em outra coisa lutam para entrar em sua mente, Jimin apenas se concentra em contar. Ele deseja que sua mente se concentre nos números e nada mais. Então, muito surpreso, Jimin descobre que se sente melhor. Ele lentamente abre um olho, seu carro ainda está uma merda e seu para-sol ainda está em sua mão, mas ele não sente mais a necessidade de bater em nada. E mesmo sabendo que o sentimento não se foi para sempre, ele tem uma sensação inegável de realização preenchendo sua mente que estava apenas alguns segundos atrás prestes a explodir. E ele sente orgulhoso de si mesmo.

Sem a raiva cegando-o e fazendo-o atacar, Jimin pensa em simplesmente pegar o telefone e ligar para Yoongi. Quando ninguém atende, ele respira fundo e deixa uma mensagem implorando para que seu irmão  velha buscá-lo, dando-lhe o endereço da rua aleatória em que está.

Infelizmente ele não tem mais ninguém para ligar, Taehyung e Jin estão no trabalho e... huh. Agora que Jimin pensa sobre isso, não há 'e'. Yoongi não atendeu e Tae e Jin estão no trabalho, com um suspiro triste, Jimin percebe que não tem mais ninguém para quem ligar.

Preso nesse pensamento e ouvindo o tique-taque obsessivo de seu relógio, que ele nunca havia notado o quão alto era antes, Jimin abre a porta do carro. Ele não precisa de mais ninguém para ligar. Ele pode fazer isso sozinho. Ele andará até encontrar outro meio de transporte ou aparecer na porta de Shin.

Em retrospectiva, esse provavelmente não é o melhor plano. Agora, Jimin pode estar no meio do nada, passando de casa em casa, mas nada mais, nada que realmente ajude. E ele percebe tardiamente que havia acidentalmente carregado a porra do para-sol com ele novamente. Parece um sinal de néon enorme para sua explosão e ele sabe que Shin vai comentar sobre isso. Ou pior ainda, julgá-lo silenciosamente e dá-lhe um olhar que mostra o que ele pensa dos 'ataques patéticos' de Jimin, como ele os chamou.

Shin provavelmente colocará a mão na frente de Yuji, sua filha, como se Jimin fosse uma ameaça. Como se Jimin não fosse aquele que protegeu Yuji a vida toda.

Ele pensa na vez em que Yuji caiu, com o joelho raspado e os olhos marejados. Foi no parque perto de sua casa e foi a primeira vez em semanas que Shin teve tempo para ir com eles. Jimin pensou que isso significava que Shin aproveitaria o tempo que tinha com eles, com Yuji, mas em vez disso, quando Yuji mancou e começou a chorar, Shin verificou quem estava ligando para ele, dizendo 'trabalho, é importante' antes de caminhar para um zona sossegada. Jimin assistiu incrédulo e com raiva. Como ele pôde ter dito importante? Como se Yuji não fosse a coisa mais importante na vida dos dois. Naquela época, Jimin não destruiu Shin, ele não deixou sua raiva clara, ele apenas apertou sua mandíbula e dedicou cada pedaço de sua atenção e depois um pouco mais em Yuji. E ele nunca mais pediu a Shin para ir com eles novamente.

Filho da puta. Desta vez, quando Jimin respira e conta até quatro, não funciona.

Ele não tem ideia de quantos minutos se passaram, e ainda está enchendo a cabeça com as coisas estúpidas que Shin havia feito ao longo do casamento quando um carro desacelera como se fosse parar ao lado da calçada.

Quando o Mercedes Benz GR63S preto desacelera, Jimin levanta o olhar curiosamente e quando a janela fumê ao lado dele é abaixada e ele consegue ver quem está no banco do motorista, ele solta um suspiro tão pesado que é mais como um gemido.

— Woowww. — Jungkook arrasta, os olhos passando cuidadosamente entre a calçada vazia e Jimin, que parece andar mais rápido agora. — Você realmente tem um problema.

Jimin não precisa pensar nem por um segundo para saber do que Jungkook está falando. Ele aperta o para-sol na mão e solta uma risada obviamente falsa.

