Capítulo 34 Figurinha duplicada

É lógico que amanheci acordada, e só saí do quarto quando ouvi o barulho da movimentação que indicava que a visitante da madrugada havia ido embora. E enquanto Michael estava no banho, peguei uma xícara de café, e fui até a varanda atender ao celular...

— Bom dia, minha linda, como passou a noite? — perguntou Caio, do outro lado da linha.

— Querendo enfiar a cabeça em um buraco negro.

— Não entendi.

— Peguei meu irmão na cama com a namorada, que nem sabia que existia.

— Como assim pegou na cama, eles estavam dormindo?

— Antes fosse, cheguei tropeçando e quase me espatifei no meio dos dois — comentei tentando espantar aquelas lembranças.

— Virou agente do controle de natalidade? — Caio gargalhou.

— Não ria, estou com aquela cena em minha mente até agora, isso é traumatizante — falei com uma careta sofrida.

— Como não rir quando consigo até visualizar a cena, desculpe, mas não dá.

— Debochado, eu aqui tentando entender o que aconteceu, e você me zoando, isso não se faz.

— O que aconteceu é simples: quando um homem e uma mulher, se...

— Caio, fica quietinho que é para eu não perder meu réu primário presa por desacato à autoridade!

— Eu adoraria te prender, mas não em uma cela — sua voz ficou séria, mas durou apenas alguns segundos até começar a rir novamente.

— Não me zoa, é sério, está rindo porque nunca pegou seu irmão assim no ato — reclamei dengosa.

— Na verdade, já peguei e fui pego, você ficaria surpresa com tudo o que já aprontei.

— Ah, não, nem me conta, isso é constrangedor!

— Pense pelo lado positivo, ao menos não era você sendo flagrada pelo irmão. Eu imagino a cara da Marcela, tímida daquele jeito.

— Você sabia, traidor!

— Sabia, mas não me ligo em detalhes, achei que ele tivesse te contado.

— Não, ele não me contou e agora ficou esse clima estranho. É errado eu estar com ciúmes?

— Eu penso que seja insegurança, mas o fato de existir uma mulher na vida dele, não significa que vá deixar de cuidar de você — disse ele em um tom sereno. — Já parou para pensar no quanto a vida dele poderia ser solitária?

— Mas eu estava sempre...

— Amor de irmão não é a mesma coisa que amor de homem e mulher, minha linda. Michael tem o direito de ser feliz, ter alguém para amar, para planejar um futuro, e isso não significa que você será esquecida.

— Estou com medo, eu não sei me virar sozinha, e...

— E quem disse que está sozinha, olha eu aqui.

— Você está aí não aqui. Tem sua vida e eu...

— Sem pensamentos negativos — aconselhou. — As coisas mudaram, agora você enxerga, não é mais aquela garota frágil e vai iniciar uma nova etapa. Ter a sua independência pode parecer assustador agora, mas valerá a pena.

— Eu deveria ter fugido contigo lá na América.

— Pensei o mesmo quando me deitei naquela cama vazia essa noite. Senti sua falta, muita falta.

— Eu também — comentei enquanto Michael se aproximava. — Passa aqui mais tarde?

— Precisa nem pedir — respondeu encerrando a ligação.

— Caio? — perguntou Michael se sentando na cadeira a minha frente.

— Sim — desviei o olhar prevendo uma conversa difícil.

— Ana, eu realmente não quero que fique esse clima estranho entre nós. Reconheço que errei em trazer uma garota para casa e não te avisar, foi um ato impensado, mas ela não podia amanhecer do lado de fora. Você entende o meu lado?

— Não se trata de trazer uma garota, e sim, de sua namorada que eu sequer sabia que existia — reclamei.

— Reconheço que errei nessa questão — concordou.

— Nessa? — balancei a cabeça, desapontada. — Você brigou comigo por coisas que, apesar de serem erradas, nunca foram regras em nossa casa. Praticamente me acusou de ser mal-educada na frente da moça, que para mim é uma estranha. O que devo esperar do futuro, Michael?

