Capítulo 32 - Fascínio
Acordou com medo de que quando abrisse os olhos David não estaria mais ali, mas assim que os abriu, o viu a seu lado na mesma posição, como se não tivesse movido um músculo sequer.
"Oi."
Disse timidamente.
"Bom dia. Eu perguntaria se dormiu bem, mas..."
Ele sorriu de lado, ainda olhava para o teto.
"Na verdade, até que dormi bem."
Virando de lado encarando Helena, ele sorriu.
"Gosto da sua companhia e de não estar sozinho, isso me traz uma paz que eu ainda não tinha sentido, bem, não nesse plano."
Helena não podia evitar ficar fascinada, a forma que ele falava, a maneira que os olhos azuis brilhavam fantasmagóricos, a forma que ele brilhava, estremeceu com o frio.
"Desculpe, deve ser desconfortável ficar perto de mim, sinto muito."
Ele ia se levantar.
"Não, eu estou bem, eu gosto do frio. Quero dizer, eu prefiro o frio e inverno, não sou uma pessoa do calor."
E riu nervosamente.
David se apoiou a cabeça no cotovelo.
"É mesmo? Eu também, sempre preferi muito mais o frio, é bom, não é? A sensação de se aquecer, de ficar confortável, não é o mesmo que no verão, que ficamos exaustos e derretendo."
"Sim, verdade, assistir uns filmes e comer pipoca debaixo das cobertas é minha atividade favorita."
David sorriu, seus olhos estreitaram de forma sedutora, ele disse em um meio sussurro.
"Um bom filme, pipoca, frio... se aconchegar, sim não tem coisa melhor."
Sentia sua face corar, Helena virou para pegar o celular, já se levantando sem jeito.
"Nossa, olha a hora, parece que dormi demais hoje. Tenho que ir fazer o café."
Sorriu sem graça para David enquanto saia pela porta.
***
Estava começando a ficar cada vez mais fascinado por ela, gostava de como aquela aparência parecia provoca-la, em como ela ficava sem jeito perto de sua presença, em como somente um sorriso seu a fazia corar.
Também gostava de como a aparência dela era exótica, nunca havia tido uma pessoa assim, onde as sardas ao invés de serem escuras, eram brancas, marcando a pele parda e um de seus olhos, que eram escuros e profundos, como se pudesse enxergar todos os seus segredos.
Mas ele sabia que não, seus segredos eram somente dele e de mais ninguém.
***
Quase não dormiu na noite passada, ainda pesquisando e procurando, queria encontrar algo que não batesse, algo que fosse estranho em toda aquela história que já era absurda em si.
Também trocou mensagens no facebook com aquela pessoa, foi bem difícil convencê-lo de se encontrar com Dan, mas depois de muita conversa, ele finalmente cedeu, assim Dan poderia talvez conseguir algumas respostas, ele esperava por isso.
Encerrou a conversa antes de Helena acordar, de qualquer forma, o encontro não seria assim tão cedo, a pessoa não tinha confirmado um dia exato, mas Dan pediu para conseguir o mais rápido possível.
Estava deitado no sofá agora, tinha acordado com um sonho estranho, ficou deitado de uma forma que pudesse ficar de olho no quarto de Helena, assim poderia vê-la quando saísse.
E lá estava ela, vinha pelo corredor, usava shorts e uma camiseta larga de banda, seu cabelo estava solto e muito enrolado, da forma que Dan adorava, ele segurou uma respiração quando ela ergueu os braços para amarrar o cabelo.
Dan observava tudo nela, já fazia muito tempo, mas roubar para si esses pequenos momentos em que ela não o notava fazendo isso, era o melhor de tudo, sorriu com a simplicidade do momento.
Ele desejava tanto isso que chegava a doer, desejava esses simples momentos com Helena, acariciar seu rosto, seu cabelo, a abraçar sentindo seu corpo junto ao dele, as vezes se perdia tanto nesses pensamentos, eles pareciam tão melhores e mais reais que a realidade.
Sua expressão endureceu com o pensamento, sua mente o torturava com imagens de tudo que ele desejava ser real, mas infelizmente não eram reais, talvez nunca seriam.
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