Capítulo 2: Os anéis internos, e o Naufrágio.
Deusas: Em Opath, as deusas são representadas como figuras femininas ligadas a algum aspecto subjetivo, como a Vida, a Maré, e a Morte. Com exceção da Sorte/Azar, que é uma entidade não-binária. Quando estamos nos referindo a uma das deusas, devemos escrever o nome em maiúsculo para evitar confusões.
Após um bom banho, aquele quarto parecia um pequeno paraíso. Aproveitando a privacidade, optou por lavar as roupas de viagem e deixar secando no banheiro, afinal o exame seria apenas amanhã. Sua velha mochila continha poucos produtos de higiene, e uma muda de roupas mais casuais. Dinheiro certamente se tornaria um problema, por isso uma bolsa na UAO era algo necessário para sua sobrevivência. Talvez tivesse que trabalhar? As possibilidades eram muitas.
Algo que Layla certamente mudaria naquele quarto, seria a ausência de janelas. Tudo bem que era um espaço mágico, mas uma janela fazia falta, não pela temperatura e sim pela possibilidade de ver a cidade. Ela queria sair, queria conhecer, só que para isso ela tinha que sair daquele quarto. Ainda tinha um tempo para aproveitar, então faria o possível para poder explorar.
Com a bolsa no ombro, um vestido bege com alguns babados, e um chapéu de sol. Ela definitivamente não estava na moda, não que isso importasse. Observando a porta por longos instantes, a jovem elfa respirou fundo, antes de partir para uma possível aventura.
🌑🌓🌕
Após uma longa caminhada se perdendo em becos, e vielas. A entrada para o anel interior estava na sua frente, a muralha mais antiga da capital, mais baixa do que a construção externa, e mesmo assim sem perder na imponência. E ainda distante, era possível ver a construção mais importante da cidade, o senado flutuante, um palácio colossal pairando acima do centro.
A Vereda Coríntia, a avenida mais nobre de Alberich. Onde os artistas desejam expor sua arte, e os mercadores cobiçam montar lojas. Bardos, artistas de rua, pintores, e todos tipos de artistas podiam ser encontrados lá, talvez entre eles algum talento que algum dia ganhará renome. Lojas de itens mágicos, poções, parafernalha tecnológicas, todas com painéis ilusórios sustentando imagens com frases de efeito e promoções. Era incrível como a revolução mágica das sinapses pode tornar algo tão fantástico em algo banal.
Algo que certamente não estava se destacando, era Layla. Ela se encontrava travada em um canto da rua, criando coragem e pensando o que diabos ela deveria fazer primeiro. Talvez ver logo o caminho até a UAO para não se perder no dia seguinte. Uma coisa era certa, se ela ficasse parada por mais tempo, certamente alguém chamaria a polícia achando se tratar de uma criança perdida.
Caminhando pela vereda, uma coisa notável é que as casas mais próximas do centro não eram tão grandiosas quanto as do anel exterior, sendo construções mais antigas, mas que talvez sejam mansões gigantescas por trás das portas. A Vereda se estendia de ponta a ponta do anel interior, Alberich era praticamente toda planificada, então era possível ver até o outro lado da cidade desde que tivesse visão aberta. Até onde sabia, a universidade ficava próxima do centro, então não deveria ser difícil encontrar o campus. Resolveu então aproveitar o tempo para explorar as lojas.
Após alguns minutos de caminhada, algo chamou sua atenção, uma porta de madeira velha, que parecia inchada pela umidade. Logo acima, havia uma placa modesta, escrito "Naufrágio" e logo abaixo "Estamos contratando". A porta estava aberta, então provavelmente era algum estabelecimento, uma olhadinha não faria mal.
Layla olhou para os lados, como se estivesse fazendo algo errado, e entrou. A primeira coisa, foi um forte puxão na cabeça, como se de repente a pressão aumentasse. A audição ficou abafada, mas logo se estabilizou.
