Derick
Incerteza
Beymuth, Valanthar, quinze dias depois...
O invólucro sepulcral em que o corpo de Rikkar de Brunne havia sido depositado, estava ao lado do de seu avô Erandir de Brunne.
As mortes de seu pai, mãe e irmãos, haviam sido apagadas da história, e nem seus ossos puderam ser ali enterrados, já que os escombros do monstruoso castelo os encerraram para sempre.
Naquelas criptas deveriam estar Reston, Riudar, Rhemar e Selenna, e quando a vida seguisse a ordem natural das coisas, aí sim viria Rikkar, quem sabe com cem, cento e cinquenta, duzentos anos. Mas não com vinte e seis; não tão jovem assim, não sem ainda ter conhecido o amor, não sem ainda ter realizado grandes feitos, não, ainda não.
Talvez a cripta dos Brunne fosse ainda a única construção em honra àquele nome que estivesse intacta.
Localizada aos pés do Morro dos Gêmeos, onde outrora erguia-se o imponente castelo real, há mil e quinhentos metros do local, estavam as criptas Brunne. Elas adentravam o subsolo e espalhavam-se por camadas inferiores muito bem construídas pelo solanos, nome pelo qual também era conhecido o povo do sol. Ali estavam todas as gerações Brunne que haviam se estabelecido em Beymuth, desde Ankhar a Erandir.
O fato de Mikar Noutmander nunca ter mandado destruir o lugar e o manter intacto e inviolado, causava estranheza a todos, devido à natureza destrutiva do homem, mas não importava agora, o que importava era que pelo menos alguém daquela geração se juntaria aos seus antepassados.
Rikkar, a última esperança, fora covardemente envenenado, mas morrera em um trono, como um rei deveria morrer.
A dor e o sofrimento eram os únicos sentimentos que restara àquele esfacelado grupo que descia constantemente às criptas para prestar suas homenagens.
As expressões desoladas, o abatimento notório, o silêncio persistente; tudo pelo que tinham lutado estava ali na frente deles, deitado, imóvel há vários dias.
A pedra do esquife que cobria Rikkar, tinha o desenho do seu rosto, assim como o de todos os mortos Brunne.
Desde o fatídico dia em que o jovem se fora, Derick de Brunne passava mais tempo nas criptas que em qualquer outro lugar.
Nunca imaginou que se deixaria abater tanto assim outra vez, mas estava confirmando coisas sobre si que nunca quis admitir: a dor o fazia descer tão profundamente em um vazio existencial, que tudo o que ele conseguia fazer quando chegava a esse ponto, era vegetar.
Havia acontecido com sua esposa, com seu irmão e sobrinhos, e agora com Rikkar, a quem ele amava como um filho. Derick não vinha comendo, bebendo ou falando. Tudo o que fazia era sentar-se à frente daquele esquife e o olhar por horas.
Lenna tentou convencê-lo a não permanecer ali, assim como Zathar, Dennis, Aruel, Novath e tantos outros.
Todos tentavam lembrá-lo de que agora ele era o rei, de que o exército inimigo estava nos portões há dois dias e que a frota lesinense estava na baía Beymutita há pelo menos um, mas ninguém havia conseguido dissuadi-lo da ideia de se erguer dali.
Desde o fatídico dia ele usava a mesma armadura amarela e não havia tomado banho. Seu cheiro já começava a incomodar os que ali chegavam. Sua barba havia crescido um pouco, assim como seus cabelos. Naquele momento ele não emanava todo o garbo que um cavaleiro real deveria emanar. Mas ele não se importava. Tudo o que queria era que de alguma forma pudesse entrar naquele esquife e descansar, assim como seu sobrinho.
Do lado de fora uma multidão clamava por respostas. Todos queriam saber qual seria a decisão do novo rei, mas era como se ele nem estivesse ali. Era como se estivesse em um mundo alternativo, onde conseguia filtrar todas as vozes e todas as pessoas, onde ele ouvia e via somente o que queria: o nada.
