Capítulo 10 - Desavenças
14/02
Danielle chegou em casa contando a sua tudo sobre a surpresa que tiveram no jantar, porém percebeu que Victoria não estava nada surpresa com todas as revelações.
— Pensei que você ficaria mais animada, afinal, eu não sou mais a única garota mutante aqui — resmungou, não entendendo a falta de expressão da mãe.
— É que eu já sabia — respondeu Victoria dando um sorriso sem graça — Esse foi o maior motivo para deixar vocês jantarem sozinhos; um momento de vocês, eu não entenderia, não faço parte.
Aquilo foi ainda mais surpreendente para Danny. Então sua mãe sabia de tudo?
— Como você sabia? — quis saber, magoada.
— O que foi? — perguntou Robert, voltando da cozinha com uma xícara de café.
Danielle respondeu antes que sua mãe o fizesse:
— Como ela sabia que a Taylor era igual a mim se nem ela mesma sabia?
— É que sua mãe também conheceu Vladimir nos tempos de colégio — ele respondeu de maneira calma, aparentemente não entendo todo o drama da filha — Éramos todos amigos, lembra?
Danny o ignorou, com raiva de toda aquela calmaria e tentou novamente com mãe:
— Quer dizer então que você já sabia de tudo?
A mãe, assim como Robert, também não parecia entender por que a filha estava tão nervosa com aquilo.
— Sim, sabia — disse — Eu contei que fui vizinha de Clarisse, a mãe da Taylor. Você também sabia disso.
A garota quis tremer de raiva, mas se controlou.
— O que eu não sabia era que você soubesse sobre o Vladimir. A mãe de Taylor também sabia sobre Robert?
— Sabia também — Victoria respondeu no mesmo tom de Robert — Todos sabíamos sobre todos, éramos amigos.
— Poxa, que legal — disse a garota dando um sorriso torto. Não se sentia bem em ver que todos sabiam de coisas que ela não sabia. Precisava sair dali. Deu boa noite e subiu.
No banho, percebeu que tinha deixado tantas coisas importantes passar, sem ao menos se importar com elas ou tentar ligar uma coisa à outra. Percebeu que esteve pensando apenas em ter sua família completa de novo e jogou para fora de sua mente que verdades ainda estavam sendo omitidas nessa história toda. E omitidas somente dela.
Antes de dormir, recapitulou tudo o que havia acontecido em tão pouco tempo: Seu pai havia chegado quando ela acreditava que ele estivesse morto há anos. Foi tudo muito alegre no começo, mas depois percebeu que ele escondia coisas dela, como o verdadeiro motivo de ter ido embora. E que raio de emprego era aquele que era mais importante que a família? Que o fez acreditar que era mais fácil fazer sua filha acreditar que ele estava morto?
Já Victoria parecia saber de bem mais coisas que Danielle imaginava, até sabia que os Spook eram fantasmas também, antes mesmo da própria Taylor saber ou imaginar que essas coisas existissem.
O que mais sua quieta mãe poderia saber?
O que mais seus pais esconderiam dela?
E seria assim até quando?
15/02
Um belo domingo de sol com tempo ameno e Danielle queria aproveitar na cama. Sua mãe ameaçou jogar um balde de água nela se não levantasse, o que a fez rir na hora e chegar a debochar, dizendo que podia muito bem deixar a água atravessá-la, sem uma gota sequer atingi-la. Mas logo levantou, quando sua mãe disse que se qualquer coisa ficasse molhada, faria Danielle secar o que fosse com o secador de cabelo.
Tentando esquecer o que havia pensando na noite anterior, agiu como se não houvesse mil dúvidas rondando sua mente. Não sabia se a irritação vinha das coisas que foram mais ou menos descobertas ou de uma TPM precoce. mas isso explicaria apenas a irritação, não a tristeza profunda que a machucava em saber que seus pais ainda mentiam para ela.
Até desejou que se tratasse apenas de TPM, então tudo poderia ser resolvido com chocolate.
Não seria lindo se todos os problemas da vida pudessem ser resolvidos à base de açúcar?
