CAPÍTULO II

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“Você está indo a feira de Scarborough?
Salsa, salvia, alecrim e tomilho
Mande lembranças a aquele que vive lá
Ele outrora fora o meu verdadeiro amor”

- Scarborough Fair, Aurora.

LEVI


Após os dez dias de viagem, Levi chegou ao reino Aquiles, não havia parado por nenhum momento durante esses dias, estava cansado e com fome então resolveu que entraria no reino para passar uma noite e conseguir mais comida. Não estava muito longe de seu destino, Penumbra ficava á cerca de cinco dias de Aquiles, poderia descansar um pouco.

Assim que ele avistou o reino se maravilhou com as coisas, tinham muitas pessoas no centro comercial com suas barracas de frutas frescas tão lindas que nem pareciam ser de verdade, tinham tanta abundância de comida que ele ficou com ainda mais fome, mal sabia por onde começar. Mas lembrou-se de que não tinha muito dinheiro, ou ele compraria comida ou pagava um lugar para dormir.

Ele pegou seu saco de moedas para contar quanto tinha.

- Apenas 20 besantes. O que eu vou fazer com isso? Mal dá para um quarto, imagina comer. Vou ter que arranjar um lugar para dormir na floresta mesmo, pelo menos a natureza é de graça, com o restante vou ver o que consigo comprar para terminar minha viagem, faltam apenas alguns dias.

Então Levi foi em direção as barracas de frutas.

- Bom dia! Quanto é a maçã?

- Bom dia senhor! São 3 besantes cada. E nós também temos laranjas colhidas hoje mesmo pela manhã, estão fresquinhas! Posso fazer por 2 besantes cada uma para o senhor.

- Certo, vou querer as laranjas então!

- Quantas vai querer?

- Quero 4. O que mais você tem?

- Tenho amoras, estão frescas também e temos muitas, está na época. A moça da barraca fica o olhando um pouco intrigada.

- Ah, não gosto de amora. Vou ficar só com as laranjas mesmo. Levi tira algumas moedas do seu bolso e entrega para a moça que continua a encara-lo.

- Obrigada! Levi faz menção de sair mas a moça o chama. - Espera! Você não é daqui não é?

- Não, não sou. Venho de Dryness.

- Imaginei, nunca o tinha visto antes, o reino é pequeno conheço todos que passam por aqui. Bom, muito prazer, meu nome é Ayme! A moça estende a mão para Levi com um doce sorriso.

- O prazer é todo meu Ayme, meu nome é Levi. Ele aperta a mão de Ayme e retribui o sorriso dela.

- Levi, você tem onde passar a noite?

- Eu estava justamente procurando por um lugar, mas não trouxe muito dinheiro aqui comigo então acho que vou acampar na floresta mesmo.

- Ah não vai não! Você será bem-vindo para fica em minha casa o tempo que precisar, meus pais tem uma pensão e posso lhe oferecer um quarto, não temos muitos visitantes a essa época do ano, então temos muitos quartos vagos, não poderia deixar uma pessoa vinda de tão longe dormir no meio da floresta. E não aceito um não como resposta.

- Se você insiste, acho que posso aceitar. Mas não quero abusar de sua hospitalidade, amanhã logo cedo já irei partir novamente, preciso chegar a um lugar muito importante.

- Não tenha pressa. Como eu disse, pode ficar o tempo que quiser. Venha, vou lhe mostrar onde fica. Ayme pede para alguém ficar em seu lugar e sai acompanhada de Levi para sua casa.

Levi segue Ayme pelo caminho, não parava de olhar para ela.

Por que será que essa jovem está sendo tão educada comigo? Ela nem me conhece, sou apenas um estranho que está viajando a dias e não toma banho desde que saiu de casa. Ela é tão bonita! Eu certamente poderia ficar aqui para sempre se não fosse pelo meu objetivo de ajudar meu reino. Precisam de mim, apesar de esse lugar ser perfeito tenho que continuar minha viagem. Talvez um dia eu possa voltar.

