22 - RESPIRE, ANY!

Any Gabrielly

O que deu em mim? Por Deus! Eu estava pronta para dizer não, dizer que podia seguir sua vida e que essa proposta era absurda..., mas vê-lo ali, em minha frente, esperando minha resposta, fez meu coração disparar, meu rosto pegar fogo e dizer algo que não era para ser dito. Mas talvez, não seja tão ruim assim... talvez dê certo e a gente vira um casal de verdade... Eu aposto que não levaria muito tempo para eu estar apaixonada. Ele é tão... ele! Ou talvez, seja uma loucura e o país todo fique sabendo da farsa e minha família seja arruinada por um desejo que eu tento negar. Podemos nos divertir e tudo bem... ou ele queira apenas sexo e me descarte depois de descobrir que sou péssima... isso é, se eu conseguir ou chegarmos tão longe.

— Respira, Any! — digo a mim mesma — Respira! — puxo o ar forte. Eu não quero pensar no pior... eu não posso pensar no pior..., mas o pior não sai de minha cabeça. Por que eu disse ''sim''? Eu sou mesmo uma louca que deveria ser interditada e internada imediatamente. E se eu voltar atrás? Ou disser a verdade... que tenho medo e talvez não consiga o oferecer o que ele quer? Será que ele voltaria atrás se eu dissesse que nunca fui para cama com ninguém?

Talvez eu conte..., mas não hoje. Não agora. Claro que não! Mas não quero contar algo tão íntimo, ainda mais para Noah. Eu sempre fui um pouco zoada por isso... por Cat, no colégio, na faculdade e até no internato. Eu era a única adolescente que eu conhecia que ainda não tinha feito sexo. Arthur, meu irmão também tinha mania de expor esse detalhe, ou Às vezes, dar a entender... acho que me sinto um pouco humilhada por isso. Eu tenho certeza que se ele desconfiar, ele vai desistir!

[...]

A aula passou rápido e não consegui me concentrar em nada. Só consigo pensar no que acontecerá daqui para frente. Talvez, se eu contasse pra Carol, ela poderia me ajudar. Mas não posso! Não quero e não vou correr esses riscos.

Saio da faculdade e Noah já me espera no carro. — Respira, por favor! — digo a mim mesma em meus pensamentos.

— Oi. — digo.

— Olá! — diz me dá um beijo na testa. Esse seria o momento perfeito para dar um basta no que em começou...., mas nesse momento, desisto de desistir.

— Como foi a aula? — me pergunta e passa a mão por meu rosto, tirando o cabelo de minha face e colocando atrás de minha orelha.

— Foi tranquila. — minha voz sai mais trêmula do que eu gostaria — E o trabalho?

— Foi longo... — diz me olhando nos olhos — Eu só queria que o tempo passasse rápido para eu poder te ver logo. — Nesse momento, ele me encara por um segundo, olha minha boca que penso que ele iria me beijar... eu acho que gostaria que ele me beijasse, penso e me lembro do fato de ter beijado uma única pessoa em minha vida e uma única vez e foi ruim... quantas pessoas ele já beijou em toda a vida? Afasto meus pensamentos. Mas não acontece. — Eu marquei um jantar para nós dois... hoje à noite. Será bom para darmos início a nossa nova jornada.

— Ok! — digo.

[...]

Chegamos em casa e o caminho foi quase em total silêncio. Subo para o quarto para me aprontar para o tal jantar, não quero deixá-lo me esperando. Talvez, quando eu diga os limites que gostaria, ele desista da ideia. E se ele não desistir? Isso não tem muito futuro. É óbvio que ele vai me dispensar e depois, eu terei que vê-lo com outras mulheres... e não sei qual será minha reação.

Nunca fui muito de pedir conselhos... ainda mais, esses tipos de conselhos. Mas eu acredito que alguns seriam muito bem-vindos. Mas isso não é uma opção.

— Respira, Any! Não se esqueça de respirar. — digo á mim mesma.

Me pego pensando nele e por que estou sorrindo? Eu estou feliz? Ou isso é um sorriso de desespero? Droga! Nunca me senti tão confusa. Na minha cabeça, essa tentativa é errada! Por que eu não posso ser como Cat? Por que eu tenho que ser tão medrosa e complicada?

Noah entra no quarto e só fico ciente disso quando saio do banheiro, coberta, apenas, por uma toalha e sinto meu rosto e sangue ferver... será que vai ser constrangedor assim, sempre? Se eu tivesse ao menos minha mãe...

Entro no closet para fingir costume, não quero que a cena de semanas atrás se repita, então, me certifico de trancar a porta do closet por dentro.

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