Casamento à vista
E Max dissera verdade, pois eles transaram. No chuveiro. Na sala. Na cozinha. E por fim, passaram todo a manhã na cama.
Ela estava deitada no peito dele, delineando os músculos definidos da barriga dele.
- Por que veio mais cedo? – Helena perguntou delineando o umbigo dele com a ponta do indicador. Max parou o afago que fazia nos cabelos dela.
- Você ainda pergunta?- Helena ficou de lado, sustentando o corpo com o cotovelo. Seus olhos procuraram os deles. Max coçou a barba, como se não soubesse como dizer. Tudo bem, aquele era um terreno novo para os dois. – Estava com saudades. - Ela soltou uma risada fraca. Esperando pelo momento em que ele desmentiria o que havia dito. Mas ele não o fez, então um lapso de preocupação passou a face dela. Max não se incomodou, pelo contrário, parecia gostar de ver o medo lutando com o coração dento dela. – O que fez nos dias em que estive fora?
- Trabalhei. – Sua afobação evidenciou sua mentiria. Quer dizer, meia mentira. De fato, havia trabalhado, mas havia passado mais tempo bêbada do que envolta em processos.
- Sua lixeira tem tantas garrafas de Whisky que desconfio que tenha conseguido ficar sóbria para trabalhar. – Ele sibilou. Os olhos dela arregalaram de surpresa.
- Estava vasculhando a minha lixeira?
- Está fugindo da minha pergunta?
Ela deitou-se de barriga para cima, fugindo dos olhos dele. Mas foi ele quem ficou de lado, fazendo questão de tê-las sob seus lindos olhos.
- Eu bebi, mas com meus amigos. – Dobrou os braços em cima dos seios nus. – Não tenho que te dar satisfação sobre isso. - Para surpresa dela, ele sorriu. Ela semicerrou os olhos.
- Tudo bem, gatinha. Só queria saber se você estava tão na merda quanto eu. – Max murmurou perto dos lábios femininos, tacando-lhe um selinho rápido.
- Beber não significa estar na merda. As vezes só significa socializar.
- Você é irredutível, Helena. – Sua expressão era divertida e um tanto sensual. – Só me deixa com mais vontade de estar novamente dentro de você... para sentir você amolecer.
Helena esfregou as pernas quando seu centro se apertou, estava se contendo. Não podia dar tudo o que seu corpo queria, até porque se desse, em vez de ir trabalhar amanhã, irei para no hospital. Ela o empurrou de volta para seu espaço. Max riu roucamente.
- Por que disse que estava na merda?
- Porque eu me embebedei, gatinha. E quando não podia beber por causa do trabalho, eu malhava. – ele explicou sem rodeios. Ela piscou algumas vezes. A franqueza dele a assustava, às vezes.
Agora estava explicado os quilos de músculo com que ele havia voltado. Seus braços estavam tão inchados quanto a coxa dela.
- Se você estava em Los Angeles e estava na merda... algo deve estar muito errado. – Ela concluiu. Nossa. Aquela cidade realizava sonhos. E Max, sendo quem era, podia ter todos realizados.
- Claro que havia algo errado, você não estava comigo. – Ele revelou e ela sentiu a face queimar. – Helena, eu posso estar em qualquer lugar do mundo. Se você não estiver comigo, estarei infeliz.
Helena olhou para os lados sem saber o que dizer ou fazer. Max sorriu, dando-lhe um vislumbre daquelas covinhas que tanto amava. Estava muito ferrada.
- É muito cedo para isso. – Concluiu, quando na verdade o que queria dizer era que tudo aquilo que estavam vivendo, e as doces palavras dele, eram muito para ela. Helena se sentou, segurando o lençol sobre os seios.
A verdade é que talvez não fosse tão cedo assim para declarações. O modo como seu coração apresentava taquicardia ao lado dele já dizia que era até tarde demais. Mas aquelas coisas... estavam a deixando muito encabulada e confusa.
Max a olhou preocupado, um pouco de irritação perpassava seu semblante. Ele se sentou ao lado dela e segurou seu queixo, forçando-a a olhar para ele.
- Não está cedo demais para isso. – Murmurou ele como se tivesse lidos seus pensamentos. Helena revirou os olhos. Max estalou a língua dentro dos lábios, chamando-lhe atenção. – Helena. – Seu nome soou sério e rude. – Só quero dizer que, quando se trata da gente, o para sempre será enquanto durar.