Eles andam por todo o centro comercial, Levi fica observando tudo a sua volta, todas as belas coisas que foram tiradas de seu lar, tudo que havia de bom lá acabou. Ayme lhe mostrava tudo que ela mais gostava, a praça com o chafariz de um elfo que as crianças brincavam, as lojas, todas as coisas o deixavam cada vez mais maravilhado com o lugar, pensava seriamente em trazer sua família para viver ali, afinal não seria a saída mais fácil?

- Chegamos! Ayme aponta para uma casa de dois andares bem grande para apenas uma família viver. Tinham muitas janelas que estavam abertas e suas cortinas balançavam com o sopro do vento, que diferente de Dryness era refrescante com um toque de flores, e não seco e fedendo a fumaça como de sua casa. - Sinta-se em casa Levi, venha vou lhe mostrar o quarto que você vai ficar. Ela o pega pela mão e leva em direção a porta de madeira da casa.

- Uau! Sua casa é esplêndida. Nunca poderia nem sonhar em ter uma casa grande assim, mesmo minha família sendo enorme, tenho sete irmãos, então você pode ter uma pequena ideia de como vivemos. Levi diz meio envergonhado.

- Imagino, mas deve ser legal ter irmãos com quem conversar, aqui sou só eu, sou filha única e meus pais já estão de idade muito avançada para terem mais, as vezes me sinto muito só. Ayme diz enquanto o leva para conhecer o resto da casa.

- Que pena, me desculpe a indiscrição, mas você já está na idade de se casar, por que ainda está sozinha?

- Não se preocupe! É que, como eu disse, conheço todos nesse reino e não me interessei por nenhum deles, queria mesmo era ir para outro lugar, conhecer pessoas novas, fazer novas amizades. Não que eu não goste daqui, porque gosto muito, nasci e cresci nessa casa, seria difícil abandona-la, e também tem meus pais, eles não tem condições de fazerem viagens muito longas e não quero deixá-los aqui sozinhos sem cuidados. Então de um jeito ou de outro estou presa aqui para sempre.

Eles entram num quarto de tamanho médio com uma janela, as vista dá para a linda floresta com montanhas que fica na parte de trás da casa.

(Vocês já estão shippando que eu sei, to de olho hein!)

- Entendo. Mas agora estou aqui, posso lhe oferecer minha companhia enquanto estiver aqui. Se você quiser é claro.

- Quero sim! Vou lhe mostrar o reino todo, tem lugares tão lindos você vai gostar muito, e se puder ficar por mais alguns dias poderá conhecer o Rei, terá um baile para o príncipe conhecer as damas, você pode me acompanhar, eu iria sozinha mas acho que seria uma ótima companhia, o que acha?

Ayme estava tão animada, era impossível não se contagiar com sua alegria, ainda mais com seu doce sorriso. Certamente que Levi cedeu aos encantos da moça e logo concordou em ficar por mais alguns dias para acompanha-la ao baile, se era tão importante para ela, ele tinha que ir ou a deixaria chateada.

(Pra mim essa foi a coisa mais gentil que ele já fez até agora, mas ainda não acabou)

- Está certo! Eu fico. Ficaria honrado em lhe acompanhar a esse baile. Mas temos um probleminha.

- Qual?

- Eu não tenho uma roupa formal para esse tipo de evento. Levi diz jogando suas poucas coisas no chão ao lado da cama.

- Isso não é problema. Posso costurar uma para você! Ayme diz com uma grande animação.

- Tem certeza? Não quero te dar trabalho.

- Não vai dar trabalho nenhum, amo costurar, sou eu mesma quem vai fazer meu vestido! Ayme era a melhor costureira do reino e todos sabiam disso, sempre pediam a ela suas roupas formais para eventos como esse, o baile do Rei, e ela fazia tudo com o maior carinho e quase nenhum esforço, era um dom e ela era a jovem mais doce e gentil que poderia existir. - Assim teremos bastante tempo juntos para nos conhecermos melhor.

- Acho uma ótima ideia! Então, quando será esse baile?

- Será daqui a sete dias.

- Mas está tão perto, você vai se sobrecarregar muito tendo que fazer minha roupa além da sua.

