Capítulo 20 - Gardênia
08/05
— Alguma ideia de presente? — perguntou Edward a Danielle.
Tentando imaginar o que toda garota poderia gostar de ganhar num primeiro encontro ou em coisas do tipo, chegou à conclusão de que flores seriam bem-vindas.
— Eu pensei em flores, que tal?
— É uma boa ideia — disse Edward, pensando que era óbvio dar flores.
— Então vamos a floricultura em frente à escola.
— Vocês vão aonde? — perguntou Samara, enquanto parava na faixa de pedestres para atravessar a rua.
— Para a floricultura — disse Danielle, lembrando-se que os O'Connell eram donos do lugar.
— Que tal irmos também, para vocês conhecerem nossos pais?
— Claro. Pode ser? — indagou Edward, olhando carinhosamente para Danielle.
Danielle assentiu, enquanto atravessavam a rua. Entrando na floricultura, percebeu então que os atendentes eram os O'Connell.
— Pai, mãe, esses são os nossos primeiros amigos da escola.
— Prazer, Helena O'Connell — disse a bela mulher. Ela estava com seu cabelo castanho-escuro preso num coque e usava um avental azul bebê sobre a roupa.
Após as apresentações, o senhor seguiu os cumprimentos.
— Prazer, Benjamin O'Connell — seu jeito era semelhante ao de Michel. Seus cabelos curtos, num loiro-médio, faziam Michel parecer seu filho biológico.
Eles eram muito simpáticos, mas a conversa sobre o colégio e algumas coisas banais nem pôde começar, pois chegaram clientes na loja. Samara e Michel foram embora. Taylor se juntou a eles, sussurrando a Danielle um "boa sorte".
Ficaram observando as flores, Edward foi para um lado e Danielle para o outro. Danielle observou que as rosas brancas não estavam lá, mas pode ver bem os crisântemos, cravos, rosas, margaridas e outras flores desconhecidas para ela. Ela parou na frente de flores com cor branca como a neve.
Sentiu alguém se aproximar dela, mas não deu atenção. Percebeu que era Edward quando ele esticou o braço, pegando uma das flores brancas.
— Gosta de gardênia? — perguntou.
— Sim, você não acha essa linda? — perguntou Danielle.
— Acho que ela vai gostar — ele disse pegando uma flor e abrindo um enorme sorriso enquanto pensava na garota amada — Você acha que devo levar quantas?
— Não sei. Nunca comprei flores para alguém — pensou um pouco — Que tal perguntar para os O'Connell? Eles devem ter alguma ideia.
— Boa ideia — ele disse indo em direção ao caixa, deixando Danielle sozinha com seus pensamentos.
Pensou que seria incrível receber um ramalhete dessas flores, principalmente se elas viessem de Edward.
— Você pode ir comigo até lá? — ela assentiu.
No caixa, Edward perguntou sobre a quantidade de flores para levar a uma garota, sendo ajudado por Ben. Helena puxou conversa com Danielle.
— As flores são para você flor?
Danielle se virou, tentando responder sem parecer rude.
— Bem que eu queria que fosse, mas é para outra garota.
— Espero que ela seja tão gentil como você — disse sorrindo — Quer uma flor? Cortesia para os primeiros visitantes de hoje.
Danielle não estava muito a fim de receber flores. Deu a desculpa que demoraria para chegar em casa, e a flor poderia murchar. Helena percebeu que era somente uma desculpa, mas não insistiu mais depois de ver Edward chegando com um lindo ramalhete nas mãos.
Benjamin ainda enrolou as flores em papel seda e celofane furta cor, com um laço de cetim finalizando o buque. O aroma das flores invadiu o ar.
— Que dê tudo certo para você meu rapaz — disse Ben entregando o ramalhete depois que Edward pagou as flores.
— Obrigado senhor — disse se despedindo.
— Voltem sempre.
— Pode deixar. Obrigado — disse Edward novamente.
Saíram da loja se despedindo dos O'Connell. Edward estava visivelmente feliz.
— Danielle, aconteceu algo? — ele parou de andar.
