3 - NA BOCA DO POÇO
Any Gabrielly
Acordo assustada com as batidas fortes de Arthur em minha porta. Para me livrar do som irritante, levanto-me e abro a porta que ele está para derrubar, mas não estou nada satisfeita.
— Qual é o seu problema? — pergunto irritada.
— Ufa! Eu achei que você tinha se matado. — ele brinca, mas estou sem humor.
— Para fugir dessa desgraça de vida? Obrigada pela sugestão! Devo levá-la em consideração?
— Não se faça de louca! Já são quase 18h. O jantar é em 1hora! — fala e parece se arrepender ao ver meus olhos de quem andou chorando — Não dificulte as coisas, maninha. —diz e passa a mão em meus rosto, num gesto de carinho e quero chorar de novo. Gritar de novo. Implorar de novo... sumir e nunca mais voltar.
[...]
Arthur e Cat não me deram nem tempo. Quando sai do banheiro, já tinha um vestido preto e sandálias aos pés da cama. E adivinha?! Eles estavam se beijando freneticamente no meu sofá. Que nojento!
— Podem me dar licença, por favor? — peço.
— Claro, mana! — disse Arthur, virando-se de costas.
— Mas o quê?! — sussurro surpresa ao ver que eles não vão sair.
— Ande rápido, querida! Não temos toda a noite.
Engulo a humilhação e a falta de privacidade e me visto calada.
O vestido caiu bem e as sandálias também, apesar de eu ter preferências por sapatos fechados.
— Você está incrível! — Cat fala, sorrindo e vem atém mim.
— Êita porra! Está até parecendo gente. — diz Arth e reviro os olhos e ele sorri — Você está linda, irmã!
— Obrigada! — digo. Fazia anos que eu não recebia elogios e estou desacostumada.
— O que você vai fazer no cabelo, amiga?
— Eu não sei, Cat. — digo triste — Eu não pensei em nada!
— Mas eu sei! — ela diz e começa a mexer em meus cabelos e rapidamente, ficam prontos.
Cat prendeu meu cabelo em formato de poupa, e me fez usar um gloss. Segundo Arth, eu estava com cara de boa moça.
— Sabe o que falta para você ficar ainda mais linda? — Arth pergunta — Tirar esse bico de criança birrenta do rosto e dar um sorriso.
— Deixe sua irmã em paz, amor! — Catarina pede e eu continuo perdida em meus pensamentos, sem me importar com as piadas de meu irmão. Se tudo der certo, no final da noite, não serei eu a estar com um bico de birra nos lábios. E que Deus me ajude!
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