Aquela frase fez os olhos dela brilharem. Ele sorriu abertamente quando percebeu que a surpreendeu. Aquela frase retirada da música "porque eu sei que é amor" do Titãs mostrou que ele, mesmo sendo americano, estava bem mais "brasileirado" que ela.
Olhando por este lado, tudo aquilo poderia fazer sentido. Ela suspirou, permitindo que a sombra que se apoderava de seu coração se dissipasse. Max segurou sua nuca, e o modo como umedeceu os lábios, já precedia o que estava prestes a acontecer.
Ele juntou os lábios dos dois. E se havia beijo mais verdadeiro, com certeza duvidava, pois aquele ali, selava a relação dos dois. Por trás de todo acordo, toda herança, todo crime... Qualquer coisa poderia existir, mas nada seria tão grande quanto os dois vivendo aquela paixão, no instante de cada minuto da vida.
Pois é ali que o para sempre acontece, no agora.
Quando os lábios deles se separaram. Max segurou o rosto dela. A testa dos dois unidas. Helena sorriu. Ele só respirava, os olhos fechados, sentindo-a.
- Agora eu te peguei. – Ele alegou. Helena riu.
- Você nunca irá me pegar, Max.
- Se eu tiver evitado que fuja, então eu a peguei.
Ela jogou os cabelos, indomável. Jamais iria admitir nada a ele. Mas Max não se importava, pois o comportamento dela já dizia tudo o que queria ouvir. Helena levantou, segurando todo o lençol enrolado no corpo. Os cabelos longos despenteados, ornando uma juba a sua volta.
- Agora temos que comer, ninguém se alimenta só de sexo. – E por Deus, já era de noite. Ela levantou os olhos para encará-lo. O fato de ter levado todo o lençol expos a nudez dele.
- Tem certeza? – Max perguntou, segurando o corpo com os cotovelos. Ele já estava tão pronto para outra rodada quanto ela tinha certeza que também estava. Foi impossível não demorar os olhos naquela escultura perfeita que ele era. Mas não. Precisava seguir o script. Então balançou a cabeça, e o advertiu.
- Max!
- Tudo bem. – Ele levantou as mãos em sinal de rendição. – Pode ir indo, só vou me vestir. – Piscou para ela.
Helena se retirou do quarto com Lorenzo ao seu lado. Ela sorriu para o bichano e continuou a andar no corredor, segurando a montoeira de tecido ao redor do corpo, uma grande calda se arrastando no chão.
Foi até a cozinha e se serviu de um copo de água. Entretida com a bebida, abriu a geladeira só para pensar, porque o que comer não tinha.
Fechou a geladeira novamente e procurou Lorenzo com os olhos. Ele também precisava comer, e ao contrário deles, a comida do bichano não necessitava de preparo.
A porta dupla da varanda estava aberta. O vento noturno balançando as cortinas. Ela conseguiu ver a cauda de Lorenzo abandando no lado de fora. Foi quando percebeu. Sua sala munida de duas malas que não eram dela. Nem de Max, pelo o que se lembrava.
Ela colocou o copo na pia com cuidado, e rastejou até a varanda. Sem saber como olhar de mansinho, simplesmente entrou em sua área externa.
Helena sufocou um grito quando as duas pessoas que cumprimentavam o cão a olharam surpresos. Ela segurou o lençol com mais força ao redor do corpo enquanto os observava. Estava tão atônica que quase lhe dera vontade de sair correndo.
- Meu filho escolheu muito bem. – A mulher que murmurou poderia estar na casa do cinquenta, mas seus olhos resplandeciam tanta alegria que faziam com que suas marcas de expressão fossem quase imperceptíveis.
A mãe de Max sorriu abertamente para Helena. Os cabelos negros e os olhos tão verdes quanto os do filho. Helena tentou sorrir, mas se sentia tão envergonhada e pega desprevenida que deve ter feito uma careta. Mas ainda assim, a mulher não se intimidou. Foi até ela, e com tremenda intimidade, a abraçou. E ainda que a pele dela estivesse gelada por causa do vento frio, o abraço foi apertado e quente. Helena retribuiu com a mão que não segurava o lençol.
A mulher a segurou pelos ombros e disse:
- Sou Anne. – Sorriu novamente. – Ah, querida Helena! Estava tão ansiosa por conhecê-la. E é tão linda quanto meu filho revelou.
- Helena. – Ela escutou Max chamá-la dentro de casa. Mas como a calda do lençol deve ter ficado aparente, ele seguiu o rastro dela. – Hele... Mãe?! Mathews?! O que estão fazendo aqui?!
O homem que ainda acariciava Lorenzo, sorriu maliciosamente para o irmão.