- Isso não é nada perto do natal, quando praticamente todos do reino vem me pedir um Kirtle, e praticamente todos ao mesmo tempo, então isso vai ser bem fácil.

- Você é realmente muito boa nisso então, deve conseguir bastante dinheiro fazendo roupas.

- O suficiente para viver confortavelmente. Ayme diz se voltando para a janela. - Bom, então fique a vontade, agora tenho que voltar para a barraca, o banheiro fica no fim do corredor.

- Certo, obrigado!

Depois que Ayme saiu, Levi arrumou suas poucas coisas em seu quarto e foi tomar um banho, já havia dias que não o fazia.

Ele estava totalmente encantado pelo lugar, um reino não muito grande com tudo que ele poderia querer, era perfeito, mas ele ainda tinha um objetivo, mesmo que tivesse que esperar por mais alguns dias para retornar a viagem, não faria mal algum atrasar uns dias para alegrar Ayme, que parecia ser uma boa moça. Só iria ao baile e depois voltaria a sua jornada.

Levi sai do banho, se arruma e decide dar um passeio pela cidade, pega uma das laranjas que comprou mais cedo para fazer um lanche no caminho. Ele sai da casa e vai em direção a floresta com uma variedade imensa de flores.

O lugar era tão lindo que ele não conseguia voltar ficou tão distraído pela sua beleza que nem viu a hora passar, já havia entardecido e ele se afundava cada vez mais entre as flores.

Foi quando ele ouviu algo.

Levi, não saia do seu caminho ou se perderá no seu objetivo.

- Não posso acreditar! Você de novo, só aparece quando estou me divertindo. Na hora de ajudar some. Por que diz que me perderei?

Você se distrai facilmente, veja. Disse que só passaria um dia em Aquiles e agora planeja ficar por uma semana.

- Prometi a Ayme que iria ao baile com ela, veja como está feliz. Não estou fazendo nada de errado.

Se você seguisse a viagem como planejado retornaria ao reino a tempo de levá-la a tal baile. Esta apenas fugindo de sua responsabilidade.

- Eu já disse que não ligo para suas lições. Vou ficar pelo tempo que eu quiser.

Faça como bem entender, só não diga que não avisei.

Levi volta para o centro enfurecido com o espírito, ele não entende o porquê de tantas regras. O velho senhor não havia lhe dito nada sobre isso.

Ele caminhou até o centro comercial para se encontrar com Ayme, que já estava guardando as coisas para ir embora.

- Espere, deixa que eu te ajudo. Levi se oferece pra recolher o que restou das frutas, não eram muitas, parece que ela vendeu bem.

- Obrigada! Você é muito gentil.

- Tudo por uma dama. Ele recolhe todas as frutas e começa a desmontar a barraca. - Ei, o que acha de fazermos um piquenique? Sobraram algumas frutas e podemos passar em uma padaria que vi no caminho, tinha um aroma maravilhoso saindo de lá.

- Acho perfeito. Conheço um lugar muito bom, vem vamos! Ayme pega na mão de Levi e o arrasta com ela para fora do centro, foram até a padaria e escolheram alguns doces, entre eles uma tortinha de morango que Ayme disse ser sua preferida. E assim seguiram pela floresta até chegarem em um lugar repleto de flores escondido entre as arvores bem fechadas que só quem soubesse da existência de tal lugar conseguiria acha-lo.

- Esse é meu lugar preferido de todo o reino, o jardim de flores silvestres como gosto de chamar! O que achou? Ayme diz o olhando animada.

- É simplesmente lindo! Levi diz olhando a em volta maravilhado com a vista. Ele não estava acostumado com tamanha beleza. A única coisa da qual se lembrava era de quão lindo era seu reino antes de ter ficado tão pobre. Estava começando a pensar que não haveria mais um jeito de tornar aquele lugar seu lar novamente, estava tão Destruído pelo tempo, estava praticamente em ruínas, a única vida existente lá eram as pessoas que ainda não conseguiram se mudar.