— Não briguei, mas reconheço que não deveria ter falado contigo daquele jeito, me desculpe por isso.

— Foi constrangedor — murmurei envergonhada.

— Eu sei, me desculpe.

— Você já não tinha muito tempo para mim e agora vai me deixar de lado porque namoradas exigem atenção. Eu não quero ser egoísta, mas também não quero te perder, Michael, acabei de chegar e já tenho que te dividir com uma estranha. Estou com ciúme.

— Me perder, mas que ideia, eu nunca vou deixar de ser seu irmão. Tampouco te virar as costas, até me ofende por pensar que faria isso. Me desculpe não ter te contado.

"Eu também não contei sobre o que rolou com o Caio, droga!", pensei, me sentindo culpada.

— Eu sei o quanto a ideia de ter outra presença feminina te incomoda, já esperava por essa reação, mas prometo que apesar das mudanças, seu espaço não será invadido. Essa casa também é sua, e teremos a nossa privacidade preservada.

— Eu transei com o Caio, tudo bem?

— É o quê?

Michael deu um pulo estalando os olhos, acho que deveria ter sido um pouco menos explícita.

— Não quero ter segredos contigo, e...

— Calma — ele espalmou as mãos no ar, antes de soltar um suspiro. — Eu ainda estou processando essa informação.

— Foi consensual, na verdade, eu praticamente o intimei.

Michael levantou o dedo indicador, abriu a boca e franziu o cenho fechando em seguida, seu olhar agora era de confusão.

— Você, intimou o Caio, a...

— Eu fiz o que tinha vontade e não me arrependo.

— Ok, mas como isso vai funcionar?

— Combinamos de não contar a ninguém até que a situação com o Edu se resolva, e...

— Ele vai surtar.

— Não me julga, por favor! — pedi aflita.

— Jamais, só temo que essa história se transforme em uma briga familiar, os dois são irmãos, cara!

— O Caio me fez prometer que se me lembrasse do Edu, se o sentimento reascendesse..., que viveria esse amor.

— Não vejo como isso dar certo.

— Eu não quero lembrar, não quero ter que fazer uma escolha dessas. Já me decidi que mesmo que isso aconteça, não direi a ninguém. Esse segredo levarei para o túmulo.

— Fiquei preocupado, mas, ao mesmo tempo, feliz. Minha caçulinha se tornou mulher.

— Que vergonha — eu ri, ficando corada.

— Eu pensei que aconteceria com o Edu, mas o Caio é um bom homem também. Só fico apreensivo em relação a sua história com o irmão.

— E você, namorando, como foi isso?

— Ela apareceu no momento em que eu mais precisava de alguém do lado. Talvez você não entenda, mas foi muito difícil, Ana, eu me culpava por não ter te protegido. Sentia sua falta todos os dias, te procurava pela casa, não conseguia entrar em seu quarto porque sabia que não estava lá. Quantas vezes coloquei dois pratos na mesa e almocei, ou jantei sozinho, eu trazia pizza e, quando chegava em casa, você não estava para me dar aquele abraço apertado e reclamar por eu dormir no meio da conversa.

— Está feliz?

— Agora que voltou para casa, sim.

— Ela te faz feliz? — insisti.

— Ela entende todas as minhas fases — Michael sorriu com um brilho diferente no olhar. — Me acolhe quando percebe que preciso de colo, me dá espaço quando preciso ficar sozinho. Me faz rir de coisas bobas, me irrita com sua teimosia, mas quando não está comigo faz falta. Fazia muito tempo que não me sentia assim, vivo, completo, não sei se me entende.

— Sim, eu te entendo — sorri com lágrimas nos olhos. — Viva esse amor, porque ele pode ser apagado de sua memória, e substituído por outro que você não consegue viver.

— O mundo dá voltas — afirmou. — Cuidado para não se machucar ainda mais quando se lembrar de que cabem várias pessoas em seu coração, mas somente uma tem a chave mestra.

