Capítulo 08 No bico do corvo
Ao chegar no acampamento levei um baita sermão da minha mãe por sair sem permissão, ninguém comentou que estive na sede da fazenda, mas também não deu para ignorar que fui encontrada longe de onde deveria estar. Agora eu estava de castigo, não ia poder ficar saindo, o que significava que não veria, Bruna, nem Samuel.
— Ele perguntou de você — disse Soraia, assim que chegou da fazenda.
— O Alê não quer que me aproxime dele.
— Te mandou um bilhete, disse que te deu o número do celular, mas você não entrou em contato.
— A mãe guardou meu celular, disse que devolveria só depois que eu tirasse o gesso. Faz parte do castigo.
— A Brenda voltou lá, eles conversaram, ela saiu chorando.
— Se soubesse que ia ficar de castigo trinta dias teria lhe dado uns tapas, assim ao menos teria uma boa lembrança nesse confinamento.
— Vou tomar banho, hoje irei me encontrar com o Cristian, se quiser responder o bilhete... — Soraia sorriu deixando o quarto.
O que fazer quando uma cigana sem juízo, quer ajudar a irmã que não tem?
"Nat, me desculpe por tudo o que aconteceu, eu juro que não tenho nada com ela. Foi um lance de fim de semana, ficamos algumas vezes, mas nada sério. Minha mãe vai voltar da outra fazenda e conversarei sobre a presença de sua afilhada aqui em casa, pode ficar tranquila. E sobre o acidente, fiquei muito preocupado, queria tanto te ver, minha cigana rebelde. Saudade do teu beijo."
— Saudade do teu beijo também — murmurei beijando o bilhete.
"Meu irmão me fez prometer que me afastarei de ti, mas é tão difícil. Sinto sua falta, meu gadjô proibido."
***
Quando o sol se pôs a fogueira foi acesa e todos se reuniram como era de costume, eu me sentei em uma cadeira perto da fogueira e fiquei observando as meninas dançando. Confesso que senti uma pontinha de inveja por vê-las assim, era como se uma parte de mim tivesse se apagado e agora estava com a consciência pesada por ter me afastado tanto de minhas origens.
— O preço da rebeldia é alto, não é ciganinha sem juízo? — perguntou Ian, se sentando em um toco ao meu lado. — Como está o pé?
— Quebrado, doendo, de castigo — respondi com um sorriso fraco.
— Logo estará por aí aprontando todas novamente.
— Obrigado por não contar nada, eu nem sei como retribuir esse favor.
— Não é favor, Nat, eu não não quero que se meta em confusões. Se puder evitar ficar indo lá, seria melhor, e nem é somente por conta daquela garota, no estábulo só tem homens e não é um ambiente para você.
— Eu vou evitar, sim, mas ninguém faltou com respeito comigo lá, pode ficar tranquilo. Eles têm receio de se aproximar, por medo de você e meu irmão ficarem bravos — falei ganhando um sorriso.
— Não é medo, é respeito, eles tem irmãs e não mexemos com elas, então não permitimos que mexam com as ciganas também. Eu já avisei que não quero liberdades nem com a Soraia nem contigo, as outras ciganinhas não vão até lá, mas vocês são teimosas.
— E a Bruna?
— A Bruna está evoluindo, mas se não perder o medo, será difícil conseguir participar de alguma competição.
— E a noiva?
— Que noiva, eu ainda não escolhi ninguém, quem está me apressando é o Ivan, pelo visto ele já deve ter uma pretendente.
— Olha, só, empatando o casório do irmão — falei com um sorriso.
— Ele que espere, estou terminando a pós e se noivar será só no fim do ano.
— Sacanagem.
— Não é sacanagem, Nat, eu não quero noivado longo, assim que firmar o compromisso já me preparo para o casamento.
— Os gadjes namoram um tempo para se conhecer até iniciar a vida a dois.
