À flor da pele

Assim que Ryan saiu, eles voltaram para perto dos amigos. No entanto, a festa havia perdido a graça quando ela só conseguia pensar nos últimos acontecimentos.

Max, muito atarefado, passou quase todo o tempo repassando ordens e diretrizes com os funcionários. Gabi ficou conversando com Carlos, e no meio da festa, os dois misteriosamente desapareceram. Ela ficou algum tempo com Leandro, mas a chegada de um "deus grego" o fez perseguir o homem na pista de dança.

Ela pensou em jogar pôquer, mas a verdade é que não tinha a mínima concentração para tal. Então, foi à toalete, abriu a bolsa cluth e retocou a maquiagem enquanto olhava seu reflexo pelo espelho.

Voltou para o bar, engajou numa conversa descontraída com o Barman, que lhe explicava a medida exata de rum no Mojito. Depois, o homem, chamado Caio, lhe deu a bebida preparada.

Helena já estava ficando animada com as doses de álcool, mesmo assim, aquele drink estava incrível. Ela deu um sorriso languido para ele, dizendo que era aquela quantidade exata que mudava tudo, um comentário um tanto exagerado e bajulador, coisa que homens adoram.

- Caio, uma porção de batata frita e um copo de água, por favor – Max surgiu dando ordens. Ela inclinou a cabeça, rindo para seu marido de mentira. Quando Caio trouxe a água, ele repassou a Helena.

- Não, obrigada.

- Helena, por favor. – A voz de Max arrastou-se. Ela sentiu vontade de fazer o que era pedido. Mas um último estalar de teimosia vibrou nela.

- Não, Max. Me deixe aqui curtindo o álcool...

- Helena, preciso de você sóbria. – Ele colocou a mão na coxa dela. Helena franziu o cenho. – Os italianos estão aqui.

- Que italianos?

- Ângelo Fernone e Giovani Tugaz, lembra-se de nosso acordo? - A boca dela se abriu em um "ah" como se finalmente lembrasse.

- Mas os dois aqui? Juntos? 

- Sim, juntos.

 Sua cabeça lenta parecia balançar. O prato de batata frita com bacons e queijos apareceu na frente dela. Max pescou uma batata, levando até a boca de Helena. Ela se esquivou.

- Para de ser teimosa. Se continuar assim, acabará embebedada.

- Talvez esse seja meu objetivo. – Ela deu de ombros, bebendo um longo gole do mojito. Max meneou a cabeça. Helena levantou a taça do drink, simulando um brinde para as habilidades do mixólogo, que olhava a interação dela com o chefe.

- Será que não posso deixá-la só por alguns minutos sem que você flerte com outro?

- Você deveria estar fazendo o mesmo.

Ela se diminuiu em sua covardia. Não era capaz de deter aquilo que sentia por aquele homem, mas se ele fosse capaz, então seguiria em frente.

- Talvez eu esteja. – Max soltou. Surpresa, ela retornou os olhos para ele rapidamente. Defendendo-se de sua reação, ele continuou – Você quem pediu.

- Ótimo. – O humor dela tinha piorado mil vezes. Terminou todo o resto do drink com muitas goladas sucessivas. – Por que não volta para sua donzela, então?

- Porque é você quem está em perigo, não ela.

De dentro da multidão, uma mulher com pele morena e cabelos negros longos surgiu. Andando com passadas lentas e sensuais até eles. Helena torceu o nariz. Alguns traços da mulher eram parecidos com os seus ou já estava com a visão enevoada? Que seja.

Ela desviou o olhar e pediu mais uma bebida enquanto aceitava a batata que ainda estava na mão de Max. A mulher finalmente chegou até eles, e o modo como olhou para Helena não mostrava simpatia.

- Talvez a sua donzela esteja em perigo. – Ela sibilou num sussurro enquanto indicava com o queixo a mulher ao lado dele. Max ergueu as sobrancelhas, e quando se virou para a mulher, sua expressão se fechou.

- Chloe, estou trabalhando. – Ele disse num tom sério demais. Chloe fez um beicinho. Helena observou a situação. Max lhe dando batatas na boca não era exatamente uma boa concepção do que seria trabalho. Helena pendeu a cabeça para trás e riu. O nariz da mulher se entortou.

- Pode ir, trabalhador. – Helena acenou com a mão. Mais um drink chegou. Apesar de sua anuência, Max não moveu um passo para longe de Helena.

Chloe segurou o ombro de Max, tentando puxá-lo. Mas seu marido de mentirinha estava muito preocupado com Caio e Helena. O brilho lânguido da bebida começava a torná-la mais bêbada, de modo que estava perdendo a consciência sobre a conversa entediante de Max e Chloe ao seu lado.

Ela começou a digerir as batatas, combinando-as com água.

- Max, vamos... –Chloe suplicava. Helena fez uma careta enojada. Max roubou um gole do mojito de Helena, parecendo ignorar a mulher morena.

- P-pode ir, Max. Olha, eu já estou melhorando. – Indicou a água. - E vou ficar bem aqui paradinha, com minha bebida e o C-caio. – Max virou a cabeça tão rápido que quase deu um encontrão com Helena. – Já te disse que você contratou um maravilhoso mixólogo? Ele faz os melhores mojitos que já bebi! Sabe as medidas e-exa..

- Toma Helena, beba mais um pouco de água. – Max deu o copo para ela. Helena deu língua para ele, mas aceitou o liquido. Max, Helena e a tal da Chloe continuaram ali por aproximadamente meia hora.

Max tentando tornar Helena sóbria, e Chloe tentando tirá-lo de perto de Helena. A cada segundo que a sobriedade voltava, Helena se tornava mais enojada daquilo.