Domingo também era dia de treinar, embora nem Danielle nem Robert estivessem animados. A preguiça de final de semana parecia ser de família. Apesar disso, ela conseguiu voar cerca de um metro de altura com facilidade. Invisibilidade não era mais problema; conseguiu deixar a mesa invisível sem muito esforço. Já com intangibilidade ainda tinha certa dificuldade. Robert percebeu isso:
— Você é igual a sua avó: Ela também era melhor na invisibilidade do que na intangibilidade.
— Legal — ela sorriu, fazia muitos anos que não ouvia nada a respeito dos avós paternos — Era ela quem te treinava?
— No começo, sim, mas depois fui treinar com o Vladimir e o pai dele. E depois de ter aprendido tudo, simplesmente paramos de treinar.
— Quer dizer que não preciso treinar para sempre? — havia esperança em seu olhar, cheios de domingos na cama sem fazer absolutamente nada.
— Não, para sempre não — seu pai riu — Mas você tem que treinar muito ainda.
— Onde estão meus avós? — perguntou Danny, já que sua mãe nunca soube dizer exatamente onde eles estavam, dizia apenas que tinham "viajado para o sul".
— Eles estão no México, se mudaram pouco tempo depois de você nascer.
— Por quê?
— Eles queriam morar num lugar mais quente — ele deu de ombros, como se nunca fosse entender uma coisa dessas. Danielle compartilhava daquele sentimento:
— Prefiro o frio que faz aqui.
Após a conversa os treinos continuaram. As inúmeras tentativas de Danielle fazer com que uma folha atravessasse sua mão e alcançasse o chão só tiveram sucesso depois de muita concentração e esforço. Era mais difícil deixar a folha atravessar a mão do que o contrário. Parecia ser a mesma coisa, mas não era e funcionava de maneira completamente diferente.
— Vamos, Danielle, acho que é melhor parar por hoje — decidiu Robert, se dirigindo para dentro casa.
— Só mais cinco minutos, por favor — pediu a garota começando a flutuar. Queria conseguir chegar a um metro e vinte ainda naquele dia, sabia que conseguiria.
— Então, está bem. Vou entrar e daqui a cinco minutos, eu volto.
Aproveitando o tempo de sobra, Danielle voou mais um pouco. Estava ficando cansada, achando que o pai estava demorando. Faltando alguns centímetros para alcançar o chão, ela viu o pai vindo em direção ao quintal. Então estava na hora de descer. Quando ela percebeu que o pai corria, desceu rapidamente, não entendendo o motivo disso.
Por causa do esforço excessivo, ela desmaiou quando seus pés tocaram o solo. Mesmo se esforçando para ficar de pé ou com os olhos abertos, isso parecia ser impossível. Ficou alguns minutos inconsciente, com Robert tentando reanimá-la, preocupado.
— Danielle, minha filha, está tudo bem contigo? — perguntou ele, quando ela finalmente abriu os olhos — Não faça mais isso comigo — e a abraçou tão forte que chegava a doer.
— Calma, pai... Eu vou ficar bem... — disse ainda fraca, tentando sorrir para demonstrar que havia sido apenas uma fraqueza.
— Desculpa, filha, sua mãe me chamou e acabei me esquecendo de olhar o relógio... Você ficou usando seu poder tempo demais, não está acostumada...
— Vou ficar bem, só me ajude a levantar — ela se sentia estranha e, ao mesmo tempo, feliz por ver tamanha preocupação com ela.
Seu pai a ajudou levantar-se, ainda abalado com o acontecido. Danielle, depois que ficou de pé, já se sentia um pouco melhor:
— Pai, se acalma — ela tocou gentilmente o ombro dele — Aconteceu algo para você ficar tão preocupado?
— Não — disse Robert, enquanto voltavam para dentro de casa — É que quando te vi no chão, me bateu um desespero, só isso. Fiquei com medo, pois podia ter acontecido algo grave com você. Como eu disse, você não está acostumada a usar seus poderes sem supervisão, ainda mais por tanto tempo.
Mesmo Danielle achando que era visível que ele se preocupava com ela, algo ainda era estranho. Pensando nisso, decidiu falar o que vinha pensando há tempos:
— Pai, você está feliz por ter voltado? — olhou fixamente para os olhos dele.
— Que pergunta é essa? Claro que sim — ele respondeu colocando uma de suas mãos em seu ombro, quase em um meio-abraço.