— Por que você está aqui, Jungkook?

— Yoongi estava no chuveiro, então eu escutei a mensagem. — Os olhos de Jimin disparam em choque, Jungkook realmente tem problemas de limites quando se trata dele e de Yoongi. — E eu pensei em ser seu cavaleiro de armadura brilhante. — O Alfa sorri. Jimin zomba. — E então, quando eu vi o carro abandonado e danificado lá atrás... — Jungkook exagera, fazendo Jimin revirar os olhos. — Eu apenas segui a destruição que havia no caminho e os alfas chorões e encontrei você.

Talvez Jimin queira rir um pouco, mas ele se recusa a dar a Jungkook a satisfação ou a parte dele que acha isso engraçado.

— Embora agora eu esteja com medo pelo meu carro... talvez eu devesse ter trazido meu cavalo. — Jungkook brinca e Jimin apenas o satisfez com o menor indício de sorriso. — Então, o que há nos para-sol que o deixa fora de si? — Jungkook questiona curiosamente quando Jimin continua a andar e não lhe dá um olhar.

Ainda assim, não há resposta.

— Onde você está indo?

Novamente, nada.

— O que tem na caixa?

— Você nunca cala a boca! — Finalmente parando, Jimin ergue as mãos em exagero, uma mão segura o para-sol e a outra a caixa de doces.

Parando o carro também, Jungkook reflete sobre isso por um momento.

— Não, a menos que minha boca esteja ocupada com outra coisa.

Claro. O que mais ele poderia esperar do alfa?

Jimin começa a andar novamente e o carro o segue devagar e muito, muito perseguidor. Combina com Jungkook.

— Jimin-ah, você não vai entrar no carro? Claramente você tem algum lugar para ir.

Caramba. Ele tem. Leva apenas um segundo para Jimin parar seus passos e mudar sua direção para o carro. Ele entra tão rápido que Jungkook fica ainda mais curioso.

Silenciosamente, Jimin remove o telefone de Jungkook do suporte e o substitui pelo seu, um endereço já iluminando a tela. Jungkook ergue uma sobrancelha ao ver que é apartamento.

— Você vai visitar alguém?

— Vou pegar alguém e correr o mais rápido que puder. — Jimin corrigi, olhando pela janela.

— Estou ajudando você a sequestrar alguém?

Mais uma vez, Jimin se recusa a rir. Ele revira os olhos, virando-se para encarar Jungkook, que faz um rápido trabalho de seguir as instruções agora no telefone. Com um bufo, Jimin responde:

— É Yuji, seu idiota.

— Ahhh. — Isso faz muito mais sentido. Também explica por que Jimin está tão tenso, seus olhos opacos enquanto ele mastiga as unhas nervosamente.

Jungkook decide que não gosta de ver Jimin assim, ele quer irritá-lo o suficiente para distraí-lo, ele quer que o ômega deixe de parecer tão magoado e ansioso.

— Então, o que há na caixa?

— Doces para Yuyu. — Por qualquer motivo, Jimin responde facilmente. Talvez agora seja porque ele está se aproximando cada vez mais de Shin, seus pensamentos de raiva não sendo mais capazes de distraí-lo. — Embora eles provavelmente estejam frio agora.

— Quer parar e pegar mais deles?

— Não, prometi chegar às dez e já são nove e meia. — Jimin responde nervosamente, os olhos ocupados olhando para o relógio e desejando que o tempo diminua a velocidade.

Jungkook acha que essa é outra razão pela qual Jimin está tão rígido agora, um feixe de nervos que, em vez de parecer que vai explodir, parece mais que vai desmoronar.

Vendo que ainda falta um pouco para o destino deles, Jungkook acelera o máximo que pôde sem sair dos limites. Bem... Talvez ele tenha passado um pouco dos limites.

— Então... — Jungkook começa nervosamente. — Eu sei que não é o meu lugar, embora tenhamos compartilhado a cama, mas... você está bem?