O interior da sala era feito de tábuas de madeira, o piso estava levemente inclinado. Um cheiro de mar tomava conta do lugar, e pelas janelas era possível ver o mar aberto com peixes de todos os tipos nadando. As paredes estavam lotadas de prateleiras com poções diversas, e outros equipamentos. Mesmo estando inclinadas, nada nas estantes caia, e prestando atenção nem ela mesma estava caindo. Aos poucos sua visão se ajustou, deixando o ambiente "reto".
Nas prateleiras, era possível encontrar equipamentos mais comuns de aventureiros, poções de cura, lampiões, equipamentos de escalada, e até mesmo mochilas especiais que são conhecidas como bolsões. Bolsões são mochilas mágicas que conseguem carregar uma grande quantidade de equipamento sem pesar a mais. Também tem uma versão mais comum desses itens, as carteiras, mas que servem apenas para guardar moedas.
Layla observava os itens com curiosidade, pensando em possíveis situações épicas em que algum aventureiro poderia ser salvo por algo assim. Era incrível pensar que algum dia, uma poção daquelas poderia salvar uma vida.
— Gostou de alguma delas? Tudo aí está em promoção. — disse uma voz animada atrás de Layla, que se levantou em um susto, por pouco não batendo a testa.
Ao se virar, deu de cara com uma elfa adulta. Ela possuía um cabelo amarelo em tom pastel, e uma pele azulada reluzente, com escamas em um tom furta cor. Vestia também um casaco de marinheiro, e uma calça preta simples com bolsos grandes. Claramente uma elfa da corte de outono, a forte ligação deles com o mar tornava eles muito únicos.
— Eu tava só olhando… — respondeu Layla, com a voz quase falhando — eu tava passando e vi a placa…
— Ah, então você veio pela vaga. Por que não chamou logo? Venha comigo, vou te mostrar a loja.
A elfa mais velha segurou firme em seu pulso, praticamente arrastando a criança como um boneco de pano. A loja cobria toda a extensão do que aparentava ser um navio naufragado. Elas seguiram até um local mais acima do navio, onde era possível ver o oceano aberto, em que também estava a cabine do capitão.
— Bem, aquilo que você estava vendo eram apenas os itens mais comuns, aqui vendemos toda uma variedade de equipamentos especiais. Os mais valiosos eu apenas busco quando tem encomenda, para evitar oportunistas… — a elfa prosseguiu por alguns minutos, dando detalhes mais específicos do funcionamento da loja, enquanto elas seguiam caminhando pelo convés.
— O mar parece tão real, foi você que fez essa ilusão? — perguntou a jovem elfa, que apesar de ter sido arrastada para isso estava se divertindo. Aquele lugar era realmente impressionante.
— Ilusão? Não tem ilusão nenhuma não, estamos no fundo do mar. Tudo o que eu fiz foi usar magia de ar para que a água não invadisse o navio — respondeu a dona da loja, com um ar de orgulho. — Pela Vida, onde estão meus modos. Meu nome é Gwenda Bettane, sou a proprietária da loja.
— Meu nome é Layla… Apenas Layla, eu não tenho corte — nesse ponto, ela já não se sentia mais tão intimidada. Gwenda aos olhos da pequena era alguém com muita história.
— Certo. E então, o serviço aqui não é muito puxado, só vou pedir ajuda para atender clientes nos pedidos mais simples. Não precisa ficar o dia todo também, só quando eu não estiver. Já adianto que o pagamento não é muito…
A conversa se estendeu pelo que pareceram horas. Gwenda mostrou como possuía comunicação com alguns peixes nos arredores do navio, e com isso fazia a segurança local. Por diversas vezes, o assunto se perdia, indo para histórias de vida. Elas tomaram chá juntas, e Layla também compartilhou com ela algumas histórias. Ambas possuíam interesse em comum no que se falava de aventuras. A tarde passou voando, nenhum cliente apareceu naquele dia, então tiveram bastante tempo para conversar.
— Senhora Bettane. Não é comum ter clientes por aqui? — perguntou Layla com curiosidade.
