Capítulo 32 jogo da vida real
Mesmo orientada pelo coronel a não procurar seu filho naquele instante, eu não consegui. Não podia arriscar acordar pela manhã, e ele simplesmente ter ido embora. Caio era impulsivo e se partisse; provavelmente jamais nos veríamos outra vez, então tomei coragem, e fui ao seu encontro.
— Caio, eu queria... — ele voltou seu olhar para mim, e ficou nítido que havia chorado, o que me deixou pior do que estava. — Não me manda sair daqui, nem me deixe falando sozinha, por favor! — pedi enquanto me sentava ao seu lado, embaixo da árvore, onde sempre ficávamos.
— Uma vez, fui acusado de estupro e me senti um lixo de homem. Mesmo quando soube que era mentira dela, ainda assim, fiquei mal, eu jamais forçaria uma mulher.
— Mas você não me forçou, eu quis muito, é que...
— Não, Ana, você não quis, você não me quer. Pare de se enganar.
— Coisas horríveis me assombram todos os dias. Eu não sei o que é real, não sei o que fizeram comigo e tenho medo de descobrir — meu queixo tremia, assim como a minha voz, transbordando aquela angústia que me sufocava.
— Me perdoa — Caio me abraçou apertado. — Estava tão empolgado, que me esqueci do terror que viveu. Deveria ter me tocado de que ainda está se lembrando de coisas que vão te machucar.
— Você é mais do que mereço, Caio.
Em um impulso, segurei seu rosto com as mãos, e lhe beijei, eu precisava fazer aquilo, precisava muito. De início ele resistiu, mas depois acabou cedendo, e o beijo apesar de não ter sido longo, foi carregado de sentimentos.
— Melhor, não, Ana — o loiro interrompeu o beijo, respirou fundo, então segurou meu queixo, fazendo com que seus olhos azuis encontrassem os meus. — Vamos acabar nos machucando ainda mais.
— Eu não quero te perder — murmurei quando encostou sua testa na minha, sob o olhar atento do coronel que se aproximava discretamente.
— Eu queria conversar com vocês dois — disse ele se abaixando a nossa frente.
— Me sinto perdido, pai — Caio olhou para o coronel como um pedido de socorro.
— Eu sei, filho, mas não pode ficar se punindo assim.
— Não dá para fechar os olhos, e fingir que ele não existe, pai. Nem que está lá sem saber de nada.
— Eu sei que sou responsável por isso também, e acreditem, não é fácil estar nessa posição, mas um dia vão me entender.
— O que a gente faz, coronel? — minha pergunta saiu mais como uma súplica.
— Realmente, é uma situação bem complicada — ele coçou a barba pensativo. — A felicidade dos meus filhos, é importante para mim, mas inevitavelmente, um deles vai ter o seu coração partido; ou os dois. E quando isso acontecer, estarei aqui para ampará-los, como o pai que nunca consegui ser.
— Traga o Eduardo aqui, pai — pediu Caio em um impulso.
— Não estou te entendendo, filho.
— Eu também não — concluí confusa.
— Ele tem o direito de saber, não teve a oportunidade de viver esse momento com a mesma intensidade, e isso é injusto.
— Tem noção do que está me pedindo, Caio?
— Ela está confusa porque passa vinte e quatro horas por dia comigo, é óbvio que vai se apegar. Eu poderia me aproveitar dessa vantagem, mas de que adiantaria, se o amor que sente por ele permanece vivo dentro dela?
— Eu nem me lembro dele, Caio — falei sentindo as lágrimas brotarem em meus olhos.
— Como não? — Caio franziu o cenho. — Ele está em cada sensação familiar que vem acontecendo. Estava entre nós naquela cama, droga!
— Filho, se acalme — pediu o coronel quando seu tom de voz se alterou.