— É cultural, Nat, mas eu penso que o que faz um relacionamento dar certo é a dedicação do casal. De que adianta viver um relacionamento longo na tentativa de se conhecer, se quando passa a dividir o mesmo teto é como se tudo voltasse à estaca zero?
— Nunca parei para pensar nisso.
— Família é sagrada, e uma vez formada, não deve se desfazer.
— Você se casaria com uma gadjí?
— Olha, sinceramente eu não sei, porque sou um cara que respeita muito as nossas tradições e elas têm seu próprio costume, talvez isso causasse um conflito.
— Nem todas são iguais.
— Sim, mas é uma questão de escolha, eu prefiro me casar com uma cigana. Não posso levar qualquer pessoa para dentro da minha casa.
— A escolhida será uma mulher de sorte — falei, e nem era mentira.
— Se cuida, Nat — disse ele, se levantando.
— Ele é lindo, não é? — disse Ariane se aproximando.
— Ele quem?
— O Ian, eu vi como olhou para ele.
— O Ian, é um fofo, não merece alguém como eu.
Olhei para Ian, que conversava com meu irmão e desviei o olhar quando retribuiu. Aquela noite ele estava mais bonito do que de costume, usava uma calça preta com uma camisa azul de cetim. Seus cabelos estavam presos por uma bandana, diferente de como se vestia para trabalhar. Ele normalmente já se destacava por ser o mais alto de todos, mas agora, iluminado pelas chamas da fogueira, ficou simplesmente irresistível. Quem dera ter meu celular ali para tirar uma foto para que a Bruna pudesse ter a mesma visão que eu.
— Alguém precisa de um babador — Ariane sorriu me deixando envergonhada.
— Boba — eu ri quando ela se afastava.
O meu castigo me impedia de sair para longe, mas por incrível que pareça, eu estava contente aquela noite. A alegria do meu povo dançando e cantando em volta da fogueira me fez derramar lágrimas de saudade, de algo que estava ali à minha frente e, ao mesmo tempo, se distanciando. Eu estava confusa, tentando encontrar um rumo devido a influências externas, mas uma coisa é certa; nasci cigana, e ninguém tiraria isso de mim.
O sangue que corre em minhas veias, a minha essência jamais mudaria, mesmo que um dia precisasse fazer escolhas difíceis, e que essas me levassem para longe dos meus. O meu amor pela minha etnia, o meu orgulho de ser cigana, esse jamais morreria.
***
Durante o tempo que fiquei em Foz do Iguaçu eu pude fazer vários cursos. Nas comunidades mais conservadoras como a minha, não era de costume as ciganas estudarem tanto, apenas aprendiam a escrever e já tinham que deixar o colégio para formar uma família. Com o tempo algumas coisas foram se ajustando conforme a necessidade, eu por exemplo terminei o ensino médio, fiz cursos relacionados a culinária, bordados, artesanatos, até violão, que foi o que mais me identifiquei, e confesso que tocar se tornou uma válvula de escape para minhas noites solitárias.
Agora durante o castigo, então, era minha principal distração. E por falar em castigo, uma semana se passou desde meu acidente, eu passei pela fase do arrependimento, da euforia, da angústia, da revolta, da vergonha, até mesmo a desilusão, agora estava na fase neutra, eu apenas existia.
— Não vai se arrumar, hoje temos visita — disse meu pai.
— Visita?
— A família do cigano Enzo veio pedir a mão da Maria, filha do Tenório.
— A Maria tem doze anos já?
— Está prestes a completar treze, um encanto de menina.
— E o Rapaz?
— Ele tem dezessete, é um jovem trabalhador, uma boa escolha.
— Que bom, fico feliz por ela.
— Se estiver com dor, não precisa ir, é justificável — ele me ofertou um sorriso terno, antes de se afastar.
