3. Três

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Bem, Jimin e Jungkook procuraram um profissional pra salvar o casamento. Vamos ver como as coisas ficaram apos sairem do escritório do terapeuta.
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— Você não precisava ser tão rude lá atrás. É o trabalho dele nos ajudar, tente se esforçar. — Jimin falou cinco minutos depois que eles saíram do estacionamento. Ele estava sentado de pernas cruzadas no lado do passageiro, os olhos focados solenemente para fora da janela.

— Faça algum esforço. — Jungkook repetiu secamente. — Você entregou as rédeas do nosso casamento nas mãos de um completo estranho e, evidentemente, parece não ter nenhum problema que ele esteja tratando nosso relacionamento como se fosse seu próprio entretenimento pessoal, a porra de um brinquedo. Dando-nos tarefas infantis, você está falando sério. Deixe-me acrescentar que, além de toda essa confusão, você não me avisou sobre esse acordo até ontem à noite.

O que era verdade, mas em defesa de Jimin, o horário de expediente ia de segunda a sexta, então considerando que eles brigaram na sexta à noite, Jimin não poderia ligar para o escritório até segunda de manhã para reservar um horário para eles. O que foi praticamente a espera mais angustiante, porque a essa altura o dançarino já se sentia paralisado, em um ponto de ruptura tenso.

E mesmo que ele tivesse chamado a atenção de Jungkook antes, isso só teria estimulado outra briga entre eles e Jimin estava sem energia para reabastecer e não tinha nenhum desejo particular de bater de frente novamente.

Além disso, os dois correram para o trabalho naquela manhã e não se viram até a hora do jantar, quando Jimin finalmente colocou tudo sobre a mesa para o marido. Jungkook ficou infeliz, é claro, e realmente não falou com ele pelo resto da noite, mas Jimin ficou sem argumentos para dar.

— E você quer pular no meu caso sobre algum maldito esforço? Para esta bomba? Em que você estava pensando que estava tudo bem nos inscrever para aconselhamento sem me consultar? Como você pode pensar que não há problema em decidir por conta própria, por favor, me esclareça. — Jungkook contra-atacou atrás do volante, tanto suas palavras quanto seu tom fizeram Jimin se irritar.

Jimin se contorceu em seu lugar, o movimento brusco fazendo o cinto de segurança empurrar contra suas roupas e olhou para o outro, totalmente irritado com a atitude malcriada sendo atacada contra ele.

Chamar a situação deles de bagunça não estava longe da verdade, mas Jimin estava tentando consertar. Ele não precisava de mais dificuldades não cooperativas carregadas em seu prato já cheio.

— Deixe de ser um idiota insensível! Que esclarecimento maior você poderia querer depois da última hora embaraçosa que sofremos? Não foi o suficiente para você que nenhum de nós pudesse se lembrar de qualquer qualidade de casamento em nosso casamento? Nos últimos dois anos, ainda não é suficiente? Huum. Você quer iluminação? Tudo bem, que tal isso como iluminação; nós apenas nos fizemos de bobos incapazes de responder quando foi a última vez que nós, um casal, saímos em um encontro simples. Nós, um casal, não fazemos sexo há dois anos... dois malditos anos Jungkook! Não consigo me lembrar da última vez que nos abraçamos ou tivemos intimidade um com o outro. — Jimin cerrou as mãos e sentiu o toque de seu anel roçando sua pele. Ele olhou para a mão esquerda com olhos vidrados. — Não me lembro da última vez que você agiu como meu marido e estou cansado de me sentir assim, estou cansado de brigar, estou cansado de me sentir perdido em meu próprio casamento. Você sabe por que eu fiz isso. Você sabe que eu disse a você que queria que conseguíssemos alguma ajuda, então, por favor, não aja como se eu tivesse decidido isso do nada.

Jungkook parou em um semáforo e usou o breve tempo para olhar para Jimin, os olhos escuros brilhando com uma série de emoções que seu marido não percebeu.