— Não parece — rebateu ela retirando a mão dele de seu ombro — Às vezes parece que você não queria estar aqui comigo e a minha mãe.
— Danielle... — Robert foi pego de surpresa, parecia não fazer ideia dos sentimentos da filha — Porque você acha isso, filha?
— Parece que algo ainda te espera, seja lá onde for — ela manteve-se séria.
Os dois ainda se olhavam, esperando que a conversa continuasse. Danielle ainda caminhava desengonçada por causa do desmaio. A cabeça doía e sentia-se tonta. Adentrou a casa ainda séria, de cara fechada, passando reto pela mãe, que não sabia o que havia acontecido.
— Filha, o que aconteceu? — Victoria perguntou olhando de Danielle para Robert, sem entender.
Seguiu em direção a escada, de costa para seus pais, com lágrimas brotando nos olhos. Sentia-se sufocada do esforço em ter Robert de volta, mesmo que isso fosse algo que quisesse muito desde sempre. As mentiras e omissões de seus pais a magoavam de uma maneira nem conseguia descrever. Sempre pensou no lado bom de tudo, mas isso estava ficando insustentável.
Sentia-se fraca pelo excesso de uso de seus poderes, precisava descansar. Andar rápido não ajudou em nada. Precisou segurar no corrimão da escada para não desabar novamente ao chão. Sua cabeça latejava.
Victoria, que estava preocupada com as lágrimas de sua filha e tinha ido atrás dela, envolveu-a pelos ombros e a levou para cozinha. Pensou que um copo com água poderia acalmá-la.
— Robert, o que aconteceu? Por que ela está assim? — sua mãe perguntou, pois Danielle ficava raramente tão séria.
— Eu não fiz nada — ele parecia ainda pior — Ela só ficou mais tempo voando, eu não sei...
A água milagrosamente ajudou Danielle a se acalmar. Poder de mãe.
— Não foi algo que você fez... — começou a dizer a garota, sua voz ainda estava um pouco rouca. Era o cansaço.
— O que eu não fiz então?
Lágrimas escorreram pelo rosto. Só pensava em por que não perguntara tudo antes. A resposta, pelo menos antes, parecia ser que a família estava reunida, que agora tinham seu pai de volta. O que mais ela poderia querer? Queria saber por que parecia que ainda faltava algo. Ou alguém.
Tudo parecia bem longe de estar completo.
— Por que só agora vocês me contaram a verdade? — ela perguntou, sem se importar com a voz rouca e as lágrimas. Que vissem o quanto a tinham machucado — Por que tiveram que me esperar fazer quinze anos para contar sobre os meus poderes? Para contar quem eu sou? Por que você foi embora, pai? Quais foram as pessoas que tiraram você de mim por tanto tempo? Onde você trabalhava? Por onde você esteve quando eu mais precisei de você? — as lágrimas iam caindo como se fossem uma cachoeira. Tudo o que a atormentava foi jogado ao ar antes que a sufocasse ainda mais.
Os dois olhavam a filha chorar, mas não diziam absolutamente nada. O silêncio consumia a garota ávida por respostas, deixando ainda mais nervosa.
Nada daquilo era justo com ela e nem com eles. Como eles não eram capaz de ver o tamanho do sofrimento que a faziam passar? Já não bastava ela ter acreditado que era órfã boa parte da vida?
— Por que vocês ficam em silêncio? — insistiu.
— Danielle, sei que você quer saber quem eu fui vigiar e onde fica isso, mas saber isso é desnecessário para você — respondeu seu pai depois de um tempo. As outras perguntas simplesmente ignoradas como se nem tivessem sido feitas. A garota não compreendia tanto silêncio.
— E você, mãe? — secou as lágrimas com a manga da camiseta, o gesto que a mãe odiava — Você sabe de alguma coisa? Sabe onde ele morava? — estava levemente mais calma.
Victoria apenas balançou a cabeça, negando saber de mais alguma coisa.
Danielle queria sair da presença deles e descansar e foi o que fez. ninguém foi atrás dela dessa vez.
Subiu as escadas para tomar um banho e relaxar em sua cama. A água caindo sobre a cabeça pareceu aliviar as dores que surgiram pelo seu corpo após acordar do desmaio. Saiu relaxada do banho, esquecendo das imagens das desavenças que teve com os pais.