Uma mensagem dos Unificados já havia chegado no dia anterior, mas Derick sequer lera. Ela dizia:
— Àquele que agora comanda a resistência, ordenamos que venha aos portões oeste para discutir os termos de rendição. Nêmenas K'leut.
Mas nenhuma resposta ainda havia sido enviada, e a incerteza do povo começava a ganhar tons de revolta.
As criptas Brunne, que por anos ficara no silêncio e na escuridão, talvez nunca tivesse recebido tantas visitas de uma só vez quanto nos últimos dias. Todos tentavam trazer a razão de volta a Derick de Brunne, o herdeiro do rei, mas todos haviam falhado.
Lenna chegara cedo naquela manhã. Com sua tocha na mão e seus passos macios e cadenciados, ela caminhou até Derick, mas diferente dos outros dias, não o tentou convencer de nada. Não falou, não chorou, não suplicou aos Antigos; nada. Hoje apenas se sentou ao lado dele e compartilhou sua tristeza.
Ninguém havia chorado mais que ela, ninguém se desesperara mais que ela, mas naquele momento, ao lado de seu amado, pôde sentir o tamanho de sua dor; e sabia que teria que ser mais forte por ele. Lenna sempre soube que todo o peso do mundo estava sobre as costas do jovem Rikkar. Ele era a última esperança, o filho de Reston de Brunne. Porém, o que na verdade ela ainda não havia entendido até então, era que naquele momento Derick era o último Brunne.
O imenso salão subterrâneo escavado aos pés do morro nunca fora de acesso aberto a qualquer um, mas agora podia-se afirmar que pelo menos mais de mil pessoas passaram por ali nos últimos dias, e a grande maioria era de soldados da Ordem; dentre eles, um jovem de aproximadamente quinze anos, e que Derick conhecia muito bem.
Ele atravessou toda a extensão do lugar, passou pelo Brunne e por Lenna como se nem estivessem ali, dirigiu-se até o invólucro de Rikkar para depositar uma das últimas flores amarelas ainda existentes em Beymuth, talvez a última antes que o inverno as levasse por um bom tempo.
Aquele gesto pareceu chamar a atenção de Derick; Lenna notou.
O rapaz parou em frente ao esquife e apenas olhou com um sorriso. Não chorou, não fez orações, não lamentou o ocorrido; apenas sorriu.
Quando ele já ia retornando pelo caminho que havia feito, Derick, inesperadamente segurou seu braço.
— Por que você sorriu, Jay? — A voz do Brunne saíra fraca e distante, debilitada pelo pouco uso dos últimos dias.
— Ele me deu esperança. — Disse o jovem, que assim como Derick, também era um cavaleiro real.
O Brunne o soltou. Aquelas singelas palavras pareceram reacender algo dentro dele.
— Perdoe-me por nunca ter perguntado, Jay... Onde estão seus pais?
O jovem cavaleiro olhou para cima como se estivesse apenas fitando o teto.
— Acima dessa colina, meu senhor. — Ele respondeu olhando fixamente para o Brunne. — Embaixo dos escombros do castelo... Junto com o rei Reston e todos que morreram na unificação.
Derick ficou admirado com a postura do rapaz. Sabia de seu valor como soldado e até como um jovem cavaleiro, mas não era comum alguém naquela idade falar com tanta determinação. Dava para sentir que os eventos que arrasaram a cidade mãe também o tinham moldado de alguma forma.
— E que esperança esperava encontrar aqui? Ele está morto.
O rapaz sorriu e encheu o peito antes de responder:
— Vim ver meu rei. — ele disse as palavras olhando fixamente para Derick.
Naquele momento Derick foi impactado, pois sabia que o garoto não falava de Rikkar, mas sim do novo rei.
E então reunindo as poucas forças que tinha, o último Brunne se levantou meio cambaleante de seu lugar de resignação, coisa que já não fazia há um bom tempo.
— Gostaria de poder ser sua nova esperança, mas acho que não consigo.
Antes de responder, o jovem sorriu para Derick da mesma forma que sorriu para o sepulcro de Rikkar.