— Não, por quê? — indagou sorrindo, pensando em como era obvio que estava acontecendo algo, e que ele não poderia ser tão ingênuo em não perceber.
— Você parece... Triste — ele foi a frente dela, preocupado.
— É só impressão...
Ele começou a olhar sério para ela.
— Eu estou bem — disse Danielle tentando parecer melhor.
— Está bem — respondeu por fim. Queria manter o plano.
Recomeçaram a andar. Danielle perguntou para onde iriam.
— Naquela praça perto do colégio.
A praça tinha enormes árvores que davam sombras perfeitas para piqueniques. Havia belas flores coloridas, e bancos de madeira envernizadas.
Chegaram na praça, e sentaram-se em um dos bancos. Ela queria ir embora rápido ao mesmo tempo que queria conhecer a garota. O silêncio reinava e o tédio estava matando-a, levantou-se pegando sua mochila para ir embora.
— Já vai? Fique mais um pouco — disse parecendo estar carente.
— Você quer que eu conheça a garota que receberá as flores? — Danielle queria abortar o plano que havia pensado o dia todo.
O momento de conhecer a tal garota estava chegando, e não queria mais ver quer havia roubado os sentimentos de Edward que deveriam ser dela. Sendo covarde, queria sair correndo dali.
— Com certeza quero — disse Edward sorrindo.
— Edward, não dá mais — Danielle pegou a mochila, deixando claro que iria deixá-lo sozinho na praça.
— O que houve Danielle? — indagou pegando Danielle pelo braço.
— Eu sei que sou sua amiga, mas tentei — ela virou-se para ele, com lágrimas nos olhos — Você não percebeu? Não consigo mais ficar aqui. Não quero saber quem é essa garota! — disse se soltando — Poxa, eu queria ser a garota! Você não vê isso?!
— Leia isso — disse Edward pegando o cartão que estava entre as flores.
— Você quer que eu leia o que você escreveu para ela? É isso mesmo? — as palavras já saiam com dificuldade devido o nervosismo.
— Confie em mim Danielle. Por favor.
Ela pegou o envelope perolado, abrindo e lendo o que havia escrito. Estava tremendo de raiva, mas se concentrou para não rasgar tudo. Preferia sentar-se para ver se digeria tudo melhor.
A letra era de Edward, cursiva e estável:
"Desde o primeiro dia que te vi, sabia que você era especial, e já sentia algo além da amizade. O amor já me dominava. Percebi isso quando você não saía dos meus pensamentos. Até acordado eu sonhava com você.
Mas tive medo de não for bom o suficiente para você. Queria ter provas de que eu tinha alguma chance contigo. A sua preocupação por mim, num momento difícil, foi essencial. Você conseguiu me fazer ficar melhor quando se preocupou comigo.
Mas, eu desejo mais, quero o seu amor. Quero ficar perto de ti, te abraçar. Desejo te fazer sorrir.
Estou somente demonstrando o que eu sinto. Eu te amo, Danielle Haunt."
Ela ficou imóvel quando terminou de ler a carta. Percebeu que Edward fez esse jogo todo com ela para enfim se declarar. Não sabia se o beijava ou batia nele. Pode sentir sua respiração falhando e seu coração martelar seu peito.
— Ah Edward, seu desgraçado — disse batendo com força no peito dele.
— Sabia que ia me bater — ele sorriu — Então, vou falar para você agora — ele segurou as mãos dela — Eu sou bem covarde, eu sei. Eu te amo. Quer ficar comigo?
Ela somente afirmou com a cabeça, sorrindo. Ele se aproximou, beijou primeiro sua testa, carinhosamente como sempre fazia. Ela sorriu com o gesto.
— Eu também te amo — disse Danielle com a voz falhando.
Ele aproximou seu rosto até seus lábios se tocarem. Devagar, deram um beijo lento aproveitando cada momento em que seus lábios se tocavam. Ele segurou seu rosto, alisando as suas maçãs do rosto, ela tocou delicadamente seu pescoço, enquanto o beijo ainda acontecia. Quando acabou, Danielle olhou para seus olhos azuis brilhantes, buscando palavras para descrever o que sentia.