Enquanto Levi andava entre as flores e sentia os aromas variados que cada uma delas exalava, Ayme estendeu uma toalha com pequenos quadradinhos vermelhos e brancos sobre um espaço livre para não estragar nenhuma flor, colocou tudo cuidadosamente arrumado sobre o chão e se sentou.

Levi parou diante de uma plantação de rosas amarelas, nunca tinha visto nenhuma daquela coloração antes, apenas vermelhas e brancas. Ficou encantando, não resistiu e colheu uma para Ayme, combinava perfeitamente com seus lindos olhos cor de mel.

- Aqui está! Uma flor tão bela como a Dama a quem ofereço. Diz lhe entregando.

- Que linda Levi. Diz Ayme sentindo o aroma da rosa. Vou guardá-la com muito carinho, obrigada! Ela coloca a rosa dentro do cesto de frutas.

E assim correram os dias, com todos os preparativos para o baile Ayme e Levi passaram muito tempo juntos, seria difícil para ela dizer adeus a ele quando partisse para sua viagem novamente.

A todo momento eles passeavam pelo reino, Ayme lhe mostrou todos seus lugares preferidos, entre eles o que Levi mais gostou foi o jardim de flores silvestres onde eles começaram a ter o costume de fazer um piquenique toda tarde que pudessem, pois ainda precisava terminar a roupa de Levi. Que estava ficando perfeita, ela o havia transformado num cavalheiro de primeira, nem parecia mais aquele jovem vindo de um pequeno reino muito pobre, ali ele tinha muita fartura. Ayme não podia acreditar no quão ele era bondoso com ela, tinha receio de se aproximar muito dele e ele acabar não voltando mais, seriam seus únicos dias, então ela aproveitou ao máximo.

Certo dia, em um jantar onde todos estavam reunidos, faltando apenas três dias para o baile, o pai de Ayme ficou um pouco curioso sobre a vida de Levi, o que o teria levado a fazer uma viagem tão longas sozinho. Então ele começou a fazer algumas perguntas ao rapaz que pareceu um tanto nervoso ao responder, pois ao que ele havia percebido Levi era bem reservado.

- Então meu rapaz, o que te fez viajar essa longa distância? E ainda por cima sozinho, o que acho bem corajoso de sua parte, pois como todos bem sabem essa floresta está cheia de animais selvagens, e se for levar em conta tudo que se ouve por aqui teria também algumas criaturas estranhas.

- Eu... na verdade nem eu sei direito para onde estou indo. Apena queria algo para ajudar o reino de onde venho, está totalmente em ruinas.

- Conte-nos, o que houve?

Então Levi os contou a história toda, apenas omitindo o detalhe mais importante dela. O local para onde estava indo. A floresta com poderes mágicos, tinha receio de contar e acabar se espalhando, talvez muitas pessoas iriam querer ver se tal local realmente existe, isso só dificultaria as coisas para seu lado, era ele quem precisava de ajuda, não queria dividir isso com mais ninguém, decidiu manter em segredo.

Desde pequeno Levi demostrava ser uma criança bem egoísta, não gostava de dividir nada com seus irmãos, ele tinha uma certa vantagem sobre isso, era o filho mais novo entre sete irmãos. Acabava por receber mais atenção e por isso se achava o melhor entre seus irmãos.

Sempre que ganhava algo novo não deixava que nenhum deles tocasse no que era seu com medo de que quebrassem. A época em que ainda tinham dinheiro para tais regalias, uma época em que ele era feliz brincando com seus carrinhos novos que só ele tinha, seus irmãos já eram um pouco mais velhos e podiam trabalhar enquanto ele ainda não tinha preocupações como hoje, coisas que o deixaram diferente de certo modo, ao contrário de seus irmãos, o que foi mudando com o tempo, Levi cresceu um menino forte, audacioso e egoísta, enquanto os outros amadureceram e se tornaram ótimos trabalhadores que ajudam os pais como podem.

Mas para que alguém percebesse sua real natureza tinha que o conhecer muito a fundo, pois ele sempre demostrava compaixão, era muito educado. Ele escondia esse seu lado.

