"Poder é sempre perigoso. Atrai o pior e corrompe o melhor."
-Vikings

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Quando os olhos de Jack finalmente conseguiriam enxergar dentro da cabana, mesmo com todo o breu que a preenchia, ele prendeu a respiração.

O local parecia mesmo abandonado, até por dentro.
As teias de aranha estavam por todos os lados e os móveis, cobertos por panos brancos que com o tempo já estavam amarelados.

No entanto, o que realmente chamava atenção era a senhora sentada no chão empoeirado com as costas apoiadas na parede.
Os cabelos pretos eram escuros e caiam lisos até os ombros, os olhos azuis dela faziam com que Jack lembrasse de alguém, mesmo não tendo certeza de quem.

Ela usava uma roupa que parecia de custo alto, um vestido vermelho decorado em ouro, seu pescoço era a mera lembrança de que ali, uma joia rara repousava, agora, o que estava entornando-o era um pano branco que antes deveria ter ficado na boca da mulher.
Suas mãos estavam presas por cordas, assim como seus pés.

Lucy arregalou os olhos ao ver que era daquela mulher que os gritos vinham e se remexeu ao lado de Jack.

—Vamos, temos que entrar ali.—Disse impaciente, sem conseguir encarar por muito tempo aquela situação sem fazer nada.

No entanto, os olhos de Jack ainda examinavam o local. Quando a mulher se remexeu para gritar novamente ele percebeu que ao lado dela tinha um corpo.
Um menino de cabelos marrons estava amordaçado, Jack temia por não saber se ele estava apenas em um sono profundo ou se nunca mais acordaria.

— Temos que ter certeza se..— Jack tinha começado a falar, porém, logo se calou ao ver a porta de entrada da cabana ser aberta com brutalidade.

Ele segurou na mão de Lucy com força, fazendo com que ela se agachasse, para que assim, quem estivesse lá dentro não percebesse que ambos estavam espiando.

Um homem com roupas pretas, que pareciam de guerra, entrou. Ele tinha os cabelos dourados como raios de sol e uma grande cicatriz do lado direito do rosto.

— Vejamos, nossa querida majestade estava gritando.— A voz rouca e pesada do homem soou. Ele se aproximou da mulher e a chutou com o bico da bota.

A mulher se contraiu, porém, seus olhos queimavam em direção ao homem.

— Vá para o inferno.— Ela cuspiu as palavras, entretanto, ele apenas riu.

Lucy estava agarrada a Jack, assustada com a cena que presenciava.
Os humanos eram tão cruéis assim?

— Rainha Eliza, a senhora deveria ser mais educada, isso não são modos para alguém da realeza.— Falou com um tom nítido de zombaria.

As pupilas de Jack dilataram e ele encarou Lucy, que também o olhou.
Aquela era a Rainha Eliza? A mãe de Isaac?

Eles lembravam vagamente de Nathaniel comentando que a carruagem da rainha deveria ter chego no dia do festival, porém, todos acharam que tinha acontecido algum imprevisto insignificante no meio do trajeto para ela não ter chego a tempo.

Ela estava vindo junto com o filho de Joseph, primo de Isaac.
Certamente o garoto desacordado no chão.

Aparentemente, o inconveniente que tinha feito a carruagem da rainha atrasar, não tinha sido tão insignificante assim.

O homem da cicatriz se ajoelhou na frente da rainha e apertou o rosto dela, a impedindo de falar ou gritar novamente. Ele colocou o pano de volta em sua boca.

— Para o seu bem, espero que ninguém tenha escutado seus gritos.— Ele falou baixo, tentando assusta-la.— E não se preocupe,  não vão estar mais sozinhos aqui— Olhou com o canto dos olhos para o corpo do menino desacordado.

O homem se levantou e colocou a mão na cintura antes de indicar com os dedos para que o rapaz, que estava na entrada da cabana, saísse.

— Sabe, eu já tinha ficado muito orgulhoso de mim mesmo e dos meus homens quando eu encontrei você e Matthew— Esse era o nome do filho de Joseph, Lucy lembrava.— voltando para o castelo. Foi muito fácil sequestrar vocês e o palácio ainda nem se deu conta do sumiço de ambos. No entanto, ontem eu ganhei na loteria.

O rapaz que tinha saído, retornou com mais quatro homens, eles seguravam duas pessoas, um homem e uma mulher, ambos usando sacos pretos na cabeça.

— Estava pronto para ir ao castelo com a finalidade de negociar os acordos para devolvê-los quando encontro uma carruagem. —O homem da cicatriz continuou.— E sabe o que é melhor do que ter a rainha e seu sobrinho?