A pergunta pega Jimin de tanta surpresa que ele para de roer as unhas e olha para o relógio na tela de bloqueio de Jungkook, o telefone agora em seu colo.

— Apenas hoje, quero dizer. Não consigo imaginar como tudo isso é, mas... provavelmente não é bom. — Suas palavras não são exatamente elegantes, mas são ditas suaves o suficiente, sem nenhum indício de sorriso ou qualquer outra coisa além cuidado, e Jimin não consegue encontrar um motivo para responder duramente.

— Eu não sei para ser honesto. Eu só... eu só não quero me atrasar.

— Ela vai entender, Min. — Desta vez, o apelido não é tão irritante. — E ela ficará tão feliz em vê-lo que provavelmente esquecerá tudo sobre o atraso.

Jimin sorri com o mero pensamento de ver Yuji novamente.

— Eu sei que Yuji vai perdoar, mas... — Assim que Jimin está prestes a falar sobre Shin, ele se interrompe. Ele olha para Jungkook de uma maneira que nunca havia feito antes, não com raiva ou aborrecimento ou o que Jungkook diria ser luxúria, mas quase com um apelo.

Pegando o olhar, e adivinhando que Jimin parou não porque não quer compartilhar com ele, mas porque o ômega simplesmente não quer pensar sobre o homem por mais tempo, Jungkook fala.

— Você não precisa. Eu entendo. Alfas são uma merda.

Desta vez, Jimin se permiti sorrir, o riso saíndo de seus lábios enquanto ele acena com a cabeça.

Em algum lugar no canto de sua mente, que ele se convenceu de que estava mais longe do que a realidade, Jimin pensou, 'nem todos eles'.

O resto da viagem de carro é gasto em silêncio, a menos que você conte as batidas audíveis do coração de Jimin. Só quando Jungkook estaciona em frente a um complexo de apartamentos às 10:04 e Jimin abre a porta, hesitando e se afastando, que ele fala.

— V-você viria comigo? — Engolindo um pouco de sua ansiedade, Jimin pergunta em um momento de vulnerabilidade.

Jungkook acena com a cabeça tão hesitante quanto quando Jimin perguntou.

Trancando o carro, os dois caminham para dentro do prédio, ou  correm pode ser mais preciso. Jungkook não consegue decidir o que está sentindo. Ele se sente feliz ao ver Jimin correr para Yuji, achando isso adorável. A ideia de ver a garota novamente também o deixa feliz, os poucos momentos em que a conheceu foram totalmente carinhosos. Depois, há os nervos subjacentes e a raiva borbulhando dentro dele com a ideia de conhecer o idiota que teve a sorte de se casar com Jimin.

Mas principalmente, Jungkook se sente confiável. É mais puro que o resto de suas emoções, faz seus olhos se arregalarem e seu coração dar cambalhotas. Ele nunca havia se sentido assim antes, tão confiável para algo importante. Jimin, apesar de se sentir vulnerável e assustado, tinha confiado nele o suficiente para pedir que fosse com ele para algo muito significativo. Isso faz Jungkook se sentir importante. Tudo o que ele sabe é que não irá decepcionar Jimin ou Yuji.

Quando eles saem do elevador e chegam a uma porta que tem 203 escrito nela, Jimin congela completamente.

— É isso... — Ele praticamente sussurra. — Mais alguns minutos não vai doer. — Ele decide, um caroço subindo em sua garganta. Isso é diferente de Shin pegar Yuji na casa que eles costumavam dividir, sim, doi como ser esfaqueado no peito com uma faca de oito polegadas, mas pegar Yuji na nova casa de Shin, que ele divide com seu novo noivo, é como se alguém decidisse torcer a faca no lugar.

Com um sorriso hesitante, Jungkook diz:

— Você vai me agradecer mais tarde. — E rapidamente bate na porta.

Jimin sabe que Jungkook está certo, mas ainda assim dá uma cotovelada no Alfa e então a porta se abre.

— Estávamos começando a nos perguntar se você viria. — É a primeira coisa que Jimin ouve, e quando seus olhos encontram o homem na porta, ele dá a Shin um sorriso de lábios apertados.