— Nada disso, aventureiros vêm aos montes aqui procurando comprar e vender coisas. Esses dias descobriram uma ruína nova, assim que as expedições voltarem com sorte vou comprar algo bom, e vender dez vezes mais caro — ela pareceu suspirar por um momento, como se lembrasse de algo — Já está ficando tarde, vou fechar por hoje. Volte aqui se estiver interessada na vaga, prefiro trabalhar com alguém inexperiente que queira aprender, do que com algum cachorro velho que não me da ouvidos.
A pequena elfa se organizou para sair, colocando sua bolsinha sobre o ombro.
— Muito obrigada pela hospitalidade. Voltarei sim, senhora Bettane…
— Por favor, me chame apenas de Gwenda. A propósito, quando estiver voltando, recomendo que vá pelo Minhocão. É um transporte rápido, aqui perto tem um. Passando pela Praça Portal, tem uma rua que dá direto lá, só seguir reto quando vir uma placa indicando.
— Certo, agradeço muito mesmo — respondeu Layla, antes de sair.
Alguns minutos depois, Gwenda lembraria de que esquecera de dar informações mais precisas. Pensou em sair para avisar, contudo, preferiu confiar que ela conseguiria se virar.
🌑🌓🌕
Mesmo ao anoitecer, o movimento em Alberich não cessava. Postes iluminados por magia acenderam ao cair da noite, dando início a vida noturna. A Praça Portal, provavelmente um dos locais mais importantes de todo o continente, mantinha um movimento constante de entrada e saída. Pessoas de todas as partes do mundo apareciam ali, saindo por gigantescos portais que conectam todas as capitais de Opath. No fluxo reverso, filas enormes ocupavam toda a praça, viajantes esperando por sua vez para cruzar os portais. Mesmo estando do outro lado do continente, pelos portais era possível ver a vida acontecendo em outras capitais.
Seguindo o caminho indicado, Layla encontrou a placa que indicava a direção para o tal do Minhocão. Um apelido dado pelos moradores locais para um meio de transporte subterrâneo que cruza boa parte da metrópole. Após descer para a plataforma de embarque, se espera em uma fila, pois poucas pessoas podem embarcar por vez. A viagem é extremamente veloz, então a fila anda rápido.
As pessoas embarcaram em veículos semelhantes a cilindros transparentes, com alguns bancos, e uma barra de segurança. Após as pessoas entrarem e colocarem os cintos, o veículo é disparado por uma força mágica pelo túnel. Layla esperava nervosa pela sua vez.
Quando sua vez chegou, a garota mal teve tempo de pensar, a fila praticamente a arrastou para dentro do cilindro, em menos de um minuto as pessoas se arrumaram, e a barra de segurança desceu. De repente, uma força descomunal a jogou para trás, a fazendo colar na cadeira, foram segundos de terror enquanto ela sentia seu corpo subindo e por um instante jurou que podia ver o Corredor da Morte. E na mesma brutalidade que partiu, o veículo desacelerou.
Antes que pudesse se arrumar, a barra de segurança subiu, e as pessoas começaram a se empurrar para sair do veículo. Mais uma vez sendo arrastada pela multidão, quando deu por si já estava do lado de fora da estação. Ainda sofrendo pela vertigem da viagem, cambaleou até um beco, colocando para fora todo chá e biscoitos consumidos durante a tardinha. Minutos de respiração pausada, e desespero, até que um novo obstáculo surgisse. Em letras garrafais, era possível ler acima do letreiro do minhocão, "Estação da C.O.P.A: Anel interior". A informação circulou por uns instantes, até que ela percebeu que talvez tivesse descido na parada errada.
🌑🌓🌕
Caminhar a noite, sozinha, em uma cidade grande onde você não conhece ninguém, e você não tem nenhum ponto de referência com certeza entraria em uma lista extensa de experiências que ensinam lições importantes.
Procurando pontos de referência, e juntando coragem para perguntar a moradores. Layla descobriu que ela estava bem distante de onde gostaria de ter descido. E mesmo assim, tentar usar o minhocão de novo estava fora de cogitação. Juntando informações, pelo menos uma coisa ela descobriu, ela deveria ir em direção ao muro norte, lá ela conseguiria se orientar melhor.
