Acasos da vida
É estranho como a primeira paixão platônica ainda tem influência sobre você, se passaram 14 anos desde então, mas ele ainda está em minhas memórias, não como quando eu tinha 12 anos, mas ele ainda permanece aqui em forma de lembranças bobas e vergonhosas, não importa se foi ou não correspondida, o estranho é que de ambos os jeitos, você ainda lembra dele.
Não 24 horas por dia, mas você sabe seu nome e ainda recorda de tudo o que você sentia por ele e tudo o que fez para chamar sua atenção, coisas de pré adolescente sabe, os risos, as conversas com as amigas, a imaginação fértil de que um dia poderia namorar com sua paixonite, os micos que você cometeu para chamar a atenção do garoto, o nervosismo de quando passava por ele, o coração batendo forte porque achava que havia sido vista e notada.
Os pensamentos... Será que ele me conhece? Será que já me reparou e me achou bonita? Será que também gosta de mim? Será que um dia ele vai tentar conversar comigo? Todas essas coisas novas e malucas que você sentia quando era um projeto de adolescente permanecem em minhas lembranças, mesmo após anos.
É maluco pensar que anos se passaram, muitas coisas aconteceram com você durante seu processo de crescimento até chegar no presente que te transformou na pessoa que você é hoje e ainda assim se recordar desses tipos de sentimentos que te consumiam quando você tinha pensamnetos puros e não sabia quase nada da vida. Como tudo o que a garotinha que eu fui e vivi ainda permanece vivo e intacto em minhas memórias mais vergonhosas e nostálgicas da melhor fase que vivi e eu não sabia naquela época.
Até os 17 anos você não sabe o quão importante a adolescência se torna para você quando a perde e não consegue mais voltar a tudo como era antes, claro, essa foi a mina experiência, naquela época eu não sabia, e sempre pensava em como seria quando eu fosse adulta, mas quando eu me tornei uma, eu descobri o quão preciosa foi a minha adolescência, é uma época que não volta mais, você costuma perder suas amizades, e tudo sobre o que você vai fazer e se tornar vem com pressão em cima de uma mera jovem de 18 anos, que mal teve tempo de assimilar tudo o que perdeu com o fim do ensino médio, as preocupações batem a porta e sua vida muda literalmente do avesso, você se torna uma adulta e tem que aprender a como se tornar uma. A saída dos 17 para os 18 é assustador quando não se tem o apoio necessário.
Mesmo após anos, já em meu local de trabalho, aconteceu de eu encontrar por um acaso alguém relacionado a este garoto, sua mãe que eu cumprimentava e falava coisas básicas que eu precisava e seu filho, que eu tinha contato como profissional . Sim, eu conhecia a mãe e o filho da minha primeira paixão platônica sem imaginar as relações familiares.
Descobri depois de um tempo, e quando em um dia o vi no meu local de trabalho buscando seu filho. Fiquei boba, quando eu iria imaginar que um dia em um futuro distante eu conheceria duas pessoas de sua família? Para aquela garotinha do passado isso era impossível, mas para a mulher que me tornei no presente era algo real.
Mesmo sem gostar dele e passar anos sem vê-lo, encontrar com ele naquele dia e saber sobre isso foi algo tão irreal para a garotinha que eu fui no passado que fiquei pensando em como o destino ou a vida te prega peças.
E por incrivel que pareça, eu fiquei nervosa quando o vi, era como se eu voltasse a ter 12 anos novamene, e claro, isso te traz de volta as lembranças que voce achou que estavam esquecidas dentro de você.
Não faço ideia se ele me conheceu, mas conhecendo ou não, não faz mais diferença, só foi engraçado vê-lo e sentir de volta minha adolescência voltando a mim...
Mas não pude deixar de pensar naquele dia... Como teria sido se eu tivesse sido corajosa nos meus 15, 16 anos e tivesse tentado me aproximar amorosamente dele,eu teria sido rejeitada? Teríamos tido algo real? Seria um relacionamento rápido ou longo? Eu teria sofrido com a relação? São possibilidades de que você teria tido caso tivesse feito uma escolha diferente na vida.
Não me arrependo de não ter me aproximado, mas se eu tivesse o que teria acontecido? Será que eu perdi algo em não me aproximar? Ou eu ganhei em não ter me aproximado? Apesar das mil possibilidades, não a como saber, minha vida e a dele apesar de terem se entreleçado novamente, ainda seguem caminhos individuais e talvez mais para frente eu encontre o cara que é destinado ao meu presente e futuro. Gosto de pensar que ele está para chegar, talvez ele chegue logo.
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