Eliza apertou os olhos enquanto o encarava e em seguida olhou para o casal que se debatia.

O homem de cicatriz balançou a mão para os homens, que puxaram os sacos.

— Ter o próprio herdeiro ao trono. O futuro rei, o príncipe.

E lá estavam, sendo segurados pelos braços enquanto se debatiam, Ester e Isaac.

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Dylan estava deitado na grama olhando o céu enquanto Nia andava de um lado para o outro, quase atravessando o chão.

— Você vai ficar louca! —Sussurrou Dylan a olhando com o canto dos olhos.

— Como você consegue ficar calmo? —Ela praticamente gritou.

Nia era uma garota calma e reservada, entretanto, quando ela estava nervosa ficava em um estado totalmente diferente.

— Sei que perder a cabeça não irá adiantar. —Ele se sentou.— Nathaniel disse que está cuidando de tudo e pensamentos positivos sempre, quem sabe eles só ficaram perdidos na floresta.

Nia o olhou duvidosa e suspirou profundamente, fechou os olhos com força e pediu. Pediu para que os amigos estivessem bem.

Dylan levantou-se, sacudindo a blusa para tirar os rastros de terra, quando seus olhos examinaram o portão do castelo. Ele estava sendo aberto e os guardas traziam um homem, que tinha fardamento real,entre os braços.

— Algo está acontecendo. —Dylan destacou para Nia e ambos, sem pensar duas vezes, foram indo atrás.

Os guardas carregaram o homem até o pequeno estabelecimento ao lado do castelo, onde os guardas, esgrimistas e praticamente todos os serventes do castelo e da família real ficavam.

Nathaniel estava na entrada e quando avistou o grupo de guardas com o homem, fechou os punhos e veio em passos rápidos.

— Onde vocês o encontraram? —Ele tocou no rosto do homem para ver se ele estava consciente.

— Ele chegou a pé, senhor. —Um dos guardas declarou.

Nia e Dylan observavam confusos toda aquela cena.
Nathaniel ordenou que os guardas deixassem o homem em um dos quartos do estabelecimento e voltassem para o trabalho. Foi o que eles fizeram.

Nathaniel ia entrar na grande construção de pedras acinzentadas quando Dylan o intercedeu.

— Nathinel. —Ele se virou para olhar nos olhos do rapaz.— O que está acontecendo aqui?

— O homem que acabou de chegar, ele era o cocheiro da carruagem em que Ester e Isaac pegaram. Algo está muito errado.

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O homem foi deixado em um dos quartos e Nathaniel entrou logo em seguida para ficar com ele.
Foi bastante difícil dispensar Nia e Dylan, que queriam saber mais da situação, no entanto, Nathiel os convenceu ao dizer que precisava interrogar o homem para saber mais sobre o que tinha acontecido.

Os guardas reais retornaram para seus postos, dessa forma, Nathaniel estava sozinho com o cocheiro.

Adrian, era o seu nome.

Depois de ter os ferimentos, que eram muitos, bem cuidados, o homem se sentia melhor, bem o suficiente para se sentar sozinho.

Nathaniel puxou uma cadeira para perto da cama em que Adrian estava e cruzou os braços.

— Bom, Adrian. Você era o único com o príncipe e a garota ninfa, Ester, no dia de ontem. Quero que você me conte exatamente e com detalhes o que aconteceu.— Ordenou.

Adrian tentou manter a postura reta e se concentrar, ele tinha passado a noite toda caminhando para chegar ao castelo.

— Tanto o Príncipe Isaac quanto Ester entraram na carruagem e me foi mandado que eu os trouxesse para o castelo, como todos estavam fazendo a segurança do Rei Joseph ou curtiam o festival, disseram que somente eu iria com eles, achei que não teria problemas, afinal de contas nunca tivemos nada perigoso demais por essas redondezas— Respirou fundo e colou a mão no peito como se doesse.— Então, no meio do caminho, vários homens com roupas negras impediram que eu continuasse com a viagem. Eles invadiram a carruagem e pegaram tanto o príncipe quanto a garota ninfa. Eles nos levaram entre a mata e comemoravam, não fazia ideia de quem eram.

Nathaniel fazia.
Ele temia a tempos que isso fosse acontecer, já faziam alguns anos que os revoltosos queriam prejudicar a família real.

—Então, eles montaram acampamento no meio da floresta e me prenderam em uma tenda, o líder deles chegou. Um homem loiro com uma grande cicatriz no rosto— Adrian indicou no próprio rosto onde a cicatriz do homem deveria ficar.— entrou. Ele falou para mim que todos alia faziam faziam parte de um grupo chamado Aliança do oeste.