— É errado querer não me lembrar dele?

— No amor, é complicado apontar o certo e o errado — disse ele se levantando. — Tenho que me arrumar, senão chegarei atrasado.

— E eu, o que faço?

— Daqui a pouco faz amizades, tem piscina e uma mini academia, vou deixar avisado sobre a sua chegada. Você sabe que não pode sair, não é?

— Nem uma volta na praça? É que vi um chafariz, e...

— Melhor não, a universidade fica aqui na quadra da frente e podem te ver.

— Você tem razão, melhor não arriscar — respondi pensativa.

— Tem aula de dança no prédio, não sei os dias, mas você poderia se inscrever, já assisti uma apresentação de dança cigana aqui mesmo, e foi bem legal.

— Acho que não — fiz uma careta engraçada. — Sou muito desengonçada.

— Eu sei que é difícil, Ana, passou por muita coisa em um curto espaço de tempo, e os traumas que ficaram, não foram poucos, mas, acredite, vai passar; sempre passa — Michael me abraçou apertado. — Bem-vinda de volta, meu amor, e saiba que não está sozinha.

— Senti tanto a sua falta — murmurei em seu abraço.

— Eu também, minha pequena, agora tenho mesmo que me arrumar, qualquer coisa me liga, tá?

— Ligo sim — respondi quando se afastou.

Eu pensei que fosse ser mais fácil retomar a vida, mas o vazio que existia dentro de mim, era grande o suficiente para me causar a sensação de ter parado no tempo e ficado para trás.

~♥~

Michael foi trabalhar e nossa conversa ainda ecoava em minha mente. Eu sabia que quando retornasse, tudo seria diferente, só não imaginava que fosse me sentir tão perdida diante dos desafios; naquela altura, já sentia falta da minha bolha de proteção. 

Sei que algumas pessoas dirão que é drama, mas era bem mais fácil quando não enxergava, eu não tinha noção de como o mundo às vezes é injusto, nem de como tomar as próprias decisões era tão complicado. Minha vida mudou radicalmente, e não é exagero dizer que quando vivia no escuro, meus dias eram mais coloridos.

— Topa fazer aula de dança do ventre comigo? — perguntei ao Caio em uma mensagem de áudio.

— Só se a professora for gostosa — respondeu debochado. — Que novidade é essa agora?

— Sei lá, foi ideia do Michael. Mais tarde vou me informar sobre as aulas e, se a professora for gostosa, coloco teu nome na lista. Engraçadinho! — falei enciumada.

— Deu até medo agora. Mas boa sorte na sua aula, eu prefiro os ringues.

— Rebolar um pouquinho fere a sua masculinidade, lutador?

— De modo algum, da última vez que me empolguei, acabei quebrando uma cama.

— Indecente! — respondi recebendo a figurinha de um anjo como resposta.

Não queria parecer grudenta, mas agora que não era mais tão vulnerável, me senti um pouco carente, porque já não tinham a cautela de antes, e aquela mudança me causou uma certa solidão. O Caio era a pessoa mais próxima de mim naquele momento de confusão interna, e a cada cinco minutos eu desejava falar com ele, contar alguma descoberta ou simplesmente ouvir sua voz. E quando demorava a mandar um áudio, ele me enviava uma carinha dengosa que me fazia rir enquanto torcia para o tempo passar depressa.

— Apartamento 20-A, não vá se esquecer — murmurei descendo pelas escadas, depois de ficar um tempo parada a frente do elevador e desistir daquela aventura.

Cheguei ao térreo me deparando com um espaço por onde passamos no dia anterior. Acenei para o porteiro e fui em direção à área comum próxima à piscina. Na ocasião, estava acontecendo uma festa infantil, então cortei volta em busca do local de onde aquele som animado estava vindo, e logo percebi que era a tal aula de dança que o Michael havia mencionado mais cedo. Parei a alguns passos da porta, e observei algumas garotas ensaiando uns movimentos bastante sensuais em frente a uma parede de espelhos, que me fez duvidar se conseguiria reproduzir.