- Estou com a mamãe. Ela é linda! – Mathews foi até Helena e estendeu a mão. – Estou encantado, Helena! Sou Mathews, irmão de Max – Ela apertou brevemente a mão dele. Mathews se virou para Max – Estamos aqui porque você prometeu levar a mamãe para almoçar e não apareceu, e agora estou deixando ela com você porque tenho outro compromisso. – Ele encarou Max seriamente.
- Meu filho, eu disse que iria te esperar. – Anne disse para Max. - Mas seu irmão é muito impaciente!
Mathews era um pouco mais alto que Max. E embora suas feições fossem parecidas, o irmão tinha uma constituição diferente. Não era tão musculoso, mas ainda assim, tinha os braços e pernas torneados. Os olhos, castanhos claros eram sérios, mas gentis, como daquelas pessoas que não queriam problema, mas era só pisar no calo que se rebelavam.
Mathews sorriu, sem mostrar os dentes. E tinha covinhas, como o irmão. Apesar de serem diferentes, guardavam grandes semelhanças. Assim como invadir a casa dos outros sem pudor algum.
- Mãe, acredite. Max não iria aparecer nem tão cedo. – Ele estava visivelmente irritado, e o jeito como ficava passando a mão no relógio de pulso, expunha sua impaciência. Ela dobrou os braços em cima do peito.
Se alguém tinha o direito de ficar irritada era ela. Max passou as mãos pelos cabelos, olhava para os lados sem saber o que fazer. Anne olhava para Max, mas sua mão fazia um carinho reconfortante no antebraço de Helena. Parecia que ela já estava bem acostumada com os filhos.
- O que vai fazer, Max? Daqui a pouco já vai anoitecer. Você ao menos pediu um quarto para a mamãe? – era Mathews. Max balançou a cabeça negativamente. Anne suspirou.
- Vocês não irão se hospedar no Hotel? – estava curiosa.
- Eu vou. Mas a mãe não gosta muita de cassinos... prefere ficar perto do mar. – Mathews explicou.
- Aliás, queria te dizer que sua vista é muita linda, querida. – Anne sorriu ao dizer.
- Obrigada, Anne. – Ela devolveu o sorriso. Apesar de que não era tão bom morar ali pertinho da lagoa ,já que a vista dividia lugar entre a violência e o cheiro de esgoto. Helena olhou para dentro de sua sala e ponderou. Queria ajudar, mas infelizmente só tinha um quarto e uma cama de casal.
- Hospede a mamãe um dia lá no hotel. – Mathews sugeriu.
- Não posso, estamos lotados. Até Carlos está no meu quarto. Só consegui guardar um para você.
De repente, a voz de Leandro reclamando que ela não tinha um quarto de hospedes veio na cabeça dela. Helena revirou os olhos ao lembrar. E depois sorriu com a ideia que surgiu.
– Eu oferecia minha casa, mas infelizmente só tenho um quarto... Mas, meu irmão mora na barra, é uma casa bem grande e perto do mar. Tenho certeza que ele gostara de recebê-la.
- Mas querida, eu nem o conheço.
- Ah, mas isso não será problema nenhum. – Ela tranquilizou. Fazer amizades não era um problema para Leandro.
- Não quero incomodar. – Ainda dizia Anne.
- Anne, não vai incomodar. Acredite em mim, tenho certeza que ele gostará de recebê-la. – Ela olhou de esguelha para Max, que piscou em concordância.
- Tudo bem, mas ficarei apenas um dia.
- Ótimo, tudo resolvido. Agora já posso ir? Meu pôquer começa às 20h. – Mathews foi incisivo.
- Gatinha, ele é tão viciado quanto você.
- Joga pôquer? – Mathews a olhou com a sobrancelha erguida.
- Jogo.
- E muito bem, Math. Tenho certeza que ela deixaria seu bolso vazio. – Max não foi nem um pouco humilde.
- Bom... – Mathews ainda não estava convencido. Tudo bem, daquele modo como estava: seminu e descabelada, não ensejaria confiança em ninguém, nem que fosse o papa. – Então precisamos marcar, Helena.
- Vocês marcarão, crianças. – Anne interrompeu. – Math, agora deixe que Helena vá se trocar. Você pode ir. Tadinha, acabamos de invadir a casa dela!
Math pegou o celular no bolso e checou alguma coisa. Ele devolveu o aparelho para o lugar que estava e foi até a mãe, dando-lhe um beijo na testa.