— E eu disse em várias ocasiões que poderíamos resolver isso...

— Vejam que bom trabalho estamos fazendo. Você nem me contou sobre sua promoção, Jungkook.

— Eu já te disse...

— Eu sei o que você disse! Ainda não justifica que foi uma merda de desculpa quando eu sou a porra do seu marido. Não é como se eu estivesse exigindo que você me contasse cada coisinha, mas esse foi um marco para você, e eu o teria mimado. Não sei por que você é contra isso, mas não quero mais falar sobre isso se tudo o que você vai fazer é discutir. Isso me faz sentir como se você não estivesse incomodado com o quanto nós caímos.

Jungkook tirou uma mão do volante para esfregar a têmpora antes de deixá-la cair no colo.

— Isso não é verdade. Eu também quero que voltemos a ser como éramos, Jimin, só estou chateado por você nem ter me deixado examinar nossas opções juntos. Sei que tenho estado ocupado ultimamente, especialmente esta semana, mas esperava que pelo menos você esperasse por mim. Descobrir em tão pouco tempo que tínhamos um compromisso que eu não sabia me tirou do radar. Tive que mudar minha agenda, então é claro que ficaria irritado.

Jimin suspirou e olhou para trás pela janela.

— Eu tenho dito a você...

— Eu sei. O que está feito está feito, vamos deixar para lá agora.

— Bem.

[…]

Não estava bem.

— Isso não vai funcionar.

Jungkook olhou para cima de seu prato de jantar para encontrar Jimin olhando para ele do outro lado da mesa com as sobrancelhas franzidas.

— O que? — Jungkook murmurou com a boca cheia e olhou para baixo.

— Você está sendo passivo-agressivo comigo. Eu disse que sentia muito por atribuir isso a você sem deixar você ter tempo para fazer alterações em sua programação. Eu não estava pensando nisso, mas não sei quantas desculpas vão fazer alguma diferença.

— Não estou sendo passivo-agressivo. Estou comendo.

— Você tem sido rude comigo desde que chegamos em casa. — Jimin falou. Ele cruzou os braços sobre o peito e recostou-se no assento.

Jungkook mastigou e engoliu antes de beber o resto de sua água gelada.

— Eu não sei o que você quer que eu diga. Eu não estou sendo rude e se estou agindo dessa forma, não estou percebendo.

— Eu só sinto que você está fazendo eu aer o mau por querer salvar nosso casamento.

Um olhar de irritação tomou conta do rosto de Jungkook.

— Eu também não estou fazendo isso, Jimin, então você pode parar com isso aqui. Você está agindo como se eu não quisesse nada com você ou nosso casamento e esse não é o caso. Estou atolado de trabalho...

— Veja, é só isso. — Jimin interrompeu. — Você está colocando o trabalho acima de mim mais uma vez.

A expressão de Jungkook escureceu.

— Como?! Se bem me lembro, nós dois chegamos a um entendimento mútuo quando me inscrevi para este escritório de advocacia específico. Eles são os melhores e sempre em alta demanda, sabíamos disso quando fui aceito que trabalharia com mais frequência. — O mais novo estalou.

— Também prometemos não deixar que isso se interponha entre nós, nem um de nossos trabalhos, e dar tempo um para o outro! Mas não temos; nos últimos dois anos, nós dois fomos negligentes e você está me fazendo sentir uma merda quando estou tentando consertar isso.

Nesse ponto, as vozes de ambos aumentaram de volume e o ar entre eles ficou sufocantemente denso. Jimin estava fora de seu assento e parecia pronto para pegar um prato enquanto Jungkook parecia que iria virar a mesa a qualquer momento.

— Eu realmente não posso ajudar com como você se sente, Jimin. — Não é problema meu. As palavras não ditas foram altas e claras para Jimin, que estreitou os olhos.