— Gosta de dançar? — perguntou o porteiro se aproximando.

— Ah, não, eu não sei dançar, mas achei bonito.

— Se quiser fazer as aulas, seu irmão deixou autorizado, é só falar com a professora.

— Hum... vou pensar no assunto — comentei distraída.

— Depois passa na portaria, tem umas correspondências de vocês que chegaram a pouco — disse o senhor se afastando, e sequer me lembrei de perguntar seu nome.

— Chego em meia hora — disse o Caio em uma mensagem de áudio quando me aproximava de onde as garotas ensaiavam.

— Acabei de te inscrever na aula de dança do ventre, vem logo que está atrasado — respondi seu áudio recebendo uma carinha de espanto como resposta.

Tentando disfarçar o riso, me encostei ao batente da porta, de onde avistei a professora orientando as meninas, e ao me ver, a mesma sorriu, fazendo um cumprimento com a cabeça antes de se aproximar. Assisti sua aproximação em câmera lenta, pois nunca vi uma moça tão bonita como aquela. Não que tivesse visto muitas, mas ela era de uma beleza que dificilmente passaria despercebida com sua pele branca, olhos grandes, azul em um tom claro, cabelos lisos, medindo na altura da cintura, e um corpo que parecia desenhado a mão; que somado à aquele sorriso meigo, a fazia parecer uma boneca delicada.

— É, eu acho que ela é gostosa — murmurei ao me lembrar da zoeira do Caio, mas ao ver sua expressão, percebi que havia falado um pouco mais alto do que esperava. — Eu vou matar você, Caio!

— Oi? — ela sorriu cruzando os braços a minha frente.

— Ah, oi, é que..., não foi bem isso que eu quis dizer. Digo, eu disse, mas é que estava pesando em outra coisa, e... — respondi atrapalhada.

— Você está bem? — Ela me olhou confusa.

— É só para saber, que..., bem, isso não é uma cantada.

— Tudo bem — a moça franziu o cenho me olhando desconfiada.

"Você me paga, Caio!", pensei enquanto procurava um buraco para me esconder.

— Tem certeza de que está bem?

— Tirando a vontade de esfolar uma pessoa, eu acho que estou bem — respondi desconfortável.

— Você deve ser a Ana — afirmou.

— Como sabe?

— Seu irmão falou comigo mais cedo, e aí vamos fazer uma aula?

— Na verdade, acho que não levo jeito para isso — respondi observando as outras meninas.

— Não existe isso de não levo jeito quando ainda não se deu ao trabalho de tentar. Que tal dar o primeiro passo?

— Hoje eu não vim preparada, digo, psicologicamente, mas me passa os horários que venho na próxima — respondi um pouco insegura.

— Segunda, quarta, e sexta a partir das treze horas, mas temos alguns horários extras também — respondeu ela, ainda me olhando desconfiada.

— Ok, então, nos vemos na próxima aula — respondi me afastando.

Cheguei até errar o caminho quando tentava fugir daquela vergonha.

— Chamei a professora de dança de gostosa por sua causa, e agora ela deve estar achando que foi cantada. Eu vou te esfolar vivo, Caio! — falei em uma mensagem de áudio, que ele respondeu com uma figurinha engraçada quando meu telefone tocou...

— Ana, está tudo bem? — perguntou Michael, do outro lado da linha.

— Considerando que acabei de chamar a professora de dança de gostosa, por conta de uma zoeira do Caio, está tudo sob controle.

— Ela é muito tranquila, não deve ter reparado — disse Michael aos risos. — Vou chegar mais cedo hoje, pensei em levar pizza, temos tantas coisas para conversar.

— Já gostei da ideia.

— Ok, combinado, então, se puder pegar a correspondência portaria com seu Antônio, eu agradeço. Tenho uns boletos para pagar ainda hoje.