Pode até ser que ele tenha se tornado assim pelo total desprezo de seus pais em corrigi-lo quando pequeno, sempre o trataram melhor pois em sua época as coisas estavam melhores financeiramente e quiseram lhe dar tudo que não puderam dar aos outros filhos.

(Em outras palavras MIMADO!)

Mas ele poderia mudar, nunca é tarde demais, sua real afeição por alguém seria capaz de muda-lo para uma pessoa melhor, ele seria capaz de fazê-lo.

- Isso é tão incrível o que você está fazendo Levi. Não foi culpa sua e ainda deseja o bem a todos, se fosse eu faria o mais fácil. Tirava minha família de lá, quanto ao resto é trabalho do rei, não seu. É realmente muito gratificante de sua parte. Se conseguir realizar tal feito poderia até tomar o lugar de seu rei, estaria totalmente apto a isso tenho certeza.

- Olha eu não havia pensado nisso. Não descartarei essa possibilidade senhor. Acha mesmo que serei capaz disso?

- Oras tenho plena certeza que sim, seria o mínimo que os cidadãos poderiam fazer por você se conseguir salvar a todos! Uma gratidão imensa pela sua coragem e determinação. Gostaria de ter conhecido mais jovens assim. Mas vou lhe dizer uma coisa, saiba que sou muito sincero... Você tem que se soltar mais meu rapaz, desde que chegou aqui essa é a primeira vez que fala mais que meia dúzia de palavras conosco.

- PAPAI! Deixe Levi. Esse é o jeito dele. E saiba que gosto Levi, fique tranquilo, não mude nada em você! Ayme diz ficando corada.

- Seu pai está certo, não sou muito de falar mesmo. Não tenho muitos amigos de onde venho estou acostumado a ficar absorto em meus pensamentos. Mas vocês foram tão hospitaleiros comigo que deveria sim ter agradecido mais.

- Não seja bobo Levi! Adoramos sua presença aqui. Deixou Ayme mais animada que de costume, está sendo um ótimo amigo para ela esses dias. Se me permitem dizer, formam um lindo casal!

- MAMÃE! Assim você vai acabar assustando nosso visitante. Ayme diz ainda mais corada que antes se é que isso era possível.

- Sem problemas Ayme! Gosto de como vocês são sinceros. Levi diz a olhando de um modo diferente. - E não seria tão ruim assim! Ele solta uma risada para descontrair o clima depois de sua fala.

Assim que Ayme terminou de fazer a roupa de Levi ficou quase sem tempo para produzir o kirtle dela, já haviam se passado cinco dias, lhe restavam apenas dois dias para costurar o kirtle mais lindo que ela conseguisse. Mas suas mãos eram magicas, não em dois mas em apenas um dia com muita criatividade e força de vontade ela fez um vestido mais que perfeito. Era em um tom de azul celeste com um tule repleto de brilho cobrindo toda a saia rodada que chegava até os pés. Ela parecia uma princesa.

(Essa garota é demais, nem precisa de uma fada madrinha)

Chegando o dia do baile eles se arrumam para o evento.

Levi fica maravilhado com a beleza de Ayme. Ele também não estava nada mal, sua roupa ficou perfeita , ele nunca imaginaria que usaria uma peça tão elegante como aquela que havia ganhado.

- Ayme você está simplesmente perfeita, ficaria surpreso se o príncipe não lhe escolhesse está noite.

- Obrigada Levi! Você também está ótimo

- Foram suas mãos magicas que me deixaram assim, eu quem devia lhe agradecer. Ele diz arrumando o sobretudo.

- Então, podemos ir? Ela diz indo para perto de Levi.

- Podemos! Levi oferece seu braço para que Ayme o segure.

Eles realmente iriam chamar a atenção de todos naquela noite, Ayme era realmente muito boa no que fazia e eles estavam tão elegantes que poderiam ser confundidos com a família real.

E assim eles saíram pela porta, foram caminhando mesmo pois a noite estava linda com um clima muito agradável, o vento soprava uma brisa leve e acompanhada de um aroma maravilhoso vindo das flores.

- Levi, eu queria te perguntar uma coisa. Ayme disse enquanto caminhava pela rua que estava bem movimentada.