— E daí, meus sentimentos de repente não importam para você?

— Quando.... eu nunca disse isso... Caramba... Por que você está sendo tão difícil pra caralho! Pare de colocar palavras na minha boca, tudo o que eu disse foi que não gosto de como isso surgiu de repente em mim. Sinto que conseguir um conselheiro matrimonial sem que eu o administre invadiu a privacidade do nosso relacionamento. Você não poderia ter esperado...

— Não, na verdade eu não poderia, Jungkook. Desculpe por querer ajuda, já que meu marido certamente não estava tentando aqui e estou cansado. — Jimin disse, a voz plana. — Há uma parede entre nós e parece que você desistiu de quebrá-la e se afastou dela enquanto eu ainda estou lutando com tijolos. Não posso continuar sentindo que sou o único tentando nos salvar. Se consertar nosso casamento é algo que você abomina, então me avise agora para que eu não perca mais tempo com aconselhamento e possamos apenas pedir o divórcio.

Quanto mais o silêncio se estendia entre eles após as últimas palavras de Jimin, mais parecia uma experiência fora do corpo para o loiro, que não mais olhava acaloradamente para Jungkook mas, em vez disso, olhava para baixo sem ver sua cadeira empurrada, os olhos castanhos começando a borrar, sentindo-se atordoado.

Ele tinha acabado de dizer isso? Por que ele acabou de dizer isso? Ele estava chateado, é claro, isso era um fato, mas eles nunca haviam jogado a palavra Divórcio em nenhuma de suas brigas. Jimin de repente se sentiu estranhamente pequeno e muito quente em sua própria pele. Ele queimava.

Jungkook não estava melhor, olhos de corça arregalados e corpo congelado. Não sendo mais capaz de respirar o ar tóxico do qual estava ficando tonto, Jimin engasgou com uma confusão de palavras sobre ir trabalhar na coreografia para a aula de seu aluno e saiu. O eco de seus passos  ressoou alto no espaço de ambos os corações onde eles caíram, pesados como pedra.

[…]

Nenhuma palavra descreve as lágrimas de uma mãe, nenhuma palavra pode curar um coração partido. Um sonho se foi, mas onde há esperança. Em algum lugar, algo está chamando por você. Dois mundos, uma família. Confie em seu coração, deixe o destino decidir, para guiar essas vidas que vemos. ~ 🎶

A voz encharcada de emoção saturada de Phil Collins, crua e rica, ondulou pelas paredes do estúdio de dança de Jimin. O contraste da voz do cantor refletiu nos movimentos fluidos de Jimin enquanto ele fluía pelo chão com elegância e precisão, envolvido na música.

Cada salto e pulo, cada giro aéreo e deslizamento suave, seu corpo ágil se movia sem esforço como o curso suave de um riacho, dando força a cada passo na melodia acariciante da música.

O suor escorria pelas clavículas definidas e pela pele cor de mel. As roupas que ele usava, um top branco esvoaçante e moletons capri pretos, grudavam nele como cola depois de horas de transpiração, mas Jimin nunca se importou com o suor, ele sempre gostou. Para ele, o suor liberava o estresse interno e exercitava os nervos, sobretudo as emoções negativas que giravam em seus dias e que se agarravam a ele como uma sanguessuga das sombras.

A dança sempre foi e sempre será uma válvula de escape para Jimin. Embora ele definitivamente tivesse uma paixão ardente pela dança desde que era mais jovem, gradualmente se tornou uma rota de fuga muito familiar que ele tomou, especialmente quando ficou mais velho, para fugir de problemas e situações que o deixaram totalmente esgotado, pois quando ele se sentia como se estivesse encurralado contra uma parede, simplesmente sufocando.

Dava-lhe um momento para se recompor até que fosse capaz de reunir seus pensamentos de forma coerente. Isso permitiu que ele respirasse livremente, fez com que ele se afastasse da terra e entrasse em uma dimensão pacífica que sua consciência criou e, quando ele voltasse, seria recolhido novamente com a mente limpa.

