Capítulo 22 - A Vida Começa Agora
09/05
Danielle saiu de casa, pensando em conversar com Taylor em particular, mas foi surpreendida com os O'Connell vindo em direção a casa dela. A conversa ia esperar.
— Danielle, você soube que a Ashley saiu mesmo do colégio? — indagou Taylor, puxando assunto.
— Não, quando? — indagou se lembrando de tudo que Ashley havia dito.
— Parece que ontem foi o último dia dela — ela respondeu enquanto se aproximavam dos armários.
Danielle estava girando o segredo da porta quando foi surpreendida com seu vizinho de armário cobrindo seus olhos.
— Adivinhe quem é... — Danielle pôde ouvir o riso de Taylor de fundo.
— Ahn... Edward?
Ele tirou as mãos de seus olhos, a virando para um beijo rápido em seus lábios. Algo mais que isso não era bem visto pelos monitores do colégio.
— Espera aí, vocês estão... — Taylor disse com certo ar de malícia. — Vocês estão... — ela apontou para o casal, e depois levou os dedos para o mesmo ponto.
— Nós...? — perguntou Edward, abraçando Danielle.
— Danielle, preciso falar contigo... — ela pegou Danielle pelo braço, a arrastando para um canto.
— Eu ia te contar agora... — disse já se defendendo.
— Edward, você me empresta ela um pouquinho? — ela estava ansiosa para saber de tudo.
— Claro, vou para sala — ele se despediu de Danielle com um belo sorriso, sussurrando: — Te amo.
— Te amo também — respondeu com um sussurro.
Taylor o esperou sair de perto para começar o interrogatório:
— Bem... Vocês... Ficaram? — Taylor estava animada pelo acontecido. Estava torcendo para os dois darem certo.
— Ah... Bem... Sim — disse timidamente.
— Puta merda Danielle me conta tudo criatura! — disse pegando a amiga pelos ombros, sacudindo-a para frente e para trás.
— Ah, ele disse que me ama...
— Sério?! Finalmente vocês dois... — disse Taylor, a abraçando forte.
— Fala baixo — disse Danielle rindo — E, me solta poxa — Era normal Taylor abraçar fortemente como um urso quando acontecia algo de bom com Danielle.
— Desculpa! — ela disse soltando-a do abraço — Mas, quando vocês vão deixar isso público?
— Só preciso conhecê-lo melhor...— começaram a caminhar para as salas.
— Ele é o Edward, não é o Nolan. Não foi isso que você falou para mim e relação ao Michel?
— Não nesse sentido. Eu preciso só conhecer ele melhor mesmo.
— Sei — disse sorrindo — Estou feliz por vocês! Quero mais detalhes depois.
— Vou pensar no teu caso — disse.
Entraram na sala e Edward já estava sentado.
— Já me devolveu ela Taylor? — perguntou Edward chamando a atenção dela.
— Acho que sim — ela virou para trás e disse sorrindo.
Ele somente sorriu, assentindo.
A aula demorou a passar para o casal. Queriam ficar juntos conversando, mas tinham que prestar atenção na aula, o que foi um pouco torturante. No intervalo, os dois saíram abraçados com os braços entrelaçados.
— Aonde vamos? — perguntou Danielle a Edward e Taylor, que também estava ao seu lado.
— Só sei que não quero ficar sobrando... — disse Taylor sorrindo, andando a frente do casal.
— Espera Taylor — disse Danielle a ela — Fique conosco.
— Não precisa, ficarei com os O'Connell — ela respondeu.
— Aham, com o Michel... — disse Edward sorrindo. Danielle o olhou de canto de olho, desconfiada. Não sabia que ele sabia dos dois.
— Edward! — com o rosto corado, Taylor deu um tapinha em seu ombro.
— Desculpe! — ele respondeu rindo.
— Vamos Taylor — Samara disse sorrindo, pegou seu braço e começando a andar, junto com Michel. — Deixe-os a sós.
— Ah, parem com isso! — exclamou Danielle enquanto eles se retiravam.
Sentaram-se no banco coberto pela árvore que oferecia uma bela sombra a eles. Ele a envolveu em um abraço aconchegante, deixando ela escorar-se em seu ombro enquanto ele mexia em seus cabelos.
— Já te disse que te amo? — ele indagou olhando-a carinhosamente.
— Sim, mas não me canso de ouvir isso — respondeu bem sem jeito — Eu te amo — completou.
— Obrigado por confiar em mim — ele virou seu rosto para olhar para ela.
— Obrigada por tudo — disse Danielle sorrindo, enquanto beijava rapidamente os lábios de Edward.
— Eu não vou desistir de você — ele disse sorrindo.
— Eu sei. Também nunca desistirei de você...