— Esperança é tudo o que nos resta. Sem ela estamos perdidos. Pode até não gostar de ter esse peso sobre suas costas, mas não terá como fugir disso. É o nosso rei agora, e estaremos ao seu lado para tudo o que vier... Todos somos a Ordem.
E como se enfim tivesse voltado à vida, naquele momento Derick de Brunne percebeu que estava sendo um tolo. Havia esquecido que todos tinham feito sacrifícios para ingressar na Ordem, assim como ele próprio.
Logo após a unificação, as pessoas se escondiam como ratos, mentiam para salvar suas vidas, tinham suas privacidades violadas e por vezes eram assassinadas.
Mas com o passar dos anos, muitos dos que chegaram aos subsolos do castelo Redmond, foram aprendendo a se defender e a lutar. Rikkar lhes deu esperança de um futuro melhor.
Derick então sentiu a vergonha o consumir. A dor não era exclusiva dele, havia milhares que também a sentiam, milhares que naquele momento precisavam que ele fosse forte, e ele estava ali, prostrado em sua dor, se esquecendo que ela não era somente sua, então tomou enfim uma atitude.
— Você é um grande cavaleiro, Jay... e um grande homem. — Disse ao rapaz, antes de estender a mão à Lenna. — Estou pronto, e a quero do meu lado.
O sorriso de Lenna se misturou com as lágrimas que caíam de seu rosto.
— Venha comigo Jay, também o quero ao meu lado.
— Sempre estive, senhor. — o rapaz respondeu com firmeza.
Derick ameaçou esboçar o primeiro sorriso desde a morte de seu sobrinho, mas ao invés disso ele foi até a urna em que estava o corpo, passou a mão pelo rosto desenhado na pedra e depois voltou ao grupo.
Os três começaram a andar e quando chegaram ao lado de fora, tamanha foi a surpresa de Derick ao ver que aos pés do morro havia uma grande multidão. Todos estavam em silêncio e visivelmente abalados.
Ao verem Derick de Brunne, eles começaram a cochichar entre si, e em pouco tempo já se ouvia um barulho ensurdecedor.
Jansen Hover apareceu à frente de Derick.
— Como estás, meu senhor?
O Brunne achou muito estranho o homem tratá-lo daquela forma, mas logo compreendeu que não teria como fugir daquilo, todas aquelas incontáveis pessoas precisavam dele agora.
— Perdoem-me por ter falhado com vocês. Sei que precisam de mim e eu os abandonei. Mas agora estou aqui, e quero ajudar da melhor forma possível.
— Derick... — Novath chegava às costas do Brunne e ele nem percebeu — Você é o rei agora. Decisões importantes precisam ser tomadas.
— Eu sei... — Derick respondeu com um assentir.
— O que fará em relação a isso? —Hover perguntou oferecendo a mensagem ameaçadora dos unificados.
O Brunne pegou o papel com certa displicência e o leu. Depois o amassou entre os dedos e o jogou fora.
— Responda que pela manhã encontrarei Binn e seus lacaios.
Derick estava convencido de que tudo aquilo fora armado por Benaffar Binn. A invasão, o assassinato de Mikar Noutmander II, e principalmente, a morte de Rikkar. Tinha que confrontar o homem face a face antes de tomar qualquer decisão.
— Anuncie ao povo que a resistência continua. Agora preciso comer e descansar um pouco, me preparar para amanhã.
Derick foi andando junto a Lenna e Jay, mas logo em seguida os outros oito cavaleiros de armaduras amarelas se puseram ao seu lado. Eles iam afastando a multidão, que queria se aproximar do novo rei, enquanto Derick somente queria chegar à sua tenda para descansar. Na manhã seguinte, literalmente teria que decidir o destino de Beymuth.
Enquanto isso, em alto mar...
— Tem certeza que é ele? — Ronnar perguntou a Mereniz Touler, enquanto o homem ainda mantinha o objeto em um olho e fitava o horizonte.
— Sim. É Pintado. — O capitão respondeu com sua baixa voz e tirando o olho distante do rosto. — Joguem a escada para ele subir.