— Ah, sim, ele já me avisou, vou pegar agora mesmo e voltar para casa.

— Se cuida — disse ele, encerrando a ligação.

Caminhei até a portaria, mas antes de me aproximar da guarita, avistei o Caio do outro lado da rua guardando alguma coisa no carro, então corri ao seu encontro. E antes que se virasse, tapei seus olhos com as mãos.

— Quem é? — perguntou, colocando a mão sobre a minha.

— Como assim quem é, eu sou a mulher da sua vida, e está proibido de me confundir com outra! — belisquei sua cintura fazendo com que se encolhesse.

— Mas, o que significa isso! — perguntou uma moça loira que falava ao celular um pouco mais adiante. — Quem você pensa que é para chegar agarrando o homem dos outros?

— Homem dos outros? Você não me disse que... — fiquei completamente confusa enquanto ele me olhava, com espanto, sem dizer uma única palavra.

— Piranha! — gritou a loira surtada vindo em minha direção.

Antes que me acertasse com um tapa, eu segurei seu braço girando até que ela ficasse imobilizada, de costas para mim. Ainda bem que tive aquelas aulas no Colorado, senão o vexame seria ainda maior, e por falar em vexame, aquela gritaria já havia chamado a atenção de várias pessoas que se acumularam para assistir à cena.

— Você não vai dizer nada? — perguntei, ainda imobilizando a garota que esperneava me chamando de vários nomes indelicados.

— Ana, você está....

— Me solta! — gritou quando a empurrei em direção a ele.

— Segura ela, se ousar se aproximar, eu juro que dou umas porradas! — apontei o dedo em sua direção. — E você, caramba, tudo o que a gente viveu nos últimos dias, como pôde me enganar assim!

— O que exatamente a gente viveu nos últimos dias, Ana? — perguntou enquanto segurava a garota surtada.

— Como pode ser cínico! — desorientada, desabei em lágrimas. — Que decepção, eu realmente pensei que tivesse significado alguma coisa, mas já vi que fui só mais uma.

— Ela matou o nosso filho, acabou com nosso relacionamento e se escondeu covardemente todo esse tempo. Você não pode aceitar essa traição, enquanto sofria aqui, essa imbecil estava por aí numa boa. "Eu" fiquei, "eu" tentei estar ao seu lado. Mesmo quando me expulsou da sua vida, "eu" insisti, estou aqui ainda, sempre estarei, por que sou a única que te ama de verdade, Edu!

A garota o abraçou, enquanto ele me olhava sem reação como se tivesse visto um fantasma.

— Edu? — franzi o cenho diante daquela cena. — Ah, não, gêmeos!

Naquele momento, um frio extremo percorreu minha coluna, e as pernas falharam, então sentei-me no meio fio sem me importar com resto do mundo, tentando buscar o ar que me faltava, enquanto me dava por conta de que havia caído na armadilha da figurinha duplicada.

— Ana, você está bem? — perguntou o porteiro, se aproximando com algumas pessoas.

— Ana, ah, caramba, o que aconteceu? — Caio atravessou a rua, correndo por entre os carros.

— Eu vou matar você, seu animal! — Eduardo socou o irmão a alguns passos da minha pessoa.

— Calma, precisamos conversar — Caio limpou o sangue que escorria por sua boca. — Não escolhemos essa situação, ela não tem culpa de nada, eu...

— Eu aqui amargando um luto que nunca existiu, me afundando cada vez mais e vocês se divertindo pelas minhas costas! — Eduardo explodiu partindo para cima do irmão que não reagiu. E ao ver aquela cena, o mundo girou a minha frente, escurecendo em seguida.

— Ana, fala comigo, por favor! — aquela voz pedia em meio a uma coleção de outras vozes estranhas, mas minhas pálpebras pesadas mal paravam abertas.

"Eu te amo, Edu, nunca consegui te dar o meu, sim, mas meu coração te escolheu há muito tempo"

Foi a última lembrança que tive antes de apagar novamente...

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