Danielle tentou puxar assunto, para conseguir conhecê-lo melhor.
— Que tipo de música você ouve? — pensou ser um bom começo.
— Ultimamente, não tenho escutando muita música...
— Não precisa ficar assim. Tudo bem se você não gosta de música — disse sem entender como alguém não gostava de música.
— Não disse que não gosto. Deixa-me ver... — Ele disse mexendo nos cabelos dela — Three Days Grace é minha banda favorita.
Danielle saiu de seu peito, surpresa por alguém gostar daquela banda.
— Sério? Difícil alguém gostar dessa. Música favorita deles?
— Tem várias Danielle... Por exemplo, Life Starts Now, Time of Dying, Unbreakable Heart... — disse com sua voz rouca.
Memórias o invadiram. Do passado que queria esquecer.
— Não me lembro dessas — Danielle disse colocando os nomes das músicas no navegador de seu celular para ouvir depois. — Mais alguma?
Edward retornou de seus devaneios, tentando lembrar de outra música deles.
— Break, Get Out Alive, Animal I Have Become...
— Ok, vou ouvir a discografia deles então — disse Danielle rindo — Conheço só algumas dessas que você falou.
— E você? Gosta de qual banda? — indagou curioso.
— Paramore. Tenho até um pôster deles no meu quarto.
Edward sorriu, lembrando-se do CD original que havia ganho do Three Days Grace e que se perdera onde morava.
— O som deles é bom. Gosta mais de quais músicas?
— Decode, Decoy, Misery Business...
— Discografia do Paramore, anotado — disse Edward fazendo o mesmo que ela fez.
Edward colocou uma mecha atrás de sua orelha direita, mostrando duas argolas prateadas.
— Não tinha reparado nisso... — disse pousando a mão nas argolas.
— Eu recoloquei, por isso está vermelho. Vai que nesse colégio não poderia...
— Que nada, é bem tranquilo aqui.
Ficaram um tempo sem falar nada. Edward tinha que dizer o que pensava.
— Danielle, é impressão minha ou alguém já fez você sofrer?
Danielle quis entender como ele havia percebido isso, e tão repentinamente.
— Como você sabe? Alguém falou alguma coisa? — indagou imaginando quem falara tudo.
— Eu percebi de algum jeito. Não sei explicar — disse tentando parecer convincente — Acho que semelhante se identifica sabe...
— Sim, já traíram a minha confiança — disse se lembrando de Nolan.
— Alguém desse colégio? Em que possa dar um soco por ter te traído? — mesmo falando sério, não pode fazer Danielle segurar o riso.
— Prefiro não falar nada para você não bater em ninguém — disse rindo — E você? Disse que semelhante se identifica, aconteceu o mesmo?
Ele se lembrou de quem já foi seu grande amor. Se lembrou que também nunca mais a veria novamente. As lembranças o deixaram pálido e nervoso. Não gostava de lembrar-se dela.
— Não foi algo simples. Mas aprendi que não devemos reprimir o nosso amor. Devemos — ele olhou para cima — aproveitar todo o tempo que temos perto de quem amamos — ele terminou sorrindo levemente, com nostalgia em seu olhar.
Danielle queria saber de quem ele falava, mas como ele respeitou a decisão dela de não falar quem a machucou, deixou a dúvida de lado.
— Mas, felizmente, encontrei alguém especial, e quero aproveitar todos os momentos com essa pessoa — ele pôs suas mãos frias sobre o rosto dela, fazendo seus olhares se encontrarem.
— Por que eu? Eu não tenho nada demais — disse Danielle tentando fazer referência a sua aparência. Sabia que não tinha muitas curvas e loiras estavam em alta.
— Você é bela, Danielle. Além de ser por fora, também é por dentro — ele deu um sorriso, fechando os olhos — E você viu em mim...
— Posso dizer o mesmo que você disse...
— Entendi — ele deu um beijo na bochecha, a deixando corada — Posso de dar um beijo?
Ela assentiu, deixando seus lábios tocarem os dele, em beijo delicado e um pouco mais demorado. Pressionavam os lábios sem pressa.
O sinal toca, dando um fim no beijo e fazendo-os correr para a sala.
Enquanto iam, Nolan esbarrou propositalmente em Edward, querendo deixá-lo bravo. Os dois se olharam, Nolan conhecendo de perto quem diziam ser o garoto que andava demais com Danielle.
Fazia tempo que Danielle não o via. Cabelo estava comprido, amarrado num coque mal feito, e seus olhos estavam num tom diferente do que se lembrava: azuis escuros. Ela não se lembrava nem dele direito, o que a deixou feliz. Parecia mais forte, e mais velho do que se lembrava e de que deveria estar.
— Vamos indo Edward — disse Danielle puxando-o para si.