- Pode falar.

- Amanhã você vai partir não é? Ela diz num tom triste.

- Creio que sim. Mesmo eu tendo amando ficar aqui esses dias. Esse reino é muito admirável. Os dias que passamos juntos, já lhe considero muito como uma amiga que nunca esquecerei.

- Entendo. Mas não seria perfeito se você pudesse ficar?

- Não é uma má ideia, mas realmente preciso continuar, quem sabe depois de minha viagem eu não possa voltar aqui algum dia.

- Eu adoraria isso. Sempre será bem vindo em minha casa, sabe disso. E eu sentirei sua falta, nunca encontrei ninguém de quem gostasse tanto assim de passar tempo comigo. Você também está sendo um ótimo amigo. Ela diz com um sorriso amigável.

Caminharam por mais alguns minutos e já avistaram a entrada do palácio, era enorme, o caminho para a porta principal era todo envolto de um pergolado com flores suspensas, em tons variados que traziam um aroma maravilhoso. Haviam algumas pessoas paradas abaixo dele observando sua beleza. Ao entrar no salão principal viram que já havia muitas pessoas lá, estavam todas muito bem arrumadas. A decoração estava impecável, tudo em branco e dourado, desde os arranjos de flores até as toalhas de mesa. Eles seguiram e foram se sentar em uma mesa perto da janela.

- Uau este lugar está lindo. Ayme diz olhando para todos os lugares.

- Mal posso esperar pela comida, o cheiro está maravilhoso. Levi comenta fechando os olhos e suspirando.

- Você só pensa em comer. Ayme solta uma risada espontânea e contagiante.

Conforme o tempo ia passando chegavam mais e mais pessoas, era realmente um grande dia, todos os moradores do reino compareceram ao tão esperado baile do rei, onde o príncipe conheceria as moças para encontrar alguém com quem poderia se casar, alguém com quem dividir o reinado. O tal príncipe dançaria com todas as meninas que pudesse, afim de poder conhecê-las um pouco melhor antes de sua escolha. Afinal seria a futura rainha.

E assim aconteceu, após algumas horas quanto todos já haviam chegado o rei anunciou a entrada de seu filho, o Príncipe Henry Hlot. Assim que ele entrou uma música começou a tocar, para que ele pudesse tirar alguém para dançar.

Ele andou por entre as pessoas a procura de alguém. No momento em que viu Ayme ficou encantado pela sua beleza e graciosidade, foi diretamente até ela, fez um aceno à Levi e a convidou para dançar.

- Com licença senhorita, poderia me dar a honra desta dança?

- É claro vossa majestade! Ayme faz uma mesura e pega em seu braço indo em direção ao centro do salão, onde todos se reuniram para ver os dois.

Todos estavam cochichando a respeito da escolha do jovem príncipe, se perguntando quem era aquela moça tão bonita com a qual ele dançava alegremente pelo salão.

Algumas das outras meninas que tinham a intenção de serem a escolhida ficaram com certa inveja de Ayme, pois não foi apenas uma dança, Henry já estava conversando com ela a algumas horas, ocupando assim o tempo dele que seria distribuído as outras pretendentes.

Na maiorias delas ele apenas via o interesse na coroa e no dinheiro, mas Ayme era diferente, gostava de falar sobre a beleza daquela noite, como tudo estava tão lindo e agradável, como as flores tinham um doce aroma se espalhando pelo ar.

O tempo todo em que eles dançavam e conversavam Levi não conseguia tirar os olhos daquela cena, estaria sentindo ciúmes dela? Não sabia o porque, ele não poderia ficar ali para sempre, uma hora teria de deixá-la, o príncipe seria uma perfeita escolha para sua vida, já que ele não tinha nada para lhe oferecer além de uma vida inteira juntos. Levi estava certo que deixaria ela viver da melhor forma possível, e essa forma era o príncipe.

Logo Ayme voltou a mesa para descansar, o príncipe não se cansou dela por nenhum momento, muito pelo contrário, havia amado estar com sua presença, mas ainda precisava conversar com outras moças, apesar de seu interesse em Ayme ter ficado bem claro para todos.