Após vários momentos tensos na caminhada saindo do anel interior, em que teve que evitar passar perto de grupos suspeitos, e de locais esquisitos. Acabara por parar em um local cheio de construções cinzentas e prédios grandes que não tinham muito acabamento. Estava ficando frio, e o vento da noite trazia apenas incertezas. O local estava completamente vazio e pouco iluminado. Pensou em contornar, porém a área era do tamanho de um bairro, e ficava exatamente no caminho para o muro norte.
A caminhada por aquele ambiente era solitária, sentia falta da movimentação que tinha visto nas ruas mais cedo. As trilhas eram feitas de cascalho, com várias construções em pedra crua ao redor. A indignação começava a surgir, quando ela se perguntava que diabos de lugar era esse. A resposta veio quando parou para observar uma das construções de pedra. No escuro era difícil perceber letras talhadas na pedra, e ainda mais difícil de ler sem tocar, continham anos e nomes. Em um momento de pressa e desaviso, Layla acabou por entrar em um gigantesco cemitério.
Mesmo tendo estudado, ainda era uma criança. A superstição vem muito forte, o medo do sobrenatural, fantasmas e aparições. Retomou a trilha, acelerando o passo, com o coração querendo sair pela boca. À distância, conseguia ver a iluminação pública, só que por mais que andasse, elas continuavam distantes. Em meio a escuridão, ela podia jurar ver aparições, que logo eram substituídas por árvores e construções de pedra em formatos bizarros.
Logo a frente, ela viu uma luz próxima a uma árvore, talvez a luz de uma lanterna. A possibilidade de encontrar uma pessoa viva, criou uma fagulha de esperança. De perto, era visível o crepitar das chamas em um lampião convencional. Parada em meio às sombras, estava uma figura um pouco mais alta do que a própria Layla. Vestia um vestido preto sem mangas, com uma faixa vermelha enrolada na cintura, e outra faixa vermelha cobrindo os cabelos.
— Olá… Co-co-com licença. Eu me perdi. Você sabe como eu faço para chegar na área norte? — perguntou Layla, tremendo por uma mistura bizarra de frio, nervosismo e medo.
A figura misteriosa se virou contra a luz, na visão da pequena elfa, a pele e os cabelos eram negros como a noite, e seus olhos estavam brilhando em um roxo claro sinistro. Antes que terminasse de fazer menção a se mover. Layla cambaleoou para trás, quase perdendo o equilíbrio. E pela sua cabeça só passava uma palavra "Fantasma".
Quando deu por si, já havia disparado em corrida, em direção às luzes. O desespero causado pela aparição do ser misterioso, fez o pouco de calma e raciocínio que ainda restavam desaparecer da mente dela.
Um lapso de memória ocorre. Apenas três coisas são percebidas por ela naquele breu. Uma pancada repentina na ponta do pé, uma sensação desesperadora de perda de equilíbrio, e a sensação dos braços e os joelhos ralando em cascalho solto. Quando você mais precisar, o chão sempre estará lá para te segurar.
Demorou alguns instantes para se recuperar. Ela escutou passos apressados se aproximando em sua direção. Seus óculos haviam caído na queda, e sua visão estava turva, apenas era possível discernir pontos roxos flutuantes na escuridão. E então, em uma tentativa de sobrevivência genuína, ela começou a chorar.
— Eu juro… eu juro que eu não queria atrapalhar você senhor espírito. Por favor, eu só queria voltar pra taberna, eu não sei onde eu tô, me desculpa! — ou pelo menos foi isso que ela quis dizer. Qualquer um que de fato estivesse escutando isso, teria entendido no máximo duas palavras. O resto seria apenas gritos, e choro sem sentido.
A figura continuou se aproximando, diminuindo o passo. Ela aparentava estender a mão, com algum objeto. Layla tateou o chão ao seu redor, até encontrar seu óculos, agora sujo de terra.