Meu pai, apesar de rígido, sempre foi atencioso com a família, ele era paciente para ouvir, enérgico para corrigir, mas, ao mesmo tempo, amoroso, com gestos e palavras. Mesmo o conselho às vezes cobrando sobre o fato de nenhum de seus filhos serem casados ainda, ele permitiu que ao menos tivéssemos tempo de estudar o básico. Uma realidade que todos tiveram, como a ciganinha Maria, que estaria de casamento marcado. Ao menos ela estava feliz com a escolha de seu noivo.
Aquela noite consegui interagir um pouco mais, mas a conversa sobre casamento era algo que me deixava inquieta, bastava chegar perto das ciganas mais velhas e elas já tocavam no assunto como se minha solteirice fosse algo sobrenatural, eu hein.
— Eu mal completei dezoito e já me consideram encalhada — murmurei voltando para casa, onde peguei meu violão e aproveitei o silêncio para tocar um pouco. Era como se meus sentimentos se externassem através daquele som melancólico.
A casa vazia se encheu com minha voz, e só se ouvia o eco de minha saudade...
— Nat, eu ouvi o som do violão, você toca muito bem, e canta também, deveria tocar lá fora, todos iam gostar de te ouvir cantando — disse Soraia, aparecendo na porta do quarto.
— Quando estiver com ânimo eu toco para todos ouvirem — falei, olhando para o nada.
— Eu estive na clareira, mas não quis me estender, com visita aqui tive medo de que notassem meu sumiço.
— Você esteve com ele?
— Sim, e fiquei com pena, ele estava triste. Disse que ainda se sente culpado pela garota ter te ofendido.
— Ela é uma idiota, da próxima a faço comer grama.
— Vontade não falta — Soraia soltou uma risada nasal.
— Não como das outras vezes, mas hoje senti saudade dele — assumi, deixando o violão de lado e me debruçando na janela. — Só se fala em casamento lá fora, eu só queria um amor para viver.
— Ele ficou todo bobo com seu bilhete, até te mandou outro.
— Cadê?
— Calma, curiosa!
Soraia deu uma olhada pela porta do quarto e me estendeu o papel.
"Minha pequena, queria tanto que estivesse em meus braços agora. Tantos dias sem te ver parece uma tortura, penso em você e sinto seu cheiro, o gosto dos seus lábios, que falta está me fazendo, Nat."
— Ele sente a minha falta — sorri com lágrimas nos olhos.
— Cristian disse que nunca o viu assim.
— O que eu faço da minha vida, Sô?
— Tem certeza de que está perguntando isso para mim?
— Mesmo que eu pudesse ficar com ele, é loucura encarar um relacionamento com um cara que tem uma garota surtada em seu encalço.
— Aí depende de o quanto você está disposta a ficar com ele. O cara não tem culpa, o que deve ser levado em consideração é o comportamento dele, não dela. Acha que não joga suas amigas em cima do Cristian?
— Eu não duvido.
— O Samuca disse que se tiver que ficar mais vinte dias sem te ver, vai vir aqui escondido durante a noite.
— Valha-me, ele quer me lascar de vez?
— A culpa é do nosso coração que escolheu a pessoa mais improvável de todas.
— Talvez o coração tenha escolhido a pessoa certa, e o que para você é improvável, para ele se chama destino.
— Talvez — Soraia respirou profundamente. — A única coisa que sei, é que devemos temer a tudo nesta vida, menos a felicidade. Eu, Soraia, vivo o hoje, se amanhã as coisas derem errado pelo menos tive algo de bom para ser lembrado, é melhor do que ficar me lamentando pelo que nunca vivi.
— Olha, está falando bonito, até me inspirou, vou escrever um bilhete para que entregue amanhã.
" Queria poder estar ao seu lado pelo menos um instante. É difícil estar tão perto e não poder te ver, querer olhar em seus olhos e sentir sua presença aqui comigo e não poder te encontrar. Também senti sua falta."
— Eu não queria te dizer isso, mas ouvi uma conversa de que o papai está te arrumando um noivo — disse ela, guardando o bilhete no fundo de uma gaveta.