Mas atualmente sua mente era um turbilhão, um tormento ininterrupto, mesmo enquanto ele trabalhava em uma nova coreografia para a aula moderna de seus filhos. Criar novas danças sempre foi uma especialidade dele, algo que era natural e fácil de se perder mesmo quando estressado, mas agora… por alguns segundos antes de ser abafado pela música que começou, mais uma vez, em loop.

Nas últimas três horas.

Após sua fuga, Jimin correu para o quarto deles, pegou uma trouxa de roupas de dança e correu para seu porto seguro. Mas mesmo agora, três horas depois sob o suave brilho das luzes de seu estúdio, seu coração ainda apertado em seu peito, olhos ardendo de lágrimas não derramadas e uma alma danificada se sentindo quebrada além do reparo.

O que ele disse, por que escapou tão facilmente quando ele não quis dizer isso. Ele não conseguia nem imaginá-los passando por um pesadelo como o divórcio. Ele iria quebrar. O último grande golpe deles, aquele que fez Jimin ceder e finalmente estender a mão, ainda era uma ferida recente em seu coração, pesando muito em seus ombros.

Ele ainda não havia se curado totalmente desde aquela noite, de suas vozes elevadas e os tons ásperos. As lágrimas teimosas querendo derramar. A discussão acalorada se repetia repetidamente em sua mente como um vídeo em loop e era uma agonia, e talvez o tornou mais sensível e vulnerável do que ele pensava. Para apenas cuspir o divórcio assim... Jimin mal se sentiu se mover em direção aos espelhos e fechou os olhos enquanto se pressionava contra o vidro gelado sem se importar com as marcas de suor que embaçariam a superfície. Deus. Como chegou a este ponto. Como isso ficou fora de seu controle. Por que eles se tornaram assim.

Era em momentos como esse que ele desejava ter o calor de sua mãe para se afundar. O que ele não daria para que ela passasse seus dedos pequenos, mas fortes, por seu cabelo novamente e inalasse seu perfume de lavanda e óleo de melaleuca.

Lágrimas brotaram em suas pálpebras e ele fungou uma vez antes de se afastar dos espelhos com um suspiro pesado e foi até o aparelho de som instalado na parede dos fundos. Ele clicou no próximo botão, pressionou repetir e se posicionou de volta no centro da sala, a cabeça baixa bem a tempo para os sons suaves encherem a sala. Venha pare de chorar, vai ficar tudo bem. Apenas pegue minha mão, segure firme. Eu vou te proteger de tudo ao seu redor, eu estarei aqui, não chore. ~ Quando a voz suave de uma mulher encheu a sala, Jimin se moveu.

Diretamente onde ele desabou no chão lustroso em uma explosão de soluços.

[…]

Jungkook olhou fixamente para seu computador de trabalho, onde nenhum trabalho foi feito ainda durante a noite. Ele entrou para o escritório em casa depois de limpar e lavar a louça do jantar, na esperança de fazer algum trabalho.

Se consertar nosso casamento é algo que você abomina, então me avise agora, para que eu não perca mais tempo com aconselhamento e possamos apenas pedir o divórcio.”

Como qualquer trabalho poderia ser feito quando a voz pesada de Jimin enchia sua mente, tornando a concentração absolutamente negativa. Claro, ele tinha terminado metade de um documento, mas nas últimas três horas, Jungkook basicamente não fez nada além de sentar como uma estátua em sua cadeira preta de trabalho olhando sem piscar para sua tela.

Divórcio.

Assim que a palavra saiu dos lábios doces de Jimin, ambos os olhos se arregalaram e Jungkook ainda pode ver o horror absoluto e o choque brilhando nos olhos de Jimin, o arrependimento imediato. Jimin não tinha intenção de dizer o que disse, mas o que foi dito já foi feito e todo o momento enviou uma pontada em seu corpo, fez seu peito apertar e a mente entorpecer.