— Me desculpa — Caio voltou sua atenção para o lago, com um brilho triste no olhar. — Eu errei quando me aproximei de você no Brasil. Errei no cativeiro e continuo errando aqui, eu não... sempre estive ciente de que não era para mim. Deveria ter me afastado, mas fui um idiota impulsivo, não liguei para as consequências, e agora se me encontro nessa situação, a culpa é toda minha.
— Não fala assim, por favor — pedi aflita.
— Tem que haver um jeito de resolver essa situação — disse o coronel.
— Se fosse outra pessoa do outro lado, eu não pensaria duas vezes em lutar por ela, mas não é justo. Mesmo que me mude para outro planeta, ele ainda será meu irmão, ainda terá um passado com ela, e não anularia o fato de minha traição.
— Não se culpe tanto, Caio, você não sabia que as coisas tomariam esse rumo — disse o pai.
— Nos unimos para protegê-la. O Edu não esteve lá dentro, mas o lado de fora também não era confortável. Eu mesmo teria surtado por ser impedido de agir, sabendo que cada segundo era crucial — Caio elevou seu olhar para o céu, e balançou a cabeça, deixando as lágrimas escorrerem. — Entrei naquele cativeiro para resgatá-la, não para roubá-la covardemente para mim.
— A minha vontade não conta? — perguntei irritada.
— Claro que conta — disse o coronel.
— Então, por que todos agem como se nessa batalha de sentimentos o Eduardo fosse a única vítima?
— A meu ver, todos são vítimas — afirmou o coronel.
— Eu não sei quem é o Eduardo, por mais que tente me lembrar, ele continua um completo estranho para mim. Mas sei quem é o Caio; esse Caio que chegou aqui e que desde que nos falamos pela primeira vez senti que havia uma ligação muito forte entre nós. Esse Caio que me conquistou com suas brincadeiras, que me surpreendeu com seus cuidados e me fez apaixonar por seu jeito romântico. Por que eu não posso escolher o cara que faz meu coração bater mais forte?
— Por que era o irmão dele que você amava — Caio se levantou bruscamente. — Eu vou para o Brasil.
— O quê? — falamos em um uníssono.
— Vou pegar o primeiro voo disponível para o Brasil amanhã. Deveria ter feito isso a mesma semana que cheguei aqui, deveria ter aberto o jogo com ele e dado a chande de vocês se entenderem antes de me iludir e te causar essa confusão interna. Eu vou contar tudo ao Eduardo.
— Filho isso, isso é um erro!
— Você já foi afastado do caso pai, e eu não recebo ordens daquela corja.
Caio saiu apressado rumo a casa, coronel me olhou completamente perdido, então, reagi.
— Eu vou lá falar com ele!
Caminhei o mais rápido que pude tentando traçar um plano para resolver aquela situação que fugia ao controle. Eu não fazia ideia das consequências que aquela atitude impulsiva teria sobre nós, mas precisava impedir que fizesse o que pretendia.
— Você não vai a lugar nenhum! — falei ao invadir seu quarto.
— Eu já fiz muita coisa errada, Ana. Me deixe fazer a certa ao menos uma vez — disse ele colocando as peças de roupa na mala.
— Não! — retirei a peça e devolvi de qualquer jeito no armário.
— Eu preciso olhar nos olhos do meu irmão e dizer a verdade. Não quero mais conviver com isso.
— O seu irmão está tocando a vida dele, e tenho o direito de tocar a minha! — bufei, tomando as peças que ele tinha na mão e jogando dentro do armário. — Qual é, Caio, não me acha boa o suficiente para você?
— Em algum momento vai recuperar a memória, e toda vez que olhar para mim, estará vendo o rosto dele — disse ele, caminhando até a janela, onde apoiou as mãos no parapeito e baixou a cabeça. — Eu consigo ser seu amigo, consigo conviver contigo dessa forma, mas não posso ignorar que se ficar contigo, cada beijo que te der, é como cravar um punhal nas costas de meu próprio irmão. Posso ter todos os defeitos do mundo, mas isso não é algo que eu consiga lidar.