Em alguns minutos o homem que remava sua pequena canoa chegou até o navio.
Ele subiu as escadas ajudado por outros marujos.
— Diga, pintado, o que descobriu? —Perguntou Ronnar em um tom de urgência.
— Há pelo menos duzentos navios fora do porto, mas agora somente os capitães e alguns poucos marujos estão neles. Os milhares de soldados que eles transportaram estão na baía Beymutita. Estão parados aguardando a resposta do rei aos unificados.
— Que resposta? — Perguntou Ronnar.
— Além das tropas que estão no porto, ouvi dizer que pelo menos o triplo do número de soldados que vi na praia está acampado no portão oeste. Eles dividem suas forças em duas frentes, e inesperadamente a maior parte veio por terra. Corre a notícia de que ontem Nêmenas K'leut enviou um ultimato para o novo rei, exigindo sua presença para negociar uma rendição pacífica.
Ao ouvir as últimas palavras, Skiff, que até então só observava de longe, interveio:
— O que quer dizer com novo rei? — O rapaz já começava a ficar abalado com o que poderia ouvir.
Os olhos de Ronnar se arregalaram, assim como os de Tim Baker e Malakar Jones.
— Garoto... — pintado olhou para Skiff. — sei que você gostava do jovem rei, mas ele morreu.
Skiff sentiu como se um soco acertasse a boca de seu estômago. O ar lhe faltou, as pernas tremeram e as lágrimas chegaram sem avisar.
— N-Não é verdade. Você está mentindo...
— Infelizmente não, garoto. Foi envenenado no dia da sua coroação.
— NÃOOOOOO!!!!! VOCÊ ESTÁ MENTINDO! RIKKAR É FORTE! ELE DEVE TER SOBREVIVIDO! ELE DEVE TER SOBREVIVIDO!
Steve Kiffer caiu de joelhos e sentiu o chão se abrir abaixo de si. Não queria de maneira alguma acreditar no que acabara de ouvir, mas dentro de si, sabia que era verdade.
— Quando aconteceu? — Malakar perguntou, visivelmente abalado.
— Pelo que entendi, há alguns dias. O fato é que a cidade inteira está sitiada, e a qualquer momento os ataques poderão ser ordenados. Inúmeras máquinas de guerra já estão posicionadas na praia, e se a ordem vier, com certeza colocarão aquelas muralhas abaixo.
— O que faremos, Tim? Reuni todos os corvos existentes para que ajudássemos o seu garoto, mas agora ele está morto. Sem um rei, talvez nem haja uma guerra. — Mereniz dirigiu-se a Baker.
Tim estava de cabeça baixa. Sua tristeza foi evidenciada pelas lágrimas que rolaram do rosto ainda inchado pelas pancadas.
— Não sei o que fazer, irmão... Precisamos saber se realmente é verdade. E se for, precisamos saber se ainda há algo pelo que valha lutar.
— Algo pelo que valha lutar? — o rosto de Jones emanava fúria. — Há milhares de pessoas ali dentro! Como você pergunta se há algo pelo que valha lutar?
— P-Perdoe-me Jones... Você tem razão.
— Há Derick. — Afirmou Ronnar com voz grave, intervindo na fúria de Malakar. — Se bem me lembro, ele também é um Brunne. E se há um novo rei, como pintado disse ter ouvido, não haveria outro que poderia ocupar o cargo senão ele.
— Derick Lancaster. — Afirmou Baker.
— Como disse, ele também é um Brunne, ainda que use o nome Lancaster. — Ronnar reafirmou sem olhar para Baker. — Preciso saber se ele retornou à Beymuth, saber se está atrás daquelas muralhas, saber se ele é o novo rei. Se essas informações se confirmarem, digo que há pelo que lutar.
— Você seria automaticamente reconhecido, Ronnar. — Interveio Malakar Jones. — Precisamos de alguém que não levante suspeitas.
— E-Eu vou...
Todos se voltaram para a fraca voz de Skiff, que ainda permanecia no chão chorando.
Seus olhos ganharam tons totalmente vermelhos e sua expressão era de pura desolação.