- Estava se divertindo bastante lá com o príncipe. Levi disse com um leve toque de ciúmes em sua voz.

- Até que estava, na verdade ele é bem amável, diferente do que eu esperava. A pessoa que ele escolher terá sorte e será muito feliz ao seu lado, parece ter um bom coração.

- É claro que terá. A escolha dele já está bem obvia não é, o que você acha? Ele fala agora num tom acusatório.

- Eu não sei! Por que está agindo assim, está estranho desde que chegamos, o que houve? Ayme diz o encarando.

- Me desculpe, fui um pouco agressivo. Está tudo bem. Levi pensou consigo mesmo que deveria ser mais amável como o príncipe, não pode continuar com rancor, afinal ela não tinha a intenção de ir ao baile para chamar a atenção do mesmo. Como ela mesma dissera alguns dias antes, queria a companhia dele, que ele fosse ao baile com ela como acompanhante. - Você aceita dançar comigo agora? Ele diz lhe estendendo a mão imitando o gesto do príncipe Henry.

- Achei que não pediria. Ela diz pegando em sua mão.

Eles dançaram a noite toda, o quanto puderam. Formavam um lindo casal, se davam muito bem parecia que tinham sido feitos um para o outro, como uma só pessoa. Nem perceberam o tempo passar até que o rei os interrompeu para dar um aviso.

- Muito obrigado pela presença de todos vocês nesta noite maravilhosa! Meu filho, príncipe Henry conheceu muitas moças graciosas, ele gostaria de se encontrar novamente com algumas delas amanhã à tarde para um chá, afim de escolher uma delas para ser sua esposa e nossa futura rainha. Irei anunciar o nome delas e espero que possam comparecer aqui no horário marcado, seria de muita importância para ele. Então vamos aos nomes. O rei abre um pergaminho pequeno. - Senhorita Cateline Alba, Senhorita Bryana Gwendolyn e Senhorita Ayme Harrison. Espero todas vocês amanhã à tarde aqui na entrada no palácio. Obrigada, continuem aproveitando o baile.

Assim que Levi ouviu o nome de Ayme não conseguiu se segurar e saiu em disparada para a porta do salão principal, sem dizer nada, deixando ela lá sozinha.

Ayme sem entender saiu atrás dele, o seguindo até o jardim onde o alcançou para chama-lo.

- LEVI ESPERE! Ela diz correndo até ele. Por que saiu correndo desse jeito?

Antes de responder Levi tentou se acalmar e pensar no que dizer, não sabia ao certo o que estava sentindo, estava em uma confusão na qual não entendia, várias coisas se passando em sua mente ao mesmo tempo dificultando uma resposta certa.

-Eu... Me desculpe, precisei sair para respirar um ar puro, estava muito quente lá dentro com todas aquelas pessoas e o barulho, só tive que sair um pouco. Mas você pode continuar dançando com o príncipe se quiser, estava tão feliz com as músicas sendo tocadas, e ele deve estar procurando por você.

Ayme o olha com um ar de preocupação.

- Você está bem? Posso lhe trazer um copo de água?

- Estou bem! Pode voltar, acho que vou embora, estou cansado e preciso acordar bem cedo amanhã, devo partir assim que o sol nascer.

- Não pode ficar mais tempo? Gosto muito de passar tempo com você, não estou preparada para sua partida. Ficarei sozinha novamente. Por que não espera até o festival de Aquiles, você amaria todas as comidas que são preparadas para esse dia em especial! Ela diz de repente ficando muito animada.

- Hmm...! Se tem comida boa será perfeito! Acho que posso esperar mais um pouco, mas não posso adiar por muito mais tempo.

- Entendo. Mas que bom que vai ficar para o festival. Ayme diz pegando na mão de Levi. - Fico feliz com sua presença.

- Bom, então já vou indo.

- Eu vou com você.

- Mas e o príncipe?

- Ele ainda tem muitas moças para cortejar, não sentira minha falta.

E então os dois foram juntos para casa, a noite estava ótima, tranquila e refrescante.

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