🌻DEZESSEIS🌻
Logan
Enquanto me declarava para Emma, meu coração acelerava a cada segundo. Eu pensava em como eu reagiria se ela recusasse, ou tivesse um ataque de pânico. Mas quando ela disse sim, meu corpo transbordou de alívio.
Enquanto caminhávamos sobre as pedras, que agora começavam a ficar inundadas pela luz do sol, eu recolhia as luzes pisca-pisca amarelas pelo caminho. Emma segurava os girassóis, me olhando de relance de vez em quando.
Eu deveria estar vermelho igual a um tomate, pois Emma também estava quando me olhava e eu retribuia o olhar.
Assim que nossos pés tocaram a areia da praia, todo o grupo veio correndo em nossa direção.
Eliza, que segurava pétalas de rosas, começou a jogá-las sobre nós, enquanto Noah dava tapinhas nas minhas costas.
— Finalmente, já era tempo! — Nath exclamou, com os braços em volta de Jasmine.
Eu devia muito a eles, pois durante todo esse tempo, eles que me ajudaram com os preparativos e todas essas coisas.
Todos falavam ao mesmo tempo, ansiosos com toda essa situação, enquanto andávamos apressados para o meio da praia.
Até que uma voz feminina cortou toda a comemoração:
— Vamos embora agora!!! — Era Daisy. Ela vinha com várias sacolas nas mãos, enquanto calçava tamancos, short de praia, regata e óculos escuros com armação roxa.
Todos viraram ao mesmo tempo para encará-la. Noah ficou frente a frente dela, e falou, seriamente:
— Não vamos embora agora. Logan acabou de pedir Emma em namoro, além disso, deve ser 10:00 da manhã ainda, muito cedo. Nem tomamos café. — Ele cruzou os braços e olhou diretamente nos olhos dela.
Ela franziu o cenho e então jogou suas cartas:
— Sabe de uma coisa, Noah? Você não vale a pena. Mas mesmo assim, eu liguei para o seu pai alguns minutos antes, sabia? — Daisy tirou os óculos escuros do rosto e o encaixou na regata, perto dos seios. — Disse a ele que estava tudo bem, sendo que não está. Eu pensei em dizer a ele que você estava com outra garota em vez de mim, mas não falei. E sabe por que eu não fiz isso? Porque eu tenho você na palma das mãos. Não vai querer que eu conte a ele que você não me ama, não é?
Noah ficou sem palavras. Ele cerrou os punhos como se fosse capaz de bater na primeira coisa que aparecesse em sua frente.
Mas Eliza tocou em seu antebraço, fazendo com que ele se acalmasse um pouco.
— Isso não vai ficar assim, Daisy. — Ele respondeu, apontando o dedo indicador para o rosto dela, que estava imóvel, com um sorrisinho sarcástico nos lábios cobertos de gloss. — Vamos, todo mundo para a lancha.
Ninguém falou durante o trajeto. Toda a comemoração tinha cessado, e Noah sequer esboçava alguma expressão.
Mas enquanto observava atentamente os grãos de areia sendo cobertos pelos meus pés, mal tinha notado que Emma e eu estávamos de mãos dadas.
Isso alíviou toda a tensão que estava presente ali, pelo menos para a minha pessoa. Ela olhou para mim, com aqueles olhos verdes profundos, que seria capaz de acalmar uma guerra se possível, e sorriu, com aqueles lábios finos e vermelhos, que me lembravam fios de seda.
— Quando chegarmos aos chalés, vamos pegar todas as nossas coisas e ir direto para o carro. — Murmurou Noah, neutro.
Ninguém respondeu, apenas entramos na lancha, enquanto ele a ligava.
Assim que entramos no chalé, todo mundo correu a nossa volta novamente.
Eliza dizia que queria ser madrinha de casamento e tia dos nossos filhos (Emma
arregalou os olhos). Já Chris e Charlie a apoiavam, dizendo que queriam ser padrinhos e tios. Cada um com a sua loucura...
Jasmine e Nath nos abraçavam. As únicas pessoas que não estavam enlouquecendo.
Nath, porém, parecia incomodado com algo, mas quando eu ia perguntar, Noah abriu a porta do chalé e nos chamou para irmos embora.
Daisy apareceu ao seu lado, digitando algo em seu celular, e nos olhando fixamente, um por um.
— O que foi Daisy? Está escolhendo em quem você quer dar uma chifrada primeiro? Não esqueça de dizer "muuu!" Quando fizer isso. — Charlie disse, ironizando Daisy.