— As suas flores — disse Edward pegando o buque do banco.
Ela pegou as flores, abraçando o ramalhete.
— São lindas demais — ela começou a chorar, emocionada. Não era do tipo que sonhava em receber flores, mas quando as recebeu, não aguentou o choro.
— Realmente acertei no presente? — ele disse a abraçando.
— Acertou e eu nem sabia que gostava tanto assim de flores — ela olhou para ele — Que ideia foi essa hein? Eu poderia não ter aceitado te ajudar.
— Eu sei. Mas te conheço, você não deixaria um amigo na mão — disse enquanto alisava seus cabelos. — Desculpe ser tão covarde.
— Eu também não fui muito corajosa, não é? Eu queria muito falar o que sentia, mas nunca tinha coragem.
— Pode falar o que você sente agora? — indagou Edward.
— Mas nem você falou, você escreveu — disse Danielle rindo, enquanto Edward mostrava a língua — Então, eu acho você especial Edward. Gosto do seu jeito e sim, penso em você direto. Me deixou preocupada quando não foi para a aula e não respondeu minhas mensagens.
— Desculpe por ontem. Não queria deixar você preocupada — disse Edward beijando o topo de sua cabeça.
Danielle beijou levemente os lábios de Edward, saindo de seu abraço.
— Preciso ir. Está ficando tarde.
— Está bem — ele disse sorrindo, já sentindo sua falta — Obrigada por hoje. Eu te amo — ele disse a abraçando forte.
— Eu te amo, Edward... Eu posso te pedir algo? — indagou recolhendo suas coisas no banco.
— Claro. O que deseja? — indagou fazendo o mesmo.
— Você promete que não vai me magoar? Digo, que será verdadeiro comigo.
— Danielle Haunt, prometo ser verdadeiro com você. Não vou te magoar e vou sempre te proteger, nem que isso me custe a vida.
— Obrigada... — disse timidamente, tentando entender a última frase dita.
— Eu... Vou com você... — ele disse pondo as mãos atrás da nuca.
— Não precisa. Você mora para o outro lado que eu sei.
— Então, até o colégio? — ele indagou tentando ficar mais um pouco com ela.
— Tá bem — respondeu enquanto segurava firmemente as flores — Edward...
— O que foi? — ele colocou o seu braço sobre os ombros dela, a envolvendo em um abraço.
— Me lembre de te perguntar sobre essa última parte... — disse rindo.
Ele deu um beijo na testa novamente, um gesto que ela descobriu amar.
— Vou te proteger para nunca te perder.
Ela assentiu, imaginando se ele perdera alguém de algum jeito trágico além de seus pais. Mas pensou que era melhor deixar o passado onde estava.
A caminho da escola, conversaram mais um pouco:
— Por que você me beija na testa?
Ele parou de andar, tímido com a resposta.
— É um jeito que encontrei de expressar que amo alguém.
— Isso é fofo sabia?
— Na verdade não sabia — ele disse sorrindo — Você acha?
— Muito fofo na verdade — ela disse pressionando os lábios nos dele.
Chegaram em frente à escola, ele se despediu com um beijo carinhoso e delicado, como ele sempre era. Queriam que esse beijo durasse eternamente.
— Adeus e se cuida — ele disse.
— Você também.
— Te amo — ele sorriu sem mostrar os dentes.
— Te amo.
Seguiram para lados opostos. Edward ainda sentindo o calor dos lábios dela nos seus. Ela sentindo o carinho dele em seus lábios, na testa onde fora beijada, e carregava o amor em seus braços, expressas por flores.
Ela não se aguentou e mandou uma mensagem a Taylor, dizendo que achava bom ir mais cedo a escola no dia seguinte. Queria dizer tudo a amiga.
Boa noite Fantasmas!
Como vão? Gostaram desse capítulo fofo? Enfim o ship se concretizou! Quem mais estava torcendo pelos dois?
E agora, será que a vida da Danny ficará calma assim, ou terá uma reviravolta?
Até o próximo sábado!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top