Honestamente, ele sabia que Jimin não quis dizer isso. Mas nunca, nunca em todas as brigas que tiveram, eles disseram a palavra com D. Jungkook levantou a mão para passar os dedos pelo cabelo, mas parou quando a trouxe de volta, olhos escuros de corça avistando a aliança de prata em seu dedo anelar. O mesmo que Jimin deslizou onze anos atrás neste décimo terceiro aniversário.

[…]

Depois de se levantar do chão vinte minutos depois, Jimin encerrou a noite e deixou seu estúdio sentindo-se incrivelmente esgotado com uma dor de cabeça incômoda. Ele cambaleou pela casa escura até chegar ao quarto, acendeu as luzes e se trancou no banheiro principal.

Outros vinte minutos se passaram quando ele abriu o vidro transparente do chuveiro e pisou no tapete macio do banheiro, brilhando com a pele limpa e cor de mel sob uma nuvem de vapor. Ele secou ao ar livre, como sempre fazia, e terminou seu ritual noturno de limpeza antes de voltar para o quarto, onde se vestiu com uma camisa de botão azul bebê na altura do joelho e cueca limpa.

Ele se virou para a cama e estava puxando os lençóis do seu lado da cama quando parou em movimento, olhando para a mão esquerda, onde seu anel brilhava sob as luzes, como se o lembrasse pessoalmente da tarefa que Yoongi instruiu eles a fazerem.

Certo. Abracem-se antes de dormir. Com um suspiro, o loiro deixou os lençóis escorregarem e silenciosamente saiu do quarto para encontrar Jungkook.

Jungkook conseguiu terminar a segunda metade de seu primeiro documento e estava trabalhando em um novo quando sua porta se abriu e Jimin enfiou a cabeça para dentro.

— Jungkook, eu vou para a cama. — Ele anunciou e o mais novo soltou um zumbido distraído. Ele finalmente estava fazendo as coisas fluírem, concentração concreta, mas então Jimin entrou. O mais novo não ouviu Jimin se aproximar até que o homem menor apareceu no braço de sua cadeira. — Me ouviu?

Jungkook olhou para cima brevemente antes de se concentrar novamente em seu computador.

— Sim, Boa noite.

— Temos que nos abraçar primeiro. — Jimin continuou antes que Jungkook pudesse alcançar seu teclado novamente.

— O que? — Jungkook perguntou, parecendo um pouco irritado pelas interrupções.

— Você já esqueceu nossa missão? — Jimin perguntou secamente e merda, Jungkook tinha esquecido.

Ele esfregou a ponta do nariz e suspirou.

— Tem que ser neste minuto?

Jimin franziu os lábios.

— Estou cansado, minha cabeça dói, trabalho no estúdio amanhã o dia todo, então sim, tem que ser neste exato minuto porque quero ir para a cama agora.

— Tudo bem. — Jungkook estalou e empurrou a cadeira para trás enquanto se forçava a ficar de pé. Ele encarou Jimin e abriu os braços rigidamente, mas não fez mais nenhum movimento. Isso fez Jimin querer bater na cabeça dele no teclado, mas ele estava exausto demais para tentar lidar com seu marido difícil.

Com um suspiro suave, Jimin fechou a distância e os conectou pela primeira vez em muito tempo. Ele deslizou seus braços por baixo dos braços levantados de Jungkook e os deslizou pelas costas do mais novo, onde suas pequenas mãos se espalhavam contra músculos firmes. Ele sentiu Jungkook ficar tenso por um momento antes dos braços deles se acomodarem em volta de sua cintura, deixando-o imóvel com o calor repentino.

O cheiro familiar de lenha e pinho acariciou seus sentidos fazendo seus olhos vibrarem. Mesmo morando juntos, fazia tanto tempo que não se sentiam, que realmente não se tocavam.