Só queria esquecer tudo aquilo.
Antes de pegar no sono, sua mãe bateu na porta.
— Pode entrar — Danielle respondeu já sonolenta.
— Como você está, filha?
— Estou bem — afirmou e realmente se sentia melhor — O banho aliviou o estresse e as dores no corpo — fez uma pausa pensando no que falar — Por que ficou quieta, mãe?
— Filha, um dia você entenderá tudo isso que nós fizemos e fizemos por você.
A garota apenas assentiu. Não queria prolongar aquela noite e seus olhos já pesavam. Depois do boa noite da mãe, enfim pode descansar.
16/02
Segunda-feira. Feriado do Dia do Presidente. Dia da Limpeza de quarto para Danielle. Nada como uma boa faxina para se sentir melhor e distrair a mente. E ela amava o seu quarto. Era ali onde encontrava paz e tranquilidade.
Só não entendia como podia acalmar tanta coisa com tão pouca idade: Tinha um guarda-roupa e cama cor de tabaco, uma escrivaninha da mesma cor, mas com detalhes mais claros, na qual tinha alguns livros e seu notebook; uma cadeira roxa que usava quando fazia as tarefas ou onde deixava sua mochila todos os dias depois da aula, e também uma estante com livros, a maioria de ficção e suspense, mas também era possível encontrar algum romance por lá.
As paredes eram decoradas com alguns pôsteres do Paramore e um mural que ela adorava, com desenhos feitos por ela mesma, além de muitas fotos dela com suas amigas.
Gostava de desenhar, tanto à mão quanto na sua mesa digitalizadora, que ganhara da mãe junto com computador no aniversário passado. Aproveitava para mandar os desenhos para sua mãe colocar nas estampas das camisetas que ela fazia, então, o que mais havia por ali eram seus rabiscos meio acabados.
Após limpar cada cantinho do quarto, ela observou um retrato que estava no criado-mudo perto da cama: ela e sua mãe em um jogo de beisebol, sendo essa a única vez que foram assistir uma partida no campo. Ela, com sete anos na época, ganhou uma bola autografada por um jogador que não conhecia e que a assinatura sumira com o tempo.
Na caixa de lembranças, decorada com papel de presente brilhante e cheia com cada memória guardada da garota, ainda guardava a bola de beisebol. Decidiu pegá-la um pouco após ver o retrato. Observando-a, ficou admirada por ainda estar branca e costura ainda vermelho vivo. Arrependeu-se por não ter mantido o souvenir bem cuidado para conservar a assinatura, mas não era muito fã, então logo esqueceu disso.
Observando a bola, sua visão ficou embaçada, deixando-a surpresa por se tratar de lágrimas. Uma dor a atingiu em cheio, aquela conhecida como saudade. Para evitar a dor, guardou novamente a bola na caixa e deixou no lugar reservado em seu guarda-roupa.
Viu a foto pela última vez antes de sair do quarto e percebeu que uma das laterais estava desgastada. Perguntou-se como não havia reparado naquilo antes. Foi correndo perguntar o motivo disso, carregando o retrato embaixo do braço. Encontrou os pais sentados no sofá da sala, conversando como se nenhum furação adolescente tivesse passado por ali noite passada.
— Danielle, no lado que está rasgado estava seu pai — respondeu a mãe calmamente.
— E por que você fez isso?
Victoria fez sinal para a filha sentar-se ao seu lado:
— Não queria que você visse a foto e se lembrasse dele — a mãe tocou seu rosto carinhosamente — Você sempre ficou muito triste com isso.
— Mas por quê? — Danny não era capaz de entender — Eu tenho algumas fotos dele.
— Mas essa seria a mais recente de vocês — a mãe suspirou — Te ver olhando para essas fotos como se ele estivesse morto não seria bom para mim. Me machucava também.
Assim Danielle pode compreender o motivo da mãe de ter poucas fotos do pai, a maioria delas quando ela era bem menor. Acreditava que a doença o deixara mal e esse era o motivo de não ter fotos mais recentes juntos. E como a foto era importante, Victoria não queria ver a filha vendo a foto de uma época mais feliz e saudável e ficando triste.
— Mas por que não dizer a verdade? — perguntou. Insistiria nisso até que a contassem tudo — Por que não dizer que ele estava vivo?
