Valerie notou que estava no espaço sideral, dali via os corpos celestes, tanto estrelas como os planetas, a Terra era linda, um verdadeiro planeta água, o silêncio ali também reinava, até surgir um rapaz no espaço, vinha surfando em sua direção.

-Olá! Sou Oihio, um viajante do espaço-tempo, quem és tu?-Indagou o rapaz.

De alguma forma magnífica ele conseguia falar no vácuo, sua voz propagava-se, se realmente eram ondas mecânicas ainda era um mistério para Valerie, mas ela não conseguia pronunciar verbalmente nenhuma palavra no vácuo, foi então que a IA tomou conta da situação, e foi guiando a menina para uma nave ali estagnada, e com as mãos Valerie foi acenando para Oihio segui-la.

Já com a porta lacrada a pequena garota conseguiu dar início ao seu discurso: -Assim como você sou uma viajante de portais pelo espaço-tempo, meu avô, Donald, um dos 7 guardiões da tese dos táquions, enviou-me com a premissa de que você entenderia como me ajudar a voltar para casa.

-Tenho duas opções para ti! Podemos fechar todos os portais do tempo ou encaminhá-la por meio da energia das narrativas. -disse o homem sério.

A menina achou que não seria viável tentar domar a natureza para si fechando os portais, humanos do passado já tinham intensificado o efeito estufa a ponto de provocar mudanças climáticas ao desrespeitar a natureza adaptando-a totalmente para si, não queria cometer o mesmo erro dos seus ancestrais e desrespeitar a natureza do tempo. Achou curiosa a ideia da viagem narrativa, diferente do mundo acadêmico do qual é habituada, ele admiravelmente tinha uma noção de ciência mais aberta.

-Fico com a narrativa, meu bom amigo!-falou a garota apertando a mão do surfista.

Delicadamente ele a colocou diante do narrador, este era onisciente e onipresente, não foi preciso a ajuda da IA para narrar a caminhada de Valerie pela linha do tempo, mas foi ali que ela compreendeu os novos problemas dos quais a humanidade vinha enfrentando. Se um dia resolveram-se unindo ciências, conhecendo, respeitando a natureza e uns aos outros, mais uma vez era preciso abrir a mentalidade do povo, era preciso instaurar em suas terras uma comunicação unificada, e abrir a ciência de modo a não mais existir uma barreira do intelectual e o "não" intelectual, tornando as ações do conhecimento aberto como a narrativa que a guiava, buscando a verdade mas sem impor o absoluto, essa era sua missão nas travessias dos portais

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