Uma enxurrada de emoções percorreu Jimin enquanto ele saboreava a sensação de conforto que não sentia há muito tempo. Ele quase enterrou o nariz na camisa de Jungkook, pronto para mergulhar de cabeça em águas familiares, mas então Jungkook se afastou, imediatamente extinguindo o crescente calor dentro de Jimin. 

— Acabou o minuto. — Jungkook falou e sentou-se como se nada tivesse acontecido. — Boa noite.

Sentindo-se como a chama de uma vela reduzida a nada, exceto a fumaça de uma rajada de vento frio, Jimin envolveu os braços em volta de si mesmo, cobrindo onde os de Jungkook esteve momentos antes, sentindo-se desanimado. Um minuto. Saber que Jungkook contava os segundos enquanto ele (JM) se esquecia completamente do limite de tempo, muito focado em estar nos braços do marido novamente, doía.

Mas o que Jimin poderia fazer além de repetir boa noite e ir embora. Enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto e molhavam seu travesseiro.

Sem o conhecimento de Jimin, Jungkook nunca voltou ao seu trabalho, muito ocupado pensando em como Jimin estava macio em seus braços e como suas mãos coçaram para acariciar seu corpo quente e macio descansando sob a ponta dos dedos.

[…]

— Jungkook.

Ao chamar seu nome, Jungkook se afastou da porta da frente, apesar de sua mão ter parado na maçaneta e encarou Jimin. Seu marido se aproximou dele descalço e quieto, parecendo cansado do sono e ainda de pijama.

Em uma das pequenas mãos de Jimin estava uma caneca de café fumegante com as palavras 'Você pode fazer isso - Café' rabiscadas na superfície do tye dye.

Jimin parou a uma curta distância usando uma expressão que Jungkook não conseguia decifrar, mas estava claro que Jimin queria algo para cortar a ponta de sua língua. Fosse o que fosse, os segundos estavam passando e Jungkook queria estar à frente do tráfego matinal. Mas antes que ele pudesse pedir para esperar, Jimin soltou um bufo irritado e se aproximou.

— Você está esquecendo nosso abraço de despedida.

Não era isso que Jimin queria dizer, Jungkook sabia disso e isso enviou um pico de irritação através dele, mas ainda assim, ele se entregou ao marido e colocou seus pertences no chão em uma pilha cuidadosamente organizada.

— Por que você espera até o último minuto? — Jungkook não pôde deixar de murmurar enquanto avançava, encontrando Jimin o resto do caminho e envolveu o menor em seus braços.

Nenhum dos dois falou enquanto se abraçavam e quando o minuto passou, foi Jimin quem se desembaraçou primeiro. Ele não se afastou totalmente, apenas um pouco e inclinou o rosto para cima, cílios um leque suave sobre os olhos castanhos.

— Sou seu marido. Aja como se me amasse.

— Eu te amo. — Jungkook responde, mal segurando seu revirar de olhos.

— Aja como tal então.

Havia algo nos olhos de Jimin, aquele tom em sua voz calma que deixa Jungkook totalmente perplexo. Jungkook olhou para ele por um momento antes de se virar e ir embora.

Os olhos de Jimin queimaram quando a porta se fechou atrás de Jungkook com um clique curto, mas ele se recusou a derramar mais lágrimas. Em vez disso, ele apenas suspirou, bebeu o resto do café e se preparou para o trabalho, o pedido de desculpas tácito que havia murchado na ponta da língua deixando um gosto ainda mais amargo.
  
   
 
  
 
CONTINUA ☾ ◌ ○ °•
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Pobre Jimin. Jungkook ama Jimin, pessoal. Sim. Eu sei. Não parece. Você contar os segundos de um abraço é um absurdo. Acho que muitas pessoas se identificará com a situação do Jikook ou não. Eu só sei que quero proteger Jimin e dar uma bela lição em Jungkook. Aff, garoto idiota.

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