— Valha-me!
— É sério, ouvi a mamãe e o papai conversando ainda agora, não sei quem ele é, mas já estão em contato com seus pais.
— Me ajuda a descobrir isso?
— Eu se fosse você fingiria não saber, assim ganha tempo.
— O Alê não me disse nada, será que ele sabe?
— Acredito que não, eles disseram que a outra família ainda vai conversar com o rapaz.
— Então não tem nada certo?
— Bem, Nat, se os pais já estão de acordo?
— Valha-me!
— Onde aprendeu isso?
— Isso o quê?
— Esse valha-me.
— Eu sei lá, preciso pensar, eu tenho um noivo para espantar. Se bem que talvez seja melhor assim, se ele for de fora eu posso viver minha vida sem ter que ficar topando com o Samuel por aí.
— Vai desistir dele?
— E eu tenho escolha?
— Não temos, não é?
— Vou lá fora ver se ela me fala alguma coisa — falei me levantando preocupada.
— Mas não diga que eu te contei.
— Não direi nada — respondi inquieta, pegando a bengala que estava usando para não forçar o pé no chão. — Que as estrelas me ajudem agora.
— Boa sorte, irmã, vou torcer por você, para que pelo menos ele seja um bom noivo.
— Eu espanto rapidinho — resmunguei saindo do quarto.
O sentimento era de insegurança, eu sabia que um dia iria acontecer, mas tinha que ser agora? Como eu explicaria que já tinha um rapaz ocupando meus pensamentos? Eu não sabia o que era o amor, mas sabia que entre mim e Samuel havia uma química muito forte, uma atração que me fazia questionar se outro rapaz conseguiria fazer o mesmo.
— Valha-me meu santo protetor das ciganas em apuros! — falei ao avistar minha mãe. Ela estava conversando com a cigana Carmencita e mais algumas ciganas em uns bancos próximo à fogueira quando me aproximei.
— Filha, como está o pé? O médico disse para repousar, mas ela pula o dia todo de um lado para o outro, parece que tem formigas.
— Não está mais doendo, mas coça, irrita, nem sei se vou aguentar ficar mais vinte dias assim — murmurei mexendo no gesso.
— Tem que ficar, meu anjo, senão pode trazer sérias consequências depois. Um machucado mal cicatrizado pode lhe causar dores e dificuldades, mais tarde, precisa se cuidar — disse a cigana Carmencita, me oferecendo um kavi (chá preto) com maçã, que segundo nossa tradição, traz felicidade.
— Gestena, cigana Carmencita. Eu agradeço pela sua preocupação.
Na roda onde minha mãe estava, a conversa era aleatória, mas um pouco atrás de nós, meu pai conversava com meu avô Gregório, essa conversa, sim, me chamou a atenção.
— Desde os tempos antigos, quando uma cigana dava trabalho desde novinha, um cigano mais experiente era o mais indicado para noivo — disse meu avô ao meu pai.
"Sou eu, eles estão falando de mim"
O chá que eu bebia desceu rasgando na garganta ao ouvir aquela conversa, eles falavam discretamente, não conseguia ouvir tudo, apenas algumas partes, e essas me deixaram muito preocupada.
— O conselho me cobra uma postura diante das influências que vem de fora, mas hoje não é tão fácil manter as coisas como antigamente. Eles têm acesso a tudo pelo celular, e a tendência é piorar.
— Aí você falou uma grande verdade, filho.
— Eu penso que devemos ter uma base forte dentro de casa, conversar, instruir e mostrar a importância de manter nossas raízes fortalecidas.
— Cobraram o fato de você como líder não ter casado nenhum filho ainda. Eles têm razão, Ramirez, o líder tem que ser o primeiro a viver o exemplo.
— Vou providenciar o casamento do Alejandro e já encaminho as meninas.
"Estou perdida", pensei.
— Nat, quer mais chá? — Perguntou minha mãe.