— Nós decidimos assim, Danielle — seu pai respondeu — Pensávamos que você sofreria menos se soubesse que eu existia somente na hora certa.
— Então por que agora? Por que você teve que esperar até meus poderes aparecerem para vir para cá?
— Isso de novo, Danielle? Vim agora porque você ia precisar de mim, vim para te treinar, para te ajudar nessa transição — Robert estava nervoso.
— E antes? Vocês acham que eu não precisaria de você antes? — questionou levantando-se e olhando para ele.
Seu pai apenas abaixou a cabeça, deixando bem claro que nenhuma resposta viria dele.
— Entendi — desistiu por fim — Obrigada pela resposta, mãe — ignorou completamente o pai.
Deixando a sala, Danielle pensava em qual pacto fizeram para o silêncio rondar aquela casa.
O que será que escondem de mim?
Já era três horas quando subiu as escadas. Decidiu descansar um pouco, merecia pelo quarto limpo. Pegou seu celular e fones para deitar na cama, enrolando-se no acolchoado. Escutar músicas deitada era um dos descansos preferidos da garota.
Descansou a ponto de dormir. Sonhou com o jogo de beisebol.
Eu era mais nova. Estavam meu pai, minha mãe e eu na arquibancada, felizes com o jogo de beisebol que acontecia a poucos metros de nós. Nas cadeiras a nossa frente, havia um casal de velhinhos vestidos com a camiseta de time; atrás, alguns adolescentes faziam muita bagunça, espalhando pipoca para todos os lados; à esquerda de minha mãe, estava uma moça de cabelos ruivos cacheados com sorriso simpático, e, ao lado direito de meu pai, um garotinho de cabelos negros sorria abertamente, acompanhado por dois adultos que deveriam ser seus pais.
Acordou às cinco horas da tarde, não sabendo se o que viu tinha sido um sonho ou uma lembrança.
Desceu para comer alguma coisa e, para evitar acidentes culinários, apostou no cereal, não queimaria e nem explodiria nada por causa da sonolência abrindo pacotes.
Sentou-se à mesa e logo Robert chegou. Ainda sentia raiva dele, mas ainda era seu pai.
— O que foi? — perguntou rispidamente. Não gostava de gente olhando enquanto comia.
— Só queria saber se você está conseguindo controlar os poderes sem problemas — ele respondeu sentando-se do outro lado da mesa.
— Consigo controlá-los corretamente, mas, às vezes, acontecem alguns acidentes.
— Que tipo de acidentes? Pensei que com o nosso treino diário...
— Ah — Danny suspirou alto — Só teve um dia que, quando acordei, estava meio sonolenta e com preguiça, então resolvi atravessar a porta e não deu para atravessar — disse se levantando e já lavando a tigela na pia.
Robert tentou se segurar, mas soltou uma gargalhada pelo que tinha ouvido.
— Teve uma vez que eu queria bater em um primo meu — contou ele já começando a parar de rir — Ele tinha rasgado o número do telefone da sua mãe, que eu demorei muito tempo para conseguir. Ele tinha saído saiu correndo para não apanhar, então atravessou o muro da nossa casa enquanto eu corria atrás. Mas eu não consegui atravessar e acabei quase quebrando a cara.
Não aguentar o riso era de família.
— Temos primos? — quis saber ela entre risos.
— Sim, temos, mas alguns saíram do país. Meus pais estão no México, como já disse e tenho tios e primos em grande parte na Europa e o resto estão na América do Sul.
— Algum dia, eu gostaria de conversar com eles ou, pelo menos, ver algum álbum de fotos.
— Podemos tentar procurar por elas nas redes sociais algum dia desses, pode deixar.
Ela subiu as escadas ainda rindo de tudo. Imaginar a cena era engraçado, imagine estar lá. Não se importaria de ver o pai quebrando a cara, pelo menos, assim, ele aprenderia a não mentir.
Olá meus fantasmas! Como vão?!
Então, para tristeza de alguns e alegria de outros, a frequência de postagem vai para uma vez por mês. Mas vou tentar postar alguma coisinha para vocês nesse meio tempo.
E fiz um grupinho no whats para não perderem postagens, link na minha bio.
Tem novidades em Recados, já leram?
E se gostou do capítulo, comentem e votem!
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top