No entanto, o desejo de socar primeiro e pensar depois desaparece imediatamente quando ele ouve a voz de Yuji.

— Papai! Papai! Papai!

Jimin sentiu falta de como ela repete as palavras quando está animada. Ele nem espera até que possa ver a garota para cair de joelhos e gritar de volta.

— Yuji! Yuji! Yuji!

Então a garota aparece, correndo pelo apartamento e direto para os braços de Jimin. Ela se agarra mais forte do que nunca, e Jimin também. Assim que o cheiro vibrante de chiclete toma conta dele, Jimin relaxa. Ele nem consegue se lembrar por que estava nervoso.

Jimin se levanta, os braços ainda em volta de Yuji enquanto ela se transforma em um coala, abraçando-o com tanta força, como se ele fosse escapar a qualquer momento. Ao abrir os olhos, o rosto ainda enterrado nos cabelos escuros e soltos de Yuji, Jimin se depara com o rosto inexpressivo de Shin e o sorriso avassalador no rosto de Jungkook. Jimin não tem certeza se Jungkook sabe o quanto está sorrindo porque ele (JK) está alí descaradamente olhando para eles (JM e Yuji), boca aberta em um sorriso e nariz franzido. Por uma fração de segundo, Jimin pensa que ele parece um coelho. Então o cheiro de chiclete o invade novamente quando Yuji se afasta e seu cabelo se move.

— Eu senti tanto a sua falta, papai!

— Também senti sua falta, Yuyu. Muito, muito, muito! — Yuji ri, a cabeça caindo brevemente no ombro de Jimin antes dela se levantar novamente. — Você se divertiu? — Jimin pergunta com um sorriso brilhante.

Antes que ela possa responder, Shin responde, inclinando-se contra a porta.

— Ela fez. Conte ao Papai sobre as coisas que comprei para você. E seu novo quarto.

— Eu ganhei muito sorvete e uma nova boneca e roupas para bunbun! — Yuji lista como se estivesse preparada enquanto segura seu coelhinho de pelúcia em suas mãos, que agora usa um vestido amarelo de princesa.

— Bunbun está lindo, querida! — Jimin engasga, Yuji sorri, levando o elogio para si mesma desde que ela o escolheu.

— O quarto também é bom, papai, é... marrom. — Um pouco da empolgação anterior sume de sua voz e com a palavra 'marrom' ambos tentam esconder um sorriso, pensando nas acusações anteriores de Yuji de que Shin é tão chato que seu quarto seria pintado de marrom.

Ambos os alfas observam a troca com um olhar desconhecido, embora apenas um deles assista com um sorriso carinhoso.

Então, os olhos de Yuji se erguem para o alfa atrás de Jimin, inclinando a cabeça, sem hesitar, ela pergunta:

— Minha borboleta?

Mal contendo seu coração, Jungkook inclina a cabeça e responde:

— Minha lagarta?

Jimin tem certeza que da última vez não foi tão fofo. Ele se lembra claramente de ficar irritado quando eles se chamaram por esses apelidos, mais agora são mais carinhosos do que tudo e dá vontade de chorar com a fofura deles.

Shin não está muito feliz com o que quer que esteja se desenrolando diante de seus olhos. Ele limpa a garganta, ficando um pouco mais alto quando diz:

— Eu não pensei que você traria convidados. — Há uma implicação em seu tom, claramente pensando que Jungkook é mais do que um convidado. Isso trás tanto prazer a Jimin que ele não tem coragem de fazer Shin pensar o contrário. — Especialmente aqueles que estão encharcados com seu cheiro. — Shin murmura baixinho, a língua cutucando sua bochecha.

Jimin e Jungkook congelam. Jungkook está encharcado com o cheiro dele?

— Você também cheira a Borboleta, papai. — Yuji comenta inocentemente, claramente não achando o peso em apontar isso.

Agora eles estão totalmente imóveis. Ele está encharcado com o cheiro de Jungkook?