Edward concordou, indo para a sala. Danielle não entendeu o que Nolan quis fazer. Estaria com ciúmes? Logo ele?
Na sala, Danielle pode ver Michel dando um beijo na bochecha de Taylor antes de se sentar em seu lugar, indo junto com Samara. Danielle reparou o rosto de Taylor corando com o gesto do garoto, ficando envergonhada.
— Vocês formam um belo casal — disse Danielle cutucando Taylor para ela se aproximar.
— Obrig... Como é? — ela indagou surpresa, virando-se para Danielle, e a repreendendo.
— Ah, você e o... — disse.
— Sem essa. Não tem nada... — ela a interrompeu brava.
— Ainda — respondeu arqueando as sobrancelhas.
— Para Danielle! Eu não gosto dele — ela disse brava, virando-se para frente depois de cruzar os braços.
— Viu como é bom? — indagou esticando o seu corpo para ela poder ouvir melhor.
— Ah, — ela se virou para trás, novamente — é diferente.
— É a mesma coisa...
Indo embora, os O'Connell seguiram para sua casa enquanto Taylor conversava com Danielle na frente da casa dos Spook.
— Então, além de ficar com Edward ontem... — Danielle revirou os olhos enquanto Taylor comemorava — Vincent, o ex-carcereiro de Daniel e que deu a notícia sobre a morte dele apareceu. Por isso fiquei sumida ontem. Ele e meu pai pregaram uma peça em mim...
— Como assim? — indagou Taylor, se sentando no sofá de sua casa.
Danielle suspirou, se sentando também.
— Fizeram um teatro para demonstrar que eu ainda corria perigo. Mas não vem ao caso. Só que tive que carregar minhas energias depois porque Vincent é bem forte.
— E então? Do que ele morreu?
— Ele morreu por parada cardiorrespiratória. Mas o que me chamou atenção foi Vincent dizendo que somos uma família importante. Fiquei curiosa e ele vai conversar comigo no final de semana. E sobre Daniel também.
— Que bom, espero que você consiga descobrir tudo — ela disse se ajeitando no sofá da varanda — Mudando completamente de assunto... O que você acha de mim e Michel? — disse envergonhada.
— Ah, vocês formam um belo casal. Eu já disse isso.
— Poxa, eu não sei. Estou com medo de que aquilo se repita.
— Acho que isso não vai se repetir. Michel não é igual ao Elliott, e Ashley também não vai interferir.
— Espero que sim...
— Vocês já conversaram? Sabe, sozinhos?
— Já, mas por pouco tempo. Ele tinha me perguntado do que eu gostava — ela respondeu sorrindo.
Despediram-se após Danielle a deixar a par de tudo.
Chegando em casa, Danielle ia abrir a porta, mas já estava aberta. Pensou no ocorrido no dia anterior, temendo alguém ter invadido sua casa. Entrou em casa com cautela, observando tudo a sua volta. Tudo normal, até chegar na sala.
— Pai?
Ele estava jogado de mal jeito no sofá. Parecia estar ali por certo tempo, mas sem vestígio de briga ou sangue. Sim, ela estava um pouco neurótica.
Aproximou-se dele, deixando a mochila no outro sofá. Ficou de joelhos, erguendo a cabeça dele pare ver se ele respirava. Estava respirando normalmente. Começou a sacudi-lo, para ver se acordava.
— O que? — algo semelhante a um grunhido saiu de sua boca.
— O que aconteceu com você? Por que está aqui? — indagou sentando-se sobre seus tornozelos.
— Ah, — vagarosamente ele se ajeitou no sofá, ajeitando seus cabelos, tentando arrumá-los — não me senti bem na fábrica, e voltei.
— Mas, o que fez você passar mal? — indagou Danielle levantando-se e sentando-se ao seu lado.
— Acho que não dormi direito nessa noite.
— Insônia? — perguntou Danielle.
— Deve ter sido. Eu... — Ele sentou-se devagar — ainda não acredito que ele esteja morto... Tive pesadelos...
— Como é? — perguntou sorrindo — Um homem como você, e tendo pesadelos? Parece que você, falando assim, é uma criança! — disse começando a rir.
— Você não... Espera, você sabe sim! Meus sonhos foram iguais aos que você teve com o Daniel...
— Mas o meu motivo foi eu ter uma ligação com ele, por sermos gêmeos... Qual seria o seu?
— Até isso você esqueceu?! Tenho um irmão gêmeo — ele disse com um sorriso fraco.
Boa noite meus fantasmas!
Como estão?
Esse capítulo foi mais calmo, mas acabou com uma bomba! Irmão gêmeo de Robert? Como assim?
Estão ansiosos para o próximo capítulo?
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