Ela, vermelha de raiva, respondeu:
— Por que não volta pra floresta? Seu viado.
Os dois se encararam, e então Chris explodiu:
— Você já trocou de pele hoje? As cobras fazem isso sabia? Ou você é burra demais para saber disso? — Ele segurou com força a mão de Charlie e o puxou para a porta do chalé, saindo os dois logo em seguida.
Jasmine, que sempre separava brigas, nem sabia o que fazer, apenas suspirou e saiu do chalé junto a Nathan.
Emma segurou em minha mão, e me puxou também.
As ondas estavam calmas, e um cheiro de chuva penetrava nas minhas narinas. Olhei para o céu, e lá estavam: grandes nuvens carregadas de chuva.
— É...parece que vai chover. Vamos, entrem na lancha. — Noah arqueou o corpo e olhou para o céu.
Mais uma vez o silêncio se emergia ao nosso redor, e Daisy já nem se importava mais se Noah e Eliza estavam de mãos dadas. A única coisa que lhe importava era procurar seu estojo de maquiagem, que eu sabia muito bem que se encontrava na mochila de Eliza.
No carro, foi a mesma coisa. Ninguém se atreveu a dizer nada, até porque, a maioria dormiu, só restando eu, Noah, Emma e Daisy acordados.
Daisy resmungava algumas coisas para Noah, que mal dava atenção a ela, apenas dirigia, focado na estrada.
Emma e eu olhávamos as gotas de chuva que caíam no vidro, e escorregavam para o asfalto lentamente. Trovões se seguiam lá fora, e o som estrondoso vinha de vez em quando. O tempo estava nublado, e as nuvens cinzas cobriam o céu que antes estava alaranjado.
A mão de Emma escorregou para a minha e ela entrelaçou seus dedos nos meus, encostando a cabeça no meu ombro e dormindo.
Sorri com aquilo. A frase "sim, eu aceito" ainda ecoava em minha cabeça, como uma sinfonia, e quanto mais eu pensava nela, mais coisas vinham na minha mente. Como por exemplo: eu vou ter que falar com os pais dela. Espera. EU VOU TER QUE FALAR COM OS PAIS DELA!
Meus olhos se arregalaram, e meu coração palpitou. Eu me esqueci completamente disso! Como eu vou dizer isso para os pais dela?! "Olá, eu sou o novo namorado da sua filha." Não...muito direto, que tal "Oi, vocês já me conhecem, bom, eu pedi a Emma em namoro e ela aceitou, então prazer, tchau!" Okay. Eu estou perdido.
Eu queria acordar Emma para lhe perguntar sobre isso, mas então um barulho alto (não era um trovão) veio do pneu do lado direito, que não só acordou todos, como também fez Noah frear bruscamente.
Todos respiraram, ofegantes, olhando para Noah.
Ele rapidamente desceu do carro e o contornou, até o outro lado, e então colocou as mãos na cabeça, nos olhando, dizendo:
— O pneu estourou. — Seu cabelo começou a ficar molhado pela chuva, assim como suas roupas.
Nathan abriu um pouco o vidro e falou num tom alto para que Noah pudesse ouvi-lo:
— Você não tem step?
— Esse era o step. — Noah olhou para ele como se tudo estivesse perdido. E estava mesmo.
Daisy, que nem sequer se mexia, já começou a ficar dramática:
— Já chega Noah! Vou ligar para o seu pai, ele terá que vir nos buscar. E assim que eu ligar para ele, vou contar tudo! — Mas antes que ela conseguisse desbloquear o celular, Eliza pulou para o banco da frente e o tomou de suas mãos.
— Não vai não! — Eliza exclamou — Noah vai resolver isso. Não vai Noah?
Ela olhou para Noah, e ele sorriu para ela.
Antes que ele pudesse dizer algo, Jasmine se interveio, mostrando o Google Maps na tela do celular:
— Tem um posto de gasolina virando aquela curva a frente. Nós podemos ir até lá.
Então, Nathan abriu a porta, e com ele desceram Jasmine e Charlie.
— É melhor irmos apenas nós quatro, vocês cinco fiquem aí. — Disse Charlie.
— Claro que vamos ficar aqui. Para onde iríamos? A não ser que você queira que saiamos do carro para dançar a dança da chuva reversa. — Respondeu Eliza, sarcásticamente. Mas ainda tenho dúvidas se essa última frase era realmente sarcástica.
Os quatro saíram na chuva rapidamente, até fazerem a curva e os perdemos de vista.