- Se cuidem, casal. – Mathews deu um tapa no ombro do irmão e desapareceu apartamento adentro, fechando a porta da entrada atrás de si.
- Desculpe, querida Helena... tenho certeza que isso é constrangedor... mas Mathews é muito impaciente.
- Tudo bem, Anne. – Helena ficou sem jeito, puxando ainda mais o lençol contra seu corpo. – Agora vou me trocar e ligar para o meu irmão, ok? Max, por que você não serve a sua... – ela fechou os olhos quando lembrou da geladeira vazia.
- Gatinha, a gente come algo no caminho. – Max disse dando uma piscadela. Helena assentiu e depois sorriu para Anne antes de seguir para o quarto.
Enquanto tomava um banho rápido, tentava em vão ficar sem pensar. Por Deus! Nunca acontecera tanto em pouco tempo. Ela enxugou o corpo, balançando a cabeça. Quem imaginaria, não é? Colocou uma roupa qualquer e pegou seu celular, discando o número do irmão.
- Mana...como vai indo?
- Satisfeita e constrangida. – Era exatamente assim que se sentia. Ela colocou a ligação no viva voz e passou a pentear as madeixas enquanto observava seu reflexo no vidro embaçado.
- Ui! E isso tem a ver com seu maridinho?
- Sim, mas também com a mãe dele.
- Max... a mãe dele?!Pera aí, Max tem mãe?!
- Claro que tem, Leandro. Ou você imaginava que ele veio da galinha?
- Há.ha.ha. Claro que não, Hel. Só não imaginava que vocês colocariam a mãe dele nisso...
- É, eu também não. Mas é o seguinte, preciso que você faça um favor para mim.
- Ih...
- Hospede a mãe dele por um dia.
- Quê?! Mas eu nem conheço ela!
- Como se não conhecer as pessoas fosse um problema para você colocá-las dentro de sua casa...
- Vou levar isso como um elogio aos meus dotes sociais...
- E além disso, lembre-se que ainda estou com Lorenzo. – Ela jogou na cara do irmão, mas logo depois amenizou. - Mas não se preocupe, Lê. Ela parece ser bem...fofa.
Leandro estalava a língua do outro lado da ligação. Fazendo charme, lógico. Pois se havia alguém que adorava conhecer pessoas era ele. Inclusive, quando moravam juntos, Leandro fizera a casa do avô de homestay de estrangeiros diversas vezes.
- Está bom, mana. Me ganhou! Eu estou te devendo uma pela Lirol e por Lorenzo...
- Então está me devendo duas. – ela o corrigiu. Leandro riu, a ignorando.
- Quando ela chega?
Ela olhou o relógio e calculou.
- Acho que em cerca de uma hora e meia.
- Quê?! Ela chega hoje?
- Sim, aliás ela está aqui na minha casa.
- Mas, Helena! Eu estou em casa com o Bofe.
Helena colocou a mão na boca e riu baixinho. Depois, colocou-se em postura e disse:
- Engraçado que você não pensou em nada quando mandou Max para cá na primeira vez...
Leandro riu do outro lado e ela o acompanhou.
- Está legal, Hel. Até daqui a pouco.
Não demorou muito para que Max aparecesse no quarto depois que a ligação foi desligada. Ele chegou de mansinho e sentou ao lado de Helena enquanto ela calçava uma rasteirinha nos pés. Max parecia constrangido, sem saber como começar. Então ela tomou as rédeas.
- Meu irmão disse que sua mãe pode ficar lá sim.
- Que bom. Mas não foi isso que vim dizer... - ele colocou a mão na coxa dela, tomando a sua atenção. – Eu tentei dizer isso assim que a vi entrar pela porta do escritório ontem, mas enfim, não consegui falar. –Um vislumbre de excitação perpassou os olhos verdes dele e ela não conseguiu conter o sorriso. – A minha viagem para Los Angeles foi algo pessoal, não só por causa do trabalho, mas principalmente por causa de minha família. Minha mãe ficou sabendo de nós através da boca grande de Mathews, e exigiu estar no casamento.
Helena o fitava serena. Ela umedeceu os lábios, ponderando.
- Ela é sua mãe, Max. É compreensível que queira estar presente.
- Sim. Eu não fui sincero com você porque achei que tentaria me impedir de ir buscá-la.
- Eu tentaria. – Ela admitiu. Max riu, e continuou:
- Quando cheguei lá... Bem, só a minha mãe viria. Mas Mathews e Linda também optaram por vir.