— Quando não podia se aproximar de mim, você se aproximou. Quando o certo era não me seduzir, você seduziu, e agora que entrou em meu coração quer me deixar? — perguntei com lágrimas nos olhos. — Não seja covarde!
— Quando encontrar com ele, tudo isso aqui não passará de uma lembrança que talvez faça questão de esquecer.
— Eu, não, quero, esquecer! — falei pausadamente. — Sei que agiu errado, mas e daí, o passado precisa ficar onde está. Não escolhi perder a memória, mas até nos meus sonhos quando me sinto perdida e com medo é a sua figura que está ao meu lado. Você sempre esteve comigo, e dane-se se acha que não me merece, eu não penso assim!
— Você está vulnerável, não pode decidir...
— Para de achar que não consigo decidir o que realmente quero. Eu perdi a memória, não a capacidade de raciocínio, droga! Se você não me ama o suficiente para ficar comigo, então fuja, mas não invente desculpas porque isso é desumano!
— Eu te amo, porra! — ele gritou, me segurando pelos ombros. — Cometi muita burrice por conta desse sentimento, o refém aqui sou eu!
Pisquei várias vezes vendo as lágrimas molharem seu rosto, então o abracei.
— Então me mostra o quanto me ama, fica comigo ao menos uma vez.
— Não acenda ainda mais essa fogueira, Ana.
— Então olha nos meus olhos e diga que não me quer.
— Eu não vou fazer.
— Diga, Caio!
— Jamais! Se soubesse como é difícil controlar essa vontade de te fazer minha, não testaria meus limites.
— Então não foge de mim, eu preciso de você — pedi com lágrimas nos olhos.
— Não tem noção do que está me pedindo.
— Me ame ao menos uma vez, e se ainda assim quiser me chutar da sua vida, ao menos terei uma lembrança do amor que o destino não me permitiu viver.
— Você é maluca.
Ele me pegou pela cintura e me suspendeu em seus braços me beijando de uma maneira muito intensa. Prendi minhas pernas ao redor do seu corpo quando a parede gelada se chocou com as minhas costas. Caio me beijava e se esfregava em mim de um modo provocante; não resisti e cravei a unha em sua pele, o fazendo intensificar ainda mais suas carícias.
— Você é um teste de resistência sem fim — sussurrou mordiscando o lóbulo de minha orelha. — Só eu sei o quanto lutei contra esse sentimento, fiz tantas loucuras — completou quando suas mãos passeavam por baixo de minha camiseta, que ele fez questão de tirar.
Ao mesmo tempo que me beijava, Caio me acariciava, causando um calor repentino, que crescia só de imaginar o que viria depois.
— Tem certeza de que...
— Por favor, não pare agora — pedi olhando em seus olhos que estavam fixos nos meus.
Meu corpo se afundou no colchão quando o dele pesou sobre mim. Suas mãos experientes me apertavam, causando um arrepio muito bom, que foi se intensificando a cada toque, beijos, mordidas leves que ele deixava enquanto me despia.
— Como você é linda — sussurrou quando tirava a última peça que restava em meu corpo.
— Você é a pessoa certa para mim, não tenho dúvidas nenhuma disso — mordi os lábios passando a mão pelo seu tórax suado, enquanto suspendia sua camiseta. — Me mostra como é ser amada de verdade?
— Te mostro tudo o que você quiser — respondeu me tomando em um beijo, que veio acompanhado de carícias ainda mais intensas.
Minhas mãos apertavam sua cintura na tentativa de trazê-lo para mim. Eu o queria, e nada poderia atrapalhar aquele momento.
— Apressadinha — Caio sorriu quando meus dedos alcançaram o cós de sua calça, e foram baixando aquela peça lentamente. Seu olhar acompanhou o meu, causando um rubor imediato em meu rosto diante de minha curiosidade.
— Ah, não, agora não é hora para ter vergonha de mim — Caio sorriu, deixando uma mordida leve em minha coxa direita, antes de repetir o gesto na esquerda.
Tapei meu rosto, me encolhendo ao sentir aquele contato, e ele parou imediatamente.