Apenas acenei com a cabeça, eu precisava ouvir mais daquela conversa. Por mais que isso fosse errado, era meu futuro em jogo, então não me importei.
— O Cigano Roger se interessou pela cigana que vem dando trabalho, é uma boa opção, está prestes a completar cinquenta anos, viúvo a seis meses, e...
— Sim, ele é bem rígido, tenho certeza de que é a melhor opção.
"Não, pai!", murmurei aflita em meus pensamentos.
— Tudo bem, vou avisá-lo para vir conversar com vocês.
— Que não demore, pode aparecer outro pretendente e se ela aceitar, ele ficará sem noiva — orientou meu pai.
"Eu preciso de um noivo para ontem!"
Entreguei o chá para minha mãe e me levantei apressada.
— Aonde vai com essa pressa, menina?
— Arrumar um noivo.
— O que disse?
— Caminhar um pouco.
— Não se esforce, mas olha que teimosa!
Eu saí apressada, não ia me casar com um cigano viúvo que tinha o dobro da minha idade, não mesmo!
— Ei, Nat, aonde vai com essa pressa toda? — Ivan acenou à distância.
— Você vai pedir a minha mão.
— É o quê?
— Isso mesmo que ouviu, você vai pedir a minha mão em noivado para meus pais.
— Tá doida, eu gosto de uma garota aí.
— Que bom que não é um garoto.
— Você está bem? — ele me olhou desconfiado.
— Não, eu não estou bem, acabei de ouvir meu pai dizer que vai me arrumar um noivo, viúvo com o dobro da minha idade porque eu estou dando trabalho, e você vai fazer o pedido antes.
— Não mesmo, e tenho sérios motivos para isso.
— Por favor, Ivan, eu não tenho mais ninguém a quem recorrer.
— Chama o Ian — sugeriu.
— O Ian jamais aceitaria um noivado de mentira.
— De mentira? Não, você não está bem.
— Eu só preciso ganhar tempo, por isso pensei em você. O Ian precisa se casar primeiro, e isso vai demorar, até lá eu já resolvi meu problema e podemos dizer que não queremos mais.
— Podemos quem, cara pálida, eu não vou me meter nessa encrenca.
— Poxa, Ivan, eu preciso muito da sua ajuda!
— Eu não vou brincar com uma coisa tão séria, Nat.
— Pensei que fosse meu amigo, poxa!
— Sou, mas não vou te pedir em noivado, isso é muito sério.
— Se não me ajudar, eu juro que fujo daqui e me jogo no mundo.
— Você não vai fazer isso.
— Eu vou, e se morrer pelo caminho não te dou sossego na vida, onde olhar, verá meu rosto te culpando, eu juro!
— Credo em cruz, eu hein!
— Eu apareço no seu sono, no seu banho, embaixo da cama, no fundo da caneca de água, no...
— Tá, eu vou pensar — ele se encolheu, arrepiado. Ivan nunca foi dos mais corajosos quando se tratava do sobrenatural. — Me dá uns dias?
— Não pense muito porque posso partir antes e viver te assombrando pelo resto da sua vida. Quando for beijar uma menina verá o meu rosto cadavérico, cheio de...
— Pare.
— Eu falo sério!
— Eu também.
— Ah, eu tenho um noivo! — comemorei.
— Eu disse que ia pensar.
— Você não tem escolha, vai ter que me aturar, seja viva ou como alma penada.
— Mórbida.
— Que noivinho fofo, eu aceito seu pedido — eu ri.
— Eu disse que...
— Olha a alma penada, Ivan!
— Se seus planos derem errado, e a gente não conseguir cancelar esse compromisso, eu faço o quê?
— Reza.
— Como você é legal, Nachatinha.
— Obrigado, e não desista, senão já sabe, muhahahaha!
— Já me assombra em vida, eu hein!
Nunca pensei que arrumar um noivo fosse tão fácil, o problema é que se tudo desse errado eu estaria no bico do corvo.
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