Era como Nathaniel temia, eram os revoltosos.

— Disseram para mim que estavam vindo para o castelo quando encontraram a minha carruagem— Continuou.— Eles estavam indo para o castelo— Adrian vacilou nas palavras, fazendo com que Nathaniel se remexesse na cadeira.

— Pode continuar. —Incentivou.

— Estavam vindo para o castelo pois queriam que o Rei Joseph renunciasse ao cargo. Para convencer o rei de fazer isso, eles capturaram o duque Matthew e a Rainha Eliza, que estavam vindo para o festival.

Nathaniel arregalou os olhos e segurou na cadeira temendo que caísse.
A Rainha e o filho de Joseph deveriam ter chego na noite anterior, no entanto, pensaram que eles tinham optado por não viajar à noite, por isso não chegaram.

Como Nathaniel tinha sido descuidado ao pensar assim.

— No entanto, agora que estão também com o Príncipe Isaac, eles exigem além da deposição da família real que as cinco ninfas que foram abrigadas aqui no castelo sejam entregues a eles. Eles não fazem ideia que a garota Ester, é uma ninfa. Como estão vindo do oeste, não chegaram a ver o rosto das ninfas, então, eu e o príncipe Isaac deixamos que eles pensassem que Ester é apenas uma camponesa.

Nathaniel levantou nervoso e passou a mão pelos cabelos.
Sabia o que estava acontecendo ali.

Scrinnfel assim como os outros países estava em guerra, até o momento era apenas diplomática, sem muitos feridos.
No entanto, Scrinnfel era o único entre todos os países que ainda tinha seus seres mágicos.
A guerra, a batalha, tinha começado por medo. Os outros países não tinham mais seus seres mágicos, temiam o poder das ninfas e ficavam revoltados pela família real ter feito um acordo com as ninfas (o acordo feito entre Fillipe e a Rainha das ninfas, para que ambos os mundos não se misturassem), invés de matá-las.

Antes, todos os países tinham sua metade humana e sua parte sobrenatural, no entanto, os homens com a sua ganância tinham esgotado o poder dos seres mágicos até a morte.

As ninfas de Scrinnfel eram fortes e difíceis de se manipular, uma vez que eram incrivelmente inteligentes, por esse motivo sempre viveram afastadas e nunca foram extintas.
Scrinnfel foi o único entre todos os países que não utilizou e matou seus seres mágicos.

Os revoltosos queriam que a família real usasse as ninfas como armas. Os revoltosos eram homens sedentos por guerra e destruição, loucos por poder.

A batalha apenas permanecia pois os outros países tinham muito medo, não sabiam do que Scrinnfel e suas ninfas misteriosas poderiam ser capazes, achavam que as ninfas eram seres demoníacos, amaldiçoados.
Temiam que o que os revoltosos quisessem se tornassem realidade. Se as ninfas fossem usadas como armas, os outros países não teriam chance.

No entanto, ao invés de atender o pedido dos revoltosos, Fillipe, que era o Rei, nunca sequer ousou pensar em atacar as ninfas e usá-las, mesmo com toda a amargura que ele tinha, nunca quebrou os acordos com a Rainha das ninfas.
E com a entrada de Joseph, os revoltosos viram uma chance de conseguir o que tanto desejavam, já que a ideia de integração possibilitava a captura de todas as ninfas, as enganando, principalmente agora que a princesa estava em um exílio desconhecido e a rainha tinha desaparecido.

Os revoltosos querem a deposição da família real para que eles possam eleger um rei que vá iniciar uma guerra e que usará todo o poder das ninfas para aniquilar os outros países.
Tornando assim, Scrinnfel um país supremo, tendo todos os outros países e as ninfas como escravos.

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O que foi isso, minha gente?
Não é brincadeira não.
A Rainha Eliza, o filho do Joseph, Isaac e Ester foram todos capturados pelos revoltosos do oeste.
Jack e Lucy estão espiando e observando toda a cena, será que eles vão agir? Vão fazer algo?

E o que acabamos de descobrir?
Scrinnfel está em guerra com os outros países pois eles queriam que todas as ninfas fossem mortas, ao que parece, eles temem os poderes delas.

Eu nunca sou muito boa pra explicar as coisas hahaha
Espero de verdade que tenham entendido o capítulo de hoje e se não tiverem, por favor, não hesitem em me contar.

Espero que tenham gostado do capítulo.
Não se esqueçam de votar e comentar!
Bjs

Até logo!♥️