— Eu quero que me olhe fazendo isso — ordenou me acariciando. — O estímulo visual precisa ser explorado.
— Isso é tortura — fechei os olhos, soltando um suspiro.
— Olhe para mim — exigiu me apertando com firmeza. — Você pediu por isso, Ana, agora vai ter o que merece.
Aquela frase foi como um condutor de energia que atingiu cada canto do meu corpo, e quanto mais ele se empolgava, mais a temperatura esquentava entre nós. O meu bad boy me fez sua de uma maneira que não esperava, ele foi romântico, cuidadoso, intenso. Me deixou a vontade para me soltar e sem dúvidas fez daquela experiência um momento bom o suficiente para se tornar inesquecível.
— Ah, como eu te amo — ele dizia quando alcancei o ápice novamente, e quando chegou a sua vez, o ritmo era tão intenso que a cama quebrou nos deixando de ponta cabeça. O barulho foi tão alto que ecoou pelo cômodo, causando uma crise de risos.
— Puta que pariu, o coronel está em casa — tapei meu rosto ao me lembrar.
— Deve estar orgulhoso do filho dele — Caio soltou uma risada nasal se ajeitando ao meu lado.
— Você não leva nada a sério mesmo — revirei os olhos.
— Se brigar comigo, vamos ter que nos reconciliar, e eu amo fazer amor depois disso.
Me perdi por um momento olhando aquela boca, mas logo me recompus.
— Sossega, você acabou de quebrar a cama.
— Eu não ligo — ele me puxou para seu colo. — Posso te amar até no chão.
Mal havíamos terminado, e o homem já estava pronto para o segundo tempo.
— Fique aqui comigo, Caio. Vamos viver o momento antes que isso aqui se transforme em saudade.
— Mas, e o...
— Quando voltar ao Brasil, se eu voltar, veremos o que acontece, mas agora, me faça feliz — sussurrei em seu ouvido quando apertou minha cintura, fazendo com que nossas intimidades se unissem outra vez.
— Como sonhei estar assim contigo — Caio mordeu os lábios, enquanto me torturava com aqueles movimentos lentos, que me faziam perder a linha do raciocínio. — Lutei contra esse sentimento o máximo que pude, mas não dá, você é um vício que eu quero ter. Só temo que...
— Eu sei o que sinto dentro de mim, e...
— Sabe? — ele sorriu apertando minha cintura. — E está gostando?
— Depravado! — eu ri.
— Depravado? — Caio gargalhou. — Você é a minha ruína, Ana.
— E você é a minha.
— Foi uma honra ser o seu primeiro.
Quando descemos para tomar café na manhã seguinte, o coronel lia um jornal de pernas cruzadas na bancada da cozinha. Ele limpou a garganta antes de nos cumprimentar, dobrou o informativo, colocou sobre o balcão, e caminhou até a sala, mas não sem antes dizer:
— Ligue para o marceneiro, e peça o orçamento de uma cama reforçada.
Quando o homem deixou o cômodo, meu corpo inteiro deveria estar vermelho de vergonha.
~♥~
Consegui fazer o Caio desistir de ir procurar o irmão, e depois de uma conversa franca, resolvemos viver o momento, sem ter que ficar pensando muito no que viria a seguir. O coronel se mostrou preocupado, mas respeitou nossa decisão, já que nenhum de nós sabia de fato o que o futuro nos reservava.
Agora o clima estava mais leve, convivíamos como uma família, e posso garantir, que os dias ao lado daqueles dois marcaram a minha vida. Mas como tudo tem início, meio e fim; aquela tarde, quando retornava de uma caminhada a beira do lago, tive uma grande surpresa...
— Estávamos te esperando — disse o coronel, quando cruzei a porta de entrada.
— Me esperando? — olhei desconfiada para os dois homens desconhecidos sentados ao lado do Caio no sofá da sala. — Por quê?