Tanto Jimin quanto Jungkook inclinam a cabeça em uníssono, uma expressão semelhante em suas feições ao perceberem simultaneamente que, de fato, estão compartilhando um conjunto de gavetas que contém suas roupas, um chuveiro, um quarto e uma cama por uma semana inteira. Claro que cheiram um ao outro.

Algo parece mudar em ambos quando eles percebem isso. Eles estão tão acostumados a passarem o tempo juntos que pensaram que era apenas a presença um do outro, eles não perceberam que seus cheiros realmente grudaram um no outro. Em quantos lugares eles estiveram na semana passada, separados e juntos, enquanto praticamente reivindicavam um ao outro? Jimin cora ao pensar em todos os olhares curiosos que recebeu na companhia de Jungkook, que agora faz muito mais sentido. Isso faz com que ambos se sintam tímidos.

— Eu quero que borboleta me cheire também se ele cheirou você, papai. — Yuji choraminga, fazendo beicinho puxando seus lábios.

Infelizmente Jimin não tem tempo de achar fofo porque suas bochechas esquentam tão rápido que ele acha que irá desmaiar. Ao lado dele, ele ouve Jungkook começar a engasgar com o ar, toda a situação definitivamente se tornando demais para ele.

Jungkook luta para colocar ar em seus pulmões novamente, não apenas com o conhecimento de que Jimin cheira tanto igual a ele que as pessoas provavelmente pensam que estão cheirando um ao outro, mas com a ideia de Yuji pedindo para ser cheirada tão facilmente também. De repente, ele passou de solteiro para namorado e padrasto.

Não é exatamente uma coisa ruim, apenas... muito.

— Y-Yuyu... — Jimin luta para falar, palavras ofegantes enquanto fica nervoso. — Jungkook não pode cheirar você.

— Por quê? Ele te cheira, papai. — Seu beicinho cresce e Jimin está prestes a negar quando ele vê a expressão de Shin novamente.

Pela primeira vez desde que quebrou o carro de Shin com um taco de golfe, o homem parece zangado e magoado. E seria muito satisfatório para Shin se Jimin corrigisse Yuji e desse ao ex o prazer de assumir que ele (JM) está sozinho e é incapaz de ficar com alguém além dele (Shin).

Então sua boca é mais rápida que seu cérebro quando ele diz:

— Você está certa. Sua Borboleta vai te cheirar mais tarde.

Os olhos de Jungkook se arregalam, primeiro para Jimin praticamente admitindo que eles estão perto o suficiente para cheirar um ao outro e, em seguida, dando-lhe permissão para cheirar Yuji também. Jungkook está começando a achar que desmaiou e perdeu o exato momento que Jimin pediu para eles ficarem juntos.

Yuji sorri, assentindo com satisfação.

— Podemos ir para casa agora papai? Posso te contar mais sobre o que eu e Shin fizemos.

Enquanto o homem na porta suspira, Jungkook ergue uma sobrancelha. Então seu nome é Shin. Para ser totalmente honesto, algo mesquinho e delirante dentro de Jungkook se vangloriza ao saber que Yuji tem um apelido especial para ele, mas chama o idiota do pai pelo seu nome verdadeiro.

— Yuji, o que eu te disse sobre isso? — Shin repreende, embora no momento pareça mais envergonhado do que magoado.

— D-desculpe, pai. — O beicinho de Yuji aumenta dez vezes quando ela olha para suas mãos, ainda envolta nos braços de Jimin.

Jimin dá-lhe um aperto extra forte para tranquilizá-la.

— Shin, me dê as coisas dela. — Jimin pede, ele sabe que Yuji deveria chamá-lo de pai e que Shin tem o direito de corrigi-la, mas ainda assim o irrita.

Com um lampejo de algo atrás dos olhos de Shin, ele abre mais a porta e, em vez de recolher as sacolas claramente no corredor, grita:

— Querido! Você pode me trazer as sacolas, por favor?

Jungkook se aproxima automaticamente de Jimin, temendo que ele tenha que segurar Jimin ou tirar Yuji de suas mãos a qualquer momento. Ele não sabe muito sobre Jimin e sua recente separação com seu marido, mas sabe o suficiente para saber que isso pode não acabar bem.

