Nosso Jogo

" Por muito tempo jogamos com as regras da sociedade, agora querido começa o nosso jogo."

Camila Jantsch

        Spoleto 1923, já fazia um dia que Annabell havia desaparecido. Breno já estava a beira da loucura. Pietro claramente cansados, procuraram a jovem enfermeira em cada canto daquela maldita cidade, todos ajudaram mas ela não estava em lugar algum. 

    Breno estava no escritório de Pietro examinando um mapa da região ,um antigo ,pois os cartógrafos ainda  tinham se prontificado a terminar o atual. Seus olhos passavam lentamente por cada linha, cada elevação. Alguém abrindo a porta tirou seu foco, Pietro apareceu com uma xícara de café.

- Desculpe querido... Eu só acho que deveríamos dar uma pausa , sabes que Annabell sabe se cuidar ,estou é preocupado com Miguel...-Pietro tentou fazer graça mas o estresse era nítido no rosto de seu amado.

- Giovanni, o nome dele é Giovanni. E pelo que a carta que ela deixou ela não tem a menor intenção de sair viva dessa. Mesmo que ela tenha me dito que iriamos nos ver de novo ,o estado sentimental dela era outro.-Breno pegou o café e voltou ao mapa.- Pietro aqui o que é isso? E porque não fomos lá ainda?

  Pietro correu para perto do mapa e observou tentando lembrar, foi ai que sua mente se iluminou.Era um ponto um pouco afastado da cidade, um galpão desativado há dez anos , claro que ninguém lembraria. Pietro pegou no ombro de Breno e o apertou .

- Você é um gênio! Vamos achar ela .- Pietro correu até a delegacia e tudo estava apontando para dar certo.

  " Vamos Annabell, aguenta firme eu não quero te perder..."  Pensou Breno, aquele momento seu coração pulava, apertava e pulsava num ritmo enfurecido. Era uma jornada de trinta minutos  e o tempo estava contra eles.

    Giovanni havia trazido sua água e Annabell a bebeu mas se manteve sentada no chão observando ao redor, ela sabia que logo Breno descobriria daquele lugar afinal era o que ele fazia . Ela olhou para Giovanni que estava submerso em seus devaneios , ele logo olhou para ela e sorriu.

- O que foi, está a lembrar de nossas noites senhorita Pazzonni?-  Disse num tom brincalhão.

- Non, madre mia. Estava pensando em como entramos nesse jogo viciante!?   Sabe antes jogávamos  de acordo com as regras da sociedade, mas agora querido começa nosso jogo. Nós podemos ditar as regras ... Por que não tentamos ?- Disse ela num tom provocativo chegando perto dele.

- Você tem razão. Então comece meu amor.- Giovanni se endireitou e sorriu.

    Annabell se aproximou, beijou o pescoço de seu homem ,passando a mão no membro por cima da calça. Giovanni soltou um gemido próximo ao ouvido da jovem que arqueou a coluna em resposta ao prazer. A camisa do homem foi arrancada em segundos , as unhas de Annabell arranhavam as costas de Giovanni. O  tesão crescia assim como o membro em sua calça. A jovem estava determinada a dar a última cartada.

    Puxou sutilmente a agulha de sua manga e cravou no pescoço de Giovanni, injetando o veneno que ela preparará para aquele momento. Ele a empurrou fazendo-a cair de costas no chão . O olhar de satisfação era nítido no rosto da jovem.

- A minha querida eu sabia que não irias desistir.- Disse ele se levantando e pegando a faca.- Eu não sei quanto tempo ainda tenho ,mas eu sei que não vais fugir.

    A jovem não moveu um músculo, esperou ele se aproximar e sentar ao lado dela, ele a abraçou , as lágrimas tomaram os olhos dos dois , Annabell nada disse e nada tinha a dizer , aquele era seu fim . Ironicamente ela morreria pelo homem que ela tanto amou e que tanto julgou ser sua paixão. Aquele amor na verdade era uma obsessão maldita, ela sabia que sem ele  seu mundo já não teria cor , seu perigo a deixava viva agora era o fim.

 -Eu sempre te amei...- Foram as últimas palavras dela. Por que naquele exato momento a faca atravessou seu coração, ela morreu nas mãos do homem que tanto amava. 

   Giovanni a colocou no chão frio, ela já não respirava , sua pele pálida de tornava um mármore frio,em seu rosto as lágrimas secavam e um pequeno sorriso ali jazia, ela estava feliz e bem . Seu havia acabado, assim como todo seu sofrimento. O jovem se deitou ao lado dela esperando o efeito do veneno chegar.

- Eu também sempre te amei. Você se preocupou até em fazer isso ser indolor não é... Ahh, Annabell nosso vício em perigo foi o que nos matou... Eu não sinto nada, eu vou te ver do outro lado não é?- Ele virou o rosto para ela e sorriu, entrelaçou suas mãos e virou a cabeça para cima.- Não , não vamos . Você ainda é um anjo apesar de tud...- A última coisa que ele ouviu foi as portas se abrindo e o som do seu ultimo suspiro.

  Breno finalmente havia chegado ao maldito galpão, as portas se abriram e o seu coração se quebrou era tarde demais , ele correu em direção a Annabell , a pegou em seus braços e deixou as lágrimas rolarem . Ele não conseguiu a salvar , ela fez de tudo por ele e ele não a salvou.

- Por favor ... Por favor ... Me perdoa , me perdoa...- Sua voz saía falha e sua visão embaçada por conta das lágrimas. Uma mão tocou deu ombro.

- Ela iria te bater se ouvisse você pedindo perdão...- A voz de Pietro era acolhedora.

- Você tem razão...- Breno deu um sorriso.

    Breno se sentou ao lado do corpo frio de Annabell, e chorrou silenciosamente lembrando de todos os momentos que tiveram, era ela quem cuidava de suas flores quando ele estava dormindo, era ela que sempre cuidou e protegeu ele mesmo ele achando que estava protegendo ela. Annabell sempre esteve um passo a frente o tempo todo...

- Você nunca pediu socorro...- Murmurou sozinho.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top