— Estes são o capitão Antunes, e o tenente Ribas, eles estão aqui porque ouve uma reviravolta no caso.
— Que tipo de reviravolta? — perguntei confusa.
— Conseguimos finalmente desmantelar a quadrilha envolvida em seu sequestro, e agora está livre para voltar a vida normal. Não precisa mais se esconder — disse o capitão.
— Não entendi, como isso é... eu estou livre? — minha boca secou instantaneamente enquanto tentava processar aquela informação. — Vocês prenderam o chefe da quadrilha?
— Se acalme — murmurou Caio, segurando minha mão quando tentava controlar a tremedeira que se formava.
— O crápula era um policial afastado do cargo por corrupção — afirmou o coronel.
— E..., como descobriram assim, tão rápido. É que... Caramba que loucura!
— Não foi assim tão rápido — disse o capitão. — Essa investigação durou anos, e já estávamos perto de resolver o caso quando aconteceu o confronto ao qual esteve envolvida.
— Ainda me parece confuso, eu realmente não sei o que pensar — refleti impaciente.
— Nosso trabalho é assim mesmo, Ana, cheio de surpresas — Caio beijou minha mão tentando me acalmar, mas não pude deixar de perceber que também estava inquieto.
— Está nas mídias sociais, e em todos os jornais, nacionais e internacionais — disse o tenente Ribas colocando algumas folhas sobre a mesa.
— Não falo inglês, e só leio em braile — respondi empurrando o jornal, mas não sem antes ver a foto de alguns policiais na primeira página.
— Era para a sua foto estar nessa matéria. Não a desses caras que não fizeram metade do que você fez — disse Caio ao pai. — Um trabalho de anos, isso não é justo!
— Também não achei justo — concordou o capitão. — O Batista pegou o caso de bandeja. Por isso estou aqui, não vou deixar que o trabalho do Arlindo passe despercebido.
— Não me importo, eu só quero que esse pesadelo termine, porque já afetou a vida de muita gente — disse o coronel.
— Eu sinceramente não estou entendendo essa história. O coronel se afastou, e em questão de dias o caso foi resolvido? — questionei desconfiada.
— Na verdade, foi uma grande parceria, o meu afastamento não mudaria muita coisa — disse o coronel se servindo de uma xícara de café.
— Sei que é confuso, mas está tudo bem agora — afirmou o capitão. — Aquela invasão que estourou seu cativeiro nos abriu portas, e por mais que não se lembre de tudo, você faz parte dessa conquista.
— Fiz parte — revirei os olhos. — Eu sequer me lembro do que aconteceu.
— Nos ajudou mais do que pensa — afirmou o coronel. — Até as declarações em sonhos, pesadelos, tudo serviu de ajuda para fechar o, quebra-cabeças.
— E o que vai acontecer com o chefe, e seus filhos?
— Bem, eles estão todos mortos — respondeu o capitão, sem cerimônia.
— Como assim, todos mortos! — me levantei espantada.
— Tudo indica que sim — afirmou o tenente.
— Qual a possibilidade de eu ir embora, e ser perseguida por ajudar vocês?
— É possível que haja ramificações, esse tipo de atividade conta com pessoas no mundo todo, mas a liderança no Brasil foi derrubada. Mesmo que tentem voltar a ativa, isso levaria um tempo, e não vão cometeriam o erro de ir atrás de você.
— Acabou? — perguntei, sentindo as lágrimas brotarem nos olhos. — Eu vou poder voltar para casa, e, para meu irmão?
— O nosso trabalho ainda está longe do fim, mas, sim, você pode retomar a vida — explicou o capitão. — Ainda será ouvida algumas vezes, e acompanhada por uma equipe de nossa confiança.
— Então é isso, acabou o jogo de esconde-esconde?
— Sim, agora começa o jogo da vida real — disse o Caio se retirado rumo ao quintal.
Eu e o coronel trocamos olhares de cumplicidade, e o motivo era bem óbvio. O conto de fadas terminou, agora era hora de enfrentar a realidade.
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