Eu queria perguntar a Emma sobre o lance com os pais dela, mas todos fizeram total silêncio, a não ser Daisy, que resmungava:
— Pior fim de semana de todos! Passei esse tempo todo com um bando de otários nerds, longe do Noah, porque você roubou ele de mim! — Ela apontou para Eliza, que a olhava de cara feia — e ainda por cima perdi meu estojo de maquiagem!
Eliza deu uma piscadela em direção a Chris, que sorriu maliciosamente, se virando para pegar algo no meio das bagagens.
— Ei, Eliza, toma suas balas de cereja e hortelã! — Chris exclamou, jogando um pacotinho com balas brancas para ela.
Assim que Eliza agarrou o pacote, Daisy grudou os olhos nele.
— Essas são as minhas favoritas! — Daisy exclamou.
Então Eliza começou a provocá-la:
— Não sabia que vacas comiam balas. — Então, enquanto ela estava abrindo o pacote, Daisy o tomou das mãos de Eliza.
— É melhor eu ficar com isso, sabe, você não vai querer engordar mais do que já está. — Daisy abriu o pacote e colocou duas balas na boca.
Eliza e Chris trocaram olhares, e não falaram mais nada desde então.
Mas quando se passaram 30 minutos, Daisy jogou a cabeça para o lado e caiu num sono profundo.
— Funcionou!! O clonazepam funcionou! — Eliza disse, se virando para nos olhar.
— O que vocês fizeram? — Emma perguntou.
— Colocamos calmante num pacote das balas favoritas de Daisy. — Chris respondeu, com excitação.
Curioso, perguntei:
— Mas como vocês sabiam o sabor favorito dela?
— Noah me contou. Além disso, é fácil descobrir o sabor favorito dela: é o sabor de bala mais ruim possível. Igualzinha a ela.
— Pois é, cereja e hortelã são bons separados, mas juntos? Não, não ficam bons.
— Hum, Chris, vamos até ali ver se eles estão vindo. — Eliza sugeriu.
Chris confirmou positivamente com a cabeça, e os dois saíram do carro, as pressas.
Neste momento aproveitei para perguntar a Emma:
— Emma, eu tenho que falar com os seus pais, não é?
— Certamente sim, aliás, acho que quanto antes você fizer isso, melhor. Já que não tivemos tempo de tomar café da manhã hoje, você não quer jantar em casa? — Emma convidou, e com certeza eu aceitaria. Acho que ela tinha razão. Se eu a amava mesmo, tinha que tomar coragem e fazer isso. E pode apostar que eu a amo sim.
— Ah, okay. Então vou pedir a Noah que me deixe junto com você quando chegarmos.
— Uau. — Ela falou.
— O que? — Perguntei.
— Você é... — Ela limpou a garganta — Meu primeiro namorado.
— Ora, e você é a minha primeira também.
Senti minhas bochechas esquentarem, como sempre acontecem, mas por incrível que pareça, as bochechas dela não estavam. Então ela finalizou, dizendo:
— É, isso é...bom...incrível. — Ela riu, e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, voltando a olhar a tempestade que caía vagarosamente pela estrada.
Uma luz ofuscante vinha da estrada em nossa direção, e quando meus olhos se acostumaram com a luz, percebi que era um carro.
Noah ia vindo no banco do motorista, seus cabelos totalmente encharcados. Ao seu lado estava Eliza, e mais atrás o resto do grupo.
Ele parou o carro, abriu a porta e desceu, gritando, para que pudéssemos ouvi-lo através da chuva forte:
— Entrem no carro! Vamos pegar nossas coisas aí dentro! Um guincho vai vir daqui 2 horas, até lá a tempestade já vai ter aumentado!!
Eu e Emma descemos do carro, e corremos até o outro, enquanto Noah pegava Daisy no colo, adormecida.
— Eu vou ajudar Noah a pegar as bagagens. — Nathan se ofereceu, descendo do carro quando entramos no mesmo.
Nos sentamos ao lado de Jasmine, enquanto Noah vinha correndo e colocou Daisy no último banco, atrás de Chris e Charlie.
Assim que ele e Nathan terminaram de colocar as bagagens no bagageiro, ambos entraram no carro, todos ensopados.
— Bom, vamos logo antes que essa chata acorde. — Noah disse, ligando o carro.
Então pegamos a estrada de novo, com a chuva vindo cada vez mais forte e mais feroz, enquanto Emma repousou sua cabeça em mim como estava antes. Só que dessa vez com os olhos abertos, nós dois encarando nossos próprios reflexos no vidro, enquanto as gotas batiam e escorriam silenciosamente.
Capítulo 16 concluído ✔
Capítulo 17 ⬇️
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top