— Você deixou cair — disse a figura misteriosa, estendendo a mão com a bolsa de Layla. Agora, com uma visão mais nítida, uma jovem de pele escura, com cabelos crespos presos por uma faixa vermelha na cabeça, e contas de oração ao redor do pescoço. Seus olhos de fato brilhavam em um tom roxo, mas de perto eles não pareciam tão ameaçadores assim.
Percebendo melhor, de fato, ela não estava com sua bolsa. Devia ter deixado cair no momento de desespero. Lá estavam as chaves do quarto e quase tudo que ela trouxe consigo. Olhando para si, seu vestido de passeio estava imundo de terra, e seus joelhos e braços arranhados.
— Me desculpa mesmo… eu achei que você era um fantasma — ela se sentia boba, e extremamente constrangida.
A garota morena misteriosa se aproximou, colocando uma das mãos no braço da outra.
— Fantasmas só aparecem quando chove... Fique parada, isso vai arder um pouco. — disse ela, quando a palma de suas mãos começou a brilhar em uma luz solar.
Layla sentiu uma sensação de queimação forte nos braços e nas pernas. A dor durou pouco tempo, e logo foi substituída por uma sensação de alívio. Suas feridas estavam completamente fechadas, apesar da pele sobre elas estar avermelhada e sensível. Prestando atenção, a garota não possuía orelhas compridas, seus traços eram mais arredondados, e ela possuía um pouco mais de corpo do que uma elfa do mesmo tamanho. Ela era uma Humani.
— Obrigada… — disse Layla, substituindo o constrangimento por um sentimento de gratidão.
— A saída é seguindo aquela trilha. Estou indo para a área norte, pode me seguir — ela não demonstrava ter se incomodado, ou talvez estivesse apenas tentando não deixar a recém conhecida constrangida.
Sem muita demora, ela catou a lanterna que havia deixado no chão, e seguiu pelo caminho indicado. Sem dar sinais de que iria esperar. Ela não tinha aparência de ser mais velha do que Layla, nem pelo seu tom de voz, e nem pelo seu corpo. Por dentro, a elfa se coçava para fazer perguntas específicas.
O caminho foi longo, a recém conhecida caminhava sem ter pressa.
— Você é aluna da universidade? — Layla torcia para que não estivesse incomodando — tipo, você já sabe usar magia. E não parece muito velha…
A demora por uma resposta, a fez começar a ficar com medo de falar demais. Então parou antes que falasse algo estranho.
— Não, ainda não. Eu não sei usar magia de verdade. Apenas consigo curar — respondeu, ela não se incomodava em falar. Apesar da demora.
Até onde sabia, alguns legados conseguem usar certos tipos de magia naturalmente. Então não era algo estranho uma criança conseguir fazer algo simples. Alguns elfos conseguiriam, uma pena que ela não era um deles.
— Desculpe incomodar, meu nome é Layla, sou nova por aqui.
A garota não respondeu. Longos minutos se passaram até chegarem na saída, próxima a ruas mais movimentadas onde ainda havia comércio noturno, e lanchonetes.
— Meu nome é Kaliana. Estou indo. Un'cha… — respondeu ela, se despedindo, antes de seguir seu caminho.
Seus caminhos se separavam ali. Layla estranhou, os humani da tribo M'Bo eram conhecidos por serem diplomáticos e espalharem cultura, então para ela aquela garota tão quieta não era o que ela esperava de um encontro com um deles. Apesar das diferenças, existem pessoas de todos os tipos em outras culturas.
— Un'cha… Até logo…
Após se despedir, também seguiu seu caminho pelas ruas iluminadas do anel exterior. Refletia sobre o encontro, gostaria muito de perguntar o que ela fazia no cemitério, então torceu para que elas pudessem se encontrar novamente. A vida noturna seguia animada, as duas luas estavam visíveis no céu noturno, a pequena azul Lapis e a gigante vermelha Varmah. Talvez se houvessem fantasmas, eles também estariam se divertindo no outro mundo.
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