Um, dois, três, quatro. Jimin conta. Ele está bem. Ele está bem, ele está respirando e contando como Arthur ensinou, ele está bem.

— Claro, querido. — Aquela porra de voz estúpida fala de volta, voz que Jimin ouviu pelos telefones às 22h dizendo que Shin chegaria tarde em casa. Ele até se perguntou quantas vezes o secretário tinha falado aquela mensagem enquanto estava com Shin.

Quando o homem aparece, cabelo castanho claro com estilo suave e corpo magro se afogando em um suéter enorme, Jimin tem desejo de estrangulá-lo com o tecido extra.

Jimin sente Jungkook se aproximar dele.

Mais uma vez, assim como na vez em que ele estava transando com o marido dele na cama deles, o secretário tem a decência de parecer envergonhado. Que gentil da parte dele.

O homem está caminhando para frente, com as duas mochilas que Yuji trouxera com ela, mas Shin o puxa para mais perto de si, fazendo-o ficar.

Jimin sente Jungkook se aproximar novamente, e desta vez também sente um braço forte envolver sua cintura. É feito de maneira tão suave e discreta que ele não tem certeza se Shin pode ver, mas ele não sabe se é por isso que Jungkook faz isso. Seja qual for o motivo, ele (JM) está agradecido.

— Por que você não dá um abraço de despedida em Dowon, Yuji? — Shin pergunta calculadamente, e Jimin morde a língua.

Ele sente o braço envolver sua cintura ainda mais apertado. Isso e Yuji em seus braços são as únicas coisas que o impede de desmoronar e então usar as peças para bater em Shin e Dowon.

No entanto, para sempre sua salvadora e pessoa favorita no mundo, Yuji abaixa a cabeça no ombro de Jimin e faz beicinho.

— Só quero meu papai.

Jimin se envaidece, derretendo-se em sua filha enquanto a abraça ainda mais. Ele sentiu tanto a falta dela.

— Então pelo menos me abrace, Yuji. — Shin fala, e Jimin tem certeza de que isso é apenas um plano para colocar Yuji em seus braços para que ele (JM) veja a imagem dos três juntos.

Mais uma vez, Jimin é lembrado de por que ele ama tanto Yuji, sua falta de filtro sendo uma dessas coisas.

Ela balança a cabeça, ficando ainda mais perto de Jimin quando diz.

— Você cheira muito como ele. Não gosto de lavanda. — Ela torce o nariz, descrevendo o cheiro de Dowon. A declaração doi ainda mais quando Shin e Dowon observam Yuji afundar no cheiro de Jimin e Jungkook.

Por mais que Jimin esteja amando sua vida agora, finalmente sentindo como se o mundo estivesse do seu lado, ele prefere amar sua vida lá fora, no carro de Jungkook.

— Nós temos planos hoje e será muito divertido. — Jimin surpreende Yuji e Jungkook com o anúncio. Ele acena com a cabeça e se afasta, o braço de Jungkook escorregando de sua cintura.

Por um momento, deixa todos atordoados, até que Jungkook solta uma risada, de repente deixado sozinho com o casal aleatório. No entanto, ele vê as sacolas ainda nas mãos de Shin e presume que Jimin as deixou para ele pegar. Com um leve sorriso, a mente começando a entender por que Jimin está tão feliz em fingir que eles estão juntos, Jungkook se inclina para frente e pega as bolsas.

— Obrigado por cuidar dela, Shin. — Jungkook sorri, falando como se o casal à sua frente fossem as babás de quem Jimin e ele haviam acabado de pegar o filho. Então, ele também se afasta, deixando-os dois homens totalmente perplexos.
  
 
 
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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O que acharam desse capítulo? Esse é  um dos meus favoritos. Shin tentou humilhar, por assim dizer, mas foi ele quem ficou humilhando. 🤣🤭 Eu também amei o fato de JK e JM terem o cheiro um do outro.

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