— Derick está vivo... Precisa estar... E-Eu irei até ele. — Prometeu Skiff com a voz entrecortada por soluços.
— E como fará isso? — Perguntou Touler com ceticismo. — Chegar à praia não será problema, pintado dará a volta nos navios lesinenses, como já fez, me refiro a como você faria para atravessar as muralhas.
— Pelos esgotos da ala sul. Algumas vezes eu os atravessava para pegar conchas na praia e levar para... Para... Rikkar. — Após falar ele baixou a cabeça e chorou em silêncio.
— Levante-se daí, garoto. — Malakar estendeu a mão e Skiff a pegou.
— Tudo bem então, Skiff. Se recomponha e se prepare para partir assim que escurecer. — Ronnar pôs o braço em volta do garoto e o conduziu para o porão do navio, acompanhado por Malakar e alguns de seus homens, deixando somente Tim Baker e Mereniz Touler, o Corvo Rei.
— Tim... Precisamos conversar... —Touler disse, assim que estavam sozinhos.
Baker olhou para o irmão e torceu os lábios. Já imaginava tudo o que ele iria dizer, mas limitou-se a ouvir.
— Vim por você. Reuni mais de oitenta capitães sob o meu comando, por você. Para atender um pedido seu de ajudar o garoto a retornar ao trono... Mas ele morreu. Como direi aos outros capitães que estamos aqui por nada? Somos corvos do mar, Tim, nunca esqueça disso. Precisamos ser recompensados por nossos esforços, e se ele morreu, quem nos recompensaria? Não se iluda, Irmão, os navios que nos acompanham não estão aqui por sua causa, estão aqui por que os chamei, e por isso te pergunto: o que pretende fazer, preciso dar uma satisfação a eles.
Baker suspirou.
— Você entende como me sinto? Faz ideia dos demônios que me corroem por dentro todos esses anos? Não posso abandoná-los, Mereniz... Não posso. Rogo aos Antigos que Derick de Brunne realmente esteja vivo, mas se não estiver... Ainda assim continuarei aqui. Se morrer tentando reparar o erro que cometi for o meu destino... Assim será. Mas não se preocupe, não posso exigir algo assim de vocês. Sei qual a conduta que corvos seguem, e não os julgo, mas não posso abandonar Beymuth outra vez, ainda que não exista mais um rei para defender.
— Como você ousa achar que eu o abandonaria? — O rosto de Mereniz ganhara um tom sombrio. — Você é meu irmão, meu único irmão, um irmão idiota e suicida, mas ainda meu irmão amado. Você acha realmente que eu o deixaria morrer e não faria nada?
Baker abraçou o irmão.
— Só tenho que dar a eles outra coisa no lugar da promessa de salvo conduto que o rei provavelmente daria. — Mereniz sorria abraçado a Tim.
De repente Baker se soltou do corvo e o encarou com ar de quem acabara de ter uma boa ideia.
— Irmão! Sei de uma maneira que fará todos os capitães correrem o risco, com rei ou sem rei!
— Ande, fale!
— Quando escurecer mataremos todos aqueles malditos nas praias, e assim que terminarmos, teremos duzentos novos navios, não consigo imaginar um prêmio melhor para qualquer corvo do mar!
Touler sorriu.
— Na verdade eu já planejava ficar com alguns navios, e não queimar a todos, como você queria, mas confesso que duzentos é um número muito mais atrativo. Só tenho uma dúvida... Como faremos isso sem que eles zarpem assim que nos aproximarmos com os nossos navios?
— E quem disse que nos aproximaríamos com os navios?
— Não sei se entendi, Tim?
— Seus homens sabem nadar, Touler? ... — Baker perguntou em um tom risonho e impessoal.
— Somos corvos... O mar é nossa casa.
— Então venha, Irmão. Tenhouns detalhes a combinar com Skiff antes que ele parta. — O tom da voz de Bakervoltava a ganhar seriedade. — Se tudo sair como espero, Rikkar de Brunnecomeçará a ser vingado ainda hoje.
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