Helena assentiu, digerindo tudo. Era muito compreensível. No entanto, não passava de uma mentira. Aquilo tudo era errado, e envolver mais pessoas, tornava ainda pior. Anne estava ali de boa-fé, enquanto eles só iriam comungar um casamento por interesse. Ela baixou os olhos e respirou fundo. Max, também preocupado, pegou a mão dela envolvendo-a na sua e levando-a até a boca. Ele beijou cada um dos nós dos dedos dela.
- Mas eu tenho uma ideia. – ele murmurou entre os beijos.
- Sobre o quê?
- Sobre o casamento.
-Hum... e qual é?
- Que tal uma cerimônia secreta? – Ele soltou uma risadinha. – Quer dizer, não tão secreta. Certamente terão algumas pessoas. - Helena havia sido pega de surpresa. Observando seu receio, Max continuou. – Aquele papel que eu estava segurando quando você chegou era nossa habilitação de casamento, seu colega de trabalho deixou com o porteiro.
- Ai meu Deus... E agora a habilitação deve estar toda amassada no chão do escritório.
Max riu da preocupação dela.
- Helena, o que me diz? Já que entramos nisso sozinhos... – ele se referia a mentira que circundava a relação deles. – Vamos terminar sozinhos. E deixamos que todos participem somente da festa, como uma comemoração da finalização de nosso acordo.
Max a olhava com ternura, quase súplica. Helena mordeu os lábios, e depois de certo tempo, apertou amorosamente as mãos deles. É claro que aceitava. Seu único receio é o fato que o para sempre dito nos votos tivesse um fim certo, e perto. Era exatamente o jargão "se ficar o bicho pega, se correr o bicho come". Não adiantaria adiar o que precisava acontecer.
- Eu gostei da sua ideia. Eu aceito.
Max sorriu abertamente. Ele separou as mãos da dela, para então segurar a nuca. Helena sorriu. Max se aproximou, como quem desejasse dizer algo ao ouvido, e para sua surpresa, beijou-a. Ela o acompanhou, as línguas brincando.
Duas batidas à porta fizeram com que os dois se separassem. Mas ainda assim, os olhos dele não largaram dos dela.
- Filho, podemos ir? Não aguento mais esperar. E não quero mais atrapalhar vocês. – Anne colocou o rosto para dentro do quarto. Helena sorriu envergonhada e se levantou, puxando Max pela mão.
- Estamos indo, Anne.
[...]
- Essa casa é tão adorável! – Anne sussurrou quando saiu do carro.
- Era o imóvel preferido de meu avô. – Helena respondeu. Um vislumbre de tristeza perpassou a face da sogra.
- Sinto muito, minha querida. Max me contou sobre o acontecido. – Anne disse, tocando o braço de Helena num carinho gentil e reconfortante. A porta da frente se abriu, e Leandro saiu da mansão com um grande sorriso no rosto.
- Anne, esse é meu irmão, Leandro.
- Anne! É um prazer conhecê-la e também, hospedá-la.
Leandro cumprimentou Anne com um abraço apertado.
- Vocês dois possuem os mesmos olhos! – Anne dava-lhe um beijo na face.
- Viu?! Finalmente alguém que percebe nossa semelhança, Hel! - Helena riu do comentário do irmão enquanto Max cumprimentava Leandro com um aperto de mão. – Venha, vamos entrando...
- Ah, Max, chama ele. – Helena murmurou. Max soltou um assobio alto, e Lorenzo veio correndo de seu curto passeio por sua antiga casa.
- Você trouxe o pestinha, né?!
- Leandro, não fala assim do meu filho. – Helena murmurou enquanto tirava um carrapicho do pelo do rabo de Lorenzo.
- Seu filho... Ah, agora você tem rabo também, é? - Todos riram. Helena revirou os olhos.
Quando dentro do teto do avô, Leandro fez questão de mostrar a casa a Anne, e apresentá-la ao quarto que ficaria acomodada. Anne estava vislumbrada com a casa e a decoração clássica, que segundo falara tantas vezes, era a sua preferida.
Eles desceram do segundo andar, deixando Anne em seu quarto. Leandro os levou até a porta. E dentro do abraço de despedida do irmão. Leandro sussurrou no ouvido de Helena:
- Esse casamento de mentirinha está muito verdadeiro, hein mana!
Olá, queridos leitores! Estamos passando pelo meio da história, e coisas grandes, bem como uma reviravolta, estão vindo por aí...
Enquanto isso, me digam: o que estão achando? Espero que gostando muito de Helena e Max rs
Obrigada mesmo por estarem acompanhando!
Até o próximo capitulo!
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