- Helena, eu poderia falar com você por um instante? – A voz de Max era cortante. Ainda assim Helena sorriu e desceu de sua baqueta.

Max não esperou que respondesse, pegou Helena pela mão, levando-a para dentro do elevador mais próximo. Uma mulher mais velha tentou entrar logo atrás deles, Max não permitiu que ela o fizesse. Pediu desculpas, dizendo-a para pegar o próximo.

As portas se fecharam. E Helena não estava satisfeita.

- Qual é o seu problema? – Helena indagou um pouco indignada. 

- Você é o meu problema. – Max a segurou pelos ombros. – O que aconteceu com o fato de termos que fingir que somos casados?

Helena forçou-se a encará-lo, tentando entender.

- Esse é realmente o motivo pelo qual você está tão bravo? - Cruzou os braços na frente do peito. Max bufou e se aproximou mais dela.

- Não é. O motivo real é que está me castigando. Helena, você está castigando a nós dois.

- Existe nós dois? – Ela estava começando a ficar brava. E o temperamento de Max também não estava ajudando.

Max os juntou ainda mais, empurrando os dois para parede de metal. O baque das costas de Helena a fez arquejar.Ele pegou o queixo dela, fazendo-a encará-lo. Os narizes se tocavam. Ela conseguia sentir a pele do rosto queimar. E não era de raiva.

- Então me diga, Helena. Não existe nós dois? – O hálito mentolado dele a encontrava.

A respiração dela estava acelerada. Talvez se não respondesse, daria tempo de chegar em sabe-se lá qual andar Max estaria levando-os. Então, como se soubesse do pensamento covarde dela, a mão dele apertou o botão de stop do elevador de luxo. Helena mordeu os lábios.

- Me diga Helena! – Ele pressionou ainda mais o corpo dele no dela. Helena arquejou. A mão de Max desceu pela cintura dela. – Por que está ficando vermelha?

- Estou, hum...nervosa.

Max parou de encarar ela. Segurando a sua nuca, pendendo-a para um lado. Ele inalou profundamente o cheiro dela.

- É mesmo? Eu diria que está excitada.

Ela engoliu em seco. Sim. Com certeza, sim. As próprias pernas se apertaram.

- Está enganado. – Ainda tinha coragem para mentir.

- E se eu colocasse a mão na sua calcinha... - Ele falava bem perto do ouvido dela. Ela colocou as duas mãos na parede do elevador. – Será que vai estar molhada?

- Você não faria isso....

- Faria sim...

Helena umedeceu os lábios com a própria língua. Max pareceu rugir.

- Está me provocando, gatinha. - Max beijou o pescoço dela. Logo depois a língua quente dele fez um caminho em sua nuca. Seu corpo estava incendiando. Um gemido profundo escapou de seus lábios. Logo depois, ela se arrependeu. A ereção dele pressionava a sua barriga. Dura. Quente. – É assim que diz que não existe nos dois? Que não está excitada? Diga que não quer, Helena.

- Hum...

Max fechou os próprios olhos. Parecia estar se contendo.

- Você pode até não estar convencida ainda, mas estará, quando eu tiver dentro de você... Mas tão fundo...

- Max... – Era quase uma súplica.

- Eu só não te fodo aqui e agora porque não quero que minha equipe de segurança veja seu delicioso corpinho.

- Você pode ficar com quem quiser, Max. Nosso relacionamento não é....

- Exclusivo? – Ele completou. – Nosso relacionamento é exclusivo sim.

- Não, não é. Se fosse, você não estaria tendo um caso com a Pocahontas lá embaixo.

Mas a segurou ainda mais, prendendo-a pela cintura.

- Não aconteceu nada! Se tivesse acontecido, ela não teria vindo atrás de mim. – Max vociferou entre dentes. – Sabe por que não aconteceu? Por que a porra do seu rosto não sai da minha mente! – Max deu um soco na parede do elevador. O barulho ensurdecedor a fez fechar os olhos. – Você já ficou com outro homem depois de mim, Helena? Além de estar flertando com eles...

- Está com ciúme?

- Caralho, Helena. Responde!

- Não...

- Por quê?

- Porque ainda não tive chance. Você sempre estraga as minhas investidas.

- Mentira! - Ele apertou a cintura dela com os dedos. Abaixando uma das mãos, pegou a perna direita dela, subindo. Pressionou os corpos novamente. Helena mordeu os lábios para evitar que mais um gemido escapulisse. – Você ainda não ficou com outro homem porque sente o mesmo. Eu duvido que consiga transar com outro sem ver o meu rosto. Sem querer que seja a porra do meu pau.

- Ah... – estava esmorecendo nos braços dele. Max pegou a outra mão e puxou os cabelos dela, arqueando o corpo feminino para ele. Então beijou um seio dela por cima do tecido da roupa e roçou os dentes nos mamilos entorpecidos. – Humm...

- Mas você só vai ter o que você quer quando deixar de mentir para si mesma. Vai ter que pedir, Helena. Vai precisar implorar por mim...

Se ele continuasse assim, com certeza não demoraria muito.

Então, para desespero dela. Ele a soltou. E se distanciou, até que ficasse na outra extremidade do elevador. Eles se encaravam. Helena estava quase se afogando naquele mar verde dos olhos dele.

Max apertou o botão para que o elevador continuasse. A caixa de metal continuou a subir com eles. Quando o elevador abriu, Max disse antes de sair:

- Quando você pedir, não vai ter volta. Se me der permissão, não vou ser mais capaz de parar. 

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